7º Teaser - FEIRA POPULAR, ONDE? COMO? QUANDO? Quando é que se assume o evidente sobre a Feira Popular: que ela será muito mais útil e atractiva fora, do que dentro do concelho de Lisboa?! E que sobre ela se fez uma negociata imobiliária das maiores a que Lisboa jamais assistiu? E porque são os feirantes indemnizados sem que haja alternativa para um novo parque de diversões?
Paulo Ferrero, Pedro Policarpo e Bernardo Ferreira de Carvalho
30/09/2005
Para Domingo, 6º dia de campanha, 6º teaser aos candidatos a Lx:
6ª Teaser- UM NOVO AEROPORTO A PENSAR NAS FUTURAS GERAÇÕES?A questão do novo aeroporto resume-se a uma pergunta: queremos ou não queremos deixar uma Lisboa melhor às futuras gerações? mais segura? com menos decibéis? com mais oxigénio? menos doenças incuráveis? menos congestionada de tráfego aéreo? com accessibilidades à europeia? É sobre isso que os candidatos se têm que pronunciar, sem demagogias, por muito que a opção final seja do Governo.
Paulo Ferrero, Pedro Policarpo e Bernardo Ferreira de Carvalho
Paulo Ferrero, Pedro Policarpo e Bernardo Ferreira de Carvalho
Para amanhã, 5º dia de campanha, 5º teaser aos candidatos a Lx:
5º Teaser- QUANDO DEIXARÁ A EPUL DE SER UMA SOCIEDADE IMOBILIÁRIA?A EPUL tem-se comportado como uma normalíssima promotora imobiliária, parecendo incapaz de cumprir o seu objecto social e até o que anunciou no passado recente, como por exemplo o empreendimento no Martim Moniz. Qual dos candidatos vai usar a EPUL como verdadeiro instrumento de reabilitação das zonas históricas (restaurando quarteirões) e como exemplo de bom urbanismo/arquitectura nas zonas modernas?
Paulo Ferrero, Pedro Policarpo e Bernardo Ferreira de Carvalho
Paulo Ferrero, Pedro Policarpo e Bernardo Ferreira de Carvalho
29/09/2005
"Estética" na Pç Marquês de Pombal
1 - A Praça do Marquês de Pombal está circundada por prédios de grande dignidade, todos da mesma cor, com a mesma altura e com o mesmo tipo de fachada.
2 - Os reclamos luminosos que encimam os prédios são todos idênticos e todos de luz branca, o que lhes confere um ar de certa homogeneidade.
3 - Porém, o prédio ao lado do Hotel Fénix e que torneja para a Rua Braancamp, pertencente ao Banco Espírito Santo, de acordo com o reclamo luminoso que o encima, tem um cartaz de publicidade ao BES que ocupa toda a fachada do prédio.
4 - O prédio que torneja para o outro lado da Rua Braamcamp, tem a toda a altura da fachada, um enorme reclamo ao Banco Santader.
5 - No prédio ao lado deste, está um cartaz também de enormes proporções,a fazer reclamo a uma Clínica de Olhos.
6 - No prédio que torneja para a Rua Rodrigues Sampaio, está outro cartaz (azul) de enormes proporções a fazer reclamo a uma empresa de Venda de Prédios.
7 - Por este andar, as demais empresas instaladas na Praça do Marquês de Pombal, como seja o Banco do Brasil, a AXA, a EDP, etc. também se sentirão no direito de colocar cartazes nas fachadas dos seus prédios.
8 - Na minha opinião, os cartazes instalados são uma forte agressão à estética da praça, devendo ser retirados de imediato, pois contribuem poderosamente para o descrédito cultural das empresas que os colocaram e das autoridades que permitiram a sua colocação.
9 - Finalmente, os turistas estrangeiros que por ali circulam devem sorrir com desprezo, por tamanha manifestação de mau gosto.
10 - E nós, os lisboetas, não fazemos nada para extirpar esta mal educada publicidade, que vandaliza uma das mais bonitas Praças de Lisboa ?
Santos Fernandes
2 - Os reclamos luminosos que encimam os prédios são todos idênticos e todos de luz branca, o que lhes confere um ar de certa homogeneidade.
3 - Porém, o prédio ao lado do Hotel Fénix e que torneja para a Rua Braancamp, pertencente ao Banco Espírito Santo, de acordo com o reclamo luminoso que o encima, tem um cartaz de publicidade ao BES que ocupa toda a fachada do prédio.
4 - O prédio que torneja para o outro lado da Rua Braamcamp, tem a toda a altura da fachada, um enorme reclamo ao Banco Santader.
5 - No prédio ao lado deste, está um cartaz também de enormes proporções,a fazer reclamo a uma Clínica de Olhos.
6 - No prédio que torneja para a Rua Rodrigues Sampaio, está outro cartaz (azul) de enormes proporções a fazer reclamo a uma empresa de Venda de Prédios.
7 - Por este andar, as demais empresas instaladas na Praça do Marquês de Pombal, como seja o Banco do Brasil, a AXA, a EDP, etc. também se sentirão no direito de colocar cartazes nas fachadas dos seus prédios.
8 - Na minha opinião, os cartazes instalados são uma forte agressão à estética da praça, devendo ser retirados de imediato, pois contribuem poderosamente para o descrédito cultural das empresas que os colocaram e das autoridades que permitiram a sua colocação.
9 - Finalmente, os turistas estrangeiros que por ali circulam devem sorrir com desprezo, por tamanha manifestação de mau gosto.
10 - E nós, os lisboetas, não fazemos nada para extirpar esta mal educada publicidade, que vandaliza uma das mais bonitas Praças de Lisboa ?
Santos Fernandes
Para amanhã, 4º dia de campanha, 4º teaser aos candidatos a Lx:
4º Teaser: QUE ZONA RIBEIRINHA DEFENDEM OS CANDIDATOS?A zona ribeirinha de Lisboa continua desaproveitada mas tem um imenso potencial natural e património industrial, conventual, palaciano e bairrista a proteger e revitalizar. Quais são as ideias concretas e quais são os prazos para esta zona? Neste contexto como é possível estar a deixar a Administração do Porto de Lisboa aumentar o terminal de contentores, bloqueando mais rio, depois das conquistas significativas de sinal contrário em outros anos?
Paulo Ferrero, Pedro Policarpo e Bernardo Ferreira de Carvalho
Paulo Ferrero, Pedro Policarpo e Bernardo Ferreira de Carvalho
28/09/2005
Para amanhã, 3º dia de campanha, 3º teaser aos candidatos a Lx:
3º Teaser: PORQUE NINGUÉM FALA EM DESPOLUIR O TEJO?
Dado o facto indesmentível de Lisboa, em pleno século XXI, continuar a ter um péssimo (quando não nulo) tratamento dos esgotos e resíduos poluidores, no que é perigosamente acompanhada pelos municípios a montante do rio, aliás; porque é que nenhum dos candidatos fala em despoluir o Tejo? Porque se continua a adiar o inadiável?
Paulo Ferrero, Pedro Policarpo e Bernardo Ferreira de Carvalho
Dado o facto indesmentível de Lisboa, em pleno século XXI, continuar a ter um péssimo (quando não nulo) tratamento dos esgotos e resíduos poluidores, no que é perigosamente acompanhada pelos municípios a montante do rio, aliás; porque é que nenhum dos candidatos fala em despoluir o Tejo? Porque se continua a adiar o inadiável?
Paulo Ferrero, Pedro Policarpo e Bernardo Ferreira de Carvalho
27/09/2005
Para amanhã, 2º dia de campanha, 2º teaser aos candidatos a Lx:
2º Teaser: QUE PARQUES SUBTERRÂNEOS? E POR QUEM?
Que seja preciso mais parques de estacionamento subterrâneo, mormente para residentes e comerciantes, é algo consensual. Mas queremos ouvir os candidatos sobre:
- Se vão ou não avançar, se forem eleitos, com os polémicos parques de estacionamento subterrâneo anunciados em tempos, e retirados oportunamente de agenda pela CML, para o Largo Barão de Quintela (Chiado), Pç. José Lins do Rêgo (Av.Brasil), Príncipe Real, Avenida Liberdade e Avenida da Igreja?
- Se se vai continuar a dar a sua concessão aos mesmos de sempre - na maior parte dos casos, mesmo antes de estar aberto concurso para a sua execução?
- E, já agora, porque é que sendo parques para residentes, eles não são gratuitos?
