06/06/2007

DIAP quer apurar responsabilidades de João Soares na Bragaparques

In Expresso on Line - 6 de Junho de 2007

"A Direcção Central de Investigação à Corrupção e Criminalidade Económica e Financeira está desde ontem a recolher elementos sobre o envolvimento de João Soares, enquanto presidente da Câmara de Lisboa, no negócio entre a Bragaparques e a autarquia para o parque de estacionamento da Praça da Figueira.
Carmona Rodrigues afirmou, na passada semana, que quando teve o primeiro contacto com o dossiê desta obra verificou que não tinham sido cumpridos diversos requisitos legais (ver caixa no final do texto). João Soares, também ao Expresso, justificou que a ausência de documentação se devia ao facto de a obra ter sido entregue a um outro consórcio. Mais tarde a Bragaparques teria a posição deste construtor na empreitada. Esta seria a razão para que a obra estivesse a ser executada por aquela empresa sem que tivesse ganho o concurso. Justificaria, também, a inexistência de documentação em nome da firma de Domingos Névoa, o principal sócio da empresa e arguido por, alegadamente, ter tentado corromper o vereador José Sá Fernandes.
Aparentemente, durante as suas declarações no DIAP, Carmona terá sido menos taxativo nas acusações à gestão socialista. Na última edição Carmona Rodrigues afirmou que foi "crucificado por um milésimo do que o PS fez em Lisboa".
A averiguação preventiva visa recolher indícios que possam levar à formal abertura de um inquérito crime."


"Sou a favor de todas as averiguações que se queiram fazer. Mas não tenho conhecimento de nenhuma averiguação por parte da Polícia Judiciária". Foi desta forma que João Soares reagiu à informação avançada pelo Expresso sobre a instauração de uma "averiguação preventiva" sobre a construção de um parque de estacionamento na Praça da Figueira em Lisboa. A obra foi executada pela Bragaparques durante o mandato de João Soares à frente da Câmara de Lisboa. Carmona Rodrigues, em entrevista ao Expresso, levantou várias suspeitas sobre a legalidade da mesma (ver relacionados).
Perante as declarações do ex-presidente da autarquia lisboeta, o Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) deu instruções à PJ para a abertura de uma "averiguação preventiva". Não se trata de um inquérito crime, mas de uma fase anterior que servirá para a recolha de informação. Depois caberá ao DIAP decidir se é aberto um inquérito crime ou se a informação recolhida é anexada aos processos já em curso sobre a gestão de Carmona Rodrigues na Câmara de Lisboa."

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