06/02/2020
Monges e Meretrizes....
12/10/2018
Adaptação do Desterro a hotel com construções novas nas antigas olarias - pedido de esclarecimento ao PCML
Dr. Fernando Medina
C.C. AML, JF Arroios e VMS
Constatada a existência de um projecto de adaptação do antigo Hospital do Desterro a hotel, divulgado no site do arq. Samuel Torres de Carvalho (https://www.stc-arquitetura.com/project/148-Hotel-in-Desterro), afigura-se-nos como inexequível o projecto anunciado anteriormente pela CML e que dizia respeito à adaptação daquele imóvel a um projecto de índole cultural pela empresa Mainside (https://ocorvo.pt/novo-polo-cultural-no-antigo-hospital-do-desterro-talvez-so-mesmo-no-final-de-2018/)
Acrescentamos que já decorrem medições técnicas nos logradouros dos prédios limítrofes, designadamente naqueles com traseiras confinantes ao Pátio das Indústrias, o que nos faz antever que o novo projecto de hotel implicará a construção de um edifício novo ao longo do Pátio das Indústrias e de estacionamento subterrâneo, e, como tal, a destruição do que resta das antigas e históricas olarias (Olarias do Desterro) que ali existiram, e que a CML deveria ter classificado de interesse municipal oportunamente.
Nada nos move contra a adaptação do Desterro a hotel, desde que tal não implique a destruição da “velha Lisboa” e novas construções como a que agora se prevê ao longo do Beco das Indústrias, que nos parece forte e desnecessariamente intrusiva, apesar de nos parecer ser mais premente e oportuno, tendo em conta até o facto de o edifício ser do Estado, a garantia de uma componente de habitação a custos controlados.
Solicitamos a V. Exa. que confirme publicamente esta situação, ou seja, que confirme se o futuro do Desterro passa agora pela sua adaptação a hotel e pela construção de um novo corpo no Beco das Indústrias, em vez do “pólo cultural” anunciado, se o promotor se mantém e qual o regime de concessão que está agora previsto, uma vez que o Desterro é propriedade do Estado.
Melhores cumprimentos
Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho, Rui Martins, Virgílio Marques, Júlio Amorim, Jorge Pinto, Gonçalo Cornélio da Silva, Helena Espvall, António Araújo, Fernando Silva Grade, Fátima Castanheira, Irene Santos, Miguel de Sepúlveda Velloso
Fotos em anexo: Arquivo Municipal, blogs Lérias e Velharias, e Os Dias em Voam
27/06/2018
27/04/2018
Proposta de permuta para os promotores (agora Licor Beirão+Grupo Melià+Lúcios) do "mono do Rato" #1
(foto do Público)
23/08/2016
Afinal o Desterro continua abandonado e estropiado...
N.B. Mais fotos AQUI.
25/03/2015
Pólo criativo no antigo Hospital do Desterro só abre ao público em 2016
In O Corvo (25.3.2015)
Por Samuel Alemão
29/10/2014
Reabilitação do antigo Hospital do Desterro está parada e sem data para avançar
In Público/LUSA (28.10.2014)
Por MARISA SOARES
«Empresa responsável pelas obras aguarda respostas "fundamentais" da Estamo, mas garante que o projecto "continua em desenvolvimento". Previsão inicial apontava para a inauguração no final do ano passado.
As obras de reabilitação do antigo Hospital do Desterro, em Lisboa, para o transformar num espaço cultural, estão paradas e não há prazo previsto para a sua conclusão, disse à Lusa fonte da Mainside, um dos promotores do projecto.
A Câmara de Lisboa, a Estamo (empresa que gere património imobiliário do Estado) e a Mainside (empresa promotora da Lx Factory, em Alcântara) assinaram em Maio de 2013 um protocolo, "tendo em vista a reabilitação e reutilização do Hospital do Desterro", que passará a ser um "território experimental aberto ao mundo".
