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20/11/2015

Obras Cais do Sodre - Ribeira das Naus - Largo Corpo Santo


«Bom Dia,

Anexo ​a suposta ​calendarização sobre as obras que agora se iniciam​,​ e que apenas por mero acaso​​ chegou ao meu conhecimento​, via funcionários das Agências Europeias, que têm acesso a informação crucial para todos, Mas que só chega a alguns, continuamos a ter decisores que nos querem ignorantes? Mesmo quando falamos de comerciantes e residentes locais,? agentes fundamentais nestes processos, pelos condicionamentos, impactos, transtornos que estas obras estruturantes possam causar, no dia-a-dia de mais de 12 a 18 meses nos eleitores das Juntas de Freguesia de Santa Maria Maior e da Misericórdia? e claro... da Camara Municipal de Lisboa?

Por norma a CML exceptua esta prática corrente de nos ignorar sistematicamente nos momentos de liquidar o IMI, a Taxa de Protecção Civil, e todos os outros impostos, taxas e taxinhas cobrados regularmente das mais diversas formas. Quando for a altura de votar... talvez os os eleitores ignorem também estes decisores...e escolham outros.

Embora ​seja​ b​em intencionada...​ para ver as obras terminadas no início de 2017... ​N​o final de 2017 é bem provável que ainda aqui andemos... ;-) Por certo com eleições la para final do Verao de 2017... vai ser bom​ poder cortar umas fitas.​ Para ajudar a perceber este calendário talvez ajude o documento em PDF que envio neste link... https://www.dropbox.com/s/x7n680i48rkmp0m/0_0_CSodre-CSanto_Anexo-ProjectoBase_final.pdf?dl=0. Tem algumas plantas, fotomontagens e desenhos 3D que ajudam a perceber o look final​... em 2014, nao sei que possa entretanto ter mudado​, e em que ponto as coisas possam estar. Com sorte ainda plantam 3 árvores tipo jacarandá no Largo do Corpo Santo que será todo um largo pedonalizado! não cortam as 3 árvores grandes frente ao Restaurante Solar do Kadete e ainda alargam o​s​ passeio​s na Av Ribeira das Naus/ Cais do Sodre. No cais do Sodré as mudanças vao ser grandes, espero que haja espaço ​para tantos transportes publicos e poluidores em particular autocarros e taxis, conviverem de forma pacifica e saudável com os seres humanos... seja a pé e de bicicleta ou mesmo quando sentados dentro dos veículos de 4 rodas... a poluição do ar não fica na rua... o ruído torna-se insuportável.

​S​orte mesmo... era pedonalizarem tudo entre o Cais do Sodre e a Casa dos Bicos!

Há-de chegar esse dia.

​Saúde​,

Jorge Lopes»

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22/04/2013

Ainda sobre árvores



Um Oásis, Rua da Alfandega, 22 de Abril:


Um Deserto, Praça do Comércio, 22 de Abril:



Uma Barbárie, Ribeira das Naus, 22 de Abril:


O que é preciso fazer para a CML mudar de rumo? Que alternativas teremos em Outubro?

28/03/2013

CDS diz que Costa tem “síndroma de corta-fitas”


In Público (28.3.2013)
Ribeira das Naus
Por Inês Boaventura


A vontade de inaugurar é tão grande que já faz a inauguração de buracos”, diz António Carlos Monteiro a António Costa

Os buracos da recém-inaugurada Avenida da Ribeira das Naus deram que falar na reunião da Câmara de Lisboa de ontem. As explicações do vereador Manuel Salgado, que atribuiu o problema à chuva e garantiu que a reparação ia começar de imediato, não convenceram o vereador do CDS, que acusou António Costa de sofrer de duas “patologias habituais nos autarcas”: o gosto pelas rotundas e a “síndroma de corta-fitas”.

“A vontade de inaugurar é tão grande que já faz a inauguração de buracos”, ironizou António Carlos Monteiro, criticando o “triste estado” daquela artéria, aberta ao trânsito no sábado. “O piso abateu e os buracos estão a aparecer”, constatou o vereador do CDS, que exibiu uma série de fotografi as que demonstram isso mesmo.

