12/06/2012

Misericórdia de Lisboa prevê investir 4,5 milhões para reabilitar 10 imóveis .





A recuperação do Palácio Valada e Azambuja, no largo do Calhariz (junto elevador da Bica), custou 2,3 milhões


Por José António Cerejo in Público

Quarenta e dois dos 330 prédios para arrendamento que a Santa Casa possui estão devolutos e à espera de recuperação. Fora esses, há dois em obras, oito com intervenções previstas e sete reabilitados há pouco


A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa deverá investir em 2012 e 2013 um total de cerca de 4,5 milhões de euros na recuperação de 10 imóveis situados na capital. De acordo com a agência de comunicação que tem ao seu serviço, serão assim lançados no mercado de arrendamento 51 fogos habitacionais e cinco fracções comerciais. Além destes 10 edifícios, foram recentemente recuperados sete outros imóveis pertencentes à instituição, o que implicou um investimento superior a 4,4 milhões de euros.
Detentora de um vasto património imobiliário em Lisboa, mas também noutras regiões do país, a Misericórdia é a segunda maior senhoria da capital - logo a seguir à câmara municipal -, com perto de mil fogos destinados a arrendamento. A quase totalidade dos prédios de que é proprietária resulta de legados feitos por particulares que pretendem apoiar a instituição na sua obra social, mas grande parte deles encontra-se em muito mau estado de conservação, não sendo possível arrendar.
Entre os 330 edifícios destinados a arrendamento de que é possuidora, 42 estão devolutos por carecerem de obras. Segundo a mesma fonte, 22 destes têm já projectos de intervenção, sendo que 14 têm licenças de obras emitidas há vários anos pela Câmara de Lisboa - as quais foram agora renovadas por estarem em vias de caducar. Além destes 330 edifícios, a Misericórdia tem várias dezenas de outros edifícios nos quais funcionam os seus serviços e cerca de 120 estabelecimentos onde desenvolve a sua actividade assistencial e educativa. O seu património inclui ainda perto de 1100 hectares de terrenos rústicos e 1250 jazigos.
No quadro do programa de valorização patrimonial que tem em curso, a instituição está a recuperar dois edifícios, na Calçada da Tapada e na Rua de São Boaventura, tem cinco outros em fase de lançamento de obra e ainda três em fase de aprovação da sua reabilitação. Nestas dez obras está previsto um investimento próximo dos 4,5 milhões de euros, 1,8 dos quais a realizar este ano. Juntando este valor aos gastos já efectuados com cinco outros prédios cujas obras já foram concluídas, num total superior a 2,1 milhões de euros, a Santa Casa diz que prevê investir directamente 6,8 milhões no seu programa de reabilitação urbana até ao fim de 2013.
A este valor acrescem mais 2,3 milhões de euros gastos na recuperação do Palácio Valada e Azambuja, no largo do Calhariz (junto elevador da Bica), que deu lugar a 12 fogos para arrendamento de curta duração e 14 espaços comerciais e de serviços. O investimento nesta obra foi feito através de um fundo imobiliário criado há vários anos e de que a instituição é a única detentora. Em parceria com uma empresa privada (Comporgest), foi igualmente intervencionado um edifício no Largo Trindade Coelho, sendo criados cinco fogos habitacionais e duas fracções comerciais.
Ao todo, as obras já concluídas permitiram colocar no mercado 47 fogos e 18 espaços comerciais e de serviços, a que se juntam os 51 fogos e as cinco áreas comerciais com obras em curso ou previstas.
Presentemente a Misericórdia de Lisboa tem 681 inquilinos em todo o país, sobretudo em Lisboa, dos quais 491 (72%) ocupam fogos habitacionais e 190 (28%) desenvolvem actividades diversas, nomeadamente no comércio e nos serviços. O PÚBLICO tentou, ontem à tarde, conhecer o valor anual das rendas cobradas, mas não foi possível obter essa informação até ao fecho da edição. No site da Santa Casa está actualmente anunciada a disponibilidade para arrendamento de 17 espaços não habitacionais e de nove fogos habitacionais, quase todos em Lisboa. O mais barato entre os habitacionais é um T2 em Alverca, por 280 euros mensais, e o mais caro é um T2 na R. Padre Luis Aparício, em Lisboa, por 970 euros.

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