Que 2005 signifique para Lisboa menos buracos, mais prédios restaurados, mais gente a morar em Lisboa, menos delinquência, melhor ambiente, mais cultura, mais educação, menos construção civil, menos abusos, menos burocracia, mais competência de que quem de direito, menos indiferença dos cidadãos, menos demagogia, melhores transportes, numa palavra; mais qualidade de vida.
E não se esqueçam de entrar com o pé direito no ano de 2005!
PF
28/12/2004
Arco da Rua Augusta, finalmente?
Ippar pretende lançar uma campanha para angariar apoio de mecenas de modo a subsidiar a intervenção do arco. Reabilitar Arco da Rua Augusta custa 1,5 milhões. Intervenção do Instituto Português do Património Arquitectónico deverá arrancar em 2006 para ficar concluída em 2007. Acabar o ano com uma boa notícia é óptimo, sobretudo quando se trata de um monumento emblemático de Lisboa - o Arco da Rua Augusta -, que há muito espera por uma operação condigna de restauro. Que se anuncie agora a obra, a poucos dias de 2005, para avisar que só arrancará em 2006 e que só ficará concluída em 2007, é que já parece mais uma graça, daquelas que ultimamente são o pão nosso de cada dia. Contudo, já é muito bom que finalmente tenha sido encontrado o empreiteiro (o IPPAR), depois de décadas de empura para ali e acolá, entre os vários ministérios que tutelam (tutelavam?) conjuntamente aquela obra maior da nossa Lisboa. Cá ficaremos à espera que as obras comecem!
PF
PF
23/12/2004
UM NATAL MUITO FELIZ !
São os votos dos autores deste blogue, a todos os alfacinhas, lusitanos e demais cidadãos que gostam de Lisboa, e a todos quantos ainda por cá vivem em regime de abandono, pobreza e solidão.
FELZ NATAL!
PF
FELZ NATAL!
PF
22/12/2004
A oeste nada de novo
Quanto ao outro dos delírios camarários desta nossa Lisboa, o "túnel do Marquês", ele continua sem se fechar e sem se abrir. Parece esquizofrenia mas não é, asseguro-vos. Até há já quem diga que muito do espalhafato a nível de pós, lamas, máquinas, etc. (que actualmente se verifica na Joaquim Antº de Aguiar, e que é alvo de protestos, justos, de moradores e comerciantes) se deve - advinhem - às obras de Keynesianismo puro (e a isso voltarei brevemente), periódico, i.e., as habituais obras de esventramento da responsabilidade das companhias dos telefones, tv-cabo, gás, electricidade, água e tudo o mais que por aí há. Porquê? Para aumentar exponencialmente os protestos, com vista a que as obras de construção do túnel avancem, e quem se levanta contra ele seja achincalhado e alvo de protestos. A ser verdade, estamos perante outro caso de "vale tudo".
Entretanto, os representantes da Plataforma entregaram na quinta-feira, na Assembleia Municipal (AM) de Lisboa, 5120 assinaturas para desencadear a consulta aos lisboetas sobre aquela obra. Hélas, no entanto, ...
Aguardam-se cenas do próximos capítulos...
PF
Entretanto, os representantes da Plataforma entregaram na quinta-feira, na Assembleia Municipal (AM) de Lisboa, 5120 assinaturas para desencadear a consulta aos lisboetas sobre aquela obra. Hélas, no entanto, ...
Aguardam-se cenas do próximos capítulos...