Antes dele também Victor Gonçalves (PSD) mencionou os ditos buracos e alertou para “uma situação de grande perigosidade”, que instou Manuel Salgado a resolver “rapidamente” e que é o facto de entre a Ribeira das Naus e o Terreiro do Paço haver “uma zona muito estreita em que os peões praticamente têm de andar onde circulam os automóveis”.

Manuel Salgado afirmou que a chuva dos últimos dias fez com que “a camada de cinco centímetros” na qual assenta o pavimento ficasse “transformada numa papa”, “não obstante os ensaios” realizados antes da inauguração.

O vereador acrescentou que a reparação ia começar a ser feita ontem à noite, mas salvaguardou que a “reparação definitiva” só será feita “quando o pavimento estiver completamente seco”. Durante a manhã, à margem de uma visita ao teatro da Comuna, António Costa já tinha dito que “o empreiteiro assumiu a responsabilidade e vai proceder à reparação”. A requalificação da Av. da Ribeira das Naus, cuja primeira fase foi agora inaugurada, deverá custar cerca de dez milhões de euros, dos quais 6,5 milhões provenientes de fundos comunitários. O início dos trabalhos da segunda fase foi anunciado para a passada segunda-feira.

21/02/2013

Que bela cidade....





(aqueles dois do lado direito é que estão a mais)


fotos: SETH

A cidade aberta ao Rio é uma beleza....

09/02/2012

O estacionamento automóvel e as Agências Europeias, mais uma alteração ao proj. da Ribeira das Naus


A foto mostra mais um parque de estacionamento para automóveis privativo das Agências Europeias, situado no espaço contíguo àquelas, na Av. Ribeira das Naus e mesmo em frente do espaço que foi agora destinado pela CML para a construção de um silo automóvel, obra aberrante em boa hora contrariada pelos lisboetas.

Dizemos mais um parque de estacionamento porquanto, quando da edificação das referidas Agências foi construído um parque de estacionamento também privativo, subterrâneo, com capacidade para 218 carros.

Espanta-nos agora saber que parte dos lugares do novo silo serão para funcionários das Agências Europeias e que tal resulta do acordo firmado com a CML para a instalação daquelas agências. Será verdade ?

Terminamos perguntando se as Agências Europeias terão necessidade de tantos lugares. A nós parecem-nos lugares a mais e uma falta de respeito para com os lisboetas.



Pinto Soares

09/01/2012

CML assina amanhã consignação da empreitada “Avanço de Margem e Nova Ribeira das Naus”


TEXTO ACTUALIZADO

Projecto da Ribeira das Naus passa a incluir silo de três andares na zona ribeirinha
In Público (10/1/2012)

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Então, mas já chegámos a isto? Não bastavam os projectos de urbanismo que são aprovados em reuniões de CML enquanto A e que durante a execução da obra viram B, por despacho; agora também são os projectos de espaço público, é? Lindo. Já se deram conta da asneira, do impacto visual? Já há algum negócio em perspectiva para alguém, é isso?...

...


In Site CML

«Realiza-se na próxima terça-feira, dia 10 de Janeiro, às 10.30, nas Instalações Centrais da Marinha (Casa da Balança), com entrada pela Avenida Ribeira das Naus a cerimónia de assinatura do auto de consignação da empreitada relativa à obra de Requalificação do Espaço Público e Infra-estruturas “Avanço de Margem e Nova Ribeira das Naus" [...]

Esta assinatura entre a Câmara Municipal de Lisboa e o empreiteiro da obra, a empresa SETH, Sociedade de Empreitadas e Trabalhos Hidráulicos, realiza-se após a transmissão das responsabilidades do desenvolvimento de projectos e obras de requalificação da frente ribeirinha de Lisboa da Sociedade Frente Tejo para o Município de Lisboa.

O projecto da intervenção é da autoria do Consórcio PROAP/GLOBAL em colaboração com a Proman e prevê a criação de um espaço público de contacto com o Tejo em toda a sua extensão, bem como a revelação dos elementos fundamentais do Antigo Arsenal da Ribeira das Naus. A obra decorrerá durante o ano 2012.»

...

Só duas perguntas, ainda:

1. As celebérrimas rampas já desapareceram do projecto ou é apenas a maquete que as dá como invisíveis?
2. Os plátanos gigantes que ainda se encontram no troço junto aos prédios que dão para o Corpo Santo (carvoeiro, antigo pub, etc.), vão ser deitados abaixo, com a tal desculpa que os autocarros não conseguem fazer a curva?