Paulo Ferrero, Pedro Policarpo e Bernardo Ferreira de Carvalho
Que seja preciso mais parques de estacionamento subterrâneo, mormente para residentes e comerciantes, é algo consensual. Mas queremos ouvir os candidatos sobre:
- Se vão ou não avançar, se forem eleitos, com os polémicos parques de estacionamento subterrâneo anunciados em tempos, e retirados oportunamente de agenda pela CML, para o Largo Barão de Quintela (Chiado), Pç. José Lins do Rêgo (Av.Brasil), Príncipe Real, Avenida Liberdade e Avenida da Igreja?
- Se se vai continuar a dar a sua concessão aos mesmos de sempre - na maior parte dos casos, mesmo antes de estar aberto concurso para a sua execução?
- E, já agora, porque é que sendo parques para residentes, eles não são gratuitos?
Paulo Ferrero, Pedro Policarpo e Bernardo Ferreira de Carvalho
26/09/2005
Campanha "1 Teaser por dia de Campanha eleitoral"
Por constatarmos que há uma série de assuntos em Lisboa que parecem estar esquecidos pelas candidaturas à CML, encetamos hoje a campanha que intitulámos "1 teaser por dia de campanha eleitoral".
Com ela pretendemos espicaçar os candidatos para que se pronunciem e comprometam em relação a 11 problemas que têm sido afastados dos seus folhetos, cartazes e debates.
1º Teaser -FECHO DA CRIL: PRESERVAR OU MUTILAR O AQUEDUTO?Para se acabar a CRIL tem que se fazer uma de duas coisas: destruir-se um troço do Aqueduto das Águas Livres ou fazer-se um viaduto /túnel . O Governo comprometeu-se a acabar com a CRIL. Como? Ninguém sabe. A CML tem uma palavra (decisiva) a dizer. Quem se compromete com o quê? Depois das eleições que fará a CML com as mais de 8.000 assinaturas do abaixo-assinado em defesa do nosso Aqueduto (http://oprurb.org/aa.php?id=1&lg=pt)?
Paulo Ferrero, Pedro Policarpo e Bernardo Ferreira de Carvalho
Com ela pretendemos espicaçar os candidatos para que se pronunciem e comprometam em relação a 11 problemas que têm sido afastados dos seus folhetos, cartazes e debates.
1º Teaser -FECHO DA CRIL: PRESERVAR OU MUTILAR O AQUEDUTO?Para se acabar a CRIL tem que se fazer uma de duas coisas: destruir-se um troço do Aqueduto das Águas Livres ou fazer-se um viaduto /túnel . O Governo comprometeu-se a acabar com a CRIL. Como? Ninguém sabe. A CML tem uma palavra (decisiva) a dizer. Quem se compromete com o quê? Depois das eleições que fará a CML com as mais de 8.000 assinaturas do abaixo-assinado em defesa do nosso Aqueduto (http://oprurb.org/aa.php?id=1&lg=pt)?
Paulo Ferrero, Pedro Policarpo e Bernardo Ferreira de Carvalho
22/09/2005
Mobilidade: 2 boas notícias do Governo
"A linha azul do metro vai ficar ligada à linha de Sintra, a partir de 2009, através de um interface na Reboleira, anunciou hoje a secretária de Estado dos Transportes. Para assinalar o Dia Europeu Sem Carros, Ana Paula Vitorino fez hoje o percurso de Metro entre as Laranjeiras e a estação Amadora/Este (Linha Azul), que está actualmente separada da estação ferroviária da Reboleira (linha de Sintra da CP) por apenas 250 metros, e aproveitou para anunciar a nova ligação.
"O túnel [do metro] já está construído até 250 metros da estação da Reboleira e a ligação deve entrar em funcionamento em 2009", disse a secretária de Estado.
Se todos os prazos forem cumpridos, a obra deverá começar em 2007, depois de concluídos os estudos de impacte ambiental e os concursos públicos de adjudicação.
A ligação e construção da estação e interface da Reboleira (com capacidade para estacionamento) têm um custo estimado de 50 milhões de euros.
Ana Paula Vitorino justificou a obra com a necessidade de melhorar a coordenação intermodal numa das freguesias mais densamente povoadas da Área Metropolitana de Lisboa.
"A Reboleira é uma freguesia com elevada densidade populacional. Estamos a identificar os pontos negros dos transportes nas Áreas Metropolitanas de Lisboa e Porto e os estudos determinaram que seria importante fazer a ligação entre estes dois eixos (ferrovia e metropolitano)", frisou a mesma responsável.
O Governo vai, entretanto, abandonar a ideia anunciada pelo ex- ministro social-democrata, António Mexia, de avançar com uma linha de metro para servir o centro histórico da cidade.
"A linha das Colinas foi desaconselhada do ponto de vista físico e de rentabilidade social e económica", afirmou a governante, argumentando que o sistema de mobilidade "não se consegue apenas à custa do Metro".
Ana Paula Vitorino adiantou que a Carris está a rever a rede no sentido de intensificar as ligações ao metro e estações ferroviárias e melhorar o serviço aos bairros.
A secretária de Estado sublinhou ainda a importância de coexistirem vários meios de transportes, "por que têm funções diferentes: uns servem como transportes de massas, outros para fazer a distribuição das pessoas".
O Governo está também interessado em melhorar a integração ao nível da bilhética, dos sistemas tarifários e de informação ao público.
A segurança é outra das preocupações."Vamos arranjar formas de promover a segurança nas paragens", declarou, o que deverá ser conseguido combinando videovigilância, iluminação e soluções arquitectónicas.
A secretária de Estado lembrou, por outro lado, que nem todas as responsabilidades incumbem ao Governo.
"Podemos promover a segurança, a coordenação, a regularidade e a fiabilidade, mas as competências das autarquias também devem ser salvaguardadas. Tem de haver uma política de estacionamento adequada e uma articulação entre o ordenamento do território e as estratégias de mobilidade".
Face à "insustentável taxa de utilização do transporte individual", Ana Paula Vitorino lamentou que o Dia Sem Carros não tivesse tido mais adesão por parte das autarquias, e sobretudo a ausência de Lisboa.
O ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações quis solidarizar-se com o evento oferecendo viagens gratuitas nos operadores de transportes públicos de Lisboa (barcos, comboios, autocarros e metropolitano).
Mas a iniciativa pecou por falta de divulgação. Na estação da Amadora/Este, apenas uma nota manuscrita e colada numa das máquinas de venda de bilhetes alertava para o facto. Na estação das Laranjeiras nada indicava que os utilizadores pudessem usufruir hoje de viagens gratuitas."
Eis duas boas notícias em "Dia Sem Carros", em "Semana da Mobilidade". Só é pena que em relação aos interfaces, por este andar nem daqui a 30 anos teremos todos os outros que são necessários; e continuarmos a não ouvir nada dizer quanto aos acessos às colinas, nomeadamente quanto ao lançamento de funiculares/escadas rolantes/eléctricos.
Mas mais valem estas 2 boas notícias do que o pseudo-pacote de medidas, supostamente não simbólicas, que a CML anunciou ontem, e que já comentáramos na altura própria.
PF
"O túnel [do metro] já está construído até 250 metros da estação da Reboleira e a ligação deve entrar em funcionamento em 2009", disse a secretária de Estado.
Se todos os prazos forem cumpridos, a obra deverá começar em 2007, depois de concluídos os estudos de impacte ambiental e os concursos públicos de adjudicação.
A ligação e construção da estação e interface da Reboleira (com capacidade para estacionamento) têm um custo estimado de 50 milhões de euros.
Ana Paula Vitorino justificou a obra com a necessidade de melhorar a coordenação intermodal numa das freguesias mais densamente povoadas da Área Metropolitana de Lisboa.
"A Reboleira é uma freguesia com elevada densidade populacional. Estamos a identificar os pontos negros dos transportes nas Áreas Metropolitanas de Lisboa e Porto e os estudos determinaram que seria importante fazer a ligação entre estes dois eixos (ferrovia e metropolitano)", frisou a mesma responsável.
O Governo vai, entretanto, abandonar a ideia anunciada pelo ex- ministro social-democrata, António Mexia, de avançar com uma linha de metro para servir o centro histórico da cidade.
"A linha das Colinas foi desaconselhada do ponto de vista físico e de rentabilidade social e económica", afirmou a governante, argumentando que o sistema de mobilidade "não se consegue apenas à custa do Metro".
Ana Paula Vitorino adiantou que a Carris está a rever a rede no sentido de intensificar as ligações ao metro e estações ferroviárias e melhorar o serviço aos bairros.
