25/07/2012

Professores do Estádio Universitário têm salários em atraso desde Junho.



Professores do Estádio Universitário têm salários em atraso desde Junho
Por Marta Spínola Aguiar in Público.
Ainda não receberam o ordenado do mês passado e não sabem quando é que lhes vão pagar. Na manhã de ontem reuniram-se com a direcção do estádio, mas continuam preocupados quanto ao seu futuro
Sem terem ainda recebido o mês de Junho, os 130 professores e monitores que prestam serviço no Estádio Universitário de Lisboa (um serviço do Ministério da Educação e Ciência) não escondem a sua preocupação. "Todos temos contas para pagar e famílias para alimentar", dizem. A entrada de uma nova empresa em Setembro, para substituir aquela que coordena a actividade dos professores contratados a recibo verde pelo Estádio Universitário, está também a gerar alguma instabilidade.
"Desde há vários anos que os professores do Estádio, sistematicamente a recibos verdes, têm visto a sua remuneração baixar, de 13 a 15 euros à hora para perto de 8 ou 9", afirma um deles, que não quer ser identificado. "Em finais de Julho a maior parte dos que trabalham na piscina ainda não tinha recebido o salário do mês de Junho", acrescenta.
Preocupados com a sua situação, os professores reuniram-se, na manhã de ontem, com João Roquette, presidente da direcção do Estádio Universitário, para tentarem resolver a situação, que se arrasta há mais de um mês. "Pedimos uma reunião com o presidente no sentido de tentar esclarecer algumas questões que nos preocupam, em particular o atraso dos pagamentos relativos ao mês de Junho", afirma Nuno Oliveira, colaborador na área de fitness.
Para Catarina Peres, professora de hidroginástica, o encontro com João Roquette era necessário para que "as coisas sejam resolvidas o mais rápido possível". Mas, acrescentou, o que lhes foi dito foi que "neste momento não há hipótese de fazer esse pagamento" na totalidade.
Os prestadores de serviços queriam garantias, mas João Roquette apenas lhes pôde assegurar que alguns pagamentos foram ontem efectuados. "Os professores queriam saber também as outras datas de pagamento, mas essas não consigo dar", referiu o gestor. "Quanto às facturas em atraso iremos tentar pagar até ao final deste mês", adiantou.
"O esforço de João Roquette é a única garantia que temos agora", diz Nuno Oliveira. "O presidente disse que está a tentar por todos os meios regularizar esta situação. Hoje disse que iam ser feitos alguns dos pagamentos em atraso de uma parte dos projectos e que até ao final de Julho ia tratar da situação de Junho".
No entanto, de acordo com João Roquette, o atraso nos pagamentos não depende apenas dos serviços do Estádio Universitário. "Falamos de pagamentos que só não fizemos ainda porque são horas a mais que os profissionais fizeram. Queremos pagar, como é óbvio, mas estamos à espera do parecer prévio das Finanças", refere o presidente.
O responsável diz perceber a posição dos professores, mas acrescenta que o Estádio "tem pago sempre, até antes do tempo, porque os serviços prestados por eles são fundamentais". Para explicar a situação actual afirma: "Muitos utentes, nomeadamente empresas, que deviam pagar a tempo e horas, estão em dívida para com o Estádio. E se não nos pagam, nós também não podemos pagar a quem nos presta serviços." Em todo o caso, João Roquette diz que a situação "vai ser normalizada".

Utentes ressentem-se

Para os professores, a crise que o país atravessa não pode servir de desculpa para o atraso do pagamento dos salários, uma vez que para muitos deles "esta é a única fonte de rendimento", sublinha Catarina Peres.
Segundo relata, na reunião com o presidente foram abordadas várias hipóteses quanto à melhor forma de solucionar o problema. A suspensão do trabalho dos professores não foi equacionada, explica, porque os utentes pagaram a sua mensalidade e têm direito a usufruir do serviço: "Têm direito a ter um espaço para fazerem actividade física e precisam de alguém que os acompanhe". A professora de hidroginástica acredita que é em conjunto com o presidente do Estádio Universitário e com os utentes que melhor pode ser encontrada uma solução "justa e que normalize a situação".
Para os frequentadores do recinto, a situação dos professores acaba por se tornar desconfortável. Inês Santos, que ali pratica natação há cerca de um ano, admite que esta questão pode afectar o desempenho dos desportistas. "É claro que nos prejudica porque estamos habituados a um acompanhamento ao longo do ano feito sempre pelo mesmo professor. Se as coisas mudarem é um retrocesso para nós", comenta, referindo-se também à substituição, em Setembro, da empresa que coordena actualmente os professores e perdeu o concurso promovido pelo Estádio Universitário.
Para alguns utilizadores das instalações, a ideia de ficar sem os professores com quem trabalham não é a melhor. "Principalmente para os mais velhos, que querem aulas mais calmas e querem estar à vontade com as pessoas", diz um deles. Para outros, a situação "coloca em causa os a qualidade dos serviços do Estádio, para além de criar um péssimo ambiente entre todos". Os professores a recibos verdes, quando a eles, dizem-se confiantes, mas estão preocupados com o futuro. "Sabemos que o salário vai ser pago, mas a grande questão é quando e em circunstâncias", nota Catarina Peres.
Frequentado por cerca de 11 mil pessoas, há um ano o Estádio Universitário correu o risco de fechar, depois de o Governo ter cativado as receitas que lhe permitiam funcionar.

1 comentário:

Anónimo disse...

"Muitos utentes, nomeadamente empresas, que deviam pagar a tempo e horas, estão em dívida para com o Estádio. E se não nos pagam, nós também não podemos pagar a quem nos presta serviços." Em todo o caso, João Roquette diz que a situação "vai ser normalizada".

Que utentes (emrpesas) são essas??

entanto, de acordo com João Roquette, o atraso nos pagamentos não depende apenas dos serviços do Estádio Universitário. "Falamos de pagamentos que só não fizemos ainda porque são horas a mais que os profissionais fizeram. Queremos pagar, como é óbvio, mas estamos à espera do parecer prévio das Finanças"

quais horas extras?? os professores não receberam o salário respeitante ao seu horário normal, não existem horas extras!! areia para os olhos, um bom falante.. há que explicar os termos do contrato estabelicidos com as empresas que gerem os recursos humanos, porque é que estas náo recebem o dinheiro que deviam receber, o que é feito ao dinheiro que entra antecipadamente todos os meses pago pelos untentes para a utilização dos serviços, porque é que os professores são obrigados a passar antecipadamente o recibo verde para depois ficarem na espectativa de verem pago ou não o seu valor, contra o que a lei determina... a gestão do EUL é uma cebola de muitas camadas, é o que é, e quem se lixa é sempre o mexilhão, estamos em PORTUGAL.