"Cais do Sodré será a sede definitiva deste organismo e do Observatório Europeu da Droga, que ficam com o exclusivo de ocupação de uma zona de mil metros quadrados à beira-rio
Lisboa acolhe hoje a Agência Europeia de Segurança Marítima, que se instala parcial e provisoriamente no Parque das Nações para, daqui a ano e meio, transitar para a sua sede definitiva, o Cais do Sodré, local onde ficará acompanhada de outros organismos europeus. (...) Depois de terem sido encaradas diversas outras hipóteses para instalar definitivamente a agência, a escolha acabou por recair na zona ribeirinha entre o Cais do Sodré e a Ribeira das Naus, que irá acolher também o Observatório Europeu da Droga.
Enquanto os novos edifícios, da autoria do arquitecto Manuel Tainha, não começam a ser construídos e ficam prontos, a agência marítima ficará, a expensas da Administração do Porto de Lisboa, no edifício Mar Vermelho do Parque das Nações. Segundo os protocolos estabelecidos entre o Governo português e este organismo, nesta fase serão apenas 35 os funcionários da agência a trabalhar em Lisboa. Só mais tarde chegarão os restantes 170 eurocratas.
A agência, que deverá ficar no Cais do Sodré pelo menos 25 anos, está livre de todos os impostos e taxas que recaiam sobre os edifícios de que seja proprietária ou arrendatária. No Cais do Sodré pagará uma renda à administração portuária da ordem dos 15,50 euros mensais por metro quadrado - sendo que os edifícios que ocupará totalizam os sete mil metros quadrados. Entre a agência marítima - isenta do primeiro ano de renda - e o observatório, a administração portuária receberá qualquer coisa como 185 mil euros mensais, resultantes do aluguer dos dois edifícios novos concebidos por Tainha e por um terceiro edifício já existente junto ao relógio da hora legal, que será recuperado e partilhado pelos dois organismos.
Ainda de acordo com os protocolos assinados, o Governo português contribuirá com mobiliário de escritório para as duas sedes, tendo-se comprometido ainda a "apoiar a valorização artística" de várias das suas salas.
Segundo os mesmos documentos, no que sobrar do terreno de 30 mil metros quadrados onde vão implantar-se estes organismos, que é propriedade da administração portuária, não será permitida a construção, "no presente ou no futuro, de qualquer outro edifício". Objectivo: permitir que um dia mais tarde o observatório e a agência possam expandir-se, se disso necessitarem. Até lá o espaço será "recuperado para jardins de utilidade pública".
Entre os requisitos exigidos pela agência de segurança marítima para a sua sede figuram os "bons acessos ao aeroporto e principais áreas residenciais, bem como às escolas internacionais", e a proximidade de transportes públicos. Os responsáveis deste organismo fizeram questão de que ele ficasse "numa área facilmente vigiável e com serviços de controlo de segurança".
In Público (6/4/2006)
Um excelente negócio para o Porto de Lisboa. Uma coisa boa para Portugal. Uma péssima notícia para uma Lisboa que se pretende estética, e com cada vez mais fruição pública da zona ribeirinha. Os desenhos do novo edifício perfiguram mais um mamarracho - ver fotos em Património Lx / Projectos Polémicos - , desta vez em plena frente ribeirinha, entre o Cais do Sodré e a Ribeira das Naus , imediatamente atrás do edifício do relógio da hora oficial portuguesa (Pç.Dq.Terceira/Cais do Sodré), cujo mostruário, diga-se, e por mera curiosidade, está neste momento tapado, dizendo: "em reparação".
PF
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