04/07/2012

Na Baixa, as esplanadas caóticas estão de volta!


Exmo. Senhor Presidente da CML
Dr. António Costa

Exmo. Sr. Vereador do Espaço Público
Dr. José Sá Fernandes


Mais de um ano passado sobre a aprovação pela CML de vária regulamentação sobre as esplanadas da Baixa; iniciativa que imediatamente aplaudimos e que foi, aliás, motivo de ampla cobertura mediática (rapidamente se exibiram imagens da Polícia Municipal a retirar mobiliário ilegal, a CML proibindo painéis publicitários de dimensões exageradas que obstruiam a circulação dos peões, etc.), somos a enviar o nosso protesto pela regressão entretanto havida.

Com efeito, voltámos à estaca zero. Juntamos exemplos da Rua das Portas de Santo Antão e da Rua dos Correeiros, exemplos máximos dessa regressão.

É lamentável que Lisboa continue a ter, provavelmente, as esplanadas mais feias de qualquer outra capital europeia. Até quando?

Com os melhores cumprimentos

Bernardo Ferreira de Carvalho, Luís Marques da Silva, António Branco Almeida, Virgílio Marques, Júlio Amorim e Fernando Jorge

5 comentários:

Carlos Medina Ribeiro disse...

Nas esquinas da Av. de Roma com a Amador Arrais e a Óscar Monteiro Torres, dois talhos da cadeia "Boutique da Carne" costumam colocar grande painéis de lousa com as promoções do dia - nem sequer à porta dos estabelecimentos, mas a uns 20m de distância.
Em tempos, 2 agentes da PM mandaram tirar um deles, o que foi feito num ápice.
Meia hora depois (ou menos!) já lá estava outra vez...

Anónimo disse...

Mas afinal o Zé que fazia falta não veio com um regulamento que metia isso tudo na ordem e até se preocupava com uma série de pormenores absolutamente ridículos?

É só procurar e chega-se, por exemplo, a uma notícia publicada no DN de 20 de Agosto de 2010, vai fazer 2 anos, DOIS!!!

«Grande parte das esplanadas da Baixa lisboeta infringe a lei, colocando o triplo do número de mesas autorizado pela Câmara de Lisboa. Quem cumpre as normas queixa-se de concorrência desleal, pois os infractores só pagam à autarquia a taxa anual de um terço do espaço que ocupam. Os peões sentem-se incomodados sem espaço no passeio para andar, enquanto o autarca da freguesia de S. Nicolau alerta que as viaturas dos bombeiros não podem passar e a segurança da Baixa fica em risco. O vereador José Sá Fernandes garante ao DN que "um novo regulamento vai fazer isto entrar tudo nos eixos, já em 2011".»

Anónimo disse...

E, procurando um pouco mais, chega-se aos tais pormenores idiotamente coca-bichinhos:

«as esplanadas devem ter toalhas de mesa "de cor única", chapéus de sol "em lona na cor branco-cru", menus que "não ultrapassem o formato A4" e porta-guardanapos "em aço inox"»

Carlos Medina Ribeiro disse...

Meu caro,

A 1ª prioridade de um autarca em é ser reeleito. A 2ª e 3ª prioridades são uma réplica da 1ª.

Depois, lá para o fim, e se não tiver mais nada que fazer nem com que se preocupar, então o autarca pensa que talvez esteja na altura de começar a preocupar-se com os problemas dos munícipes.
Só que, em geral, demora tanto tempo a pensar que vai pensar, que o mandato acaba e tem de pensar no próximo.

Por essa e por outras é que, em Lisboa, faço duas coisas, com que me dou muito bem:
1ª - Votar em branco, e apelar aos amigos e conhecidos que façam o mesmo.
2ª - Fugir da cidade sempre que possível. Felizmente, tenho "abrigos" em Sintra, em Lagos e numa aldeia da Beira Baixa.

Anónimo disse...

Se este não é o melhor Blogue, no sentido do despertar as consciências para os sentidos do património, da cultura, da cidadania, etc. é um dos melhores.
Como é possível a ocupação de passeios? Postes no meio do passeio. Licenciamentos de novas urbanizações por todo o País, com passeios de pouco mais de um metro. Passeios largos, deve perturbar os engenheiros, arquitectos, comerciantes, se calhar todos nós. Há comércio, por exemplo na restauração, que ocupa 50% do passeio de forma definitiva com janelas lacadas, um prolongamento do interior. Não será concorrência ilegítima a comerciantes, poucos, mas que ainda tem escrúpulos e civismo?
Portas Sto.Antão faz lembrar as lindas floreiras da Rua do Carmo, antes do incêndio do Chiado.
As esplanadas da Avenida, não deixam passar as pessoas, mas como vai haver obras na Liberdade talvez saia mais sensatez, no regulamento.
Ocupar excessivamente os passeios, com mesas, toldos e depois deixar as valetas cheias de beatas, é Portugal. Os comerciantes não devem limpar as beatas, a sua acumulação não se deve ao negócio que fazem. Ironia.
A crise não se combate com esta ganância dos comerciantes.
Em tempos idos, para promover o negócio ofereciam o tremoço ou o amendoim.
Hoje nem lhes passa pela cabeça em limpar várias vezes ao dia os papéis que os clientes atiram para o chão. Alguém disse um dia que uma casa de banho na restauração é um espelho do estabelecimento.
Sr. Presid. e Vereadores da Câmara não deviam tomar refeições naqueles estabelecimentos que ocupam os cerca de 50% dos passeios de forma definitiva. Que exemplo?
Agradecemos ao Blogue esta sensibilidade e que continue atento.
Por tudo isto, não se vêem invisuais a passear, carrinhos de bébés, ou cadeiras de deficientes.
Estamos atrasados muitos anos, mas os responsáveis julgam que governam de forma moderna.
Será que quando vão ao estrangeiro não vêem os bons exemplos?
O estrangeiro está também cheio de maus exemplos de ocupação da via pública.