30/11/2014

Geomonumento da Rua Sampaio Bruno

Após as fortes chuvadas das últimas semanas, o Geomonumento da Rua Sampaio Bruno, apresenta no seu lado direito um pequeno desmoronamento, que deve merecer a atenção e intervenção urgente da CML, de forma a evitar que este seja o primeiro de muitos e assim se deteriore, ou mesmo se perca, este testemunho do passado, com mais de 20 milhões de anos, no centro de Lisboa.

28/11/2014

Taxas, Taxinhas e bóias na cidade de Lisboa.


The five steps of the portuguese methodology for the destruction of the built heritage....

photo: stolen from Ruin`Art





..the practice of step 3 at Praça Duque de Saldanha

1) The absence of maintenance for some decades.
2) After the last tenant left the building, the main door should be closed with an                    iron chain with padlock.
3) The opening of some windows to accelerate the process of decay.
4) Now is time for the removal of some tiles from the roof.
5) Finally if step 1, 3 and 4 is insufficient or slow, there is always the possibility of a               “spontaneous combustion”

This methodology as been applied with plenty of success for some decades with the passive cooperation and understanding by the (in)competent Portuguese authorities.


27/11/2014

PUBLI-Cidade: Roma versus Lisboa




Um bom exemplo (um bom compromisso?) de Regulamento para Publicidade em zonas históricas / imóveis classificados.

Em Roma existe um regulamento que é claro e sem margem para "interpretações abusivas".

Qualquer imóvel em obra numa zona classificada e que pretenda publicidade na tela de protecção, terá de reproduzir o desenho da fachada, a cores, e só uma área de cerca de 15% pode ser ocupada por patrocinador/publicidade.

Em Lisboa (em Portugal) é à vontade do freguês como podemos ver pelos exemplos aqui em baixo do Chiado e Restauradores, acabadinhos de instalar em zonas classificadas como MIP / IIP. E tem sido este cenário agressivo e desrespeitador há várias décadas em que a CML tem assumido um papel, no mínimo, vergonhoso. 

O FCLX reuniu em Julho com a DGPC num propósito de contribuir construtivamente para a resolução deste assunto - e parece que finalmente vai sair um regulamento (Portugal, sempre a reagir e quase nunca a antecipar, planeando atempadamente). Quanto à CML, nunca manifestou qualquer interesse em reunir com o FCLX - não deixaremos de tentar participar na reflexão deste tema como é óbvio.

Ficamos pois a aguardar por um regulamento, idêntico ou melhor do exemplo de Roma, que tanta falta faz para salvaguardar as cidades históricas e os bens culturais de Portugal.

 Restauradores
Camões/Chiado/BA

E pronto, lá se vai a Drogaria S. Pereira e Leão ...


E lá virá mais um hotel para a Baixa... ao menos que houvesse o bom senso de manter a Drogaria S. Pereira e Leão, essa magnífica drogaria centenária, que pertence ao Inventário Municipal do Património, aliás, que tem sido fotografada pela própria CML, ad nauseam, idem e que faria as delícias lá por fora. Repetir o erro do Correeiro Vitorino de Sousa, que foi escorraçado para que o hotelzito lá montasse umas belas de umas montras e umas portas a PVC barato, é de mais, acho, e nada abonatório da Baixa, propagandeada como "património da humanidade". Plano de Salvaguarda, qual quê? Urbanismo comercial? O que é isso? Haja "low cost"!


Foto: Arqueolojista

Apelo à CML, no rescaldo do Colóquio Norte Júnior e das Visitas Guiadas


Exmo. Senhor Presidente da CML
Dr. António Costa,
Exmo. Senhor Vereador do Urbanismo
Arq. Manuel Salgado


No seguimento das várias iniciativas desenvolvidas até ao momento em memória do legado do Arq. Manuel Joaquim Norte Júnior na cidade de Lisboa e dos 135 anos decorridos do seu nascimento, designadamente:

