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As obras de reparação e consolidação numa extensão de 400 metros do caneiro de Alcântara, entre a ETAR (Estação de Tratamento de Águas Residuais) de Alcântara e a Calçada do Baltasar junto ao bairro da Bela Flor em Campolide (Lisboa), que ontem o DN visitou, estarão concluídas em Agosto. "Ganha-se em segurança e eficácia de funcionamento", consideram os responsáveis da obra.
A empreitada que "deixará esta parte do caneiro, de boa saúde para aguentar mais 63 anos"(tantos quantos tem a estrutura original), é da responsabilidade da Simtejo, empresa de capitais públicos participada pelas Águas de Portugal e municípios da Amadora, Lisboa, Loures , Mafra, Odivelas e Vila Franca de Xira.
Em Agosto de 2005, começaram os trabalhos neste troço considerado como o mais crítico do gigantesco colector unitário de águas pluviais e residuais. Foi no final dos anos 90 que se registaram alguns episódios de assentamentos no pavimento rodoviário, nomeadamente no acesso da Avenida Gulbenkian à Praça de Espanha. Sinal de que algo estava mal.
Em 2002, já com Carmona Rodrigues como vice-presidente da Câmara de Lisboa e responsável pelo pelouro das Infra-estruturas e Saneamento no município da capital, é solicitada a intervenção da Simtejo.
Esta empresa, recorde-se, tem desde 2001, um contrato de concessão com o Estado cujas contrapartidas para a Câmara de Lisboa representam a execução de obras no caneiro, a montante da ETAR de Alcântara, até nove milhões de euros. Após os procedimentos legais, a intervenção nestes 400 metros mais críticos, orçamentada em 2,2 milhões de euros, começou finalmente em Agosto de 2005.
Buracos de dois metros de profundidade na soleira (chão) do caneiro e inúmeras fissuras na abóbada (tecto) desta estrutura foram algumas das patologias detectadas na infra-estrutura de provecta idade mas que em termos de estabilidade, "tem resistido e muito bem", conforme sublinha Adriano Tourais, da administração da Simtejo.
Electrodomésticos, jantes de automóveis, colchões e animais mortos, de tudo um pouco se encontrou durante os trabalhos. Objectos que provocam estrangulamentos e obstruções no colector . "O caneiro não é um mero esgoto, é uma ribeira canalizada para onde drena uma rede de 250 quilómetros de colectores que tem inúmeras caixas de visita."
A obra de conservação do caneiro implicou a construção de dois poços de acesso (um com 32 metros de profundidade e outro com 20) , a construção de uma ensecadeira a montante do troço a intervir para desvio do caudal, desassoreamento, reconstrução da soleira e reparação de fissuras na abóbada.
30/06/2007
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