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22/02/2020

POSTAL DA BAIXA: Rua Nova do Almada


03/04/2013

Adeus à Papelaria da Moda


Mais uma loja de carácter e tradição que desaparece. Muitos terão sido os motivos (falta de clientes, falta de simpatia, concorrência imbatível, Baixa decrépita, ausência de Urbanismo Comercial por parte da CML, fachadismo militante, aumento exponencial das rendas, etc. Fica a pergunta: ficará, sequer, a montra???

Foto: VM

28/11/2012

S.O.S. comércio local do Bairro Azul

«Várias dezenas de comerciant​es e moradores do Bairro Azul chamam a atenção da Câmara Municipal de Lisboa (CML) para a situação do Comércio Local.


Tendo em conta que o Bairro Azul é um Bairro de Lisboa com Classificação Camarária – Conjunto de Interesse Municipal; é um “Bairro 30” da cidade, onde se privilegia o peão; o Bairro, como um todo, oferece percursos de rua planos e cómodos; do ponto de vista comercial o Bairro oferece-se como uma alternativa lisboeta aos armazéns El Corte Inglés.

Tendo finalmente em conta que na periferia do Bairro (Av. José Malhoa, Rua Duque d´ Ávila, etc. ) existem inúmeros hotéis onde se alojam diariamente milhares de turistas, várias dezenas de comerciantes e moradores solicitaram entre outras medidas de apoio ao comércio local, que sejam colocadas iluminações de Natal nas ruas/árvores do Bairro – Rua Fialho de Almeida, Av. Ressano Garcia, Rua Ramalho Ortigão, Rua Júlio Dantas e nos troços da Rua Marquês de Fronteira e da Av. A.A.de Aguiar que pertencem ao Bairro Azul.

Será a primeira vez que, COMO UM TODO, o Bairro é iluminado, o que poderá ser aproveitado para a promoção e divulgação TURÍSTICAS deste Bairro Art Déco/Modernista, Património da Cidade, traduzindo-se num impulso importante ao comércio do Bairro.

Melhores Cumprimentos
Pela Comissão de Moradores

Ana Alves de Sousa
Edgard Piló»

10/07/2012

Lojistas chineses e indianos aprendem a ter montras apelativas

In Jornal de Notícias (5/7/2012)

Por Nuno Miguel Ropio

«A Câmara de Lisboa quer acabar com a falta de gosto das vitrinas, com os produtos empilhados ou a falta de higiene nas lojas dos comerciantes chineses e indianos, na Mouraria, através de uma ação de formação. Tudo com o objetivo de captarem um novo tipo de clientela.

Os proprietários das lojas localizadas na Mouraria, em Lisboa, na sua maioria oriundos da China e Índia, irão ter formação nos próximos meses para saberem como apresentarem as suas montras, tornarem as suas lojas mais chamativas ou, simplesmente, aprenderem a falar português.

O plano foi revelado esta quinta-feira pelo coordenador do programa de requalificação da Mouraria, João Meneses, durante a apresentação de vários eventos que passarão a animar o Largo do Intendente, já partir de sexta-feira com um concerto de Boss Ac.

Segundo Menezes, a Escola de Comércio de Lisboa irá assegurar os conteúdos a serem ministrados dentro de dois meses.

"Em setembro abrem duas turmas de comerciantes. Uma para o comércio mais diurno. Outra de comércio mais noturno, ou seja, restaurantes e bares. Serão 40 formandos no total", disse, ao JN.

"Teremos de lhes dar formação de português. Além de aulas sobre vitrinas, 'layout' (configuração) de lojas, higiene e segurança, casas de banho, ou, mesmo, questões legais e fiscais", descreveu.

Como complemento à formação, a Câmara de Lisboa assegura ainda ajuda especializada aos comerciantes que queriam adaptar as suas lojas às exigências de outro tipo de clientela, que não aquela com que contam neste momento, acabando com o cenário de produtos empilhados em caixas.

"Se forem precisas alterações de carácter arquitetónico ou melhoria do 'layout' da loja teremos um gabinete de arquitetura local ('Artéria'), que é um parceiro neste trabalho de revitalização da Mouraria para estas pequenas intervenções", explicou João Menezes, dando um exemplo: "Imagine casas de banho que têm condições".

O plano incidira na Rua do Benformoso, onde a maioria dos lojistas não sabe falar português.»