A secretária de Estado sublinhou ainda a importância de coexistirem vários meios de transportes, "por que têm funções diferentes: uns servem como transportes de massas, outros para fazer a distribuição das pessoas".
O Governo está também interessado em melhorar a integração ao nível da bilhética, dos sistemas tarifários e de informação ao público.
A segurança é outra das preocupações."Vamos arranjar formas de promover a segurança nas paragens", declarou, o que deverá ser conseguido combinando videovigilância, iluminação e soluções arquitectónicas.
A secretária de Estado lembrou, por outro lado, que nem todas as responsabilidades incumbem ao Governo.
"Podemos promover a segurança, a coordenação, a regularidade e a fiabilidade, mas as competências das autarquias também devem ser salvaguardadas. Tem de haver uma política de estacionamento adequada e uma articulação entre o ordenamento do território e as estratégias de mobilidade".
Face à "insustentável taxa de utilização do transporte individual", Ana Paula Vitorino lamentou que o Dia Sem Carros não tivesse tido mais adesão por parte das autarquias, e sobretudo a ausência de Lisboa.
O ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações quis solidarizar-se com o evento oferecendo viagens gratuitas nos operadores de transportes públicos de Lisboa (barcos, comboios, autocarros e metropolitano).
Mas a iniciativa pecou por falta de divulgação. Na estação da Amadora/Este, apenas uma nota manuscrita e colada numa das máquinas de venda de bilhetes alertava para o facto. Na estação das Laranjeiras nada indicava que os utilizadores pudessem usufruir hoje de viagens gratuitas."
Eis duas boas notícias em "Dia Sem Carros", em "Semana da Mobilidade". Só é pena que em relação aos interfaces, por este andar nem daqui a 30 anos teremos todos os outros que são necessários; e continuarmos a não ouvir nada dizer quanto aos acessos às colinas, nomeadamente quanto ao lançamento de funiculares/escadas rolantes/eléctricos.
Mas mais valem estas 2 boas notícias do que o pseudo-pacote de medidas, supostamente não simbólicas, que a CML anunciou ontem, e que já comentáramos na altura própria.
PF
21/09/2005
Câmara Municipal de Lisboa adere à Semana da Mobilidade
Depois deste título pomposo do alto do site da CML, o que se esperaria ler era que quem nos dirige enquanto moradores de Lisboa, nos anunciasse um conjunto de medidas que passasse por:
1. Anúncio de lançamento, em conjunto com os municípios de Oeiras, Amadora, Loures e Odivelas, de concurso para a criação de uma série de parques de estacionamento dissuasores, na periferia de Lisboa; e de concurso para a criação de 4-5 linhas de metro de superfície que permitam um efectiva alternativa ao uso do automóvel, entre esses concelhos e Lisboa, distribuindo passageiros ao longo de paragens estratégicas em todo o percurso.
2. Anúncio de concurso para criação de verdadeiros inter-faces de passageiros, à entrada de Lisboa, que permitam uma ligação rápida e eficaz com as linhas de metro de superfície atrás mencionados.
3. Anúncio de criação e reabertura de uma série de linhas de eléctrico fechadas ao longo das últimas décadas, sem qualquer razão que tivesse a ver com a qualidade de vida em Lisboa (Cais Sodré-Rato-Amoreiras, Graça-Paiva Couceiro-Chile/Madre Deus, Restauradores-Saldanha-Campo Grande).
4. Anúncio de soluções para o acesso a colinas como a do Castelo, Penha de França e Santo Amaro, por via de concurso para escadas-rolantes e funiculares.
5. Anúncio de condicionamento efectivo do trânsito entre o Marquês de Pombal e os Restauradores, e o fecho do trânsito entre o Rossio e o Terreiro do Paço .
6. Condicionamento do trânsito e estacionamento em mais bairros de Lisboa, a começar por Alvalade, Bairro Azul e Campo de Ourique.
7. Anúncio de construção de mais parques de estacionamento subetrrâneos em zonas nevrálgicas da cidade, mas sempre evitando zonas fortemente arborizadas, locais de convívio ou de valor histórico-patrimonial evidente (Pç.José Lins do Rêgo, Av.Igreja, Príncipe Real) .
8. Fiscalização e punição efectiva do estacionamento abusivo.
Mas não, o que a CML nos diz é que montou um caso experimental de um corredor BUS intermitente, na Cidade Universitária (directamente saído do eminente gurúr de serviço); que está a rebaixar alguns passeios de Lisboa por causa do cegos, que o famigerado Gertrude vai chegar a Sete-Rios, que a CML tem um "link" para o seu Departamento de Tráfego, e que, finalmente (e mais seria impossível esperar...), a CML abriu uma exposição sobre Segurança Rodoviária no antigo Cinema Roma (onde mais valia que soubessem programá-lo!) .
Ex.mos Senhores da CML
OBRIGADO POR TRABALHAREM TÃO AFINCADAMENTE EM PROL DA MOBILIDADE!
Nada de medidas meramente simbólicas, portanto?!!
Pedro Policarpo e Paulo Ferrero
1. Anúncio de lançamento, em conjunto com os municípios de Oeiras, Amadora, Loures e Odivelas, de concurso para a criação de uma série de parques de estacionamento dissuasores, na periferia de Lisboa; e de concurso para a criação de 4-5 linhas de metro de superfície que permitam um efectiva alternativa ao uso do automóvel, entre esses concelhos e Lisboa, distribuindo passageiros ao longo de paragens estratégicas em todo o percurso.
2. Anúncio de concurso para criação de verdadeiros inter-faces de passageiros, à entrada de Lisboa, que permitam uma ligação rápida e eficaz com as linhas de metro de superfície atrás mencionados.
3. Anúncio de criação e reabertura de uma série de linhas de eléctrico fechadas ao longo das últimas décadas, sem qualquer razão que tivesse a ver com a qualidade de vida em Lisboa (Cais Sodré-Rato-Amoreiras, Graça-Paiva Couceiro-Chile/Madre Deus, Restauradores-Saldanha-Campo Grande).
4. Anúncio de soluções para o acesso a colinas como a do Castelo, Penha de França e Santo Amaro, por via de concurso para escadas-rolantes e funiculares.
5. Anúncio de condicionamento efectivo do trânsito entre o Marquês de Pombal e os Restauradores, e o fecho do trânsito entre o Rossio e o Terreiro do Paço .
6. Condicionamento do trânsito e estacionamento em mais bairros de Lisboa, a começar por Alvalade, Bairro Azul e Campo de Ourique.
7. Anúncio de construção de mais parques de estacionamento subetrrâneos em zonas nevrálgicas da cidade, mas sempre evitando zonas fortemente arborizadas, locais de convívio ou de valor histórico-patrimonial evidente (Pç.José Lins do Rêgo, Av.Igreja, Príncipe Real) .
8. Fiscalização e punição efectiva do estacionamento abusivo.
Mas não, o que a CML nos diz é que montou um caso experimental de um corredor BUS intermitente, na Cidade Universitária (directamente saído do eminente gurúr de serviço); que está a rebaixar alguns passeios de Lisboa por causa do cegos, que o famigerado Gertrude vai chegar a Sete-Rios, que a CML tem um "link" para o seu Departamento de Tráfego, e que, finalmente (e mais seria impossível esperar...), a CML abriu uma exposição sobre Segurança Rodoviária no antigo Cinema Roma (onde mais valia que soubessem programá-lo!) .
Ex.mos Senhores da CML
OBRIGADO POR TRABALHAREM TÃO AFINCADAMENTE EM PROL DA MOBILIDADE!
Nada de medidas meramente simbólicas, portanto?!!
Pedro Policarpo e Paulo Ferrero
20/09/2005
Acesso à zona ribeirinha, 1 passo à frente, 2 passos atrás?!!
Ao mesmo tempo que se faz a reconversão urbanística da antiga zona industrial de Alcântara, prepara-se a ampliação do terminal de contentores de Alcântara e respectivo nó rodo-ferroviário. E embora esse assunto seja da competência do governo, a CML pode e deve ter uma palavra decisiva a dizer. Trata-se de mais um sinal de retrocesso na política camarária da última década de reproporcionar o acesso ao rio Tejo, uma das coisas mais fantásticas e valiosas de Lisboa.