PF
Alcântara:Cruzeiros e hotéis no lugar do terminal de contentores
Falando ainda de Alcântara, parece que vem aí mais outro projecto, desta feita de revolução da zona de cruzamentos, pontes, passagens, terminais e tudo o mais que por ali há, depois da gare ferroviária de Alcântara-Mar. Bom, ainda sem sabermos muito bem o que é o projecto, já sabemos uma coisa: os contentores metálicos vão ser transferidos para Xabregas. Donde se prova que está tudo maluco, senão veja-se: primeiro diz-se que o casino é implantado no Jardim do Tabaco, pois ali vai ser feito o grande terminal marítimo internacional. Derruba-se uma série de pavilhões/armazéns de época, sem que ninguém diga nada. Passados uns tempos, o casino já não vai para ali, agora quem vai é a Feira Popular. O terminal, esse vai agora para onde já está: Alcântara (sim, já alguém reparou que ele sempre aí existiu?!). Mas como são precisas obras de construção civil, betume e benesses, aí vão os ditos contentores, que ocupam muito espaço. Vão para aonde? Para perto do Jardim do Tabaco. Talvez os coloquem defronte ao Museu do Azulejo, na Igreja da Madre de Deus. Como símbolo da nova estética lusitana. Para inglês ver. Ah, é verdade!, já me esquecia da Feira Popular: ela afinal já não vai para o Jardim do Tabaco. Foi só uma ideia, um lamiré, ou, se quiserem, um piada de mau gosto.
E Alcântara? Lá continuará por muitos e bons anos, indiferente as ventos e às "ideias", com cimento armado a substituir os velhos armazéns e instalações industriais. Com os seus dois "ex-libris", tornados passagens aéreas temporárias", leia-se os famigerados viaduto automóvel (em risco iminente de queda), e aquele tabuleiro vermelho rolante (medonho) para peões, que Ferreira do Amaral nos impingiu a todos como resolução artística para o problema que era/é a dificuldade em unir as duas gares ferroviárias de Alcântara, a de Terra e a de Mar.
E Siza? Já não interessa. Tal como Gehry, é passado; só que neste caso foi pago por um promotor privado, enquanto que o canadiano foi-o (é-o) pelo erário público.
PF
P.S. Quero que me expliquem outra coisa: como é possível construir hotéis em Alcântara, por debaixo da Ponte sobre o Tejo? Já lá está o "Vila Galé Ópera". E lá estarão, pelos vistos, mais uns quantos. Para além da questão de respeito pela zona ribeirinha, outra dúvida se me coloca: serão para masoquistas?
E Alcântara? Lá continuará por muitos e bons anos, indiferente as ventos e às "ideias", com cimento armado a substituir os velhos armazéns e instalações industriais. Com os seus dois "ex-libris", tornados passagens aéreas temporárias", leia-se os famigerados viaduto automóvel (em risco iminente de queda), e aquele tabuleiro vermelho rolante (medonho) para peões, que Ferreira do Amaral nos impingiu a todos como resolução artística para o problema que era/é a dificuldade em unir as duas gares ferroviárias de Alcântara, a de Terra e a de Mar.
E Siza? Já não interessa. Tal como Gehry, é passado; só que neste caso foi pago por um promotor privado, enquanto que o canadiano foi-o (é-o) pelo erário público.
PF
P.S. Quero que me expliquem outra coisa: como é possível construir hotéis em Alcântara, por debaixo da Ponte sobre o Tejo? Já lá está o "Vila Galé Ópera". E lá estarão, pelos vistos, mais uns quantos. Para além da questão de respeito pela zona ribeirinha, outra dúvida se me coloca: serão para masoquistas?
Torres de Siza Vieira em Alcântara Não Vão Ser Feitas
Definitivamente, isto está tudo maluco. Não é que depois de tanta tinta derramado e tanto protesto declamado, tanta teimosia e tanto dito e desdito, as benditas (?) torres de Siza Vieira, projectadas para Alcântara, deixaram de o ser?!! Não acreditam? Eñtão façam favor de ler isto: As torres projectadas pelo arquitecto Siza Vieira para Alcântara, em Lisboa, já não vão ser construídas. O promotor do empreendimento, a erguer na Av. da Índia, nos terrenos da antiga Sidul, optou por apresentar à câmara um projecto alternativo, da autoria de Mário Sua Kay, com edifícios de oito pisos, considerando "insustentável aguardar por um referendo em Maio de 200.
