06/01/2017
01/10/2012
POSTAL DE ALCÂNTARA: passeio junto da Lx Factory
Esta imagem é bem um resumo da Lisboa de hoje: a luta desigual entre carros e pessoas. Exemplo em Alcântara junto à Lx Factory.
20/07/2012
O exemplo de Vicenza: centro histórico vivo, limpo, seguro e para todos os cidadãos
16/07/2012
18/01/2012
19/12/2011
Praças: prioridade exclusiva aos automóveis?
O blogue A Nossa Terrinha, em mais brilhante post, descobriu que há um local na Praça do Saldanha onde o peão tem deesperar por SEIS semáforos para atravessar uma rua apenas. É mais uma prova que o espaço urbano lisboeta é pensado com um objectivo exclusivo: facilitar a circulação automóvel.
Nessa zona da cidade comparei há uns tempos o mesmo percurso feito de carro, e a pé. Resultado: o peão espera 17 vezes mais pela passagem dos automóveis, do que o automóvel espera pelo peão. Argumentar que facilitar a passagem dos peões atrasaria a circulação automóvel, é por isso um absurdo (ou sinal de alguns valores morais trocados).
O Marquês de Pombal é outro exemplo assim. Atravessa-lo a direito (o que já foi permitido em tempos) seriam apenas 125m para os peões, mas neste momento eles são empurrados para bem longe da praça. Numa das travessias (Av. Liberdade) o peão nem pode contornar a praça, sendo obrigado a caminhar até ao quarteirão seguinte para atravessar! Nas outras, o peão é obrigado a várias esperas e afastar-se da praça. Resultado: o peão demora 8 minutos a atravessar a praça de um lado ao outro.
Mas será que a solução lisboeta é incontornável? Será que as praças cheias de trânsito são obrigatoriamente inimigas dos peões? Veja-se o que se passa no Arco do Triunfo em Paris (bem maior que o Marquês e o Saldanha):
Em todas as saídas, o peão pode atravessar directamente sem se afastar da praça, e apenas com um semáforo.
Então e na Praça de Espanha, em Barcelona?
Atravessamento na praça só com um semáforo.
E na Columbus Circle em Nova Iorque?
Atravessamento na praça só com um semáforo.
01/07/2011
13/02/2011
Avenida 24 de Julho: brincando com a segurança dos cidadãos?
07/01/2011
A importância do acesso automóvel para o comércio tradicional explicado às crianças
Repare-se na foto acima, com a Rua Morais Soares e uma das suas paralelas. A primeira tem comércio porta sim, porta sim. A segunda muito longe disso. E isto acontece para qualquer rua ou avenida central de Lisboa, seja a Av. de Roma, a Av. da Liberdade, a Rua Garrett, etc. quando comparadas com as vias secundárias próximas. Mas...
Para quem se desloca de carro, a facilidade de acesso a uma e outra é exatamente igual.
Para quem se desloca de carro, estacionar perto de uma ou da outra é exatamente o mesmo. A rua secundária até tem ocasionalmente a vantagem de se poder estacionar à porta das lojas.
As rendas na rua principal são bem mais altas do que na rua secundária.
Como se explica então esta enorme diferença na quantidade de comércio e de consumidores entre uma e outra?
O fundamental para o sucesso do comércio tradicional não é ter carros a passar ou a estacionar à porta, mas ter pessoas a passarem a pé e a pararem ocasionalmente, a verem as montras, a (re)conhecerem uma loja para uma compra no futuro. E os peões estão nas ruas principais porque é mais fácil de caminhar por elas, porque mais facilmente se chega a algum lado através delas, porque há paragens de autocarro, etc. O fundamental para o comércio local não é atrair carros, mas atrair peões.
Exemplos sobre isto não faltam, este texto tem vários exemplos inclusive dados que mostram como os próprios comerciantes estão enganados sobre o número de consumidores que vêm de carro.
03/01/2011
Av. Brasil: manual da hegemonia automóvel no espaço público I
A Avenida do Brasil é um triste exemplo de como temos deixado o espaço das nossas cidades ser conquistado pelo automóvel. Esta avenida é particularmente interessante por ser uma avenida (1) moderna, (2) larga, (3) numa das áreas onde houve planeamento urbano digno desse nome, (4) central, (5) com metro a 300m, (6) servida por imensos autocarros, (7) foi abençoada pelo plano de ciclovias, resumindo, teria tudo para ser um bom exemplo.
1. Espaço para peões
Num local onde o automóvel tem direito a sete faixas, os peões têm direito a isto:
Noutros locais nem isso:
2. Prioridade ao peão
Nos cruzamentos o automóvel espera apenas por um semáforo. Os peões não podem atravessar diretamente, sendo obrigados a contornar o cruzamento e esperar duas vezes.
3. Caminho do peão
Uma travessia de peões acaba diretamente... contra um quiosque cheio de publicidade.
O piso está danificado em inúmeros lugares devido ao estacionamento no passeio.
21/06/2010
Rua das Janelas Verdes: faixas de rodagem no passeio?
A falta de uma dúzia de pilaretes, ou melhor, a falta de civismo de alguns automobilistas está na origem desta ocupação abusiva do canal pedonal.
Este é um arruamento muito frequentado por turistas uma vez que aqui se localiza o mais importante museu nacional do nosso país: Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA). Mas este não é o único ponto negro da Rua das Janelas Verdes: ao chegar à entrada principal do MNAA, o visitante tem enfrentar uma verdadeira barragem de carros estacionados em praticamente todo o espaço público destinado aos peões.
Se a Polícia Municipal / CML parecem tardar em reagir, pelo menos há munícipes que se manifestam e lutam contra a secundarização sistemática dos peões em Lisboa.
Para quando a correcção deste problema na Rua das Janelas Verdes? É isso que vamos perguntar novamente à CML.
15/03/2010
Sinais da aceitação da inferioridade dos peões em Lisboa?
19/10/2009
Passeios largos?


