Palácio setecentista no largo de Santiago, castelo. Nada restou do que era um belíssimo exemplo de moradia aristocrática lisboeta. Será um prédio de apartamentos, muito modernos e com amplas divisões, dirigido ao segmento de luxo do mercado imobilário. Terá honras de figurar em mega-cartaz publcitário no aeroproto, traduzidas as miríficas qualidades do empreendimento em Inglês, espanhol e chinês. É confrangedora a trivialidade com que se trata Lisboa. E se a vende.
Como e quem autorizou esta selvajaria? Acrescentem-se a este os seguintes "magníficos e modernos" empreendimentos nos palácios de Lisboa: palácio Mesquitela, palácio dos Condes de Santiago, palácio Coculim, palácio dos Condes de Alva e teremos uma ideia do que esta CML tem feito ao património da cidade.
Sabe a CM que a opinião pública está ocupada com outros assuntos e não exige que os destinos da cidade sejam orientados de outra forma. |
5 comentários:
Aguardamos todos com grande expectativa o momento em que o sr. do seu próprio bolso desate a renovar todos os palácios e palacetes de Lisboa. Até lá temos que nos render às evidencias e concluir que ninguém de bom senso vai recuperar um espaço com o luxo e o caráter de uma mansão destas dimensões e viver lá dentro sozinho visto que são espaços unifamiliares. O que pode acontecer, aguardo fotos da recuperação integral de um projeto pago por si. Ou então deixar tudo como está, devoluto.
E já agora, só entre nós, porque você não passa comentários com alguma ironia e contraditórios às vossas ideias, tentem fazer um pouco mais de pressão contra os telhados de zinco que estão a descaracterizar o colorido uniforme das vistas de Lisboa sem qualquer justificação razoável.
Reagindo ao anónimo das 12.34
Em relacao aos telhados de zinco já houve varios posts aqui e noutros pontos sobre isso mesmo. Com mais e menos ironia. Até agora essa triste moda, soma e segue.
Aguardo com bastanee expectativa a altura em que os comentadores apresentem argumentos que vao para além do famigerado dinheiro.
Ou sera que Lisboa é a única cidade com um vasto património, com pouco dinheiro? O que há é uma CML ausente da sua funcao de gestora, organizadora e guardia do que exisite no seu espaco?
O que se passa é que a CML promove o que é fácil e nao ousa estipular regras e procedimentos. E o resultado está à vista: descaracterizacao da cidade de uma ponta à outra.
A questão do dinheiro é inevitável. Quem apresenta estes posts é que deveria pensar numa solução porque eu sinceramente não sei. O restauro integral a ser possível, no estado em que alguns se encontram, deverá chegar a valores absurdos. Já são muitos anos a assistir ao apodrecimento de dezenas de edifícios destes que nunca terão resolução, pelo menos assim pode salvar-se as fachadas. Também sei que nem sempre as fachadas são bem preservadas. E esta minha opinião vincula apenas as casas unifamiliares apalaçadas, edifícios habitacionais como por exemplo os das avenidas novas deveria ser feito muito mais, nestes caso é a câmara a proteger os abutres do dinheiro fácil.
A questão do zinco é diferente. Conheço os vossos anteriores posts e não consigo encontrar nenhuma razão para utilização do dito. Não sei quem é que permitiu começar a gracinha, mas acho que numa cidade de miradouros como lisboa estar a modificar o ocre que caracteriza a paisagem mostra o desleixo total dos seus responsáveis. O meu problema é que está a avançar rápido e é pior para mim que o interior de alguns palacetes. À 30 anos também não havia marquises
Reagindo ao anónimo das 9.28 da tarde,
Obrigado pelo seu comentário. De facto a solução não é fácil, mas mesmo assim podem-se tentar:
- patrocinadores, em Itália há a tradição de algum mecenato desse tipo e funciona (ex: FAI)
- cadernos de encargos bem definidos para futuros promotores
- criação de pólos culturais
- valorização histórica do edificado
em relação ao zinco, já deste grupo saíram pedidos de esclarecimento e até agora nada,
Cumprimentos,
Miguel de Sepúlveda Velloso
Ou então um investidor privado com uma mistura de bom gosto e dever público, porque até poderá ser um bom investimento para quem tiver tal disponibilidade financeira. Mas é muito difícil. Entretanto mais um acidente com um prédio devoluto em Lisboa.
Existem demasiadas obras, finalizadas ou não, com o tal zinco, que vai fazer estragos graves na paisagem. Lisboa vai ser a cidade dos metais, zinco nos telhados, alumínio nas varandas e ferro dos carros por toda a parte.
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