Em Novembro passado, fonte da Mainside disse à Lusa que as obras deveriam estar terminadas antes do Verão deste ano – em Maio tinha dito ao PÚBLICO que a inauguração do espaço poderia acontecer no final do ano. O edifício foi já alvo de limpezas e de algumas demolições, mas entretanto os trabalhos pararam. A empresa está agora a "aguardar respostas por parte da entidade proprietária do espaço, a Estamo, para dar continuidade aos trabalhos de obra". "Respostas [que são] fundamentais para o normal andamento do processo", acrescentou a empresa, em resposta escrita à Lusa.
"No que respeita a prazos, no momento não conseguimos dar uma indicação de datas concretas", informou. A empresa garantiu que o projecto "continua em desenvolvimento" e que, "apesar do compasso de espera dos trabalhos de obra, o conceito tem evoluído e está cada vez mais forte e coerente".
Em 2013, "foi realizado um conjunto de obras enquadradas numa primeira fase de trabalhos que visavam uma limpeza do espaço e algumas demolições de elementos que não faziam parte do edifício original do Mosteiro de Nossa Senhora do Desterro, nomeadamente acrescentos sem valor patrimonial resultantes das necessidades de uso hospitalar", acrescentou.
Em Maio do ano passado, o presidente da Mainside revelou que o investimento para a primeira fase era de um milhão de euros. "Depois avaliaremos a segunda fase", disse na altura José Carvalho, referindo, ainda, que a concessão daquele espaço é de dez anos e que poderá ser prolongada.
O Hospital do Desterro, antigo convento, foi uma unidade de referência nas áreas da urologia e dermatologia, até ser desactivado em 2006. O edifício foi vendido à Estamo por 9,24 milhões de euros. Através do protocolo assinado com aquela empresa e a Câmara de Lisboa, a Mainside propôs transformá-lo num “território experimental aberto ao mundo”, numa "grande escola, um campus de conhecimento", virado para os lisboetas e para quem visita a capital.
Tal como o PÚBLICO noticiou em Maio de 2013, será possível “habitar e trabalhar numa cela (no sentido figurado, já que as antigas celas do convento deram lugar a quartos de hospital)”. Os visitantes poderão também cultivar uma horta urbana, frequentar um clube de discussão, almoçar num refeitório comunitário ou assistir a aulas ou workshops, “entre muitas outras experiências desenvolvidas por várias empresas e organizações”, segundo uma nota da autarquia.»
22/01/2014
Hotel inovador e centro produtivo reactivam Hospital do Desterro
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14/01/2014
11/12/2013
No debate sobre o futuro da Colina de Santana foram muitas as vozes contra o fecho anunciado dos hospitais
Por INÊS BOAVENTURA
26/11/2013
Antigo hospital do Desterro reabre com habitações temporárias, hortas e espaços criativos
In Sol Online (25.11.2013)
28/05/2013
Vai ser possível cultivar hortas ou trabalhar num quarto do antigo Hospital do Desterro

«Edifício actualmente desactivado vai acolher um espaço cultural, gerido pela empresa promotora da LX Factory, em Alcântara» Por Marisa Soares em Jornal Público (27.5.2013) Disponível em http://www.publico.pt/local/noticia/vai-dar-para-cultivar-uma-horta-ou-trabalhar-numa-cela-do-antigo-hospital-do-desterro-1595623.
09/03/2010
Hospital do Desterro perde comprador
por DIANA MENDES
«Imóvel deve voltar novamente ao mercado, porque o proprietário não pagou os valores acordados
O edifício do Hospital do Desterro, em Lisboa, encontrou finalmente comprador no final de 2008, mais de ano e meio depois de alienado. No entanto, aquele que foi o único concorrente acabou por perder o imóvel, porque não cumpriu o pagamento devido. O imóvel deverá agora ser novamente colocado à venda.
Fonte oficial da Parpública, afirma que, "na última venda efectuada pela Estamo, em Dezembro de 2008, apenas um concorrente apresentou proposta de preço idêntico ao valor base", neste caso 9,5 milhões de euros. Por isso, o imóvel foi finalmente adjudicado e "celebrado o respectivo contrato promessa de compra e venda".
Adicionalmente, o comprador propôs dedicar 20% da área do imóvel para "construir uma unidade de saúde, eventualmente na área dos cuidados continuados", refere a mesma fonte. Este era, aliás, um dos critérios de atribuição do imóvel neste concurso, à semelhança de uma oferta não inferior ao preço-base.
