15/01/2007

Crónica de uma lisboeta que pediu um dístico de residente à EMEL

In Público (15/1/2007)

"Esta é a crónica de uma lisboeta, residente no caótico Marquês de Pombal, que passou dois anos a "subsidiar" a Empresa Municipal de Estacionamento de Lisboa (EMEL) porque é "alérgica" a burocracia. Muitas multas, bloqueamentos, reboques e moedinhas de cêntimos depois, esta moradora, confrontada com o pesado aumento de mais de 100 por cento do tarifário da EMEL nos primeiros dias do ano de 2007, lá tratou das formalidades que implicam o dístico de residente: alterar o bilhete de identidade, a carta de condução, o registo de propriedade do veículo e o recenseamento eleitoral. Cinquenta e muitos euros depois chegou à Loja do Munícipe, em plena Baixa lisboeta, e torceu logo o nariz: um elevadíssimo degrau na porta de entrada transforma aquele serviço na Loja do Munícipe Sem Dificuldades Motoras. Retirada a senha, é anunciado a esta moradora que o regulamento mudou desde 3 de Janeiro. Anteriormente gratuito e válido por três anos, agora o dístico de residente é pago (cinco euros) e revalidado anualmente. Curiosamente, no site da EMEL, essa informação não foi ainda actualizada. Mas regozijemos: a burocracia diminuiu, anunciam-lhe; agora só são necessários três em vez de cinco documentos (mais uma vez, o site da EMEL não o refere). Durante a emissão do dístico, mais uma surrealidade: a funcionária tem que esperar que a sua colega do lado acabe de introduzir os dados de um outro morador, porque não podem ser feitos dois registos ao mesmo tempo. Em que é que diminuiu mesmo a burocracia? Anualmente, todos os residentes terão que perder uma manhã a tratar do seu dístico e reembolsar cinco euros. Qual é mesmo a vantagem de morar em Lisboa? Diana Ralha "

PF

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