03/03/2007

Destruição de candeeiros dos anos 40 na Avenida de Madrid




No dia 26 de Fevereiro a CML iniciou uma empreitada de "remodelação" da iluminação pública da Avenida de Madrid, Freguesia de São João de Deus. Nem os moradores, nem mesmo a própria Junta de Freguesia foram préviamente informados. Não houve qualquer sessão de apresentação ou de esclarecimento sobre esta obra. Para nossa surpresa e choque, descobrimos que a "remodelação" quer afinal dizer:

- o abate de todos os candeeiros originais dos anos 40 (foto 1) e a sua substituição por novos postes de iluminação em chapa galvanizada sem qualidade nem de materiais nem de design (foto 2).
- a instalação de mais 14 postes de iluminação.

Mais uma vez, a cidade de Lisboa - numa iniciativa do Departamento de Ambiente Urbano - Divisão de Iluminação Pública - propõe destruir equipamento público de qualidade apenas porque não considerou investir na manutenção. A CML promove o abate de mobiliário urbano histórico - os primeiros candeeiros de design moderno da capital - e no seu lugar instala objectos fracos e incaracterísticos. O que foi pensado para Lisboa dá lugar ao que se pode encontrar em qualquer zona industrial do mundo. Os novos postes de iluminação não estão de acordo com as características urbanas e arquitectónicas da Avenida de Madrid, ao contrário dos candeeiros originais.
Para nós esta empreitada revela uma má gestão dos recursos patrimoniais da cidade e uma falta de consideração pela opinião e participação dos munícipes.
Os moradores que se sentem lesados por esta iniciativa, que ignora os valores do património e a opinião dos munícipes, já solicitaram a paragem dos trabalhos ao Vereador António Prôa. Aguardamos uma resposta e uma solução que valorize a Freguesia de São João de Deus.

Fregueses da Junta de Freguesia de São João de Deus

21 comentários:

Anónimo disse...

Exactamente o que a intervenção anterior, nos quer transmitir....
"Uma questão de detalhe". Tira-se
um bocado aqui, substitui-se tudo acolá, falsifica-se noutra parte, e as características da nossa cidade vão desaparecendo a uma velocidade violenta. Enquanto não compreendermos que são os detalhes que fizeram o conjunto....caldo entornado. Uma questão sobre os candeeiros de origem.... o design poderia aterrar no modernismo de 40, mas o conglomerado cimento/pedra calcária, parece coisa ainda mais "moderna"?
De facto, um crime roubar estes candeeiros tão bem desenhados, a uma Lisboa tão saqueada e maltratada.

JA

Anónimo disse...

A requalificação do espaço urbano é ainda uma expressão difícil de entender no nosso país, na nossa cidade. Parece ser mais fácil decidir por empreitadas, abate, destruição, substituição em vez de manutenção, preservação, conservação. Sou residente no bairro e é com revolta e tristeza que assisto a esta "empreitada". É pura ignorância abater estes candeeiros. Revela que não se sabe o que se está a fazer. Onde está o investimento na preservação do património?

Anónimo disse...

Hoje no PÚBLICO - Local:

OS CANDEEIROS TAMBÉM SE ABATEM

A Câmara de Lisboa está a substituir os candeeiros originais da Av. de Madrid, em Lisboa, sob protesto dos moradores da freguesia de S. João de Deus, que não conseguem compreender o motivo da empreitada que está a substituir património por peças de mobiliário urbano "descartáveis". Os moradores alegam que não há motivo para a substituição, já que os candeeiros originais estão em bom estado. O movimento Fórum Cidadania Lisboa considera a empreitada "um crime nas avenidas novas", afirmando que tudo fará para evitar o desaparecimento dos candeeiros.

Anónimo disse...

Uma mudança aqui...uma destruição ali...e assim vamos perdendo as razões de visitar Lisboa.
E Lisboa vai perdendo o seu património cultural tornando-se numa cidade de negócios em vez de uma cidade histórica.
Simão e João

Anónimo disse...

Se esta empreitada avançar, na Av. de Madrid e nas restantes ruas da capital que ainda possuem estes belissimos candeeiros, então a Câmara Municipal de Lisboa estará a escrever mais um atestado de ignorância. Esta empreitada é uma barbárie cultural!
É preciso denunciar isto na praça pública para que o mal não avançe.

Anónimo disse...

... será que eu li "chapa galvanizada"? ..."candeeiros de zonas industriais" na Avenida de Madrid?! Isto só pode ser uma brincadeira de mau gosto! Atenção Senhor Vereador António Proa, o Carnaval já ACABOU, estamos em Março!

Anónimo disse...

