06/06/2007

Vergonha no Cinema São Jorge: w.c. foram adulterados!


Acuso a CML, na pessoa do ex-Vereador da Cultura, Amaral Lopes, enquanto gestor máximo da EGEAC, de ter deixado adulterar as casas de banho do Cinema São Jorge, permitindo que os sanitários e a iluminação de origem fossem substituídos recentemente por elementos pseudo-contemporâneos, de gosto pato-bravesco, adulterando assim um valiosíssimo elemento dos interiores do São Jorge, que é, recordo-lhe IMÓVEL EM VIAS DE CLASSIFICAÇÃO e prémio Valmor de 1950!

Uma vergonha!


Nota: Seguiu queixa para o IPPAR.

13 comentários:

Anónimo disse...

Meu caro,

Este seu post é um atentado a inteligência de qualquer cidadão mais atento, grosseiro, irresponsável e pouco digno de si. Julgava-o mais capaz e moderado, pois dou sempre desconto a emoção que coloca nas coisas que escreve sobre a nossa cidade, mas com o devido respeito desta vez vossa excelência passou-se.

Paulo Ferrero disse...

Meu caro,

Passei-me mesmo, por ter visto que deixaram que aquelas casas de banho genuinamente anos 50 sejam agora típicas de qualquer casota mandada construir pela junta do bairro. Se o Sr.João Mesquita, no âmbito das suas digníssimas funções me pode esclarecer sobre quem foi o responsável por aquela obra de vão-de-escada, diga-me, s.f.f.

Anónimo disse...

O Paulo Ferrero por vezes é um "panfletário" e intransigente, mas ainda bem!

A absoluta relativização de tudo o que diz respeito ao património está à vista em Lisboa: avenidas e bairros outrora lindos hoje são povoadas por monos junto de prédios originais, e paradoxalmente os que têm poucas décadas de uso já estão à procura de novo uso (existem de facto prédios construídos mais recentemente nesta situação, nas Avenidas da República, Liberdade e Almirante Reis) ou estão em maus estado.

O que se ganhou: uma cidade mais feia, os dinheiros da transacção da altura, e a cidade a parecer um suburbio de 5ª categoria (vejam os prédios do topo da Morais Soares, por exemplo)

Não precisamos de grandes obras, mas que que a CML e os lisboetas se passem quando fazem mal a Lisboa.

Anónimo disse...

MAS AFINAL QUEM É O SR. JOÃO MESQUITA PARA CONSIDERAR QUE O EXERCICÍO DA CIDADANIA, e neste caso, A INDIGNAÇÃO DE UM LISBOETA É UM "atentado"?!

E desde quando é que exigência É um acto "grosseiro" e "irresponsável"?!

Não entendo que o fazem aqui aqueles que NÃO estão preocupados, aqueles que consideram que está tudo bem assim...

A blogosfera é enorme, há espaço para TODOS e para TUDO.

Gonçalo Cornelio da Silva disse...

Caros Amigos
O Paulo Ferrero tem todo o direito de reclamar de forma violenta, quando num país os seus representantes falam da forma como falam dos seus eleitores.
Quando lemos no jornal Publico de hoje dia 6 de Junho, que um arquitecto diz "o conservadorismo imobilista, leituras retrógadas das tradições ou apenas mediocridade", e outro diz ainda "quando se faz de novo, já é património", inaceitável e inqualificavel egocentrismo e arrogância, isto é o desacreditar de uma profissão, não se pode aceitar.
Mas quem julgam que são estão todos doidos?
Os arquitectos estão ao serviço da sociedade, transformam o "Ambiente" não para satizfazer os seus egos mal formados (educados) e pouco cultos, a cultura Wallpaper e festivaleira.
Enganam-se aqueles que julgam que andamos todos atrás do rebanho, ou a passar graxa! Andem vocês atrás desses mémés!
Caro Paulo existe efectivamente um crise de valores neste inicio do seculo XXI, bem o disse Sarkozy, não tenhas ilusões porque não aprederam nada do seculo XX, vão continuar a fazer as mesmas asneiras.
Relembro a todos que os canônes de beleza não mudaram.
A prova é que assistimos agora a reclamações do Prof Marcelo Rebelo de Sousa, e até da Helena Roseta sobre "o mamarracho" no Cais do Sodré.
Afinal quem é a tainha do Tejo?