· “Colóquio Norte Júnior ou o Triunfo do Ecletismo”, organizado pela Universidade Autónoma de Lisboa e pelo Instituto História de Arte da Universidade Nova, em 20 e 21 do corrente;
· Quatro passeios guiados, organizados pelo Fórum Cidadania Lx durante 2014, sob os lemas “A Graça Operária e o Arq. Norte Júnior” (21.6.2014), “Os Palacetes Premiados de Norte Júnior” (28.11.2014), “A Arquitectura Ameaçada dos Séculos XIX-XX, a Avenida da Liberdade, o Bº Barata Salgueiro e o Arq. Norte Júnior“ (27.9.2014) e “A Avenida da República & Arq. Norte Júnior” (22.11.2014);
· Mapa-Roteiro Norte Júnior, da autoria do Fórum Cidadania Lx e à disposição de todos os interessados, em https://www.google.com/maps/d/viewer?mid=zxByhOdTWw2Q.kcEcoE5PYu94, com todo o legado do Arq. Norte Júnior ainda existente em Lisboa;


E do que nos foi dado a conhecer localmente no decurso destas iniciativas, somos a solicitar a melhor atenção de V. Exas. para o seguinte:

1. O edifício da Avenida da República, nº 55-B (alçados e fotos em anexo), concebido pelo Arq. Norte Júnior em 1929, exemplar singular da capacidade criativa e “avant garde” deste arquitecto, e totalmente genuíno ainda, encontra-se devoluto, degradado e, pior, sob a ameaça da demolição iminente, caso seja aprovado o PIP em apreciação no Departamento de Projectos Estruturantes da CML. Dado tratar-se de um edifício em sólida estrutura de betão armado, ele não está em risco de ruína. Este edifício não tem nenhuma espécie de protecção legal, encontrando-se apenas referenciado no Inventário Municipal, pelo que pedimos a V. Exas, Senhor Presidente e Senhor Vereador, para que evitem a demolição deste edifício, contrapondo a CML ao promotor outra solução para a sua necessária reabilitação, que não o seu desaparecimento.

2. O edifício da Avenida da República, nº 71, que data de 1933, é um dos melhores e mais imponentes exemplos do período construtivo de Norte Júnior concebido sob a influência da Art Déco e do período modernista, sendo também outra obra sólida em betão armado. O edifício tem hoje apenas um único inquilino e necessita de obras de conservação e reabilitação, pelo que pedimos a V. Exas, Senhor Presidente e Senhor Vereador, para que a CML contrarie o previsível agudizar da degradação do edifício, instando o proprietário a proceder às obras de reabilitação do edifício.

Não queremos assistir à repetição dos erros camarários de um passado não muito longínquo, como o que se verificou no edifício do nº 46 desta mesma avenida, da autoria do Arq. Ventura Terra, no seguimento da demolição completa dos seus interiores, autorizada pela CML em 11 de Julho de 2005 e concretizada em 2011.

Com os melhores cumprimentos,


Paulo Ferrero (pelo Fórum Cidadania Lx) e Prof. José Manuel Fernandes e Prof. Raquel Henriques da Silva (ambos pela Comissão Científica do Colóquio Norte Júnior ou o Triunfo do Ecletismo)

C.C. AML, DGPC, JF e Media

26/11/2014

Postal da Rua do Conde Redondo

Faça-se justiça ao quiosque do Jardim da Burra!



Foto actual (Lux)



Foto: Página Facebook Mercado de Campo de Ourique



Foto: Fernando Jorge



Foto: Arquivo Municipal de Lisboa


Mas o quiosque do Jardim da Burra está muito bem, sim senhor, o que lá está, que é diferente, basta atentar nas imagens, mas, mesmo assim Arte (i)Nova é melhor do que como estava. Por isso, obrigado à CML e ao Mercado de Campo de Ourique, e desculpem qualquer coisinha, designadamente isto, pois acreditem que desde Julho que só agora lá passei para averiguar. Mea culpa :-(