Sintoma desse retrocesso foi a vedação do porto junto ao conjunto de armazéns reconvertidos na Bica do Sapato, onde ficam o restaurante deste nome e a discoteca Lux, entre outros espaços comerciais. Neste momento, e descontando uma pequena abertura junto a outro conjunto idêntico, no Jardim do Tabaco, toda a zona ribeirinha entre o Parque das Nações e o Terreiro do Paço está vedada. Daí para a frente, até ao Cais do Sodré, as obras do metropolitano prolongam-se, sem se saber ao certo quais as intenções da CML após a sua conclusão.
Na zona do Cais do Sodré, uma intervenção muito discutível suprimiu a antiga doca e o mercado, com uma estação fluvial desproporcionada que veio ocupar mais um bom pedaço de margem do rio. Mais à frente há parques de estacionamento com vista para o rio, e depois está tudo novamente vedado até à Ponte 25 de Abril. Ou seja, praticamente toda a margem do Tejo entre o Parque das Nações e Santo Amaro está hoje vedada ao público.
Tudo isto tem vindo a acontecer perante a indiferença geral, talvez por não estar em causa o “património" no sentido tradicional do termo. Mas agora, com a anunciada ampliação do terminal de contentores de Alcântara, fica-se sem saber quais as intenções em relação às gares marítimas da Rocha Conde de Óbidos e de Alcântara, emblemáticos edifícios modernistas da autoria de Pardal Monteiro que contam com os famosos painéis de Almada Negreiros, consensuais obras-primas das artes visuais portuguesas do século XX.
Que sentido farão as duas gares de passageiros a meio dum mar de contentores, e como é que o público terá acesso?
A concretizar-se a ampliação, lá se vai uma oportunidade histórica de libertar um bom pedaço de rio para os lisboetas e não só. A concessionária Liscont já tinha acordado com o anterior governo sair para a zona de Santa Apolónia, onde se, por um lado, seria necessário fazer dragagens, já existe uma ligação directa à Linha do Norte, o que evitaria a necessidade de construir a ligação ferroviária desnivelada em Alcântara.
O Governo já anunciou que o plano de expansão do terminal de contentores será apresentado em 2006. Ao invés de outras cidades portuárias como Barcelona e Londres, em que se reconverteram as zonas portuárias no centro da cidade, aqui em Lisboa reforça-se a presença do porto. Será uma questão de pura inércia? Porque não deslocar o terminal de contentores para Santa Apolónia? Não haverá outras alternativas?
Porque é que nenhum dos senhores candidatos pega neste tema?
Os lisboetas agradecem.
Paulo Ferrero, Pedro Policarpo e Pedro Ornelas
Sintoma desse retrocesso foi a vedação do porto junto ao conjunto de armazéns reconvertidos na Bica do Sapato, onde ficam o restaurante deste nome e a discoteca Lux, entre outros espaços comerciais. Neste momento, e descontando uma pequena abertura junto a outro conjunto idêntico, no Jardim do Tabaco, toda a zona ribeirinha entre o Parque das Nações e o Terreiro do Paço está vedada. Daí para a frente, até ao Cais do Sodré, as obras do metropolitano prolongam-se, sem se saber ao certo quais as intenções da CML após a sua conclusão.
Na zona do Cais do Sodré, uma intervenção muito discutível suprimiu a antiga doca e o mercado, com uma estação fluvial desproporcionada que veio ocupar mais um bom pedaço de margem do rio. Mais à frente há parques de estacionamento com vista para o rio, e depois está tudo novamente vedado até à Ponte 25 de Abril. Ou seja, praticamente toda a margem do Tejo entre o Parque das Nações e Santo Amaro está hoje vedada ao público.
Tudo isto tem vindo a acontecer perante a indiferença geral, talvez por não estar em causa o “património" no sentido tradicional do termo. Mas agora, com a anunciada ampliação do terminal de contentores de Alcântara, fica-se sem saber quais as intenções em relação às gares marítimas da Rocha Conde de Óbidos e de Alcântara, emblemáticos edifícios modernistas da autoria de Pardal Monteiro que contam com os famosos painéis de Almada Negreiros, consensuais obras-primas das artes visuais portuguesas do século XX.
Que sentido farão as duas gares de passageiros a meio dum mar de contentores, e como é que o público terá acesso?
A concretizar-se a ampliação, lá se vai uma oportunidade histórica de libertar um bom pedaço de rio para os lisboetas e não só. A concessionária Liscont já tinha acordado com o anterior governo sair para a zona de Santa Apolónia, onde se, por um lado, seria necessário fazer dragagens, já existe uma ligação directa à Linha do Norte, o que evitaria a necessidade de construir a ligação ferroviária desnivelada em Alcântara.
O Governo já anunciou que o plano de expansão do terminal de contentores será apresentado em 2006. Ao invés de outras cidades portuárias como Barcelona e Londres, em que se reconverteram as zonas portuárias no centro da cidade, aqui em Lisboa reforça-se a presença do porto. Será uma questão de pura inércia? Porque não deslocar o terminal de contentores para Santa Apolónia? Não haverá outras alternativas?
Porque é que nenhum dos senhores candidatos pega neste tema?
Os lisboetas agradecem.
Paulo Ferrero, Pedro Policarpo e Pedro Ornelas
19/09/2005
Moto-Cães ou mais um sinal do apocalipse...
A aquisição das 27 unidades de equipamento, designadas por "moto-cães" e postas em funcionamento pela CML um pouco por toda a cidade, é um esforço apreciável relativamente a uma preocupação dos lisboetas com a saúde dos seus passeios.
No entanto, não deixa de ser uma solução particular relativamente a dois aspectos:
Em primeiro lugar, o custo de aquisição e de funcionamento deste equipamento relativamente à sua viabilidade. Será operacional ter uma moto-aspirador atrás de cada cão, no momento em que o dono o leva à rua a passear? Será que ser atropelado pelas motos, carregadas de dejectos e odores caninos, a circular em cima dos estreitos passeios da nossa cidade é mais (ou menos) agradável do que tropeçar no dejecto canino em si?
Em segundo lugar, o sinal que este tipo de medida dá aos munícipes, em particular a quem não cumpre as regras, é muito claro: podem passear os seus melhores amigos pelas ruas, sem a ajuda do saco de plástico, pois logo que se sintam mais aliviados, a "moto-cão" passará e tratará do assunto.
Uma última nota, em fim de férias, estive na Irlanda durante 8 dias e não vi nada como em Lisboa. Nem como este problema, que a nossa falta de urbanidade causa, nem como esta solução, preconizada pelas motas&cães da CML. Mas vi cartazes a anunciar multas sérias para os prevaricadores.
Para quem aprecia os números, na Irlanda a multa vai até aos 3 000 euros. Relativamente ao custo desta medida da CML a vereação responsável ainda não nos conseguiu informar.
PP
No entanto, não deixa de ser uma solução particular relativamente a dois aspectos:
Em primeiro lugar, o custo de aquisição e de funcionamento deste equipamento relativamente à sua viabilidade. Será operacional ter uma moto-aspirador atrás de cada cão, no momento em que o dono o leva à rua a passear? Será que ser atropelado pelas motos, carregadas de dejectos e odores caninos, a circular em cima dos estreitos passeios da nossa cidade é mais (ou menos) agradável do que tropeçar no dejecto canino em si?
Em segundo lugar, o sinal que este tipo de medida dá aos munícipes, em particular a quem não cumpre as regras, é muito claro: podem passear os seus melhores amigos pelas ruas, sem a ajuda do saco de plástico, pois logo que se sintam mais aliviados, a "moto-cão" passará e tratará do assunto.
Uma última nota, em fim de férias, estive na Irlanda durante 8 dias e não vi nada como em Lisboa. Nem como este problema, que a nossa falta de urbanidade causa, nem como esta solução, preconizada pelas motas&cães da CML. Mas vi cartazes a anunciar multas sérias para os prevaricadores.
Para quem aprecia os números, na Irlanda a multa vai até aos 3 000 euros. Relativamente ao custo desta medida da CML a vereação responsável ainda não nos conseguiu informar.
PP
15/09/2005
Água a dobrar na Avenida: poluição para metade ou dobro do desperdício?
Anunciar que a Avenida da Liberdade será lavada duas vezes ao dia, em vez de uma, e que por isso as partículas poluidoras aderentes ao asfalto passarão a ir parar aos esgotos em vez de aos pulmões de quem lá passa, é uma notícia estapafúrdia, a que o apoio manifestado por pseudo-ambientalistas dá o necessário toque de surrealista.
