04/12/2010

Tesouros do Museu do Azulejo estão mais acessíveis

In Público (4/12/2010)

«Tocar numa réplica de um azulejo com a representação da esfera armilar gasta pelo tempo é apenas uma das possibilidades colocadas desde ontem aos visitantes do Museu Nacional do Azulejo, em Lisboa. A iniciativa, promovida por ocasião do Dia Internacional das Pessoas com Deficiência, deverá ser alargada a outros monumentos nacionais.

O projecto Tesouros do Museu Nacional do Azulejo ao Alcance de Todos, desenvolvido em parceria com a Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal e a Federação Portuguesa das Associações de Surdos, tem como objectivo melhorar as condições de acesso ao espaço museológico e à informação relativa ao acervo. A instalação de rampas e corrimões, a montagem de guias visuais e com textos em braille, apoiados por guias áudio, tornam agora o museu acessível a pessoas com deficiência motora, visual ou auditiva.

O projecto interveio na exposição permanente do museu, de modo a tornar acessíveis as peças mais relevantes da colecção - nomeadamente através de diversas réplicas - e os espaços mais interessantes do edifício, o antigo Convento da Madre de Deus, ao maior número possível de visitantes. Os guias áudio e de vídeo permitirão uma experiência mais completa aos visitantes surdos ou cegos. O áudio-guia funciona aproximando o aparelho de um sensor montado junto às peças. Para além da descrição das obras, o guia complementa o texto com sons e músicas adequadas à peça em questão. O guia em vídeo completa a informação de cada peça com linguagem gestual ou texto. O aparelho tem ainda um mapa do museu e uma listagem dos objectos expostos.

Na apresentação do projecto, de costas para um painel de azulejos que mostra a Lisboa anterior ao terramoto de 1755, as intervenções foram no mesmo sentido: é preciso fazer com que este seja apenas o ponto de partida, e que, no futuro, mais museus portugueses estejam acessíveis a todos. A directora do Museu Nacional do Azulejo, Maria Antónia Pinto de Matos, destacou que o projecto foi acompanhado por deficientes visuais ou auditivos, para ter a certeza de que "o trabalho serve directamente o público". O secretário de Estado da Cultura, Elísio Summavielle, disse que "o património mais importante são as pessoas" e que é fundamental "desenvolver projectos semelhantes em mais zonas". Vítor Bruno Pereira»

1 comentário:

João Garcia disse...

Falo por experiência própria:
O Museu do Azuleijo já era um dos museus, senão mesmo o museu mais acessível de Lisboa, mas é bom ver que continuam a fazer esforços para o tornar verdadeiramente acessível a todos...

Estão de parabéns