Na 6ª feira tive oportunidade de efectuar o trajecto Cais do Sodré-Estoril-Cais do Sodré de comboio. É realmente deprimente confirmar que os piores exemplos de degradação à beira rio são precisamente no concelho de Lisboa, a fazer lembrar a expressão “pérolas a porcos”: barracões destinados ao camartelo parques de estacionamento (legais ou ilegais), contentores, edifícios degradados, um ovni debaixo da ponte na zona das docas, uma sub-estação espacial ao lado do Padrão dos Descobrimentos (parabólicas).
Ainda bem fui sempre a olhar para o rio/mar, porque se olhasse para a 24 de Julho/ Avenida da Índia, o panorama também não era animador.
Quando desci do Comboio e subi a rua do Alecrim até chegar ao Chiado pensei, de forma egoísta, “ainda bem que não tenho de fazer este trajecto todos os dias, porque realmente é deprimente”
04/06/2007
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2 comentários:
Caro Nuno, esse trajecto é deprimente, mas o que passa para lá do concelho de Lisboa ainda mais o é. A coisa começa vai mais ou menos até Caxias, mas depois é um fechar de olhos obrigatório ou então fixar a vista no rio, no Bugio, e na linha do horizonte ... ele são casas em ruína, ele são prédios-cogumelos, ele são estações descaracterizadas e/ou vandalizadas, etc. A coisa só melhora a partir de São João (exclusive) mas dado o progresso anunciado para o antigo Estoril-Sol, Hotel Atlântico, etc, temo que tudo, no espaço de uma geração, seja de FUGIR!
Paulo,
Tenho que reconhecer que tens razão.
Apenas me referia à vista do comboio, quando o trajecto é à beira-rio/beira-mar,e que em Lisboa tem como maior responsável a APL.
Na zona da linha, quando o trajecto é feito pelo interior, se não soubesse onde estava poderia até confundir com o Cacém…. Quando o comboio passa por Paço D’Arcos, por exemplo, temos uma noção do que é a desqualificação do espaço público: prédios em maus estado (e devem ter no máximo 20/ 30 anos!) em cima da linha do combio, com carros em cima do passeio, cheios de graffitis, sujidade, etc.
Das zonas que conheço melhor, e visito regularmente (Parede e Oeiras) retenho o mesmo espírito de "saque" que em Lisboa, apesar de maior limpeza, e menor degradação, apesar de tudo. Tal como em Lisboa as zonas mais antigas padecem da pirataria imobiliária e do assalto do automóvel. Em Oeiras, a avaliar pelas eleições, as pessoas nem se importam muito...
Segundo o INE de 1995 a 2005 nos concelhos de Oeiras e Cascais passaram a residir mais 37 mil pessoas, os resultados estão à vista!
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