Água a dobrar sobre o asfalto significará em primeiro lugar desperdício de água, em ano de seca, e numa cidade em que o Jardim Botânico, o Zoo e os canis e gatis de Lisboa têm sistematicamente imensa falta de água. Mas significa também o dobro da água que costuma confluir para as sarjetas da Avenida, tradicionalmente hiper-entupidas, o que só por si significa passeios inundados. Mas imaginando que as sarjetas estão desentupidas, mesmo aí a dupla lavagem do asfalto significará meter o lixo dentro do Tejo. Por isso, esta medida pomposamente anunciada pela CML só significa uma coisa: as partículas poluidoras podem ficar satisfeitas pois poderão tomar banho duas vezes ao dia!!
Mais valia que a CML e as entidades ligadas ao ambiente se preocupassem em resolver o problema da poluição na Avenida da Liberdade, propondo medidas concretas de actuação a montante e a jusante, designadamente a criação de parques de estacionamento dissuasores ao redor de Lisboa, a construção de linhas de metro de superfície até à periferia, o restabelecimento de linhas de eléctricos nos principais eixos de Lisboa (neste caso Restauradores-Saldanha-Campo Grande) e fechando, pura e simplesmente, parte significativa do trânsito que ali circula, deixando apenas livre o trânsito transversal.
Água a dobrar sobre o asfalto significará em primeiro lugar desperdício de água, em ano de seca, e numa cidade em que o Jardim Botânico, o Zoo e os canis e gatis de Lisboa têm sistematicamente imensa falta de água. Mas significa também o dobro da água que costuma confluir para as sarjetas da Avenida, tradicionalmente hiper-entupidas, o que só por si significa passeios inundados. Mas imaginando que as sarjetas estão desentupidas, mesmo aí a dupla lavagem do asfalto significará meter o lixo dentro do Tejo. Por isso, esta medida pomposamente anunciada pela CML só significa uma coisa: as partículas poluidoras podem ficar satisfeitas pois poderão tomar banho duas vezes ao dia!!
Mais valia que a CML e as entidades ligadas ao ambiente se preocupassem em resolver o problema da poluição na Avenida da Liberdade, propondo medidas concretas de actuação a montante e a jusante, designadamente a criação de parques de estacionamento dissuasores ao redor de Lisboa, a construção de linhas de metro de superfície até à periferia, o restabelecimento de linhas de eléctricos nos principais eixos de Lisboa (neste caso Restauradores-Saldanha-Campo Grande) e fechando, pura e simplesmente, parte significativa do trânsito que ali circula, deixando apenas livre o trânsito transversal.
Casa Garrett: dono interpôs providência cautelar e cml contra-argumenta
Pois é (foi): à suspensão da demolição ordenada pela CML, o proprietário - no seu legítimo direito, mas sem bom senso absolutamente nenhum - interpôs uma providência cautelar à decisão da CML. Acção à qual a CML contra-argumentou (conforme se pode ler aqui, apresentando uma série de contra-interessados (entre os quais nós próprios), mas que o juíz não julgou por bem considerar.
Portanto, brevemente seguirão cenas dos próximos capítulos...
PF
Portanto, brevemente seguirão cenas dos próximos capítulos...
PF
14/09/2005
Património Municipal
Há três anos que não vou lá com a alegria e a frescura com que por lá andei, ao Bairro Alto. Há três anos que me puseram fora daquele bairro, daquele prédio feio da Rua Diário de Notícias/Travessa Poço da Cidade, casarão enorme e fantástico onde iamos inventando a vida, as artes e misturando os dias com os sonhos, as palavras dos artistas com o carimbo das contas, era ali que vivíamos, n´a Capital.
Agora, quase só passo por lá quando os estrangeiros chegam, em Julho foi o Davide Enia e o Ascanio Celestini, em Agosto costuma ser o Jerzy Radziwilowicz e acabamos a noite normalmente no Luso a ouvir o Pedro Moutinho, daqui a uns dias será a vez do Juan Mayorga, autores a quem prometi aquelas salas inventadas, aquela proximidade com o público, aquele peso da vida vivida tão vivida que a honra nos enchia a miséria dos bolsos.
Lá está, o casarão, emparedado. Morto. Matado.
Como tantos outros prédios, mesmo em frente na Rua do Norte há aquele fantástico que pertenceu ao Diário Ilustrado, 5 andares em open-space a estragarem-se ano após ano, e mais aquele que dá para a Rua da Misericórdia e Rua das Gáveas, apenas uma loja de vinhos no rés do chão e à noite há só uma janela acesa, terá sido um bordel e depois prédio da Censura, e lá estão duas estátuas de Nossa Senhora de ambos os lados do prédio a proteger as raparigas.
Vou lá no Verão e vou com os meus amigos, vamos comer ao Primavera, comer ao Fidalgo, às vezes conseguimos ir mais cedo e ser recebidos naquele maravilhoso Cantinho do Bem Estar, com as suas carnes bem temperadas, os surpreendentes peixes, tudo fresco, às vezes vamos ao Sinal Vermelho, às Gáveas.
Mas são agora sempre com a sombra da nostalgia estes jantares de amigos entre as delícias do queijo fresco ou os filetes de pescada. “Mas vão recuperar o prédio?”, “ O que é que vão fazer dele?”, “ E vão dar-to?” “ E vocês onde é que vão trabalhar?”. Já se foi a esperança, o sangue na guelra de há alguns anos em que a conversa era “É fantástico, as coisas que se podem fazer aqui”. “Não há nada assim em Madrid”. “Nem em Londres...”
A Rua do Diário de Notícias está cheia de gente à noite, há copos e gente cá fora, há lojas novas muitas lojas novas na Rua do Norte, roupas, coisas para malta nova, sapatos. E tanta gente pela rua, mesmo á quarta-feira, mesmo á terça, dias que eram mortos.
Mas, três anos depois, não tenho com que falar-lhes, nada a propor-lhes, venham ao teatro, estamos aqui ao pé, falamos de nós, não tenho. Assombrado, o casarão lá está, ocupando quase um quarteirão, por ali andaram Eça e Ramalho, ali, naquela primeira sede do Diário de Notícias iam entregando, divertidos, o Mistério da Estrada de Sintra, e andaram os grandes da República, o actor Taborda, Egas Moniz, Angelina Vidal, aquela redacção era ponto assente de convívio, intriga e acção, daqueles anos inquietos.
O casarão está morto e tem uma lápide. Como os jazigos: património municipal.
A lápide foi lá posta há três anos, quando nos puseram na rua, mal fecharam as portas e nos proibiram de trabalhar e fizeram promessas e promessas de obras e acolhimento, promessas e convites, promessas pela boca fora logo a seguir desfeitas, costas voltadas, ai como eu desprezo esta gente que promete sem saber o quê, que sorri só para não discutir, que insulta pelas costas, ai o nojo.
E o Bairro Alto vai vivendo o seu ócio nocturno, parece que continuam os assaltos, parece que só há copos, eu já quase lá não vou, para quê, não me vou enfrascar nem fingir que ouço house music, os mais velhos vão sendo retirados daquele bairro que um dia prometeu ser a nossa cidadezinha das artes, não foi?
Ainda digo aos meus amigos estrangeiros que é naquelas ruas que corre a vida mais inventiva de Lisboa, mas as ruas começam a ficar iguais a todo o lado, há lojas assim em Chueca, no Soho, em Fulham Road, na Goute d´or, na internet, o dourado paraíso dos marginais elegantes, as roupas inventadas de quem marca uma diferença andando pela cidade.
E livrarias? E galerias de arte? E gente a conversar durante o dia?
E escritórios de gente do cinema? E ONGs? E escolas de artes marciais, de gravura, escolas de línguas. de jornalismo, escolas, editoras? E os palácios fechados, Marim-Olhão, Pombal, tantos com a mortuária placa “Património Municipal”, não é?
Cidade oca, vazia. Esvaziada, esventrada, abandonada, adiada. Chamou-se “Enseada Amena”, nunca o foi, pois não? Cidade “património municipal”: a vida não continua aqui.
Tudo em suspenso.
À espera de eleições municipais. Como se não fôssemos nós a decidir a nossa vida e aguardássemos sempre as maiorias para nos refugiarmos nos pequenos cantinhos que nos reservarem.
Acho graça ao slogan de uma das campanhas eleitorais, “Vamos a isto, Lisboa!”, traduzido do francês de Balzac.“A nous deux. Paris” dizia o jovem Rastignac, o aventureiro, o oportunista chegado da província, do alto do Père Lachaise e certo que o seu destino havia de encontrar-se com o da cidade que ainda o repelia. Que ainda o deixava de lado. Se pegássemos em Lisboa com as nossas mãos?
