29/06/2012

Elevador da Bica parado no dia do 120.º aniversário .





Ascensor foi reconhecido em 2002 como monumento nacional. Paragem ditada por necessidade de manutenção

O ascensor da Bica, uma das principais atracções turísticas de Lisboa, comemorou ontem 120 anos sobre a sua inauguração, mas a data não só não foi assinalada como o elevador está parado para obras de manutenção.

"Prevê-se que o ascensor retome o seu serviço normal no próximo dia 23 de Julho", informou fonte da Carris, esclarecendo que "está a ser realizada uma reparação geral do ascensor onde todos os seus componentes são revistos e reparados, ou substituídos, conforme o seu estado de condição".
A intervenção, que inclui ainda as caixas de madeira das cabinas, estava, segundo a empresa "programada para próximo mês de Setembro", mas teve de ser antecipada devido ao facto de "o estado de condição dos rodados ter atingido o limite mínimo de segurança", não sendo "possível manter o ascensor em funcionamento por mais tempo". A circunstância de a manutenção coincidir com a passagem dos 120 anos sobre a inauguração do ascensor, a 28 de Junho de 1892, é, para o movimento Cidadania Lisboa, "uma demonstração da falta de capacidade de planeamento e de antecipação de problemas por parte da empresa [Carris] e da câmara".
Fernando Jorge, do movimento, considera "muito triste" que a intervenção não tenha sido "realizada noutra data, permitindo que a efeméride fosse comemorada como acontece com qualquer outro monumento nacional". Às críticas sobre o período escolhido para paragem, o movimento junta as de "falta de limpeza dos graffiti" que invadem "um dos principais símbolos da cidade", transmitindo aos turistas uma "triste imagem".
O movimento lamenta ainda que "a Carris trate estes elevadores apenas como um transporte para turistas e não fomente a sua utilização pelos lisboetas, que teriam muito a ganhar com isso". A convicção é partilhada pelo historiador Appio Sottomayor, que recordou "o tempo em que viajava no elevador por dois tostões". "Os elevadores foram pensados para resolver, na segunda metade do séc. XIX, o problema da ligação da centralidade da Baixa com os pontos altos da ocupação urbana e tiveram um importância fundamental no transporte dos empregados de balcão, bancários e outras profissões, do alto da cidade para a Baixa", reforça o historiador Carlos Consiglieri. O funicular concebido para ligar o Largo do Calhariz e a Rua de São Paulo é considerado o mais típico dos ascensores de Lisboa. Lusa

5 comentários:

Paulo Nunes disse...

Independentemente do cuidado que as entidades devem ter na preservação do património (e não só) o desafio parece-me ser o civismo ou, mais concretamente, a ausência dele. Esta onda absurda de "TAGismo" não é aceitável. Todos já fomos jovens e alguns bem irreverentes mas isto é simplesmente destruição urbana que depois alguém tem de (a)pagar. Sai dos bolsos de todos e não me parece que haja muito para desperdiçar. Enfim... os nossos "joves" deixam um bocado a desejar

Anónimo disse...

Olhem que a Time adora e recomenda esses elevadores nojentos.

Anónimo disse...

E para andar numa coisa daquelas pagam-se já 3.5 euros?

Por algumas razões há muito perdi todas as ilusões sobre esta Lísbia.

Até já senti vergonha ao ter levado pessoal amigo, em visita à capital, a conhecer certos locais...

Anónimo disse...

Paulo Nunes: Esse comentário acerca dos "joves" foi um bocado infeliz. O que dirias então das gerações que estiveram no poder nos últimos 30 anos? Belíssimo trabalho que têm feito, não é?

efcm disse...

Enquanto os meninos da infantil que fazem as pinturas não forem severamente punidos a situação não muda.

Não é um problema de limpeza pois se limparem hoje amanha já estão todos pintados outra vez.

Tem que que existir uma punição seria, para quem suje ou estrague o patrimonio.