In Público (3/12/2008)
Carlos Dias
«Antigo posto fronteiriço fica a uma dezena de quilómetros de Elvas e a cerca de metade de Badajoz. Estação em Caia pode ultrapassar dificuldades de entendimento entre os dois países
O presidente da Junta Regional da Extremadura espanhola, Guillermo Fernández Vara, propõe uma estação internacional do TGV na fronteira Caia/Badajoz, por forma a superar as dificuldades de escolher o local preciso, entre Elvas e Badajoz, para a construção da estação que sirva os dois lados da fronteira.
O local para a construção dependerá das "opções dos técnicos" que irão apreciar as alternativas possíveis. Mas o responsável da Junta da Extremadura, que esteve na última semana em Lisboa, defende uma solução a contento das duas partes - e que ambos sintam como sua -, recordando que foram os portugueses que propuseram a instalação de parques de estacionamento para automóveis dos dois lados da fronteira, para ultrapassar um eventual diferendo que viesse a surgir entre os dois países. O ponto fronteiriço fica a uma dezena de quilómetros de Elvas e muito perto da periferia de Badajoz.
Inicialmente, chegou a ser ponderada a construção de uma estação para o TGV em Elvas, do lado português, e de outra em Badajoz, do lado espanhol. No entanto, esta solução revelou-se impraticável, dada a proximidade entre as duas paragens, tendo em conta as características da circulação em alta velocidade.
O cenário actualmente proposto por Guillermo Vara prevê que seja construída uma só estação para servir esta região transfronteiriça, admitindo-se que a infra-estrutura ferroviária possa ser concretizada em cima da linha de fronteira entre Caia e Badajoz. De modo a não ferir susceptibilidades mais patrióticas, a estação deverá ter acessos pelo lado espanhol e pelo lado português.
Fernández Vara admite que durante o ano de 2009 poderão ficar adjudicados todos os projectos para a construção do traçado da linha do TGV em território português e extremenho, ou seja, entre Talayuela e Lisboa. A povoação espanhola fica localizada entre Talavera de la Reina e Plasencia, a cerca de 180 quilómetros da fronteira portuguesa no Caia.
Em Espanha, estão por atribuir alguns lances do traçado entre Cáceres e o limite da província de Toledo. Já em Portugal, Fernández Vara presume que estarão por adjudicar "cerca de 70 por cento do total" do troço entre o Poceirão e o Caia.
Outro aspecto que Guillermo Vara veio discutir com as autoridades portuguesas prende-se com a cooperação luso-extremenha no campo da saúde, frisando que os ministérios dos dois países estão a negociar um documento de colaboração mútua.
Em matéria de comércio externo, o presidente da Junta de Extremadura revelou que actualmente cerca de 15 empresas portuguesas têm interesses instalados na Extremadura e que esta região espanhola tem o dobro de empresas a vender e a exportar para Portugal, número que quer ver multiplicado por dez. »
Como é óbvio, não fosse o empenho de Espanha e o TGV nunca viria para Portugal. Mas, uma coisa é ele para Lisboa e Porto e outra, bem diferente, é essa porno-chachada de os nossos governantes, centrais e locais, tentarem fazer do comboio TGV um 'pouca-terra' ao jeito dos 'hiper-modernos, fiáveis, rápidos e confortáveis' comboios da CP e da REFER (alguém descobriu por que não ficou tudo como era, ou seja, uma só CP?).
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1 comentário:
Em 1997, respondendo a directivas comunitárias, nasceu a REFER EP que herdou todo o património e recursos humanos das antigas divisões de infra-estrutura da CP.
A REFER garante a construção e manutenção de infraestruturas ferroviárias, enquanto a CP é uma prestadora de serviços de transportes. Em 2004, a CP mudou de nome para Comboios de Portugal, EP, muito embora a sua antiga designação ainda posa ser vista em em quase toda a comunicação interna.
Cumprimentos
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