28/10/2011

A Essência do Comércio

In A Revista Digital da UACS
Por João Barreta

«“(…) toda a gente que serve deve, parece-nos, buscar agradar a quem serve. Para isso é preciso estudar a quem se serve – mas estudá-lo sem preconceitos nem antecipações; partindo, não do princípio de que os outros pensam como nós - mas do princípio de que, se queremos servir os outros (para lucrar com isso ou não), nós é que devemos pensar como eles: o que temos que ver é como é que eles efectivamente pensam, e não como é que nos seria agradável ou conveniente que eles pensassem. (…)”

O excerto extraído de “A Essência do Comércio”, do nosso Fernando Pessoa, é de uma pertinência e actualidade tais que nos merece uma reflexão séria, ainda para mais numa época do ano em que o Comércio é usado (e abusado!) como tema recorrente de discursos de ocasião que proliferam nos mais distintos fóruns.
Na citada obra, como noutras do mesmo autor, muitas são, sem dúvida, as referências e os ensinamentos possíveis de extrair, constituindo-se, se necessário fosse, como mais uma prova de que o Comércio tem uma essência própria que, infelizmente, poucos alcançam, para claro e evidente prejuízo de todos.
Efectivamente, do Comércio pretende-se tudo. Se é menos bom, só pode melhorar. Se é bom, só tem de ser (…) cada vez melhor! Neste aparente jogo de palavras, joga-se, de facto, quase tudo.
Se tal é verdade e aceite para os vários “subsectores” do Comércio, localizem-se nos centros urbanos, nos meios rurais, nos centros comerciais, nos mercados, nas feiras, também o é para as Estruturas Associativas, sejam elas de índole local, regional ou nacional.

Mas o que é facto é que se pretendermos ir ao âmago da questão, esta reflexão não pode, nem deve, quedar-se pelo Comércio propriamente dito e pelas suas Estruturas Associativas, devendo alastrar aos detentores do respectivo pelouro e/ou tutela (na Administração), quando tal exista formalmente e/ou por pouco que se dê pela sua acção.

Neste âmbito, encontram-se as Autarquias e respectivos Serviços (Administração Local) e a tutela Governamental (Secretaria de Estado ou Ministério) e respectivos Serviços (Administração Central).

Sem pretensiosismo ou ambição de “desmontar” o pensamento de Pessoa sobre a essência do Comércio, mas como pessoa interessada pelas inúmeras “facetas” do mesmo (como actividade económica, essencialmente), arriscaria (não muito!) dizer que tem sido o confrangedor desconhecimento dessa essência que tem relegado o sector para um papel “secundarizado” no contexto da economia nacional, ao qual não é alheia a ausência de políticas públicas (Central e/ou Local) para o sector, nem tão pouco a mais do que evidente “desconstrução” da Cidade, dos seu(s) Centro(s) ou Baixa(s). Isto para já não falar da progressiva erosão da “identidade comercial” (numa óptica, também, cultural) que histórica e socialmente sempre caracterizou a própria sociedade Portuguesa e da qual sempre foi uma incontornável referência.

Enveredo mais pela tese do desconhecimento (quiçá, desinteresse) da essência do Comércio, por parte dos poderes públicos principalmente, mas não descuro uma outra realidade que, ainda, subsiste – há Comércio (leia-se Estruturas Associativas e Comerciantes) que também desconhecem a sua própria essência. E tem sido, quanto a mim, esta realidade ancorada, muitas das vezes, num discurso algo “redondo” de reivindicação que roça, por vezes, a auto-vitimização, que tem vindo a servir de pretexto para que os poderes públicos menosprezem o papel que o Comércio deve assumir, por direito e méritos próprios, em tudo aquilo que seja política económica, política de cidade, política de inovação, (…).

Em suma, há um longo caminho a percorrer, sendo que em altura de mudança(s), e apesar das tão faladas resistências à(s) mesma(s), talvez não seja descabido mudar de paradigma, e apostar naquilo que apelidaria de reivindicação pedagógica por parte do Comércio para com os poderes públicos, pois só o próprio Comércio (representado pelas suas Estruturas Associativas) poderá sensibilizar a Administração (repito, Central e Local) para aquilo que é a essência do sector nas suas diversas vertentes, sendo que a negociação, a parceria, a cooperação e a colaboração devem ser pensadas e ponderadas, por parte do Comércio, numa posição de igualdade e bem ciente da importância do sector para a Economia (nacional e local), para as Cidades e para a sobrevivência e afirmação de ambas.