Depois de um largo período sem ofertas pelo imóvel, a Estamo terá agora de o colocar novamente à venda, porque "o comprador não cumpriu as condições contratuais acordadas. A Estamo avançou unilateralmente com a resolução do referido contrato promessa de compra e venda, tendo ficado com o sinal entretanto". Entre outras condições, "o comprador não cumpriu os reforços de sinal que tinham sido definidos no âmbito do contrato", ressalta a mesma fonte.
Apesar deste imprevisto, ainda não foi avançada uma nova data para a venda pública do imóvel, geralmente anunciada na imprensa. Esta será a terceira venda pública a realizar pela Estamo, empresa subsidiária da Parpública.
Em Dezembro de 2008, a empresa colocou o imóvel à venda pela segunda vez, alterando as condições estabelecidas seis meses antes. No Verão de 2008, a Estamo teve de reduzir em 1,2 milhões de euros o preço do edifício - que antes fora avaliado em 10,75 milhões - perante a ausência de ofertas. Nessa altura, previa-se ainda que os 8400 metros quadrados de área fossem totalmente utilizados para os cuidados continuados, umas das razões prováveis para que o concurso ficasse deserto.
O Ministério da Saúde ainda contactou a União das Misericórdias para avaliar o seu interesse na aquisição do imóvel, que encerrou há cerca de três anos. O presidente, Manuel Lemos, disse em 2008 ao DN que o preço do imóvel e o valor das obras necessárias (cerca de dez milhões) não tornavam a compra apelativa.»
04/08/2008
Lisboa à venda - Hospital do Desterro



Durante mais de século e meio, e à custa da confiscação de bens da Igreja e, mais tarde, da Coroa, o Estado português pôde instalar e manter os seus equipamentos e serviços onde bem entendeu, transformando conventos e palácios com generosíssimas áreas em quartéis, escolas, hospitais, armazéns ou centros de representação institucional, assim suavizando a sua habitual penúria e arruinando muitos deles no processo.
Na hora de vender, porém, não há grandes manifestações de gratidão: na brochura disponibilizada online pela Estamo, S.A., relativa à venda do hospital, antigo Convento de Nossa Senhora do Desterro, e mesmo descontando a densidade de gralhas, erros de pontuação e mau uso da língua portuguesa que a acompanham, ficamos a saber tratar-se de "um edifício hospitalar que data a sua construção do século XIX e que se encontra actualmente em fase de encerramento".
Diz ainda a descrição do imóvel que "todos os pisos necessitam de obras de conservação e de adaptação para novos fins e salienta-se a existência de alguns elementos arquitectónicos interessantes como a existência de colunas totalmente em pedra maciça, arcos embelezadores e abobodailhas [sic]. O edifício possui ainda uma área de sótão (…) e dois elevadores de serviço e um logradouro utilizado como estacionamento que nele construída uma estrutura em betão armado que permite o acesso pelo exterior entre os pisos 3 e 5 [sic]".
O critério de adjudicação, esse, será "o melhor preço ajustado às condições de pagamento", bem como a "finalidade a dar ao imóvel", que, "neste caso, será de uso de cuidados continuados integrados num conjunto de intervenções sequenciais de saúde e/ou de apoio social".
A trajectória do Convento de Nossa Senhora do Desterro começou em finais do século XVI, por impulso da Ordem de Cister e risco de Filippo Terzi, mas o Estado português, através da entidade que o representa nesta venda, considera esse passado – e o que restou dele em termos materiais e imateriais - de somenos importância, a avaliar pelo facto de não lhes dedicar uma palavra. Aguardemos para ver até onde irá a sua memória histórica quando S. José - a cereja no topo do bolo - for levado à praça.
Créditos imagem: Panorâmica, a partir da Rua das Olarias, da Avenida Almirante Reis e da Rua Nova do Desterro, em fotografia de Eduardo Portugal, 1944 (Arquivo Municipal de Lisboa/Arquivo Fotográfico); Hospital do Desterro (Inventário do Património Arquitectónico da extinta DGEMN)