Se lhe pegássemos pelos cornos e começássemos a tornar nossa? (“ Se fosse em Roma já estava ocupado este edifício”, dizia-me a Sara. “ E aquele também”. “E em Varsóvia não demorava um mês”).
Como é que continuamos a deixar estes edifícios municipais fechados, encerrados, emparedados, especulados, esquecidos? Não são nossos?
Ainda, já sozinho, volto a dar uma volta pelo casarão d´A Capital, já vão esquecidas as horas, muito mas muito tarde mesmo.
Que farão daquilo tudo, daqueles quase 5.000 metros quadrados, que farão daquele fantasma? Quanto tempo durarão ainda as nossas impressões digitais naquelas paredes, as nossas lágrimas?
Que vai ser de mim e de ti?
Jorge Silva Melo
Agora, quase só passo por lá quando os estrangeiros chegam, em Julho foi o Davide Enia e o Ascanio Celestini, em Agosto costuma ser o Jerzy Radziwilowicz e acabamos a noite normalmente no Luso a ouvir o Pedro Moutinho, daqui a uns dias será a vez do Juan Mayorga, autores a quem prometi aquelas salas inventadas, aquela proximidade com o público, aquele peso da vida vivida tão vivida que a honra nos enchia a miséria dos bolsos.
Lá está, o casarão, emparedado. Morto. Matado.
Como tantos outros prédios, mesmo em frente na Rua do Norte há aquele fantástico que pertenceu ao Diário Ilustrado, 5 andares em open-space a estragarem-se ano após ano, e mais aquele que dá para a Rua da Misericórdia e Rua das Gáveas, apenas uma loja de vinhos no rés do chão e à noite há só uma janela acesa, terá sido um bordel e depois prédio da Censura, e lá estão duas estátuas de Nossa Senhora de ambos os lados do prédio a proteger as raparigas.
Vou lá no Verão e vou com os meus amigos, vamos comer ao Primavera, comer ao Fidalgo, às vezes conseguimos ir mais cedo e ser recebidos naquele maravilhoso Cantinho do Bem Estar, com as suas carnes bem temperadas, os surpreendentes peixes, tudo fresco, às vezes vamos ao Sinal Vermelho, às Gáveas.
Mas são agora sempre com a sombra da nostalgia estes jantares de amigos entre as delícias do queijo fresco ou os filetes de pescada. “Mas vão recuperar o prédio?”, “ O que é que vão fazer dele?”, “ E vão dar-to?” “ E vocês onde é que vão trabalhar?”. Já se foi a esperança, o sangue na guelra de há alguns anos em que a conversa era “É fantástico, as coisas que se podem fazer aqui”. “Não há nada assim em Madrid”. “Nem em Londres...”
A Rua do Diário de Notícias está cheia de gente à noite, há copos e gente cá fora, há lojas novas muitas lojas novas na Rua do Norte, roupas, coisas para malta nova, sapatos. E tanta gente pela rua, mesmo á quarta-feira, mesmo á terça, dias que eram mortos.
Mas, três anos depois, não tenho com que falar-lhes, nada a propor-lhes, venham ao teatro, estamos aqui ao pé, falamos de nós, não tenho. Assombrado, o casarão lá está, ocupando quase um quarteirão, por ali andaram Eça e Ramalho, ali, naquela primeira sede do Diário de Notícias iam entregando, divertidos, o Mistério da Estrada de Sintra, e andaram os grandes da República, o actor Taborda, Egas Moniz, Angelina Vidal, aquela redacção era ponto assente de convívio, intriga e acção, daqueles anos inquietos.
O casarão está morto e tem uma lápide. Como os jazigos: património municipal.
A lápide foi lá posta há três anos, quando nos puseram na rua, mal fecharam as portas e nos proibiram de trabalhar e fizeram promessas e promessas de obras e acolhimento, promessas e convites, promessas pela boca fora logo a seguir desfeitas, costas voltadas, ai como eu desprezo esta gente que promete sem saber o quê, que sorri só para não discutir, que insulta pelas costas, ai o nojo.
E o Bairro Alto vai vivendo o seu ócio nocturno, parece que continuam os assaltos, parece que só há copos, eu já quase lá não vou, para quê, não me vou enfrascar nem fingir que ouço house music, os mais velhos vão sendo retirados daquele bairro que um dia prometeu ser a nossa cidadezinha das artes, não foi?
Ainda digo aos meus amigos estrangeiros que é naquelas ruas que corre a vida mais inventiva de Lisboa, mas as ruas começam a ficar iguais a todo o lado, há lojas assim em Chueca, no Soho, em Fulham Road, na Goute d´or, na internet, o dourado paraíso dos marginais elegantes, as roupas inventadas de quem marca uma diferença andando pela cidade.
E livrarias? E galerias de arte? E gente a conversar durante o dia?
E escritórios de gente do cinema? E ONGs? E escolas de artes marciais, de gravura, escolas de línguas. de jornalismo, escolas, editoras? E os palácios fechados, Marim-Olhão, Pombal, tantos com a mortuária placa “Património Municipal”, não é?
Cidade oca, vazia. Esvaziada, esventrada, abandonada, adiada. Chamou-se “Enseada Amena”, nunca o foi, pois não? Cidade “património municipal”: a vida não continua aqui.
Tudo em suspenso.
À espera de eleições municipais. Como se não fôssemos nós a decidir a nossa vida e aguardássemos sempre as maiorias para nos refugiarmos nos pequenos cantinhos que nos reservarem.
Acho graça ao slogan de uma das campanhas eleitorais, “Vamos a isto, Lisboa!”, traduzido do francês de Balzac.“A nous deux. Paris” dizia o jovem Rastignac, o aventureiro, o oportunista chegado da província, do alto do Père Lachaise e certo que o seu destino havia de encontrar-se com o da cidade que ainda o repelia. Que ainda o deixava de lado. Se pegássemos em Lisboa com as nossas mãos?
Se lhe pegássemos pelos cornos e começássemos a tornar nossa? (“ Se fosse em Roma já estava ocupado este edifício”, dizia-me a Sara. “ E aquele também”. “E em Varsóvia não demorava um mês”).
Como é que continuamos a deixar estes edifícios municipais fechados, encerrados, emparedados, especulados, esquecidos? Não são nossos?
Ainda, já sozinho, volto a dar uma volta pelo casarão d´A Capital, já vão esquecidas as horas, muito mas muito tarde mesmo.
Que farão daquilo tudo, daqueles quase 5.000 metros quadrados, que farão daquele fantasma? Quanto tempo durarão ainda as nossas impressões digitais naquelas paredes, as nossas lágrimas?
Que vai ser de mim e de ti?
Jorge Silva Melo
13/09/2005
Mega Bandeira Nacional hasteada em Lisboa
Já lá tivemos uma roda gigante, e temos há demasiado tempo um falo, à Cutileiro; agora é a vez de uma mega-bandeira! Dizem que para puxar pelo nacionalismo!
Srs. Presidente e Vice-Presidente (ou será ao contrário?) da CML: o mundial de futebol ainda é só para o ano!!
Foi desta que a CML instalou um circo no alto do Parque Eduardo VII? Ou será esta uma das consequências indeléveis do esperadíssimo choque tecnológico? Ou algo a assinalar o gigantesco buraco deste absoluto green que é Portugal? Talvez o lançamento da primeira acção pró-candidatura de Lisboa aos Jogos Olímpicos? Ou será que é para dos céus se saber que, afinal, apesar de ser o vizinho Corte Inglês a servir de mecenas ao património português (ex. o restauro das telas seculares da Casa dos Patudos, em Alpiarça), Lisboa ainda é portuguesa?!
Santo provincianismo!
PF
Srs. Presidente e Vice-Presidente (ou será ao contrário?) da CML: o mundial de futebol ainda é só para o ano!!
Foi desta que a CML instalou um circo no alto do Parque Eduardo VII? Ou será esta uma das consequências indeléveis do esperadíssimo choque tecnológico? Ou algo a assinalar o gigantesco buraco deste absoluto green que é Portugal? Talvez o lançamento da primeira acção pró-candidatura de Lisboa aos Jogos Olímpicos? Ou será que é para dos céus se saber que, afinal, apesar de ser o vizinho Corte Inglês a servir de mecenas ao património português (ex. o restauro das telas seculares da Casa dos Patudos, em Alpiarça), Lisboa ainda é portuguesa?!
Santo provincianismo!
