Louçã acusou o primeiro-ministro de ser o "cangalheiro" da maternidade
O primeiro-ministro disse ontem ter sabido do encerramento da Maternidade Alfredo da Costa (ver mais na pág. 13) até ao final do ano por notícias de jornal e não através do ministro da Saúde, apesar de anteontem ter sido emitido um comunicado oficial sobre o fecho da instituição.
Foi com este desconhecimento que Passos Coelho respondeu a Francisco Louçã. O líder do Bloco de Esquerda começou por questionar o primeiro-ministro sobre como se sentia por ser "o cangalheiro" da maternidade, referindo-se ao encerramento da instituição já no final do ano.
"Não tenho conhecimento através do senhor ministro da Saúde dessa intenção, portanto não vou fazer qualquer especulação neste debate à volta disso", disse Passos Coelho. Louçã, incrédulo com a resposta, deixou então um conselho: "Não quero chegar ao ponto de lhe dizer: "Organizem-se"". E inquiriu: "Há alguma decisão estratégica que passe por si?"
O primeiro-ministro manteve a posição, dizendo que "os ministros não têm de reportar todas as decisões que tomam", e assegurou que "não foi abordada nova cronologia sobre o encerramento da maternidade", previsto "até ao final da legislatura". E, dizendo que "não governa com notícias dos jornais", rematou: "Mais não acrescento. Espero por informações do senhor ministro".
Depois, também alegou desconhecimento sobre matéria de saúde, quando confrontado pelo líder do PS sobre a razão pela qual ainda não há um contrato assinado com o Hospital de Santa Maria, "quando o ano já vai a meio". "O que se passa com o Hospital de Santa Maria não é do meu conhecimento", disse o primeiro-ministro, adiando uma resposta para mais tarde. S.R. e R.B.G.
in Público
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