05/10/2009

Discuta-se os peões IV

A cidade está cheia de barreiras invisíveis para os peões. É comum o queixume contra alguns cortes ao trânsito automóvel, que obrigam os automobilistas a perder algum tempo por tomarem percursos alternativos, mas ninguém nota que este mesmo tipo de cortes existe permanentemente e há décadas para os peões em muitíssimos pontos da cidade.
A rotunda do Marquês tem 125m de diâmetro, algo que um peão demoraria menos de um minuto a atravessar... se o Dept de Trânsito assim o deixasse. A praça está feita de tal modo - com as suas barreiras, semáforos e longos desvios para peões - que um peão demora oito minutos a atravessar a praça de um lado ao outro (sim, eu experimentei). Demorar oito minutos a atravessar o Marquês de carro seria um escândalo, mas a pé é aceitável. Não admira que aquela praça tão central seja um deserto, sem pessoas, sem vida, apenas trânsito. Ninguém ali quer passar. E assim se mata uma cidade.
E não é só o Marquês, há o Rato, o Areeiro, o Saldanha, etc.

Sabemos como cada candidatura quer melhorar o fluxo automóvel na cidade, mas o que acharão de barreiras invisíveis anti-peão que existem pela cidade?

3 comentários:

Anónimo disse...

Caro Miguel Carvalho

Face ao que está em jogo na cidade neste momento que o Fórum não quer discutir (frente ribeirinha, destruições sistemáticas de zonas consolidadas, este post é ...
um disface.

Pedro Homem de Gouveia disse...

Caro Miguel Carvalho,

PARABÉNS pelos posts que tem vindo a fazer sobre esta questão.

Esta expressão - "barreiras anti-peão" - parece-me particularmente feliz... é justa (é isso que elas são) e põe os pontos nos ii.

Anónimo disse...

caro anónimo,

chamar a este post um disfarce é extremamente redutor face às implicações que estes problemas têm na 'habitabilidade' da cidade!

Lisboa tem muitos problemas e estão todos em jogo! Este problema é só mais um da lista e que merece ser analisado e discutido!