PF
12/09/2005
Inaugurada primeira fase do Jardim do Arco do Cego
Chamar-se "jardim" a um imenso lençol de relva pré-ligada, com árvores em regime de paliteiro é, no mínimo, caricato, como o atestam as fotos da própria CML. O silo seguirá dentro de momentos!
PF
PF
14 medidas por uma Lisboa mais estética!
A campanha eleitoral está aí! E as promessas também. Muitas delas são as de sempre, mais as que hão-de vir. A maior parte delas para «inglês ver».
A nós, contudo, cidadãos comuns, muito nos satisfaria ter uma Lisboa mais estética daqui a 4 anos. Só isso e já nos sentíriamos melhor connosco mesmo.
Por isso apresentámos a quem de direito 14 propostas simples, na sua maior parte já consignadas na lei, e/ou já pensadas pelo nosso vizinho mais próximo, mas que, por razões que a razão desconhece, ninguém cumpre ou faz cumprir, mas que tornariam Lisboa uma cidade verdadeiramente europeia :
1. Preservar a varanda, combatendo a marquise!
Fazendo cumprir a lei e incutindo bom gosto e bom senso a senhorios e inquilinos. O homem não deve viver em gaiolas, muito menos em aldeias de macacos.
2. Retirar os ar-condicionados das varandas e fachadas!Fazendo cumprir a lei, e começando por dar o exemplo nos edifícios do Estado, ex. Paços do Concelho e Terreiro do Paço.
3. Retirar as antenas de tv a quem tiver tv cabo!As antenas de tv dão cabo de qualquer horizonte. Mantê-las quando se tem acesso a tv cabo é, no mínimo, desleixo e preguiça. E é preciso pugnar pela instalação de antenas comuns a quem não tiver cabo.
4. Preservar as portadas nas janelas, combatendo os estores!Haverá coisa mais inestética numa cidade que se pretende bonita do que o famigerado estore? Ter estore e portada na mesma janela é o mesmo que usar cinto e suspensórios.
5. Manter a calçada portuguesa bem conservada!A calçada portuguesa , além de ser um dos ex-libris de Lisboa, especialmente no centro da cidade, gera valor acrescentado, a todos os níveis. Mas cada ano que passa há menos calceteiros e mais buracos na calçada , mais saltos altos estropiados, quando não pernas partidas, ou pior. É preciso mantê-la lavada e regular, e com o desenho bem feito. Mas também se deve aumentar os vencimentos de quem a coloca a fim que a profissão de calceteiro seja mais atractiva.
6. Proceder à substituição imediata das árvores arrancadas e decepadas!
O abate das árvores em Lisboa é muitas vezes escandaloso e os argumentos que o sustentam, capciosos. Já o deixar-se os coutos e as raízes a apodrecer na via pública é um acto de desleixo e incúria inaceitável.
7. Transformar os canteiros relvados de Lisboa em verdadeiros canteiros, isto é, floridos e bem tratados!Em Lisboa entende-se por espaço verde um rectângulo mal amanhado, com vedação básica e semeado de erva daninha. Lisboa tem melhor clima do que as cidades do lado de lá dos Pirinéus, mas apresenta os piores canteiros da Europa civilizada.
8. Diminuir drasticamente os outdoors e muppies de Lisboa!Que a partir do primeiro dia do pós-eleições sejamos todos menos agredidos visualmente, por tanta cara em sorriso forçado, braços nús, fotografias de Lisboa invertida e frases em mau português.
9. Demolir alguns mamarrachos emblemáticos de Lisboa!Aproveitando o impacto mediático e social da demolição da Torralta, em Troia, é preciso começar a implodir e explodir vários dos mamarrachos de Lisboa, a começar pelos dois centros comerciais do Martim Moniz, mais o antigo mercado do Chão do Loureiro, os edifícios da Docapesca, os terminais de contentores de Alcântara e Santos, etc., etc..
10. Requalificar as esplanadas de Lisboa!Acabando com as cadeiras de plástico e os guarda-sóis polvilhados de publicidade gratuita. Delimitando as zonas de esplanadas com pequenos vasos com arbustos. Proceder à requalificação da maior parte das marquises «pseudo parisienses».
11. Requalificar os ecopontos! Deve requailifcar-se os vidrões e demais contentores de lixo envolvendo-os por cercas de madeira pintada, ou outro tipo de material, que os esconda minimamente; quando não enterrá-los. Retirando-os para as traseiras dos prédios, sempre que possível.
12. Acabar com as gasolineiras em zonas residenciais!As gasolineiras em áreas residenciais, junto a jardins e a escolas, além de serem um perigo público, e um antro de gases e poluição visual, são também o reflexo de um Portugal atrasado e adiado.
13. Fim à transformação dos espaços deixados por prédios devolutos em parques de estacionamento a céu aberto!É uma situação perfeitamente terceiro-mundista, ignóbil e que, além do mais, costuma passar de temporária a definitiva.
14. Requalificar o vergonhoso terminal rodoviário de Campo Grande!Onde turistas (e não turistas) tomam o autocarro para Mafra ou para Óbidos, o tubo de escape e o cláxon são infernais, os horários e os destinos das carreiras são escritos à mão em folhas A4 (!!), ninguém respeita as passadeiras de peões, os autocarros são de antanho, as escadas de ligação ao Metro estão decrépitas, o conceito de "interface" é surrealista, enfim, é Lisboa no seu pior! É preciso acabar com isto!
Paulo Ferrero, Pedro Policarpo e Bernardo Ferreira de Carvalho
A nós, contudo, cidadãos comuns, muito nos satisfaria ter uma Lisboa mais estética daqui a 4 anos. Só isso e já nos sentíriamos melhor connosco mesmo.
Por isso apresentámos a quem de direito 14 propostas simples, na sua maior parte já consignadas na lei, e/ou já pensadas pelo nosso vizinho mais próximo, mas que, por razões que a razão desconhece, ninguém cumpre ou faz cumprir, mas que tornariam Lisboa uma cidade verdadeiramente europeia :
1. Preservar a varanda, combatendo a marquise!
Fazendo cumprir a lei e incutindo bom gosto e bom senso a senhorios e inquilinos. O homem não deve viver em gaiolas, muito menos em aldeias de macacos.
2. Retirar os ar-condicionados das varandas e fachadas!Fazendo cumprir a lei, e começando por dar o exemplo nos edifícios do Estado, ex. Paços do Concelho e Terreiro do Paço.
3. Retirar as antenas de tv a quem tiver tv cabo!As antenas de tv dão cabo de qualquer horizonte. Mantê-las quando se tem acesso a tv cabo é, no mínimo, desleixo e preguiça. E é preciso pugnar pela instalação de antenas comuns a quem não tiver cabo.
4. Preservar as portadas nas janelas, combatendo os estores!Haverá coisa mais inestética numa cidade que se pretende bonita do que o famigerado estore? Ter estore e portada na mesma janela é o mesmo que usar cinto e suspensórios.
5. Manter a calçada portuguesa bem conservada!A calçada portuguesa , além de ser um dos ex-libris de Lisboa, especialmente no centro da cidade, gera valor acrescentado, a todos os níveis. Mas cada ano que passa há menos calceteiros e mais buracos na calçada , mais saltos altos estropiados, quando não pernas partidas, ou pior. É preciso mantê-la lavada e regular, e com o desenho bem feito. Mas também se deve aumentar os vencimentos de quem a coloca a fim que a profissão de calceteiro seja mais atractiva.
6. Proceder à substituição imediata das árvores arrancadas e decepadas!
O abate das árvores em Lisboa é muitas vezes escandaloso e os argumentos que o sustentam, capciosos. Já o deixar-se os coutos e as raízes a apodrecer na via pública é um acto de desleixo e incúria inaceitável.
7. Transformar os canteiros relvados de Lisboa em verdadeiros canteiros, isto é, floridos e bem tratados!Em Lisboa entende-se por espaço verde um rectângulo mal amanhado, com vedação básica e semeado de erva daninha. Lisboa tem melhor clima do que as cidades do lado de lá dos Pirinéus, mas apresenta os piores canteiros da Europa civilizada.
8. Diminuir drasticamente os outdoors e muppies de Lisboa!Que a partir do primeiro dia do pós-eleições sejamos todos menos agredidos visualmente, por tanta cara em sorriso forçado, braços nús, fotografias de Lisboa invertida e frases em mau português.