14/06/2011

Quer fazer praia na Baixa de Lisboa? Vai ter de esperar só mais um ano

In I Online (14/6/2011)


«Dentro de dois meses avançam as obras para requalificar a Av. Ribeira das Naus, que vai ter jardins e uma praia fluvial


Dentro de dois meses, a zona da Praça do Comércio, em Lisboa, vai estar outra vez de pantanas. Até ao fim do Verão começam os trabalhos para requalificar a área envolvente da Avenida Ribeira das Naus. Primeiro vieram as obras da estação de metro do Terreiro do Paço, depois chegaram os esgotos e agora será a vez de uma praia fluvial e jardins ocuparem a frente ribeirinha do Tejo.

São 10 milhões de euros suportados pela Sociedade Frente Tejo (capitais públicos), fundos europeus (3,5 milhões) e ainda pela câmara municipal para construir em terra e ainda conquistar 18 metros de terrenos ao rio.

Ter uma praia na Baixa de Lisboa e ainda passear por quatro hectares de espaços verdes colados ao rio não vai acontecer para já. Segundo explicou ao i fonte da autarquia, concluir a requalificação da Ribeira das Naus demorará "pelo menos um ano", podendo até estender-se por "mais algum tempo dado a complexidade da obra". Demorando mais ou menos tempo, espera-se que a zona ribeirinha seja devolvida aos lisboetas e turistas até à época balnear de 2012. Só que antes disso, será preciso eliminar um grande obstáculo - o trânsito. Para isso, a Avenida Ribeira das Naus terá de ser desviada através de uma estrada paralela ao rio e à praia fluvial, suportada por estacas metálicas enterradas a mais de 30 metros de profundidade.

Dois pontões, colocados nas extremidades da plataforma, vão suportar a rampa rodoviária, que vai entrar pelo rio adentro. Será portanto um viaduto destinados aos peões, bicicletas e automóveis com cerca de 200 metros, rodeado de água pelos dois lados. Estacas cravadas até à rocha e uma grande laje que vai roubar 18 metros de terrenos às águas do Tejo, vão dar estabilidade à praia fluvial. As áreas pedonais e de lazer vão estar alternadas entre zonas relvadas, calçada branca e ainda espaços cobertos de basalto.

Outros planos. A reabilitação da Ribeira da Naus é só um dos três projectos planeados para as zonas que, em Junho de 2010, deixaram de estar sob a alçada da Administração do Porto de Lisboa (APL) e passaram para a gestão da Câmara de Lisboa. Na área da Junqueira/Belém, por exemplo, já começou a ser construído o edifício onde ficará o Museu Nacional dos Coches; e para o Poço do Bispo/Matinha está planeado um espaço verde de uso público, ligado ao novo parque urbano do Oriente.

Das seis áreas sem uso portuário que passaram para a autarquia, há três zonas com projectos ainda em fase de estudo. Na área envolvente à Torre de Belém, a câmara quer reconverter o espaço verde para actividades de lazer. O espaço envolvente ao Espelho de Água, junto ao Museu de Arte Popular, será igualmente requalificado.

A autarquia pretende ainda repensar a função da Praça do Cais do Sodré com o objectivo de articular o rio e a parte alta da cidade. Estas são as áreas administradas pela câmara de Lisboa, mas o acordo com a APL prevê ainda uma gestão partilhada de outros três espaços.

A Doca de Pedrouços é um deles e vai receber em 2012 a Volvo Ocean Race, a mais importante regata com escala mundial. Neste local deverá manter--se o "Edifício da Lota", que será reconvertido. A requalificação inclui ainda o desmantelamento dos viadutos metálicos entre a Avenida de Brasília e a Avenida da Índia, que serão substituídos por "micro túneis".

Na área envolvente ao Cais de Santos está prevista a demolição de alguns edifícios industriais sem interesse arquitectónico. Esta zona terá ligação, através de passagens pedonais, com as áreas dos Planos da Boavista Nascente e Poente, onde a EDP vai ter a sua nova sede e está projectada uma urbanização de Carrilho da Graça, arquitecto que vai também a redesenhar a área para onde estiveram previstas as Torres de Norman Foster.