07/10/2009
Discuta-se os peões VII
Quando pensamos que um percurso a pé demora muito tempo não nos apercebemos que isso não se deve à sua velocidade mas ao planeamento anti-peão da cidade. Assim se promove o automóvel nas pequenas deslocações causando congestionamento, ruído, poluição e problemas de estacionamento (em Bruxelas 25% das deslocações são inferiores a 1km, imagine-se Lisboa).
O que acharão as candidaturas do desenho urbano que afasta activamente os peões dos cruzamento, mesmo os mais pequenos e centrais?
06/10/2009
Discuta-se os peões VI

Neste ponto onde é impossível agradar a gregos e a troianos (normalmente os programas eleitorais assumem que o espaço é infinito tal como os fundos), será que alguma candidatura admite que estas vias são barreiras inaceitáveis para os peões?
05/10/2009
Discuta-se os peões V

Mobiliário a atrapalhar o automóvel é sempre notícia de prime time. Quando atrapalha o peão, nem o próprio peão nota. O que acharão as candidaturas do espaço roubado ao peão pelo mobiliário urbano?

Discuta-se os peões IV
A rotunda do Marquês tem 125m de diâmetro, algo que um peão demoraria menos de um minuto a atravessar... se o Dept de Trânsito assim o deixasse. A praça está feita de tal modo - com as suas barreiras, semáforos e longos desvios para peões - que um peão demora oito minutos a atravessar a praça de um lado ao outro (sim, eu experimentei). Demorar oito minutos a atravessar o Marquês de carro seria um escândalo, mas a pé é aceitável. Não admira que aquela praça tão central seja um deserto, sem pessoas, sem vida, apenas trânsito. Ninguém ali quer passar. E assim se mata uma cidade.
E não é só o Marquês, há o Rato, o Areeiro, o Saldanha, etc.
Sabemos como cada candidatura quer melhorar o fluxo automóvel na cidade, mas o que acharão de barreiras invisíveis anti-peão que existem pela cidade?
02/10/2009
Discuta-se os peões III
Já todos sabemos ao detalhe o que cada candidatura pensa da mobilidade automóvel, mas o que acharão desta hierarquização perversa no planeamento dos fluxos de peões e tráfego na cidade?