25/09/2012

Franceses investem 10 milhões em recuperação de edifício da Av. Liberdade




O texto de promoção diz : "Preservado o charme da fachada original, todo o interior está a ser construído de raiz" ou seja mais um ... com  Salgado "signature"            

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Franceses investem 10 milhões em recuperação de edifício da Av. Liberdade
Por Agência Lusa, publicado em 25 Set 2012 in (jornal) i online

 Uma empresa francesa anunciou hoje que vai investir 10 milhões de euros na reabilitação de um edifício na Avenida da Liberdade, um investimento considerado único pela Câmara de Lisboa e que pretende atrair comércio de luxo à capital.
Com 1.800 metros quadrados, o edifício na Avenida da Liberdade que faz esquina com a Rua Alexandre Herculano, o novo Liberdade 240 (Étoile240), vai receber no verão de 2013 uma casa da joalharia francesa Cartier no piso térreo e vários escritórios de luxo, num investimento de 10 milhões, informou o administrador da promotora francesa responsável pelo projeto, a Largetoile.
Para o vice-presidente da Câmara de Lisboa, Manuel Salgado, esta é uma "oportunidade única" para afirmar Lisboa como um "destino de 'shopping' de qualidade", uma área de turismo que está a ser promovida pela autarquia.
O autarca explicou hoje que "turistas brasileiros, angolanos e chineses passam por Lisboa com destino ao resto da Europa, mas compram mais barato cá, mesmo nas grandes marcas, do que em Paris ou Londres ou noutras grandes capitais europeias".
No entanto, Manuel Salgado admitiu que, apesar da maior fixação de marcas de luxo na Avenida da Liberdade e do maior número de turistas, "há ainda que fazer uma grande qualificação do espaço público".
O também vereador do Planeamento e Política de Solos recordou a recuperação dos Champs Elysees, em Paris, onde foram retiradas as laterais ao trânsito automóvel e criado mais estacionamento para sublinhar que Lisboa também tem esse projeto.
Apesar de as obras de trânsito no Marquês de Pombal e na Avenida da Liberdade serem "provisórias" até ao final do ano, o autarca salientou que o Plano da Avenida da Liberdade prevê a construção de dois parques subterrâneos (na Rua Barata Salgueiro e junto à estátua dos Combatentes da Primeira Guerra), criando uma oferta de 500 lugares de estacionamento na avenida.
O autarca enumerou ainda um "arranjo de superfície", alargando os passeios e "tornando-os mais confortáveis" com uma mudança do pavimento, e a alteração do mobiliário urbano.
A "ambição" da autarquia, sublinhou o Manuel Salgado, é transformar a avenida num "verdadeiro passeio público".
O administrador da Largetoile admitiu que existem mais dois projetos para outras marcas e apartamentos de luxo para a Avenida da Liberdade, salientando que a promotora "continua a acreditar" no potencial da Avenida da Liberdade e de Lisboa.
"Investir em Lisboa continua a ser favorável e interessante, apesar da crise. Portugal não vai sair do euro, é um bom aluno da 'troika' e nunca entrará num cenário de catástrofe. Além disso há pouca concorrência, poucos investidores internacionais e os grandes promotores portugueses estão com dificuldades", disse Geoffroy Moreno.
Outro dos fatores favoráveis para o investimento em Lisboa para esta empresa teve a ver com o cumprimento dos prazos necessários para a atribuição de licenciamentos de obras no edifício do século XIX por parte da autarquia e do IGESPAR (Instituto de Gestão do Património Arquitetónico e Arqueológico).
Manuel Salgado defendeu ainda que o papel da Câmara de Lisboa "é definir regras muito claras, licenciar depressa e estabelecer diálogo com investidores para facilitar a vida dos investidores", além das medidas que facilitam a reabilitação urbana na cidade, como a fixação do Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA) a 6% e a isenção do Imposto Municipal sobre Imóveis por 10 anos.
O autarca acrescentou que, apesar de a crise estar a impedir o investimento na cidade, o investimento privado em reabilitação urbana "tem caído muito menos do que a construção nova", sendo que em 2011 cerca de 95% dos processos de licenciamento que entraram na Câmara de Lisboa têm a ver com reabilitação.
Apesar de as obras de reabilitação do prédio terem começado em outubro do ano passado, o promotor privado e a Câmara de Lisboa apresentaram hoje em conjunto o projeto Etóile240.

3 comentários:

Paulo Ferrero disse...

Atenção que o miolo deste edifício já quase não existia. Aliás, acho que ninguém lá conseguiu entrar nos últimos tempos. Tudo tinha ruído, claro quecom algumas ajudas ao longo da última década, mas issoé outra conversa. Se fosse um caso de interiores intactos, seria "outra loiça" ;-), aliás, coisa que se aplica aos 2 prédios imediatamente abaixo, na Avenida da Liberdade, com projecto/Info prévia da Arq. Ana Daciano Costa, creio, aprovado pela CML há coisa de 2 anos, isso sim passível de discussão uma vez que os prédios, sobretudo o 3º, estão impecs por dentro.

Anónimo disse...

Existem algumas passagens nesta notícia que acenderam algumas luzes vermelhas e soaram campaínhas de alarme. Renovar o mobiliário urbano sabemos todos que para o Vereador Salgado significa pseudo-design. Bancos de alumínio, luminárias periscópio "a la Praça do Comércio e Largo do Intendente" tem sido a receita destes nossos doutos autarcas. Espero o pior!

Anónimo disse...

««Outro dos fatores favoráveis para o investimento em Lisboa para esta empresa teve a ver com o cumprimento dos prazos necessários para a atribuição de licenciamentos de obras no edifício do século XIX por parte da autarquia e do IGESPAR (Instituto de Gestão do Património Arquitetónico e Arqueológico).»»

Pois claro que aqui é bom! É que em França o que se faz por aqui não é possível, muito menos com prédios da antiguidade e qualidade deste em causa. Esses estão criteriosamente conservados.
Há que ler nas entrelinhas.