Escusado será dizer que tudo o mais, como seja o famosíssimo referendo, deixa de fazer sentido. Como o que quer que seja nesta cidade, a propósito. Eu, pela minha parte, nem cheguei a perceber o projecto. Será que alguém percebeu?
PF
Escusado será dizer que tudo o mais, como seja o famosíssimo referendo, deixa de fazer sentido. Como o que quer que seja nesta cidade, a propósito. Eu, pela minha parte, nem cheguei a perceber o projecto. Será que alguém percebeu?
PF
21/12/2004
Ao português só lhe falta dormir no C.C.
O Grupo Amorim vai investir, em parceria com a Auchan, 200 milhões de euros num megacentro comercial na Amadora. Segundo os promotores, a abertura da nova superfície comercial está prevista para 2007, embora o projecto ainda esteja em fase de licenciamento na Câmara Municipal da Amadora, Esta notícia não é nada com Lisboa, mas não chega de centros comerciais? Não chega de grandes superfícies? E qual a razão para o português viver cada vez mais horas da sua vida comendo, descansando, circulando, trabalhando, divertindo-se e ... vegetando, fechado em centros comerciais? Quero que me expliquem, s.f.f.!
PF
PF
Os Inglesinhos Continuam em Perigo, Portuguesinhos: Cuidado!
Julgo que a carta que José Fonseca e Costa escreve hoje no "Público", diz bem do que está efectivamente em causa no projecto patrocinado pela CML para o Convento dos Inglesinhos:
"Dois historiadores e um arquitecto, "técnicos da Unidade de Projecto do Bairro Alto e Bica" manifestaram a sua estupefacção, a 2 do corrente mês, nas colunas do PÚBLICO pelo facto de haver ainda uma bolsa de moradores das ruas circundantes do Convento dos Inglesinhos, no número dos quais se sabe que estou incluído, incapazes de terem entendido como foi, por eles, defendida encarniçadamente e, como tal, assegurada, a integridade de todas as suas peças.
Fizeram-no de modo magistral ( de "magister"...) , com a "non-chalance" e a arrogância de quem tudo julga saber, não hesitando em ofender aqueles que continuam a opor-se a um projecto que provocará a destruição de uma parte preciosa do conjunto que configura o Convento (ou Colégio...) e a descaracterização do seu corpo principal.
Como o demonstram as peças do projecto de que a seguir daremos conta.
Começam por chamar-nos ignorantes por designarmos por Convento aquilo que, segundo afirmam, sempre foi um Colégio.
Quando começámos, eu e os meus vizinhos e outros cidadãos de Lisboa, a luta pela defesa da integridade desta peça única do nosso património, demo-nos ao cuidado de obter sobre os Inglesinhos toda a informação disponível, entre a qual se inclui alguma da autoria de um dos referidos historiadores, a Senhora Drª Helena Pinto Janeiro.
Dessa tanta informação recolhida consta uma carta ou mapa do Bairro Alto, figurando a implantação dos edifícios, logradouros e jardins em espaço circundado por belos muros, mandada executar por Filipe Folque, onde aparece grafada por cima do edifício principal a designação "Convento dos Inglesinhos".
Este mapa data de 1856.
Como pode o trio de articulistas dizer "... que fique claro, ainda, que os Inglesinhos não são, nem nunca foram, convento algum" quando como tal aparece referenciado em 1856? E que importância tem, para a magnitude do problema que está em questão, o facto de tanto a "vox populi" como o Grupo Amorim persistirem em chamar Convento dos Inglesinhos àquilo que foi um Colégio ? Não é com esse nome e o conhecimento da Câmara Municipal de Lisboa (CML) que o referido grupo está a fazer a promoção do bem imobiliário "apartamentos de luxo, para quem ama Lisboa" que fará donos daquele espaço os "happy few" dotados de capacidade financeira para aí comprarem morada ou fazerem investimento?