Para que se possa “pensar o Comércio” tem que se saber o que ele é, o que pode ser e, essencialmente, o que queremos que ele realmente venha a ser.
Entendida que seja a essência do Comércio, entendido será que o Comércio é a essência das Cidades. Pensar Cidade sem pensar Comércio, será negar a vida das Cidades e das suas gentes.»

17/11/2010

POSTAL DA BAIXA: Rua dos Correeiros

Um retrato fiel e perfeito da nossa Baixa: o "bem" e o "mal", a dignidade e a decadência, o limpo e o podre, dormem na mesma cama...

24/05/2010

POSTAIS DA BAIXA: o Comércio Tradicional *


As fotos são de 6 de Abril de 2009, uma Segunda-feira, todas tiradas da parte da manhã, depois das 10h, na chamada Baixa Pombalina.

Não são todas as que tirei (já não tive paciência para montar mais...), mas será interessante saber quantas destas lojas reabriram e quantas mais fecharam no ano que passou.
* PS - Sem querer retirar direitos de autor ao nosso colega Fernando Jorge, pelos magníficos postais de janelas "pombalinas"...


16/11/2009

O TRIUNFO DO HÍBRIDO




Caros Amigos,


Na sequência das terríveis noticias à volta do desastre "em retrocesso", que representou a destruição completa da Farmácia ( do falso) PROGRESSO, na totalidade dos seus interiores e exteriores, tudo isto tendo acontecido ilegalmente, e constituindo um verdadeiro crime lesa-património; venho agora, seguindo um impulso,'contextualizar' este acontecimento com um caso especifico, que pode contribuir para alguma reflexão.

A Farmácia presente na segunda imagem, é uma magnifica Farmácia situada na Rua da Prata (Farmácia Normal), e que foi recentemente "restaurada" em toda a sua glória, com total preservação das suas características, tanto na magnifica fachada, como na totalidade dos seus interiores.

No entanto, este foi um processo que demorou vários anos ... e que se desenvolveu em circunstâncias especiais ...

Assim, quando eu ainda tinha contactos mais directos com a Unidade de Projecto Baixa-Chiado, tive oportunidade de pôr, ou de tentar, pôr em práctica os valores que defendo para a preservação das características históricas na sua totalidade de interiores e exteriores, de estabelecimentos do Comércio tradicional com valor arquitéctónico. Tive a oportunidade de descrever estas 'aventuras' num artigo publicado em 2005 numa colectânea (Baixa Pombalina: bases para uma intervenção de salvaguarda) com o titulo 'As lojas Tradicionais da Baixa. Desafios presentes e futuros'.

Voltando à Farmácia Normal, a jovem proprietária ao querer recuperar os interiores, depois de consultar um arquitecto, resolveu correctamente aproximar a Unidade de Projecto Baixa -Chiado. Foi aí que a visitámos, eu, acompanhado por um Arquitecto e um Historiador da Unidade.

Ao verificarmos a importância dos interiores tardios do sec. XIX, aconselhá-mo-la a preservar a totalidade das suas características estilísticas e materiais, executando, simplesmente um cuidado restauro.

E foi isso que passados anos, aconteceu... A pergunta agora é .... terá sido esta obra acompanhada pela C.M.L. ? Recebeu esta senhora apoio e reconhecimento pela sua atitude correcta? Não devia este caso merecer uma menção oficial, exposta na sua fachada através de pequena placa de bronze, e ser alvo de um prémio expressamente criado para este efeito?

Mas que estou eu a dizer? Esta loja, encontra-se numa Zona da Baixa, como uma "ilha" cercada por um "Oceano de Híbrido", onde dezenas de estabelecimentos de venda de produtos híbridos de origem asiática se tem instalado, uns com o alibi de artigos pseudo-turísticos, outros como mercado estratégico de expansão do comércio grossista do Martim Moniz.

Se existe crise na área do Comércio, também existe um instrumento utilizado nas cidades europeias, chamado de Urbanismo Comercial, onde a estratégia para um Zona é definida.Gostava de saber qual è a ideia do Vereador Manuel Salgado para a Baixa. Visto que o seus eixos prioritários estão ocupados por este tipo de lojas, e agora que se desistiu completamente da Candidatura da Baixa a Património Mundial, qual é a imagem que o Vereador tem para o Futuro da Baixa e do seu Comércio ?

Deixo-vos com uma imagem exemplo, das dezenas de casos, de estabelecimentos deste tipo presentes na Baixa, e agora com esta imagem tirada recentemente no início da Rua do Carmo,como exemplo no seu processo de expansão, da sua 'subida' para o Chiado.