A última área de gestão conjunta - o Parque Oriente - conta com três grandes operações urbanísticas: os Jardins Braço de Prata (Renzo Piano), o Loteamento da EDP (antiga Tabaqueira) e o Plano de Pormenor da Matinha, que prevê a reconversão dos antigos gasómetros.

Com Lusa »

...

Aquilo está um tal desespero que toda e qualquer obra é bem-vinda, aquilo já não se suporta. Mas vou ter imensa pena dos plátanos da Marinha, e das rampas tontas que insistem em manter no projecto. Volto ao princípio, aquilo como está é um caos, uma vergonha e um nojo.

Isto no que toca à Ribeira das Naus. Porque no que toca aos outros projectos, a ver vamos.

26/05/2010

Ribeira das Naus. É tudo muito bonito mas ...









Fotos


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É, de facto, tudo muito bonito e a ideia, a aposta da CML em requalificar a Ribeira das Naus é de facto acertada, oportuna e válida no que tem por objectivo final: devolver espaço público junto ao rio ao peão.

No entanto, este projecto tem, a meu ver 4 problemas maiores, e só três deles são resolúveis, uma vez que o outro, o parque de estacionamento suterrâneo reivindicado pela APL e a transitar futuramente para a EMEL está em avançado estado de ... construção.

Os outros três problemas são:

1. O avanço exagerado da rampa (praia) para o rio, "comendo" água na maré vazia, o que provoca o esmagamento cénico do Terreiro do Paço, para quem vê a costa desde o sistema de vistas. Ou seja, o Terreiro do Paço que devia ser o conjunto arquitectónico a ser realçado para todo o sempre, será assim ofuscado por uma excessiva escala da intervenção em apreço.

2. Os tais prismas de que o arquitecto responsável fala não se percebe o que fazem ali, são aparentemente desproporcionados (5-6 metros de altura?) e se têm como objectivo permitir às pessoas fazerem deles espreguiçadeiras viradas para o Sol, como se aquela zona fosse o relvado ondulante do Parque das Nações, é a meu ver uma opção erradíssima para ali. (vide bonecos feitos por nós).

Oxalá, no entanto, as rampas/primas não estejam ali por força da construção do parque de estacionamento, porque aparentemente por debaixo delas existirão acessos pedonais ao estacionamento, w.c., etc., etc.





4. O redesenho do esquema de circulação automóvel, com 2+3 faixas de rodagem, vai implicar o abate, sem apelo nem agravo, destes 3 plátanos de grande porte, na esquina com o Corpo Santo. Não haverá outra forma de o fazer? Melhor dito, para quê tanta faixa de rodagem?


Câmara cede estacionamento à Marinha em nome da requalificação da Ribeira das Naus


In Público (26/5/2010)
Por Inês Boaventura

«Projecto sofreu alguns "ajustes" devido às negociações com a Marinha e a outras obras para a mesma zona, como um parque subterrâneo

O projecto de requalificação do espaço público da Ribeira das Naus, ao qual a Câmara de Lisboa deverá dar hoje parecer favorável, já tem o acordo da Marinha. A esta instituição, cujas instalações ficarão delimitadas por um gradeamento por questões de segurança, será cedido o parque de estacionamento do Corpo Santo.

Segundo João Gomes da Silva, um dos autores do projecto encomendado pela sociedade Frente Tejo, o espaço afecto à Marinha ficará limitado por uma vedação metálica "semelhante à que existe", não opaca. A diferença é que a nova "roda sobre si própria", permitindo abrir todo o espaço, se assim se entender, por exemplo aos fins-de-semana ou a partir de um determinado horário.

Para a concretização deste projecto de requalificação, que inclui a criação de dois "prismas relvados" numa evocação das rampas varadouro outrora utilizadas pelas embarcações, a Marinha vai perder lugares de estacionamento. É por isso que a proposta que hoje vai ser discutida pela autarquia prevê a cedência ao Estado-Maior da Armada do Parque de Estacionamento do Corpo Santo, para o qual estava prevista uma zona relvada.

Questionado sobre este assunto, o porta-voz do gabinete do chefe do Estado-Maior da Armada disse: "Foi encontrado um entendimento que satisfaz todos os intervenientes no projecto, e que acreditamos será uma mais-valia para a cidade de Lisboa e para o país."

