In Público (12/6/2007)
«Segundo a organização, que espera mais de 450 mil pessoas, a maior novidade é a participação de um grupo espanhol e um brasileiro
As marchas populares de Lisboa, que este ano celebram 75 anos de existência, regressam hoje à Avenida da Liberdade, num desfile no qual 22 colectividades vão evocar momentos emblemáticos da história ou recriar tradições e vivências dos habitantes dos bairros lisboetas. Alfama, vencedora há três anos consecutivos, defende o título de campeã, numa edição em que vão participar um agrupamento espanhol e um brasileiro.
As bodas de diamante das marchas populares, criadas em 1932 pelo jornalista e cineasta Leitão de Barros, e os 860 anos da tomada de Lisboa aos mouros foram os temas sugeridos às colectividades a concurso pela Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural (EGEAC), mas várias optaram por retratar realidades mais específicas dos seus bairros. No caso de Alcântara, por exemplo, os 48 marchantes vão personificar os pátios e vilas operárias da cidade.
Segundo o director de gestão cultural da EGEAC, a maior novidade da edição de 2007 é a participação, no âmbito do projecto Festas em Trânsito, de dois agrupamentos estrangeiros, que vão abrir o desfile que parte do Marquês de Pombal em direcção aos Restauradores. O brasileiro, de Salvador da Bahia, tem como madrinha Daniela Mercury e o espanhol, de Castéllon de la Plana, vai ter música, dança e sete homens com mosquetes que vão disparar ao longo da Avenida da Liberdade, como adiantou Pedro Moreira.
Por aquela artéria deverão passar entre 450 mil e 500 mil pessoas, número semelhante ao dos anos anteriores, mas que a organização acredita que poderá ser engrossado com elementos das comunidades espanhola e brasileira. O interesse de vários bairros lisboetas em juntar-se à iniciativa e o facto de haver muitos jovens marchantes são, na opinião de Pedro Moreira, sinais de que "as marchas estão aí para dar e durar".
As gentes de Alfama foi o tema escolhido para 2007 pelo bairro que venceu as três últimas edições das marchas populares, e que este ano se propõe retratar as origens dos seus moradores, muitos dos quais são oriundos de localidades distantes como Ovar e Pampilhosa da Serra, como explica a tesoureira do Centro Cultural Dr. Magalhães Lima. Depois de um mês e meio de ensaios, Vanessa Rocha, que é também marchante há 17 anos, não esconde que a colectividade concorre "para ganhar", mas admite que há outras "marchas fortes", como "Marvila e Alcântara".
Naquele que será provavelmente o último ano em que vai desfilar na Avenida de Liberdade, para "dar lugar aos mais novos", Vanessa Rocha, de 30 anos, louva o forte apoio dos moradores do seu bairro. "Alfama é muito bairrista. O povo está sempre à espera que esta altura chegue. Até os mais pequeninos, que já nascem a gritar Alfama", diz a marchante.
Além das 20 marchas em competição, cada uma das quais tem um máximo de sete minutos para mostrar o que vale, vão desfilar na Avenida da Liberdade, a partir das 20h45, a marcha dos mercados e a marcha infantil da sociedade A Voz do Operário. Nesta última vão participar 74 crianças, com idades entre os seis e os 12 anos, num desfile cujo tema é as crianças de Lisboa. Segundo o coordenador e ensaiador da marcha infantil, Vítor Agostinho, foi também este o tema escolhido há 20 anos, quando a colectividade se estreou nas marchas de Lisboa. »
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1 comentário:
Boa Noite, alguém sabe duma site dedicada ao marquês d. Pombal, obrigado.
Assi. Tony.
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