Na rua Pedro Nunes, ás Picoas, mais um velho e bafiento edifício que vai dar lugar a um explêndido exemplar de modernidade e contemporaneidade. A porta, em ferro forjado, já era...
E assim, passo a passo, Lisboa melhora:
Deve ser isto que os turistas vêm ver porque, lá nas terras deles, tal nunca seria possível...
40 comentários:
sim, é lamentável mas por favor sugere soluções pois não parece haver muitas ideias.
restaurar o "palacete" mantendo a traça e o interior original e depois esperar (sentado) que apareça alguém com um ou dois milhões no banco que queira viver lá não é a solução.
mas se calhar tranforma-lo em pequenos estúdios para jovens não era má ideia.
E quem são os jovens que têm dinheiro para um estudio num palacete no centro de Lisboa? Os jovens que têm pais ricos. E nesse caso porque têm que ser para os jovens viverem se são os pais que pagam?
Isto é tudo muito bonito de se dizer mas há que ver se é exequível ou não.
xico, o podretana (mental e financeiramente)
Pois, sou um jovem português normal. Daí eu dizer que Lisboa está feita para ricos. As ideias que aqui são defendidas não se adaptam a 90% dos portugueses pelo menos. Planear para as minorias rula!!
Mas o feitiço vira-se contra o feiticeiro quando se vêm queixar que Lisboa fica vazia. É que se as pessoas não moram no centro de Lisboa tambem deixam de frequentar o centro e os empregos tambem se mudam para a periferia. Vamos no mesmo caminho de Detroit em que o centro todo partido só é frequentado por sem-abrigos e gangsters.
Que bom, este cenário para Lisboa é que rula.
E claro que o prédio novo que aqui vão fazer vai ser para os pobrezinhos. Deve ser habitação social presumo.
por acaso advogam rendas livres? ou por acaso advogam a situação actual em que o proprietário é delapidado e tem de vender o imóvel arruinado? se não defendem rendas livres, não chorem.
Xico, 200/300 Euros há muito que podem. Agora 1000 e 1500 como vejo muitas rendas de facto só quem tem apoio.
rodrigo, minha inteligência rara. se a malta descontar em impostos os 1.200 euros que você preconiza para se poder subsidiar rendas dos outros, as pessoas continuam sem dinheiro à mesma. não existem almoços grátis, sabia?
;)
Rodrigo disse...
Xico, 200/300 Euros há muito que podem. Agora 1000 e 1500 como vejo muitas rendas de facto só quem tem apoio.
7:34 PM
E vão alugar apartamentos no centro de Lisboa a 200/300€? Quem vai ficar a arder com o valor que poderia receber e não vai receber?
Esses valores são o preço do aluguer duma casa abarracada na periferia.
Repito aqui o que já tinha escrito em um outro post, as pessoas foram forçadas a se afastar de cidades como Lisboa, por conta da gula de uns e mau planeamento de quem de direito.
Quem já saiu de Lisboa dificilmente volta (e os números anuais da "fuga" comprovam isso). Enquanto se continuar a fazer andares para ricos ou para lavar dinheiro sujo, a cidade não será para todos ... e arisca-se a não ser de ninguém
O Palacete é lindo, fico triste.
Ó Xico,
se a recuperação dos prédios antigos é um entrave à existência de casas vendidas e arrendadas por preços mais realistas e dessa forma evitar o êxodo dos habitantes de Lisboa, porque razão as construções novas, claramente inferiores e esteticamente mais pobres, são vendidas e arrendadas por preços muito superiores às casas antigas mas renovadas? Quando se destroí um destes edifícios, destrói-se património importante para a consolidação estética arquitectonica das ruas, constrói-se um maior número de apartamentos no mesmo espaço encurtanto as áreas de cada fracção e subindo o prédio e pede-se mais dinheiro por cada apartamento. Isto tem um nome e preenche, na totalidade, o tipo da especulação e ganância. Quem paga é a cidade e somos nós.