Tuk-tuks, the new kids in town

(Rui Gaudêncio, Público)
Tenho acompanhado a polémica dos tuk-tuks em Lisboa com um sorriso no canto da boca. O debate chegou à AML, que avançou com várias propostas para o executivo. Pedem-se regulamentos, fixação de horários, de percursos e de um limite máximo para o número deles, e até que os restantes lisboetas paguem (vulgo "incentivos fiscais") para que passem a ser eléctricos.
Quais são afinal as queixas? Poluição sonora, poluição atmosférica, estacionamento caótico, congestionamento, destruição de calçadas, atentado à privacidade nos bairros históricos; todas queixas válidas, nenhuma delas exclusiva aos tuk-tuks. O enorme número de automóveis na cidade de Lisboa causa isto tudo e mais. Ajudado por muitas das motas na poluição sonora, o automóvel consegue um impacto bem mais forte (a destruição das calçadas é o exemplo mais ridículo, basta olhar para a foto para perceber a diferença), só que... esses já cá estavam. E são quem manda na cidade.
As soluções que são propostas pela AML espelham bem isto. Repare-se que aplicar as leis já existentes seria suficiente para reduzir estes impactos negativos, disciplinar os tuk-tuks e conter a sua proliferação. Se um tuk-tuk for efectivamente proibido de estacionar ilegalmente, dificilmente poderá a continuar a funcionar como funciona hoje. Mas aplicar as leis já existentes (ruído, estacionamento, restrições ao trânsito) também seria chato para... (sim adivinharam) para o automóvel. Os novos regulamentos são uma maneira de contornar isso, tratando como diferentes, incómodos que são bem semelhantes.

Assembleia Municipal de Lisboa pede à câmara que regule os tuk-tuk


In O Observador (25.11.2014)
Por João Pedro Pincha


«O presidente da Junta de Freguesia de Santa Maria Maior, bem no centro de Lisboa, afirma que a frequência com que a autarquia tem recebido queixas é excessiva e, por isso, quer medidas concretas.

A Assembleia Municipal de Lisboa votou favoravelmente esta terça-feira uma recomendação em que pede à câmara que regule “com urgência” a atividade dos tuk-tuk, os veículos turísticos que nos últimos meses começaram a proliferar pela cidade e que têm sido o alvo de muitas queixas dos taxistas e moradores das zonas históricas da capital.

“A atividade diária e constante dos Tuk-Tuk provoca muito ruído e poluição pelos sítios onde passam e tem vindo a causar um crescendo mal-estar nos residentes dos bairros históricos, pondo em causa o seu direito à privacidade e à tranquilidade”, lê-se no texto elaborado pelo presidente da Junta de Freguesia de Santa Maria Maior, Miguel Coelho (PS), que tem a seu cargo precisamente as áreas da cidade onde a passagem deste tipo de veículos é mais frequente.

Na apresentação da proposta, esta terça-feira à tarde na reunião do órgão deliberativo da autarquia, Miguel Coelho referiu que “com demasiada frequência os cidadãos se têm dirigido à freguesia” com queixas relativas aos tuk-tuk, especialmente nos bairros de Alfama e Mouraria. Estes veículos, disse, “maçam muito as pessoas que [ali] moram”.

E, por isso, o grupo socialista na assembleia pediu à câmara que “elabore com urgência um regulamento, no âmbito das suas competências, que discipline a atividade dos tuk-tuk, em particular os circuitos, as paragens e uso da via pública, assim como o horário para o exercício desta atividade”. Mais, o PS quer que as juntas de freguesia sejam tidas em conta na criação dessas normas. “Ainda não fui auscultado enquanto presidente da junta”, comentou Miguel Coelho, para quem os tuk-tuk são “uma atividade interessante para o turismo”, apesar de tudo.

Desde que apareceram, os tuk-tuk têm sido alvo de muita contestação, sobretudo da parte dos taxistas, que acusam os novos veículos de concorrência desleal, uma vez que algumas empresas que operam tuk-tuk dão aos turistas a possibilidade de fazerem percursos livres e não previamente estabelecidos, como acontece com outros serviços turísticos.

No passado dia 10 de novembro realizou-se uma reunião entre deputados municipais de Lisboa e representantes do setor táxi, onde terá sido garantido que a regulamentação dos tuk-tuk já está a ser preparada. “Penso que resolverão o problema, nem outra coisa seria de esperar”, comenta Florêncio de Almeida, presidente da ANTRAL, ao Observador.