Ou será que o vosso parecer é emitido "in abstracto", ou seja, na ignorância do fim a que se destina o bem patrimonial?
Percebe-se, logo a seguir, que o cerne da questão tem a ver com contas a ajustar não exactamente com cidadãos ignaros mas com colegas dos articulistas, porventura colocados um furo acima na hierarquia do funcionalismo público - aqueles que têm assento no Instituto Português do Património Arquitectónico (Ippar).
A coisa é, portanto, entre eles e trata-se de um problema de competências (ou consciências?).
Acusando o Ippar de ter aprovado sempre de cruz tudo o que nas diferentes fases deste projecto ao longo de quatro anos lhe foi submetido pelo Grupo Amorim, os articulistas arvoram a bandeira de rigorosos defensores do património, dizendo, às tantas "... como só pode ser do conhecimento do Ippar, o projecto aprovado para os Inglesinhos garante a salvaguarda inequívoca do edifício do colégio, da igreja e da cerca envolvente... mas não devido à acção do Ippar que aprovou sem pestanejar todas as versões apresentadas pelo Grupo Amorim para o local, incluindo as primeiras, que atentavam gravemente contra os valores histórico-patrimoniais".
Segue-se um rol numerado de denúncia das distracções do Ippar nesta matéria, tendente a colocar em destaque a causa própria e que eu não posso deixar de citar: "Felizmente, essa fase foi ultrapassada por via da acção concertada dos historiadores do pelouro de reabilitação da CML, que se juntaram à historiadora do então Gabinete Local do Bairro Alto (actual UPBAB) nas muitas e duras batalhas pela 'salvação' dos Inglesinhos e que se iniciou em 29/5/01, data da primeira informação desta técnica contra o projecto inicial... Este combate pelos Inglesinhos não foi notícia em nenhum meio de comunicação social: teve lugar numa instituição pública, foi protagonizado por funcionários públicos, em defesa de uma causa pública, que não se sujeitaram à imagem que as pessoas gostam de ter dos 'funcionários públicos'.
E, pasme-se, teve resultados !"
O UPBAB, ao contrário do Ippar a quem acusa de aprovar tudo sem pestanejar, aprovou pestanejando imenso...
Alguns dos resultados são os seguintes:
O logradouro será destruído na sua actual configuração, sendo abatidas as árvores, certamente centenárias, que o compõem; o muro de contenção das terras do jardim existente na Rua Nova do Loureiro, cuja autoria é atribuída a Carlos Mardel, (vd. Helena Pinto Janeiro in "Um Bairro Alto Desconhecido", revista "História" nº 40 de Nov./Dez. 2001) será violentamente deformado, sendo defenestradas os seus vãos e portas cegos e rompidas as duas portas a sul para serviço de entrada e saída de três pisos de garagem a fazer abaixo do solo.
Para lá do muro e arrasando - com o consequente abate de árvores de grande porte - o que resta de um formoso jardim em patamares, vai erguer-se, ao longo de todo o referido muro de Mardel, uma edificação de três andares acima do solo sobre a qual será feito aquilo a que o autor do projecto chama um pátio ajardinado.
Ao corpo do edifício principal, onde existem o Colégio e a Capela de São Pedro e São Paulo, será acrescentado um piso cuja implantação altera a fachada, dando para o Largo dos Inglesinhos, modificando substancialmente o equilíbrio do prédio e criando uma dissonância com os prédios adjacentes, um dos quais é o do Conservatório.
Da capela, a que será dado destino de "apoio social" ao empreendimento, são suprimidos os balcões, integrados no corpo dos apartamentos.
A magnífica cozinha será transformada num dos apartamentos de luxo...
