05/07/2012

Largo do Intendente tão diferente quanto árido faz festa para chamar os fregueses.



Estou precisamente às 7.57 da manhã em Londres Nevern Square a escrever este comentário. Nevern Square é uma praça comum como muitas em Londres. Comparem a aridez do novo Largo do Intendente, depois da destruição, exterminio e morte dos magnificos Plátanos com este jardim central de uma comum Praça Residencial Londrina. Meditem também sobre o empobrecimento vegetal da Praça do Princípe Real ou mesmo de S. Pedro de Alcântara ... Não se trata só de diferentes características de clima ... mas precisamente de uma necessidade imperativa pessoal e política de, em cada intervenção, deixar assinatura e obra ... num espírito redutor e afirmativo à custa da frondosidade e da sombra tão escassa e necessária em Lisboa. António Sérgio Rosa de Carvalho



Largo do Intendente tão diferente quanto árido faz festa para chamar os fregueses.

 Por Carlos Filipe in Público.
Programa de dinamização para o recuperado largo de Lisboa começa amanhã e percorre todos os fins-de-semana de Julho.

Uma ópera, e ainda por cima La Bohème, de Pucinni, que retrata a vida de intelectuais proletários em ambiente boémio. Pois sim, vai à cena em Lisboa, na rua, interpretada pela Companhia de Ópera do Castelo, no renovado Largo do Intendente, sexta-feira, dia 20, a partir das 22h. O acesso é gratuito.

"Intendente - Renasce um Largo para a Cidade" será um programa de dinamização do local, com animação durante todos os fins-de-semana deste mês, que tentará atrair gente para o renovado largo, cuja reabilitação do espaço público há pouco ficou concluída.

O primeiro acto para aquela mudança começou com a instalação de um gabinete de trabalho do presidente da câmara, António Costa, em Abril de 2011, naquele local. A medida foi justificada com a necessidade de destacar a importância da requalificação da zona, e para tal foram feitas obras em parte da antiga fábrica de cerâmica Viúva Lamego, imóvel de interesse público, alugado para o efeito.

Como acto futuro, também já foi anunciado que aquele largo acolherá a nova sede do Alto Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultural. Mas enquanto tal não acontece, com as obras de requalificação terminadas, pretende-se que os habitantes da zona, e das redondezas, se aproximem do local, muito diferente no que se refere ao espaço público utilizável, mas também muito árido, onde rareiam as sombras e a água que brota da taça de pedra - como já não acontecia desde os anos 40 do século passado - dificilmente refresca quem por ali passe. Os grandes plátanos que lá existiam foram arrancados e substituídos por outros da mesma espécie, mas ainda muito jovens e despidos de folhagem.

De Boss AC a Camané

Enquanto não há esplanadas ou comércio que abra porta para a novidade urbana, mas se aguarda por mais frutos da actividade do Largo Residências, que dinamizará um laboratório de criação artística e um hostel para o local, avança já amanhã à noite (22h) o primeiro dos muitos espectáculos para cativar os fregueses da Mouraria e, desconfia-se, de redondezas muito alargadas, tal é o cartaz do programa, que o próprio presidente da câmara se encarregará hoje de anunciar.

Para começar, o rapper Boss AC vai atrair as primeiras atenções. No noite de sábado, o coro sinfónico Lisboa Cantat, com o maestro António Victorino d"Almeida. A programação dos domingos é bem mais vocacionada para as famílias, e começa logo cedo, pela manhã, com performances no Largo Residências, e um mercado de troca de livros, CD e DVD, actividades em bicicleta e actuação de dançarinos.

Há muita variedades para as noites musicais. Tanta quanto o podem proporcionar os DJ de música indiana, os Xutos e Pontapés (dia 14), Ricardo Ribeiro e Pedro Jóia (dia 21) e o fadista Camané (dia 28).

Troca-te! Para miúdos (é mesmo um mercado de troca de artigos e de vestuário para crianças e Troca-te! Dos pés à cabeça (outro mercado de troca de roupa e acessórios, mas para adultos), ocorrerão nas tardes de domingo, ficando a de dia 29 a cargo da Banda Sinfónica da PSP, para encerramento do programa.

O teatro estará representado pela companhia O Bando, actualmente sediada em Palmela, que levará à cena (de rua) Ainda não É o Fim, sendo que todos os dias, em exibição permanente, no Largo Residências, estará a exposição Intendente(s), da autoria da francesa Hélène Veiga Gomes.

4 comentários:

Xico205 disse...

Vão gastar dinheiro a dar concertos pa xungaria.

Dentro dum ano tá o sr F Jorge cheio de fotos do degradado e porco e mal frequentado Largo do Intendente.

Ah não, ele tem medo de ir a esse local.

R Dias disse...

Concordo e subscrevo o comentário de ASRC.

Tenho efectivamente alguma dificuldade em compreender algumas opções de desenho de espaço público que parecem rejeitar liminarmente a existência de vegetação, em particular de árvores. Mais gravosa ainda quando o desenho parece fazer tábua rasa sobre as plantas que já existissem. Será por receio que não se veja a obra feita!?!

Anónimo disse...

Agora falta grafitar aquilo tudo com o apoio da JF e da CML. Mas não nos preocupemos, não vai tardar nada.

Anónimo disse...

Que vergonha esta intervenção no intendente (e podia apontar muitas mais na mouraria), deve ter servido para algum amigo se abotoar com milhões gastos naquela pedra. Aridez absoluta e mandaram 2 árvores abaixo que já eram bem antigas, mas vai tudo abaixo deixem passar a maquilhagem de mau gosto que nunca conseguirá disfarçar os graves problemas daquela zona