Um áparte para o Filipe Sousa, o que não gosta de azulejos: assisti a uma palestra do eminente Prof. Dr. Rui Trindade sobre faiança e azulejos. Pena que não tenha estado lá, e que tenha exposto a sua brilhante teoria sobre sarracenos e azulejos. Umas palavras para si: a ignorância é muito atrevida!
O primeiro comentario anónimo tem a explicação para as suas duvidas.
o anónimo 12:42 disse tudo, podem fechar este tópico .
Anónimo disse...
o anónimo 12:42 disse tudo, podem fechar este tópico .
1:02 AM
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Ou seja, tu proprio!!! Ainda bem que reconheces merito a ti proprio já que mais ninguem te reconhece.
também acho que o anónimo das 12:42 expôs bem a questão - é isto que merece ser discutido.
(e teve o grande mérito de não andar a bofetear verbalmente quem tem uma opinião diferente, ao contrário do que sucede com os dois dwarfs da caixa de comentários)
Em minha opinião quem esteve melhor foi o primeiro de todos.
ora, eu acho que o melhor foi o anónimo das 12:42
São opiniões. Cada um puxa a brasa à sua sardinha.
Não são opiniões, são factos. Eu não acho que cada um puxe a brasa à sua sardinha.
E por aí fora poderíamos continuar, contrariando sempre o que o anterior diz e conquistando a coroa de ser o último a terminar a discussão. Tem sido esta a a estratégia usada pelos 2 trolls do blog, até que todos os outros se cansem. Entretanto, vamo-nos esquecendo de discutir aquilo que está em causa.
E no fim os trolls dizem que é tudo uma cambada de parasitas e que todos os que não são da sua opinião pagam uma renda de 2 € e não trabalham.
Pronto, xico, agora o palco é todo teu... fica com o último comentário
OH Filipe, luz da minha razão. Não percebi essa dos 1.200 em desconto de impostos até porque o limite não chega a 700 euros/ano. Como é obvio, estes valores seria de casas propriedade da câmara, e serviam para o arrendamento jovem.
Se há necessidade de intervenção do Estado é precisamente na área da habitação, aliás como acontecia antes do 25 de Abril em que a maioria das casas, ex alguns prédios da av de roma e av eua, eram propriedade do Estado, como a antiga Segurança Social, e as rendas revertiam para o apoio social (sim porque já havia apoio social). Naturalmente, as rendas dependeria da localização, tipo de imovél, etc.
O´Xico,
eu, o anónimo das 12:42, acabei de entrar na caixa e li os posts que se seguiram ao meu das 12:42.
Interessante que tenha preferido o "fait-divers" e o circo, em vez de pensar na situação de que lhe descrevi, que reparei quando procurei casa, e que se mantém ainda. As casas novas são vendidas muito mais caras do que as antigas renovadas. Porquê? As áreas são manifestamente menores, a qualidade dos materiais não é duradoura como os anteriores, há mais pessoas a viver nos prédios porque há mais apartamentos, em poucos anos os prédios novos parecem ter o triplo da idade, etc...
E no processo as nossas ruas vão sofrendo terríveis perdas e as nossas cidades parecem cidades sul-americanas, à revelia da nossa história secular.
É clarinho como água, anónimo das 10:55. Mas o problema é que recuperar não é o negócio mais rentável. Mais rentável, é deitar abaixo e triplicar o nº de fogos na mesma área, sendo que cada um dos novos fogos, é valorizado pelo dobro do preço relativamente ao preço de um antigo.
E assim se transformam pedras em ouro; se destrói a memória de uma cidade e se especula á vontade do freguês...
Caro Arq.º Silva:
Lendo as suas palavras "sendo que cada um dos novos fogos, é valorizado pelo dobro do preço relativamente ao preço de um antigo", fico com a ideia que não percebe o que significa viver numa economia de mercado.
Quro eu dizer que o seu papão, os especuladores imobiliários são apenas um veículo, quem valoriza "pelo dobro do preço" um imóvel novo, é o "mercado" ou seja o cliente final, pessoas como eu e você (mas com gostos diferentes)!