Caros, sou residente na freguesia vizinha mas frequentador assíduo dessa Avenida de Madrid. Ainda esta semana ao ver esses postes pensei que estivessem a instalar - provisoriamente, é claro - postes para colocação de bandeiras sabe-se lá para quê mas hoje, ao ler o jornal Público, entendi o que estão a fazer: o mesmo erro que já cometeram na Avª João XXI, Praça de Londres, Avª Manuel da Maia, Avª de Roma e algumas artérias do Bairro dos Actores à Alameda, etc, etc. Como eu já li em qualquer lado sobre este mesmo assunto: "aqui há gato"... infelizmente para os residentes e todos aqueles que apreciam os bairros históricos e os seus preciosos detalhes.

Artur Oliveira
Arroios

FJorge disse...

É mesmo verdade. Foi isso que leu. O pelouro do Ambiente Urbano da CML propõe "Gato por Lebre" aos moradores da Avenida de Madrid. Todos sabemos como é que envelhecem estes novos candeeiros em chapa galvanizada com 0% de detalhe: basta observar os exemplares da Avenida João XXI. Passados 2 anos já parecem ter 100 anos.

Obrigado Senhor Artur Oliveira pelo seu apoio - é bom ver que fregueses de Arroios partilham das nossas opiniões. Lamento saber que o Bairro dos Actores já perdeu os candeeiros dos anos 40... é muito triste.

Anónimo disse...

É por estas e por outras que as pessoas deixam de ir votar porque não se revêem nem nos partidos nem nas pessoas que os representam.
No passado mês de Janeiro recebi a visita de 2 amigos japoneses que ficaram surpreendidos com a beleza deste bairro e, em particular, desta Avenida e do seu estado de conservação. Na altura, orgulhoso do meu bairro, contei-lhes que por essa razão uma empresa tinha seleccionado esta Avenida para as filmagens de um anúncio. Foi com vergonha que informei os meus amigos deste episódio triste.

António Silva
S.João de Deus

Anónimo disse...

Candeeiros de Chapa, isto tem que acabar.
Esqueceram-se como fazer bem as coisas e adoram estragar o que foi bem feito...

A quem teve a brilhante ideia de trocar os candeeiros nem sei o que dizer...provavelmente o silêncio será a resposta mais educada.

Aos membros do forum pergunto: não se poderá travar isto de alguma forma?

André Santos
Arroios

Anónimo disse...

Candeeiros com design avançado... SIM, HA 40 ANOS!!! Mas é preciso inovar e melhorar a qualidade das urbanizações, ceeeerto??? Deve ser triste viver numa zona passível de ficar valorizada pelos investimentos da CML na iluminação pública, que chatice!!! Dá Deus nozes a quem não tem dentes... duhhhh

Anónimo disse...

Como profissional do meio e conhecedor da zona, aproveito este blog para informar, os desconhecedores, de que por detrás de uma instalação deste tipo existem vários factores a ter em conta entre os quais saliento: a segurança rodoviária, a segurança das pessoas e respectiva instalação eléctrica, o vandalismo, a funcionalidade da instalação, os índices mínimos luminotécnicos, a poluição luminosa, custos financeiros e energéticos a médio e longo prazo e acima de tudo a existência de normas europeias (EN – 40) que estabelecem critérios para a escolha de candeeiros de iluminação pública a instalar neste tipo de arruamento. Existe ainda a agravante destes postes de betão armado apresentarem fechaduras de vandalismo fácil e o seu interior ser demasiado apertado para a colocação de caixas de portinhola regulamentares (que garantem a estanquicidade e o duplo isolamento).
Referente à luminária, creio que seja consensual que aquele aparelho da foto1, já de cor negra devido à radiação UV, não apresenta as condições mínimas requeridas para uma qualquer instalação de Iluminação Pública que se preze.
Posto isto creio que esta instalação foi pensada de maneira a respeitar a normalização e regulamentação em vigor, com o objectivo de melhorar consideravelmente a segurança quer das pessoas, quer da instalação eléctrica, isto tendo em conta a minimização do impacto ambiental, dos custos de manutenção e dos custos energéticos.

FJorge disse...

Ao "profissional do meio e conhecedor da zona", os moradores da freguesia de São João de Deus gostariam de informar:

A empresa que fabricou os candeeiros de betão da Avenida de Madrid - assim como os da Avenida Guerra Junqueiro e Avenida de Paris - ainda existe. Chama-se CAVAN e, não só continua a produzir modelos de candeeiros semelhantes, como tem uma equipa especializada na reparação e recuperação de colunas de iluminação como as que ainda existem nas avenidas dos anos 40 da Freguesia de São João de Deus.