Maria Amorim Morais disse...

É lamentável que pessoas eleitas para cargos públicos - e que nesse quadro têm por dever zelar pelo bem comum - continuem a não perceber o que está em causa. E a não perceber também que, em matéria de património, tudo o que se perde, por mais pequeno que seja ou possa parecer, é irrecuperável. No caso em apreço, a realização de obras nos quartos de banho de um imóvel classificado, ou em vias de o ser, não é o mesmo que fazer obras nos quartos de banho da nossa casa, a nosso bel-prazer (e mesmo aí há regras a ter em atenção). Lembro, pois, ao Sr. João Mesquita uma regra de ouro da arquitectura e da engenharia feitas com consciência: em património, são os projectos que têm de se adaptar aos edifícios e não o contrário. Grosseiro, irresponsável e pouco digno é não se (saber) cuidar do que nos foi legado.

Anónimo disse...

A indignação do Paulo é a minha, só que multiplicada por cem. As casas de banho do S. Jorge, e o respectivo URINOL, eram testemunhos de tempos em que a qualidade dos materiais e a boa execução na construção pública, eram prioridade absoluta. Duvido que o Sr. Mesquita tenha reparado nesses pormenores, se é que alguma vez lá entrou. É assim que tudo se vai perdendo dentro do edificado nacional, até restar só uma fachada (ou palhaçada) sem valor qualquer. Pena, muita pena, as casas de banho do S. Jorge eram exemplos da melhor arquitectura de interiores. Quem permitiu a sua destruição, conseguiu o grau de ignorante absoluto.

Julio Amorim
Master of Science in Conservation

Anónimo disse...

Para o sr Júlio Amorim é lamentável que neste pais se fale em causa alheia e se tome partido sem estar na posse de toda a informação

recentemente estive no cinema são Jorge e tal não é o meu espanto que o urinol que está à minha frente é aquele que eu sempre vi no edifício

contasto que a única alteração foi a substituição das bacias de retrete e dos lavatório. Não verifico qualquer outra alteração a não ser a substituição da barra de sabão azul e branco por dispensadores de sabão bem mais higiénicos

Anónimo disse...

Se assim é Sr. Anónimo, já (quase) me salvou o dia, e tem razão, parece que eu não tinha a história toda, mas deixe-me adiantar-lhe, que o que eu escrevi se refere ao conjunto dos valores e elementos existentes de certa época, e que não é a quantidade de elementos substituídos que torna a intervenção em aberração, senão o que foi substituído desnecessariamente, ou substituído por elementos diferentes, ou de inferior qualidade. Aqui fala-se também da substituição da iluminação, e parece-me que a sua recente visita não registou tal mudança.....estamos todos, um pouco mais ou menos (mal)
iluminados.

JA

Anónimo disse...

Meus Caros,

Faço daqui um apelo, por que entendo merecer uma discussão elevada esta matéria. Convido todos para um encontro no Cinema São Jorge para que no local possamos ver discutir. Sem olhando para os objectos em causa. Estou ao vosso dispor para marcarmos dia e hora. Contactei-me em Junta de Freguesia de São José - João Miguel Mesquita

Paulo Ferrero disse...

Ora ainda bem que o Sr.João Mesquita se identificou e nos convida para uma discussão elevada sobre a substituição dos lavatórios e dos bidés (eu não falei em urinóis, pois não?), que desvirtuaram as w.c. que referi, que ao serem classificadas são-no no seu todo, e não urinol, sim, bidé, não.