"Opções discutíveis"

João Gomes da Silva explica que, em relação ao estudo prévio aprovado tanto pela Câmara de Lisboa como pelo Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico (Igespar), em 2009, não são muitas as mudanças, havendo apenas alguns "ajustes" decorrentes das negociações com a Marinha e do "encadeamento com outras obras públicas". Entre elas estão, de acordo com o arquitecto paisagista, um estacionamento subterrâneo a construir pela Administração do Porto de Lisboa e o sistema de saneamento da Simtejo que permitirá conduzir os esgotos até à ETAR de Alcântara.

O vereador Manuel Salgado lembra, na proposta que vai hoje a votação, que a Frente Tejo deverá agora solicitar novo parecer ao Igespar, que considerou no passado o projecto "globalmente muito válido", embora com "opções discutíveis", como o avanço com pontões sobre o rio ou a intenção de deixar a descoberto as ruínas do Palácio Corte Real.»

04/01/2010

Lisboa veste-se de verde e água para 2010


In Diário de Notícias (4/1/2010)
por CLÁUDIA MELO

«Projecto pretende cristalizar numa solução contemporânea de espaço público os elementos estruturais mais relevantes da história do lugar. Que, ao longo dos anos, sofreu sucessivas transformações que literalmente enterraram os vestígios da actividade náutica.

Pra além do Terreiro do Paço, palco das cerimónias, a Ribeira das Naus, entre este e o Cais do Sodré, está em obras para a implementação do projecto urbano concebido pelo consórcio de arquitectos paisagistas Proap e Global, e os engenheiros da Consulmar.

Construída no século XVI para substituir as medievais Tercenas - desactivadas para a construção do Palácio Real no Terreiro do Paço -, a Ribeira das Naus chegou a ser o maior estaleiro do Império Oceânico Português e compunha-se de uma estrutura extremamente funcional, com armazéns, arsenais, estaleiros e infra-estruturas como estradas, rampas, e pontões de ligação já ao novo palácio real e ao rio.

O actual projecto "tenta cristalizar numa solução contemporânea de espaço público os elementos estruturais mais relevantes da História deste lugar", encoberto com as sucessivas transformações do sítio que literalmente enterraram os vestígios da actividade náutica.

Assim, "resultam como elementos fundamentais da proposta a revelação de estruturas enterradas, a recuperação da geometria da antiga linha de costa e sua integração no desenho, e a reinvenção de elementos funcionais associados ao trabalho de estaleiro (rampas, pontões). Funcionalmente, o local continuará a ser de ligação viária e pedonal entre as praças do Terreiro do Paço e o Cais do Sodré e será dotado de infra-estruturas qualificadas para actividades de lazer e recreio.

Desta síntese, a proposta da Proap e da Global, lideradas respectivamente pelos arquitectos paisagístas João Ferreira Nunes e João Gomes da Silva, propõe uma "definição clara da geometria do limite das várias plataformas niveladas no troço Cais do Sodré/Praça do Comércio, com a afirmação de um alinhamento único e contínuo ao longo de todas estas zonas coincidente com a crista do plano inclinado". Em complemento a esta clareza direccional, é proposta uma nova geometria para a linha de costa, mais volúvel e em que se verifica tanto o avanço da cidade sobre o rio como seu contrário. Tanto poderão surgir massas de água em locais anteriormente aterrados como pontões de remate avançados sobre a linha costa, solução que reforça a ideia da intervenção urbanística funcionar como uma peça encaixada sobre o rio.

Finalmente, é proposta a eliminação dos muros delimitadores da propriedade, da Doca da Marinha e do antigo Palácio dos Corte Real, onde actualmente se encontram a decorrer trabalhos arqueológicos. Aqui, é proposta a criação de um jardim e "uma escavação visitável por parte dos utilizadores do jardim e assim uma mais-valia cultural e pedagógica da fruição do espaço". Paralelamente a estes espaços, é proposta a construção de dois planos inclinados relvados à imagem das antigas rampas varadouro de lançamento de navios. Todos estes planos serão dotados de percursos de atravessamento transversal, em pedra calcária, uma "reinterpretação da antiga linha de contorno dos pontões", segundo a memória descritiva.

Fica desta forma assegurado o desejo dos técnicos de "reinvenção da Ribeira das Naus enquanto espaço público" , o que possibilitará uma maior aproximação entre a cidade, o rio e, claro, as pessoas. »


...