E muito mais haverá para contar se entrarmos no pormenor do projecto com cuja aprovação são poucos os valores patrimoniais que se salvam depois da árdua batalha que os nossos heróis do património afirmam ter travado, ao longo de anos, com a firma imobiliária proprietária do Convento dos Inglesinhos quando, em boa verdade, a única batalha a ganhar seria a da recusa de semelhante intervenção, tendo em conta não só o valor "histórico-patrimonial" do conjunto como, igualmente, o facto de estar implantado na malha urbana do Bairro Alto, de onde vai desaparecer o seu único jardim e logradouro, jardim suspenso virado ao estuário do Tejo e às Colinas sitas a poente da cidade, que devia ser restaurado de acordo com o desenho original, tratado e aberto à fruição de todos os cidadãos.
Os três articulistas saberão de ciência certa o que vai acontecer ao observatório, sobre o qual a Drª Helena Martins Janeiro se pronuncia com as palavras com que termino este esclarecimento: "O quarto piso, com águas furtadas, de construção pombalina já tardia no tempo mas de puro desenho mardeliano, dá acesso a uma adição - sustentada por abóbadas, valorizada por nova e mais elaborada fenestração e rematada por terraço - destinada a observatório astronómico. As invasões francesas terão interrompido as obras do observatório, que, apesar disso continua hoje em dia a ser senhor de uma soberba vista de 360º sobre o casario da cidade, o estuário e a barra do Tejo..."
Quem serão os beneficiários de tão "soberba vista"?
Embora desta vez não venham as invasões francesas salvar os portuguesinhos da des-construção de uma discreta, romântica e belíssima pérola do nosso património incrustada na parte mais alta do Bairro Alto, porventura o seu coração, estranho fado o dos Inglesinhos, cujo licenciamento para execução da "sentença de morte" está assinado ... Napoleão ( ! ) - não já o que ordenou as invasões francesas antes alguém que não hesita em mandar perpetrar estas não menos bárbaras "invasões" com as quais se vai desfigurando e "arrancando a alma" a esta cidade de Lisboa - como o disse uma destas noites na "Ler Devagar" o meu amigo Carlos do Carmo, no decorrer de uma debate sobre o Convento dos Inglesinhos, para o qual foram convidados em boa e devida forma não só a vereadora Napoleão como também os autores do artigo a que ora respondo, Arquitecto Nuno de Morais, historiadores Dr. António Miranda e Drª Helena Pinto Janeiro.
Nenhum deles se dignou comparecer."
PF
"Dois historiadores e um arquitecto, "técnicos da Unidade de Projecto do Bairro Alto e Bica" manifestaram a sua estupefacção, a 2 do corrente mês, nas colunas do PÚBLICO pelo facto de haver ainda uma bolsa de moradores das ruas circundantes do Convento dos Inglesinhos, no número dos quais se sabe que estou incluído, incapazes de terem entendido como foi, por eles, defendida encarniçadamente e, como tal, assegurada, a integridade de todas as suas peças.
Fizeram-no de modo magistral ( de "magister"...) , com a "non-chalance" e a arrogância de quem tudo julga saber, não hesitando em ofender aqueles que continuam a opor-se a um projecto que provocará a destruição de uma parte preciosa do conjunto que configura o Convento (ou Colégio...) e a descaracterização do seu corpo principal.
Como o demonstram as peças do projecto de que a seguir daremos conta.
Começam por chamar-nos ignorantes por designarmos por Convento aquilo que, segundo afirmam, sempre foi um Colégio.
Quando começámos, eu e os meus vizinhos e outros cidadãos de Lisboa, a luta pela defesa da integridade desta peça única do nosso património, demo-nos ao cuidado de obter sobre os Inglesinhos toda a informação disponível, entre a qual se inclui alguma da autoria de um dos referidos historiadores, a Senhora Drª Helena Pinto Janeiro.
Dessa tanta informação recolhida consta uma carta ou mapa do Bairro Alto, figurando a implantação dos edifícios, logradouros e jardins em espaço circundado por belos muros, mandada executar por Filipe Folque, onde aparece grafada por cima do edifício principal a designação "Convento dos Inglesinhos".
Este mapa data de 1856.