Será isto, este tipo de 'autenticidade', que os turistas esperam encontrar num Centro Histórico, que constitui um dos exemplos mais importantes de planeamento e reconstrução de uma cidade Europeia do Sec.XVIII, e agora tão decadente ... É isto que queremos?

Saudações Pombalinas e Preocupadas.


António Sérgio Rosa de Carvalho

15/03/2009

World-class city or grim ghost town?

in Financial Times, 7 March 2009, by Tyler Brûlé

If the past few weeks have been devoted to dropping in on cities up and down the length of Asia, then this one has seen me stick closer to home. On Monday I jumped on the Eurostar to Brussels and found myself going through what’s become a ritual task of rethinking and redesigning the experience.

As I passed through the X-ray machine at St Pancras International, questions raced along the ridge of my forehead. Why does this rail service need a business lounge? Why are there silly airline-style cut-off times? Surely the joy of rail travel is being able to walk down the platform just as the doors close? Why am I paying for a mediocre meal when it would be better to have a well-stocked trolley or a proper dining car? And what about those seats? They were uncomfortable when the service was launched and they haven’t been updated, save for new upholstery.

At Brussels Midi rail terminal a fresh set of questions started swirling around. Who the hell designed this facility? (It’s poorly signed. Traffic flow is dreadful. And the lighting is cold and far too dim.) Who thought it acceptable to install just two bank machines for a major transport hub? And who were the contractors? Tiles were coming off the floor and the whole place offered a series of first impressions that suggested Belgium’s not that interested in warm welcomes and isn’t too fussed about what visitors might think about the place. Departure from the city’s airport five hours later reinforces this message with an equally complicated terminal layout. I was left with a set of impressions that made me wonder if it might not be time to review whether this is the most appropriate home for the EU.

On Wednesday I descended into Lisbon and had one of those final approaches in crosswinds that had me pining for the Eurostar. Anyone who had to fly in and out of the Portuguese capital midweek will agree it was not the airport’s finest hour, though I did step off the aircraft with renewed respect for Portuguese pilots and their abilities to land an aircraft sideways in fresh Atlantic gusts. The parade of “non-brand” enterprises lining the boulevards was a curious and refreshing sight. Of all the capitals in the old EU, Lisbon is perhaps home to the lowest number of multinational retail brands. Sure, there are branches of Zara and El Corte Inglés but the majority of the shops are local, family-owned enterprises that are so frozen in time they almost seem modern. And indeed many of them are. Before I left London I took stock of a couple of its main shopping streets and soon found myself a little depressed by the number of shuttered store-fronts, “closing down” and “final reduction” signs and the number of shop spaces that have real-estate broker signs fixed on the front that are just longing for someone to dial the numbers listed and make an offer.

Perhaps one of the most dramatic areas is in west London’s Notting Hill, where in certain stretches it seems like every second shop has closed for business and you get the feeling that it would only take a few more high-profile closures and the whole area could easily capsize. Over the past weeks government agencies and the odd think-tank have been spelling out the dangers of ghost-town Britain (you can quite easily insert Australia, Canada or the US here as well).

Apparently, whole town centres are teetering on the brink of collapse and countless neighbourhoods could soon tip from being pleasant zones of commerce to derelict no-go areas. Unfortunately, much of the discussion concerning the perils of the empty store-front epidemic and the potential solutions is coming too late. For too long, landlords have been happy to see their once interesting neighbourhoods fill with deep-pocketed chain stores that bring a more transient workforce (gone are the locals who might remember you if you go in every day), façades that are unsympathetic to the local look, and with the cash to take over a series of spaces and turn them into one superstore. Many local communities up and down the country have seen the arrival of national brands as a sign of progress and have ushered them in with much fanfare only to see them undercut Mom-and-Pop shops and then pack up for greener pastures when a better rent or location offer comes along. With the collapse of a host of high street names, landlords and local authorities are wondering if all those mediocre chain stores were such a good idea. As empty retail blocks become magnets for nasty, idle urchins, some councils are thinking it might be clever to use the empty spaces for youth centres. This is a bad idea as it does nothing to solve the bigger issue of bringing locally owned businesses back to the community, and gives the badly-behaved heating and a roof over their hoodies.

Which brings me back to Lisbon. Portugal may not be the biggest exporter of international brand names but it should work hard to preserve its strong culture of family-owned and operated businesses. This binds together communities and makes the city more interesting for visitors.

Tyler Brûlé is editor-in-chief of Monocle

Foto: Baixa, «World-class historic center or grim ghost town»? Largo da Boa Hora