9. Demolir alguns mamarrachos emblemáticos de Lisboa!Aproveitando o impacto mediático e social da demolição da Torralta, em Troia, é preciso começar a implodir e explodir vários dos mamarrachos de Lisboa, a começar pelos dois centros comerciais do Martim Moniz, mais o antigo mercado do Chão do Loureiro, os edifícios da Docapesca, os terminais de contentores de Alcântara e Santos, etc., etc..
10. Requalificar as esplanadas de Lisboa!Acabando com as cadeiras de plástico e os guarda-sóis polvilhados de publicidade gratuita. Delimitando as zonas de esplanadas com pequenos vasos com arbustos. Proceder à requalificação da maior parte das marquises «pseudo parisienses».
11. Requalificar os ecopontos! Deve requailifcar-se os vidrões e demais contentores de lixo envolvendo-os por cercas de madeira pintada, ou outro tipo de material, que os esconda minimamente; quando não enterrá-los. Retirando-os para as traseiras dos prédios, sempre que possível.
12. Acabar com as gasolineiras em zonas residenciais!As gasolineiras em áreas residenciais, junto a jardins e a escolas, além de serem um perigo público, e um antro de gases e poluição visual, são também o reflexo de um Portugal atrasado e adiado.
13. Fim à transformação dos espaços deixados por prédios devolutos em parques de estacionamento a céu aberto!É uma situação perfeitamente terceiro-mundista, ignóbil e que, além do mais, costuma passar de temporária a definitiva.
14. Requalificar o vergonhoso terminal rodoviário de Campo Grande!Onde turistas (e não turistas) tomam o autocarro para Mafra ou para Óbidos, o tubo de escape e o cláxon são infernais, os horários e os destinos das carreiras são escritos à mão em folhas A4 (!!), ninguém respeita as passadeiras de peões, os autocarros são de antanho, as escadas de ligação ao Metro estão decrépitas, o conceito de "interface" é surrealista, enfim, é Lisboa no seu pior! É preciso acabar com isto!
Paulo Ferrero, Pedro Policarpo e Bernardo Ferreira de Carvalho
08/09/2005
A vida é feita de pequenos nadas
No dia 12/8/2005 enviei o seguinte e-mail à EDP online:
"Há pequenas coisas que podem contribuir para a nossa qualidade de vida, dando também um contributo cívico pedgógico. Refiro-me às degradadas e inestéticas CAIXAS DE ELECTRICIDADE e às CASETAS (desconheço a designação técnica).
Será possível considerar que as caixas e as casetas sejam pintadas com tinta rugosa e anti-grafitti (incluindo as portas) para que não seja possível colar todo o género de papelada? Será possível sensibilizar os fabricantes nesse sentido? E quem se encarrega de repintar tudo isto e qual o processo burocrático para o solicitar?
Concretamente em Alfragide todas precisam de repintura e remoção de papelada. Sou candidata à Junta de Freguesia (em 2ª posição) nas próximas eleições e muito gostava de ser informada.
Muito obrigada"
Espantosamente, 15 minutos depois, recebi a resposta:
"Agradecemos o seu comentário/sugestão, que será objecto da nossa melhor atenção. Registamos com agrado a sua contribuição para o processo de melhoria da nossa qualidade de serviço e gostaríamos de realçar que o conhecimento das suas opiniões e sugestões assume, para a EDP, grande importância e constituirá certamente um importante contributo para o acréscimo do nível de satisfação dos seus clientes.
Melhores cumprimentos
EDP Online"
Odete Pinto
"Há pequenas coisas que podem contribuir para a nossa qualidade de vida, dando também um contributo cívico pedgógico. Refiro-me às degradadas e inestéticas CAIXAS DE ELECTRICIDADE e às CASETAS (desconheço a designação técnica).
Será possível considerar que as caixas e as casetas sejam pintadas com tinta rugosa e anti-grafitti (incluindo as portas) para que não seja possível colar todo o género de papelada? Será possível sensibilizar os fabricantes nesse sentido? E quem se encarrega de repintar tudo isto e qual o processo burocrático para o solicitar?
Concretamente em Alfragide todas precisam de repintura e remoção de papelada. Sou candidata à Junta de Freguesia (em 2ª posição) nas próximas eleições e muito gostava de ser informada.
Muito obrigada"
Espantosamente, 15 minutos depois, recebi a resposta:
"Agradecemos o seu comentário/sugestão, que será objecto da nossa melhor atenção. Registamos com agrado a sua contribuição para o processo de melhoria da nossa qualidade de serviço e gostaríamos de realçar que o conhecimento das suas opiniões e sugestões assume, para a EDP, grande importância e constituirá certamente um importante contributo para o acréscimo do nível de satisfação dos seus clientes.
Melhores cumprimentos
EDP Online"
Odete Pinto
05/09/2005
Concurso público para Museu Júlio Pomar
E mais outra boa notícia, com que nos congratulamos (só não percebemos como a mesmíssima vereação tem argumentos pró-casa de Pomar, e aprova a demolição da casa de Garrett, para depois se retratar ... coisas de campanha).
Mas, já agora, não se esqueçam da casa-atelier de Alfredo Keil, na R.Conceição à Glória, e na casa-atelier de Edgar Cardoso, na Av.Gago Coutinho, ambas a cairem aos bocados e em iminente perigo de demolição. Atenção: trata-se de dois nomes que nada devem ao de Júlio Pomar, muito pelo contrário, e que Lisboa persiste em olvidar.
PF
Mas, já agora, não se esqueçam da casa-atelier de Alfredo Keil, na R.Conceição à Glória, e na casa-atelier de Edgar Cardoso, na Av.Gago Coutinho, ambas a cairem aos bocados e em iminente perigo de demolição. Atenção: trata-se de dois nomes que nada devem ao de Júlio Pomar, muito pelo contrário, e que Lisboa persiste em olvidar.
PF
Obras no Jardim de São Pedro de Alcântara começam em Setembro
Ora aí está uma boa notícia para quem gosta do miradouro de São Pedro de Alcântara, outrora um dos mais bonitos recantos de Lisboa, hoje um espaço abandonado aos dejectos e à marginalidade de quem continua a querer dar cabo do pouco que por aí há. Finalmente se aposta na recuperação do tabuleiro inferior, recolocando os bustos partidos e perdidamente remetidos pela anterior vereação para um dos seus armazéns (de notar que o ex-edil João Soares até quis construir um parque de estacionamento exactamente sob esse tabuleiro?!).
A ver se é desta, portanto, que o fabuloso gradeamento é reparado condignamente; a ver se é desta que os canteiros passam a ter flores em vez de erva; os caminhos deixam de ser alcatruados; e a ver se é desta que é aberta uma cafetaria-casa de chá no tabuleiro inferior, a ver. Só é pena que notícias destas apareçam em plena campanha eleitoral. Pergunta: que andaram a fazer durante as últimas décadas?
PF
A ver se é desta, portanto, que o fabuloso gradeamento é reparado condignamente; a ver se é desta que os canteiros passam a ter flores em vez de erva; os caminhos deixam de ser alcatruados; e a ver se é desta que é aberta uma cafetaria-casa de chá no tabuleiro inferior, a ver. Só é pena que notícias destas apareçam em plena campanha eleitoral. Pergunta: que andaram a fazer durante as últimas décadas?
PF
Cá estamos!
Depois de um banho de 35 dias de civilização, ar puro, monumentos acarinhados, esplanadas por todo o lado e automóveis silenciosos, sabe-me tremendamente bem tropeçar nos buracos do passeio, pisar dejectos de cão e esbarrar nos andaimes do prédio da esquina. Isso, mais a proliferação de cartazes de filme de terror, os troncos de árvore devidamente decapitados e aquela rotineira má educação com que todo o santo dia me deparo no café mais próximo, são a melhor prova dos nove à resistência de quem deseja uma Lisboa europeia.
Às vezes penso no que seria de nós se viesse aí um «Katrina». Talvez fosse a sorte grande de Lisboa ...
Cá estamos!
PF
P.S. Fiquei ontem a saber pela boca do Prof.Carmona Rodrigues que se ele for eleito avançará com mais um túnel, desta vez lá para o fim da Pascoal de Melo: Penha de França, acautela-te, lembra-te da engenharia do Túnel do Terreiro do Paço.
Às vezes penso no que seria de nós se viesse aí um «Katrina». Talvez fosse a sorte grande de Lisboa ...
Cá estamos!
PF
P.S. Fiquei ontem a saber pela boca do Prof.Carmona Rodrigues que se ele for eleito avançará com mais um túnel, desta vez lá para o fim da Pascoal de Melo: Penha de França, acautela-te, lembra-te da engenharia do Túnel do Terreiro do Paço.
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