04/07/2017

Suposta demolição de prédios na Casal Ribeiro não vai acontecer, diz promotora


Por O Corvo (texto de Samuel Alemão), 4.7.2017

«A suposta demolição de quatro edifícios, com mais de um século e situados no gaveto da Avenida Casal Ribeiro com a Rua Actor Taborda, junto ao Saldanha, para dar lugar a um empreendimento imobiliário, gerou um movimento de contestação liderado pelo grupo cívico Fórum Cidadania LX, que convocou um protesto no para o fim da tarde (19h) desta terça-feira (4 de julho). Mas a indignação do colectivo, materializada ainda numa queixa apresentada, nesta segunda-feira (3 de julho) na Provedoria de Justiça, não passará, afinal, de um grande “mal-entendido”, garante a O Corvo a promotora imobiliária que, em janeiro deste ano, adquiriu o quarteirão à Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML). “A nossa intenção é manter a identidade histórica dos edifícios, não apenas as fachadas, mas também muito do interior”, assegura Eurico Almeida, gestor do projecto de reabilitação do conjunto, detido pela firma Carismatik Nauta. [...]

De acordo com o responsável, os protestos e a queixa patrocinados pelo Fórum Cidadania LX “não fazem sentido, porque partem de pressupostos errados, de informação desactualizada”. Os membros deste grupo, responsável por diversas acções mediáticas e judiciais contra projectos considerados polémicos, criticaram nos últimos dias o que consideram ser “mais um escandaloso caso de destruição de arquitectura do final do Século XIX e início do Século XX”. E apresentaram, ainda nesta segunda-feira (3 de julho) e já depois da convocarem a manifestação de hoje, uma queixa à Provedoria de Justiça por supostas ilegalidades, ao não terem sido tornados públicos os propósitos da demolição. “Os edifícios estão em boas condições estruturais. É mais uma machadada no património daquela zona”, diz a O Corvo um dos membros do colectivo, solicitando anonimato. Algo que, a crer nas garantias agora fornecidas pelos novos proprietários dos imóveis, não acontecerá.

Mas toda essa argumentação é agora posta em causa pela Carismatik Nauta, a empresa que, em janeiro passado, adquiriu o conjunto de quatro imóveis – e não três, como tem sido anunciado na convocatória do protesto – à SCML. “Aquilo que pretendemos é, precisamente, o oposto do que se está a dizer. Desejamos assegurar a manutenção da fachada e reabilitar aquilo que se pode manter no interior, embora haja partes que estão muito degradadas, algumas em colapso estrutural”, assegura a O Corvo Eurico Almeida, gestor do projecto. Por isso mesmo, diz, serão iniciados trabalhos de reforço da estrutura, para mais tarde realizar uma obra de reabilitação e adaptação do edifício a uma nova vida. A qual passará pela manutenção da funcionalidade de habitação, com comércio ao nível térreo. Algo que o promotor prevê que esteja pronto dentro de dois anos. O arranque dos trabalhos estará a aguardar o visto camarário à alteração do projecto de Graça Dias que havia sido aprovado em 2010, por parte da Saraiva e Associados. Graça Dias “deu a sua autorização a esta mudança”, assevera Eurico Almeida. [...]»

3 comentários:

MrX disse...

Claro que não vai acontecer a demolição. Vai é levar um belo de um acrescento que retira toda a harmonia dos edifícios. Para fazer isto mais valia demolir mesmo.

MP Carvalho disse...

Volte a boca para o outro lado sff

Anónimo disse...

Infelizmente, parece que o MrX é a Maria Helena destas andanças...