28/07/2012

Elísio Summavielle afasta Luís Raposo da direcção do Museu de Arqueologia.

‎"Entendeu o director-geral, Elísio Summavielle, não me nomear para continuar a assegurar, em regime de substituição e por mais alguns meses, as funções que venho desempenhando há mais de década e meia" no MNA. E acrescenta: "Está no seu direito, terá as suas razões, que aos Amigos do MNA serão facilmente perceptíveis, mas que, pelo meu lado, não quero comentar, nesta circunstância". 
Uma reserva que manteve quando contactado pelo PÚBLICO, afirmando apenas que espera que o seu sucessor faça "um bom mandato". Na sua carta de despedida, não nomeia António Carvalho, mas deseja-lhe sorte "nas circunstâncias difíceis que vai enfrentar, com uma direcção a prazo curto e baseada mais em confiança política ou pessoal do que em visão estratégica e competência profissional, avaliadas publicamente em concurso". 
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Confirmam-se assim as represálias ... e o Património Nacional representado por um Projecto Pessoal de Elísio Summavielle, baseado "mais em confiança política ou pessoal do que em visão estratégica e competência profissional, avaliadas publicamente em concurso". 
António Sérgio Rosa de Carvalho





Elísio Summavielle afasta Luís Raposo da direcção do Museu de Arqueologia
Por Luís Miguel Queirós in Público
 António Carvalho, director do Departamento Cultural da Câmara de Cascais, assume o cargo até ser lançado novo concurso


Luís Raposo, director do Museu Nacional de Arqueologia (MNA) há 16 anos, foi substituído no cargo por António Carvalho, até agora responsável do Departamento de Cultura da Câmara de Cascais, que desempenhará funções interinamente até que o novo director da instituição seja nomeado por concurso. A decisão foi tomada pelo director-geral do Património Cultural, Elísio Summavielle, que optou por não seguir a prática habitual de nomear o director em funções para assegurar este período de transição.
Raposo já fora afastado do cargo em Janeiro, por despacho do director do Instituto dos Museus e Conservação (IMC), João Brigola, que decidiu não o reconduzir, mas o arqueólogo recorreu da decisão, que viria a ser anulada pelo secretário de Estado da Cultura, Francisco José Viegas. Com a fusão do IMC e do Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico (Igespar) na Direcção-Geral do Património Cultural, cessaram os mandatos dos directores de museus dependentes do extinto IMC. Foi neste novo contexto que Summavielle decidiu afastar já Luís Raposo, substituindo-o por António Carvalho, um historiador com formação em Arqueologia e uma pós-graduação em Ciências Documentais. 
Em carta endereçada aos Amigos do MNA, divulgada na Internet, Raposo informa: "Entendeu o director-geral, Elísio Summavielle, não me nomear para continuar a assegurar, em regime de substituição e por mais alguns meses, as funções que venho desempenhando há mais de década e meia" no MNA. E acrescenta: "Está no seu direito, terá as suas razões, que aos Amigos do MNA serão facilmente perceptíveis, mas que, pelo meu lado, não quero comentar, nesta circunstância". 
Uma reserva que manteve quando contactado pelo PÚBLICO, afirmando apenas que espera que o seu sucessor faça "um bom mandato". Na sua carta de despedida, não nomeia António Carvalho, mas deseja-lhe sorte "nas circunstâncias difíceis que vai enfrentar, com uma direcção a prazo curto e baseada mais em confiança política ou pessoal do que em visão estratégica e competência profissional, avaliadas publicamente em concurso". 
Conhecido pela frontalidade com que costuma defender publicamente as suas posições, Raposo foi tendo, enquanto director do MNA, situações de atrito com sucessivas tutelas. No último Governo de José Sócrates, criticou duramente a projectada transferência do MNA para a Cordoaria Nacional. Elísio Summavielle era então, recorde-se, secretário de Estado da Cultura da ministra socialista Gabriela Canavilhas. 



O arqueólogo que chumbou Relvas


Arqueólogo, professor, director, até há alguns dias, do Museu Nacional de Arqueologia, Luís Raposo é ainda presidente eleito do ICOM (Conselho Internacional de Museus) em Portugal, e representante do sector dos museus no Conselho Nacional de Cultura. Mas há uma alínea do seu extenso curriculum vitae que nem o próprio recordava: a ele deve Miguel Relvas o chumbo que levou na disciplina de Arqueologia, a única que o actual ministro frequentou na sua episódica passagem pelo curso de História da Universidade Lusíada. "Já não me lembrava", diz Raposo, "mas, quando me falaram nisso, fui ver os meus papéis e, de facto, é verdade".


3 comentários:

Paulo Nunes disse...

Relvas sempre a triunfar! O verdadeiro Chuck Norris dos canudos! LOL

Anónimo disse...

será normal num regime democrático alguém estar à frente de um museu nacional durante 15 anos? independentemente das razões por detrás desta mudança ninguém tem lugar cativo para sempre. 15 anos é muito tempo; vamos dar oportunidade a outros.

Anónimo disse...

a oportunidade da-se a todos e por concurso.