A recomendação levada esta terça a assembleia municipal teve os votos favoráveis de todos os grupos parlamentares, à exceção do PSD e do Partido Ecologista “Os Verdes”, que se abstiveram.»

...

Ainda no Domingo assisti a uma corrida entre 5 tuk-tuk amarelos pela Rua da Prata...

25/11/2014

4ª Visita Norte Júnior: Eixo Avenida da República


 O chamado Edifício da Versalhes
 Historiadora Catarina Oliveira. em frente do Edifício da Casa Xangai

 Av. República 55, pioneiro Art Déco em Lisboa, ameaçado de demolição
 Av. República 71, exemplo da sofisticação Art Déco de Norte Júnior


Embora raramente falado, o legado do Arquitecto Norte Júnior em Lisboa inclui dois extraordinários prédios de apartamentos no sofisticado Art Déco: Avenida da República Nº 55 de 1929 e o Nº 71 de 1933 - que Norte Júnior desenhou para uma clientela endinheirada e desejosa do luxo Art Déco que irradiava de Paris. As duas Historiadoras chamaram a atenção para o facto de o edifício de 1929 representar uma das primeiras experiências Art Déco da cidade, e do Arq. Norte Júnior, revelando por isso que estava bem actualizado com as tendências dos centros culturais da Europa. Este edifício tem ainda uma caracteristica importantíssima pois já foi construído com a então jovem tecnologia do betão armado. O FCLX informou os presentes que existe na CML um projecto que pede a demolição deste imóvel, algo que indignou todos pois consideramos ser inaceitável destruir património com este significado capital! Mais à frente, ao chegarmos ao Nº 71, fomos premiados com o ambiente de requinte de desenho e de materiais criado por Norte Júnior em 1933. O passeio terminou com a visita a mais dois prédios gémeos Art Déco na Av. de Berna e ao palacete no gaveto da Av. República e Av. Berna, actual sede da Junta de Freguesia das Avenidas Novas que apoiou esta iniciativa do FCLX.

Pela observação atenta dos edifícios que se fez ao longo de toda a manhã, e ajudados pelas competentes guias do passeio, ficamos esclarecidos quanto à urgência de salvar este património notável, muitas vezes mal compreendido ou simplesmente tratado como coisa velha e descartável. E houve de tudo um pouco durante a nossa visita: desde o maravilhosamente bem cuidado e amado palacete onde se instalou o CLUBE MILITAR NAVAL, até aos dois desprezados prédios de rendimento na Avenida da República. Há agora que mobilizar os cidadãos para que a CML não assine a pena capital deste património único de Lisboa.

4ª Visita Norte Júnior: Eixo da Av. da República





 Deolinda Folgado, historiadora e uma das guias do passeio



Algumas imagens da 4ª visita guiada no âmbito da nossa chamada de atenção para o legado do Arquitecto Norte Júnior em Lisboa. O início da visita não poderia ter sido melhor: com café, chá e bolos oferecidos amavelmente pelo Clube Militar Naval (fotos). A Historiadora Deolinda Folgado colocou em contexto a obra deste autor, destacando a modernização da capital iniciada com os planos de Ressano Garcia nos finais do séc. XIX que preparou o crescimento da cidade burguesa para norte. O papel multifacetado de Norte Júnior e a sua vasta obra contribuiram, talvez mais do que qualquer outro autor deste periodo, para a formação de uma identidade arquitectonica da "Lisboa Entre Séculos", como ficou bem evidente através dos comentários da Historiadora Catarina Oliveira, a outra nossa guia - às duas devemos um grande agradecimento!

Pormenores da Praça do Comércio...


Chegado por e-mail:

«O Lado esquerdo do Cais das Colunas continua enterrado em toneladas de pedra.

Nestas fotos vê-se perfeitamente que aquele lado (tal como o lado direito) era composto por um muro junto ao rio, com namoradeiras (e respetivos candeeiros).

A CML continua a falar da recuperação do Cais do Sodré ou da Doca da Marinha e Santa Apolónia mas continua a esquecer-se de acabar a recuperação da Praça do Comércio (como se já estivesse feita).

É uma autêntica vergonha isto passar-se na principal praça do país.

e esta escada enterrada... dl»