In Meia Hora (18/6/2008)
«Nas últimas eleições para a Câmara Municipal de Lisboa o Bloco de Esquerda fez campanha com o slogan “O Zé Faz Falta”, para defender a eleição de José Sá Fernandes. O objectivo foi cumprido e o tal Zé foi eleito.
Vamos aqui fazer um pequeno exercício de memória: nas vereações anteriores, de que não fez parte, o Dr. Zé teve uma persistente e constante atitude de batalha jurídica contra as decisões dos então responsáveis, quer no caso do elevador para o Castelo de S. Jorge no tempo de João Soares, quer no caso do Túnel do Marquês no tempo de Santana Lopes e, mais tarde, sobre o Parque Mayer, no tempo de Carmona Rodrigues.
Em todos os casos argumentou com o interesse público e esgrimiu providências cautelares e denúncias avulsas, para impedir políticas, atrasar obras, causar prejuízos variados (o caso do Túnel do Marquês é o mais flagrante e os milhões de custos suplementares que as suas diatribes causaram deviam ser objecto de atribuição de responsabilidades). Pois eis que agora o Senhor Vereador Zé resolveu permitir o abuso do espaço público, o incómodo dos munícipes, a diminuição dos seus direitos de movimento dentro da cidade onde pagam impostos – estou a falar do aberrante caso da cedência de uma praça no centro da cidade para uma operação privada (o lançamento deumcarro) que durante cerca de duas dezenas de dias vai prejudicar a vida de todos os que habitamou normalmente frequentama Praça das Flores.
Não está aqui em causa a acção em si – os responsáveis de marketing da Skoda tiveram uma ideia original e aproveitarama fraqueza e complacência da Câmara para a porem em prática. Merecem palmas.
O que está em causa é que o Sr. Zé, dantes, nunca via vantagens nem benefícios naquilo que os outros propunham, e agora só vê vantagens e receitas na perturbação da vida dos lisboetas. Na verdade, o que fazia falta, neste caso, era alguém que tivesse interposto uma providência cautelar à ocupação da Praça das Flores, apoiada pelo tal Zé, que, vê-se agora, não era preciso para nada.
A hipocrisia é o pão nosso dos políticos, mas o tal Zé abusa. E, já agora, em todo este assunto estranha-se o diáfano silêncio do Senhor Presidente da Câmara. Quem cala, consente. Ao menos ficamos a saber do que a casa gasta.
Manuel Falcão»
18/06/2008
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3 comentários:
Não há dúvida que uma mentira repetida muitas vezes, faz efeito.
Não acredito que o Manuel Falcão, pessoa informada, desconheça que o espaço foi cedido pelo Vereador Marcos Perestrelo.
Porque será que insiste numa versão distorcida dos acontecimentos.
Não concordei com a actuação do Veredor Sá Fernandes neste caso. Mas, sejamos claros, o que ele fez foi assinar a autorização respeitante ao ruído.
O que o anónimo diz é verdade. Mas na sessão da AML de ontem, o vereador e vice-presidente nem abriu a boca para defender a posição tomada pela CML, mas sim Sá Fernandes.
O que o anónimo diz não é verdade. O vereador Sá Fernandes apresentou-se publicamente a todos os jornais como mentor do projecto. Antes de alguém levantar o dedo a dizer "não-me-parece-muito-boa-ideia" e começar a bola de neve de "mas-que-raio-de-ideia?".
Tiro pela culatra, acontece.
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