A CAVAN já realizou aliás várias empreitadas de reparação e recuperação de colunas de iluminação para a Câmara Municipal de Lisboa - como por exemplo os candeeiros do Parque Eduardo VII desenhados nos anos 40 pelo arquitecto Keil do Amaral.

Quando a Cavan intervém em candeeiros de betão armado dos anos 40-50 faz, evidentemente a sua actualização de forma a respeitarem as normas e regulamentos em vigor.

Não existe, portanto, justificação para empreitadas de abate de candeeiros recuperáveis como defende o Departamento de Ambiente Urbano da Câmara Municipal de Lisboa.

O património de mobiliário urbano de Lisboa deve ser estimado e recuperado sempre que possível. Não faz sentido destruir aquilo que pode ser recuperado. Devemos dar prioridade à sua manutenção e recuperação. Esta é a via da sustentabilidade que deve guiar a gestão de uma cidade contemporânea.

Para mais informações sobre o serviços de reparação e limpeza de colunas em betão armado, assim como as normas e regulamentos, aconselhamos uma visita ao www.cavan.pt

Anónimo disse...

Caros srs. accionistas da CIMPOR e de seu betão... A CAVAN também fabrica o apoio adequado para o vosso bairro, todo ele em betão armado... porque não instalarem um apoio daqueles usados para redes em torçada, nos meios rurais??? Isso sim, era preservar o traço antigo, não dos anos 40 mas sim dos anos 20, que, à primeira vista, parece ser a década da geração da maior parte dos residentes...

P.S.- Pediram aos vossos bisnetos para "postar" isto no blog?

Anónimo disse...

Eu "postei" neste blog e tenho 35 anos.

Anónimo disse...

E EU 41.

António Silva
S. João de Deus

Anónimo disse...

Isto à cá coisas...

Para alguns, que devem ter acções da Cavan tal o nível de informação sobre os seus produtos e serviços, o importante é preservar as coisas como estão. Não interessa se o mundo evolui ou se existem melhores soluções técnicas.

Já agora se um dia existir um acidente e for o vosso filho que sair magoado de quem é a culpa ???

Da Câmara claro está. De quem defendeu esta barbárie é que não !!!!!!!! A culpa é sempre dos outros !!!!!

Só falta dizer que a Coreia do Norte é um País à maneira e que aquelas pessoas todas magrinhas não passam fome, fazem muito desporto.

É por isto que este país está como está. Vêm para aqui uns politicos que nunca fizeram mais nada na vida para além de parasitarem o Estado e estragam meses de planificação e trabalho a engenheiros e arquitectos. Como sempre mandar umas bocas é fácil, trabalhar é que é pior.

Agora por causa de pessoas pouco sérias e com interesses estou privado de uma boa iluminação no meu bairro.

Pois fiquem sabendo seus parasitas. Com o meu voto não contam !!!!!!!!!!!!!!!!!

CAVAN S.A. disse...

Sou Director Comercial da CAVAN e não sou accionista.
De tudo o que foi dito gostava de esclarecer que, para além das Colunas em marmorite (100% produto nacional e lindíssimas em minha opinião) que continuamos a fabricar, veja-se o recente arranjo exterior de Vilamoura, também efectuamos trabalhos de recuperação nas Colunas mais antigas.
Só para terem noção, os trabalhos de recuperação custam menos de 20% do valor de remoção / transporte e colocação de material novo.
Finalmente, e para terminar gostava de referir que as nossas Colunas têm um período de vida útil superior a 60 anos, o que vai variando é, ou o sentido estético ou a vontade política!

Manuel Luís Alves - 217991820
http://www.cavan.pt

Jozhe disse...

Para comentaristas atrasados mentais até os Jerónimos íam abaixo. E se é para pôr postes novos em urbanizações novas que ponham Philips Lumec e não esse lixo cilindrico.

JF disse...

Enquanto fazia uma pesquisa na Internet sobre iluminação pública, deparei-me com esta publicação que denúncia uma realidade comum à maioria dos governos autárquicos que por parolice, ignorância, mas principalmente porque actuam com má intenção ou representam interesses alheios aos dos munícipes, não preservam a identidade e a história dos Municípios que administram.

Após a ler a publicação e demais comentários à mesma, fiquei ainda mais curioso e fui visitar a página na Internet da empresa «Cavan» que efectivamente continua a laborar e prestar os serviços inerentes ao material que produz.

Através desta ligação (ao fundo) é possível aos leitores(as) mais cuirosos, aceder ao catálogo de produtos e trabalho desenvolvido por esta empresa Portuguesa e começar a embrenharem-se na sua história:

http://www.cavan.pt/outros-produtos-e-servicos/






JF disse...

Onde se lê «...por esta empresa Portuguesa...», deve ler-se «por esta empresa em Portugal».