Está-se mesmo a ver que este projecto da Ribeira das Naus vai ser o entretenimento dos próximos anos. Mais vale isso, diga-se, que se entreterem com desnivelamentos de linhas de comboio, viadutos e túneis, milhões em ajustes directos, etc. A minha preocupação principal é o rasgar da escala e o impacto previsivelmente sufocante para o Terreiro do Paço, essa sim a peça arquitectónica pública que importa realçar. Eos meus comentários a este projecto já os fiz em tempos, aqui, mas ninguém quis saber. Por isso ...

13/08/2009

E agora, encalhados na Ribeira das Naus



Depois do Terreiro do Paço, eis novamente vários equívocos de base no estudo prévio da Frente Tejo para a Ribeira das Naus, que, a não serem corrigidos já, poderão descambar em custos elevados para a envolvente e para todos nós.

* Começa logo por tentar correr com a Marinha dali, o que, tendo em conta que sem ela aquilo nem existia é, no mínimo, ingrato e incompreensível (parece que MSalgado prestou até algum serviço militar na Marinha). Daí toca a ocupar todo o terreno defronte à Marinha. Ora a Frente Tejo e a CML deviam saber que as várias repartições e dependências têm porta para a rua e que não há comunicação interior em todo o edifício, por isso o logradouro é necessário e dá o perímetro de segurança indispensável a uma instalação cheia de portas e janelas para a via pública.

* Outra coisa esquisita é o "lago", que só pode ser de água doce, no lugar onde há muitos anos existiu a chamada Caldeirinha, uma doca que servia o tráfego com os navios surtos no Tejo. Um lago pífio que ficará cheio de lixo, não invocará de certeza uma memória que já só existe em velhos com mais de oitenta anos.

* Propõem ainda uma espécie de anfiteatro escavado na terra e em forma de barco, a evocar o antigo estaleiro que ali existiu na época dos Descobrimentos. Pura ignorância. Os navios eram construídos em carreiras à superfície e bem altas para os navios escorregarem para o rio. Para além de mais, os senhores arquitectos deviam saber o que se passa quando se escava numa zona sujeita à influência das marés. Curiosamente omitem a doca seca meio soterrada que ainda lá existe debaixo da avenida, essa sim, ainda activa até aos anos vinte do séc. XX quando o Arsenal era ali. Será uma memória que não interessa?

* Depois, prevêem a plantação de árvores ao longo da linha de água, que, sendo ali mais salgada que doce, rapidamente as matará se não forem de espécies adequadas.

* Finalmente, e pior, a escala do prolongamento da margem, defronte ao Corpo Santo, e defronte ao torreão poente do Terreiro do Paço, para criar a forma de "U", é tão grande que vai certamente tornar o Terreiro do Paço, desde o rio e desde o ar, num espaço acanhado, tímido e "entalado". Ora o que interessa ali é o Terreiro do Paço.

Mais uma vez são projectos desarticulados, sem preocupação de conjunto. E isso é preocupante, de tão inexplicável por se tratar da zona mais nobre da cidade.

04/08/2009

Arquitectos projectam Ribeira das Naus "contemporânea" mas que revela a história

In Público - 04.08.2009, Inês Boaventura

Criar dois prismas relvados com a forma das rampas varadouro e desaterrar as docas seca e da Caldeirinha, sobre a qual haverá uma ponte automóvel e pedonal, são algumas das ideias

Criar um novo espaço verde entre o Cais do Sodré e o Terreiro do Paço onde os utilizadores possam estabelecer uma relação "informal" e "descontraída" com o rio, proporcionando-lhes em simultâneo a hipótese de acederem a uma espécie de "óculo vertical" que revele a história do lugar, é uma das intenções que justificam a proposta dos arquitectos paisagistas João Nunes e João Gomes da Silva para transformar a zona da Ribeira das Naus.
O estudo prévio encomendado pela sociedade Frente Tejo aos ateliers PROAP e Global está concluído e já foi apresentado à Câmara de Lisboa. Prestes a arrancarem com o projecto de execução, os arquitectos dizem que o seu maior medo é que não haja debate e sublinham as vantagens de se avançar até à solução final "de forma muito dialogante".
"Lisboa contacta directamente com o rio em pontos muito exíguos", começa por explicar João Nunes, acrescentando que "isso faz com que a Ribeira das Naus seja um sítio tão inacreditavelmente singular". Tirando o Parque do Tejo e Trancão, que fica no Parque das Nações e foi projectado pelo gabinete do qual é director-geral, o PROAP, o arquitecto não se recorda de qualquer outro sítio "feito com o propósito de ligar a cidade ao rio".