Contudo, não vejo em que o Sr.João Mesquita me pode esclarecer, nem a ninguém, sobre os factores, ou valores estéticos ou os argumentos que levaram a que o São Jorge estivesse hoje em vias de classificação como imóvel de interesse público (e portanto usufruindo das regalias - se é que isso existe em Portugal - dos imóveis já classificados) e ter sido distinguido com o prémio Valmor ao seu tempo.

Nem que me possa esclarecer sobre as virtudes dos elementos pato-bravescos que por lá plantaram, certamente ao gosto de quem os autorizou (certamente sem conhecimento de quem os classificou), muito menos sobre o que é o São Jorge, no que se tornou e no que podia ser.

E não vejo isso, não porque não reconheça o enorme esforço com que recentemente o Sr.João Mesquita, enquanto presidente da Junta de São José, vem assumindo a luta pela preservação do património da zona da Avenida da Liberdade, mas porque, simplesmente, ... o Cinema São Jorge não está sob a jurisdição administrativa da Junta a que tão honradamente o Sr.João Mesquita preside; já que está adstrito à Junta de Coração de Jesus.

Portanto, dispenso a sua palestra, caro Sr.João Mesquita.

Finalmente, lembro-lhe que deve estar atento a tudo quanto tem sido feito (em matéria de cinemas, lembro-lhe a torpe ilegalidade que a Bragaparques fez ao Condes, mal tomou posse do edfício, ao retirar as cadeiras e o recheio do mesmo, sem prestar contas a ninguém ... lembro-lhe que tb o Condes estava protegido por se encontrar na ZEP da Av.Liberdade), está a ser feito e (o PUALZE é um vil instrumento de gestão urbanística que permitirá, por ex., o esventramento efectivo de logradouros!) será feito (ganhe quem ganhar as eleições) na área da sua jurisdição. Tem muito com que se preocupar.

Mais - e continuando na sua «jurisdição» -, acho lamentável a sua postura em relação apelidado "Plano de Pormenor do Palacete Ribeiro da Cunha", estamos a falar de um projecto feito à medida do promotor, sem o mínimo respeito pela envolvente e que devia ter tido na «sua» Junta um feroz opositor, e não um obediente defensor. Ainda bem que se notou depois um inversão de pensamento, ou, pelo menos, uma mudança acentuada naquilo que pensava, o que contribuiu para que HOJE, não estivessem (como estariam) as máquinas a esventrar o logradouro do palacete para construir aquele mamarracho, só porque há alguém que quer vender aquilo com projecto já aprovado. Chamar-se «plano de pormenor» àquele projecto é um insulto, isso sim, à inteligência do comum dos mortais.

Anónimo disse...

Nisto tudo só fico mesmo chateado com a falte de exactidão com que se escreve

como é possível que o sr paulo ferrero venha falar em bidés

como referi anteriormente a alteração foi nas bacias de retrete (sanitas) e lavatórios, dispensadores de sabão e de toalhas de papel (atenção que não tem secadores de mãos)
Quanto à iluminação peço desculpa mas não olhei para o tecto (o pé direito é bastante alto).
prometo que numa próxima visita verifico a questão

Já agora gostava de saber o que foi fazer ao S. Jorge, se calhar foi só à casa de banho ou aproveitou uma qualquer iniciativa cultural para visitar uma das salas?
se sim qual delas?

Anónimo disse...

Sr. Anónimo !

O interessante (ou triste) é que algo foi alterado num edifício em vias de classificação, e não só. O S. Jorge não é edifício qualquer, mas talvez "o rei" dos cinemas de Lisboa, na época de ouro dos mesmos. As casas de banho deste cinema eram muito especiais, e concebidas muito mais além das meras necessidades dos seus visitantes.
"Nisto tudo só fico mesmo chateado com a falta de exactidão com que se escreve.."....não seria muito mais interessante dar a sua opinião sobre o que foi mudado/ alterado...??

JA