Esta questão não é (somente) uma questão urbanística, é acima de tudo uma questão cultural. Em Portugal, uma grande maioria das pessoas valoriza o NOVO em detrimento do VELHO, e o mercado, na ausência de regulamentos protecionistas, reflete essa vontade. Como tal esta tendência só pode ser invertida pelas entidades responsáveis pela regulamentação.
f.
mentalidade do sr "arq":
"as pessoas deviam ser coagidas a comprar aquilo que EU gosto,
e os construtores deviam ser coagidos a ganhar apenas aquilo que EU entendo"
Eu prefiro antes comprar e vender aquilo que TU entendes, ó Filipe, que pelo que se pode ler aqui é:
casas novas, todas iguais onde impera o plástico e o alumínio, numa rua cheia de carros no passeio, sem jardins porque tiram espaço aos estacionamentos, ou seja, uma autêntica cidade árabe. Para quem não gosta de sarracenos disfarças mal os teus gostos!
Caro f ou luis Alexandre:
Eu sei muito bem o que é viver numa economia de mercado. E até sei o que é viver noutras economias de mercado.
Economias essas onde o mercado é livre, mas sujeito a regras.
E é a existência dessas regras que diferenciam precisamente, uma economia de mercado de uma economia de especulação e terceiro mundista.
Em Paris, em Londres, em Berlim, em Viena, tudo capitais de economias de mercado, preserva-se o património. Em Lisboa não
e porquê?
Porque nesses paises criaram-se os mecanismos próprios, para que houvesse um justo equilíbrio entre a recuperação do património e as mais valias, que uma economia de mercado deve proporcionar aos investidores.
Portanto, isto é mesmo assim:
Há quem queira uma especulação de mercado para tudo ganhar, querendo lá saber da cidade, da sua escala e da sua memória.
Por outro lado há quem, defendendo o mercado livre, entenda que devem existir mecanismos que lhe confiram um justo equilíbrio, por forma a possibilitar a manutenção de um património que é da cidade.
Torno a dizer que esta legislação não muda porque há lobbys de pressão para que isso não aconteça e, esses lobbys, não são o dos desgraçadinhos dos proprietários dos prédios antigos e devolutos, com toda a certeza.
6:06 PM
Mentalidade do sr eng Filipe Sousa:
As pessoas estão coagidas a viver todas numa cidade tipo "Amadora".
Quanto aos construtores, tem toda a razão:
Só deviam ganhar o justo valor pelo serviço que prestam.
E isso implicaria um justo valor pelas casas, manutenção do património, cidade á escala da pessoa, população na cidade, reabilitação, enfim, uma maravilha.
Aliás, é para isso que há estado...
há pessoas a quem a liberdade dos outros lhes faz espécie. do alto da sua pseudo-altivez moral acham-se no direito de condicionar as escolhas dos outros. essas pessoas são as que mais tristeza trazem a este planeta.
Qual liberdade? A de especular á vontadinha, provocando a desertificação da cidade?
A de destruir todo um património e a memória de um espaço temporal da cidade?
Pois sr engº Filipe Sousa, pode ficar com a sua visão redutora de liberdade.
Poderia ficar com a minha visão de liberdade se não houvessem pessoas que se acham no direito de interferir politicamente para suprimi-la, e que chamam a essa prepotência "cidadania"
Desculpe sr engº mas uma afirmação gratuita como a que fez só pode vir de quem não sabe distinguir o que é um estado social de prepotência ou de capitalismo selvagem...
"social" = "os contribuintes pagam e meia dúzia de gajos, incluindo eu e alguns amigos do meu lobby beneficiam"
Sr engº, é o seu entendimento redutor da matéria...
"redutor" é o mecanismo que o sr arquitecto quer ver na sua renda de casa, à custa dos impostos dos outros
Sr engº, é o seu entendimento redutor da matéria...
Ah esqueci-me:
é que eu não pago renda; vivo num apartamento comprado, dum edifício centenário, recuperado e pelo qual, paguei menos cinquenta mil euros que por um novo, na mesma zona e com áreas idênticas...
Quém lucrou com a porta? Deve ter sido o mesmo que lucrou com o gradeamento da Igreja de São Roque--
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