Espaço "descontraído"
A frente ribeirinha entre o Cais do Sodré e o Terreiro do Paço será, segundo João Nunes, "sobretudo um espaço verde, descontraído", onde lisboetas e visitantes poderão estabelecer "um contacto informal, livre", com o Tejo. Para isso haverá "dois prismas relvados" junto aos edifícios da Marinha, numa evocação das rampas varadouro, outrora utilizadas pelas embarcações. Na margem do Tejo, contida entre dois pontões, haverá uma espécie de praia, uma rampa em pedra que, como explica João Gomes da Silva, constituirá "um plano suave que vai descendo para dentro de água".
A circulação automóvel passará a ser feita entre a praia e as duas plataformas relvadas. Os carros transitarão em duas vias paralelas ao rio, assinaladas dentro de uma mancha ziguezagueante em calçada de basalto com um recorte que corresponde à antiga linha de costa do local, cuja vocação industrial e naval só foi transformada nos anos 40 do século XX com o rasgar da Avenida Ribeira das Naus. A ideia, sintetiza João Nunes, é que este seja um espaço "fundamentalmente pedonal", no qual os carros circulem a uma velocidade baixa.
O "uso" da frente ribeirinha entre o Cais do Sodré e o Terreiro do Paço, sublinha João Gomes da Silva, será "perfeitamente contemporâneo", mas isso será feito em paralelo com a intenção de "revelar uma série de elementos históricos da cidade". Nesse sentido, será posta a descoberto a doca seca (construída em 1790) da qual actualmente apenas uma pequena parte está exposta, mas que os arquitectos esperam que esteja "íntegra". Também a estrutura da Doca da Caldeirinha, que de acordo com João Gomes da Silva foi "um dos elementos mais persistentes" deste lugar e remonta a 1500, vai ser retomada, passando a "assinalar o hiato" entre a Ribeira das Naus e o vizinho Terreiro do Paço, ultrapassável através de uma ponte para automóveis e peões.

09/06/2009

Avenida da Ribeira das Naus reabriu hoje ao trânsito sem transportes pesados e apenas com duas faixas

In Público (9/6/2009)

«O trânsito na Avenida da Ribeira das Naus reabriu na madrugada de hoje, anunciou a Câmara de Lisboa, depois de um encerramento de quatro meses motivado por várias obras.
A diferença é que as cinco vias de rodagem da Ribeira das Naus foram transformadas em duas, uma em cada sentido, reservadas apenas a automóveis. Os transportes pesados passam a circular pela Rua da Alfândega e pela Rua do Arsenal, ficando esta última vedada à circulação de carros particulares. "Quem vem de nascente, da Expo, através da Av. do Infante D. Henrique e pretende dirigir-se para o Cais do Sodré deverá seguir em frente; quem vem da Expo através da Av. do Infante D. Henrique e pretende ir para o Martim Moniz terá de virar à direita no Campo das Cebolas, entrar à esquerda na Rua da Alfândega e virar à direita para a Rua da Madalena", explica a Câmara de Lisboa em comunicado.

Iniciadas há perto de quatro meses, a 16 de Fevereiro, as obras destinaram-se à consolidação do torreão poente do Terreiro do Paço, à construção de um colector de águas pluviais também naquele local e a substituição de uma conduta de abastecimento de água. O relatório da discussão pública do novo modelo de circulação rodoviária para esta zona da cidade recomenda ponderação relativamente a eventuais consequências perversas da sua aplicação, tal como o aumento de tráfego na Rua da Conceição.
O documento recomenda igualmente uma reavaliação do esquema de circulação para as encostas do Chiado e do Castelo, uma vez que este eixo ficou mais sobrecarregado de automóveis, o que fez por exemplo aumentar os tempos de percurso do eléctrico 28. "O tráfego ainda se está a adaptar ao conceito de condicionar o acesso em transporte individual da Baixa ao eixo ribeirinho", indica o comunicado da autarquia, citado pela agência Lusa, que aponta um acréscimo de utentes nos transportes públicos motivado pelas alterações de trânsito na Baixa. »