Como pode o trio de articulistas dizer "... que fique claro, ainda, que os Inglesinhos não são, nem nunca foram, convento algum" quando como tal aparece referenciado em 1856? E que importância tem, para a magnitude do problema que está em questão, o facto de tanto a "vox populi" como o Grupo Amorim persistirem em chamar Convento dos Inglesinhos àquilo que foi um Colégio ? Não é com esse nome e o conhecimento da Câmara Municipal de Lisboa (CML) que o referido grupo está a fazer a promoção do bem imobiliário "apartamentos de luxo, para quem ama Lisboa" que fará donos daquele espaço os "happy few" dotados de capacidade financeira para aí comprarem morada ou fazerem investimento?
Ou será que o vosso parecer é emitido "in abstracto", ou seja, na ignorância do fim a que se destina o bem patrimonial?
Percebe-se, logo a seguir, que o cerne da questão tem a ver com contas a ajustar não exactamente com cidadãos ignaros mas com colegas dos articulistas, porventura colocados um furo acima na hierarquia do funcionalismo público - aqueles que têm assento no Instituto Português do Património Arquitectónico (Ippar).
A coisa é, portanto, entre eles e trata-se de um problema de competências (ou consciências?).
Acusando o Ippar de ter aprovado sempre de cruz tudo o que nas diferentes fases deste projecto ao longo de quatro anos lhe foi submetido pelo Grupo Amorim, os articulistas arvoram a bandeira de rigorosos defensores do património, dizendo, às tantas "... como só pode ser do conhecimento do Ippar, o projecto aprovado para os Inglesinhos garante a salvaguarda inequívoca do edifício do colégio, da igreja e da cerca envolvente... mas não devido à acção do Ippar que aprovou sem pestanejar todas as versões apresentadas pelo Grupo Amorim para o local, incluindo as primeiras, que atentavam gravemente contra os valores histórico-patrimoniais".
Segue-se um rol numerado de denúncia das distracções do Ippar nesta matéria, tendente a colocar em destaque a causa própria e que eu não posso deixar de citar: "Felizmente, essa fase foi ultrapassada por via da acção concertada dos historiadores do pelouro de reabilitação da CML, que se juntaram à historiadora do então Gabinete Local do Bairro Alto (actual UPBAB) nas muitas e duras batalhas pela 'salvação' dos Inglesinhos e que se iniciou em 29/5/01, data da primeira informação desta técnica contra o projecto inicial... Este combate pelos Inglesinhos não foi notícia em nenhum meio de comunicação social: teve lugar numa instituição pública, foi protagonizado por funcionários públicos, em defesa de uma causa pública, que não se sujeitaram à imagem que as pessoas gostam de ter dos 'funcionários públicos'.
E, pasme-se, teve resultados !"
O UPBAB, ao contrário do Ippar a quem acusa de aprovar tudo sem pestanejar, aprovou pestanejando imenso...
Alguns dos resultados são os seguintes:
O logradouro será destruído na sua actual configuração, sendo abatidas as árvores, certamente centenárias, que o compõem; o muro de contenção das terras do jardim existente na Rua Nova do Loureiro, cuja autoria é atribuída a Carlos Mardel, (vd. Helena Pinto Janeiro in "Um Bairro Alto Desconhecido", revista "História" nº 40 de Nov./Dez. 2001) será violentamente deformado, sendo defenestradas os seus vãos e portas cegos e rompidas as duas portas a sul para serviço de entrada e saída de três pisos de garagem a fazer abaixo do solo.
Para lá do muro e arrasando - com o consequente abate de árvores de grande porte - o que resta de um formoso jardim em patamares, vai erguer-se, ao longo de todo o referido muro de Mardel, uma edificação de três andares acima do solo sobre a qual será feito aquilo a que o autor do projecto chama um pátio ajardinado.
Ao corpo do edifício principal, onde existem o Colégio e a Capela de São Pedro e São Paulo, será acrescentado um piso cuja implantação altera a fachada, dando para o Largo dos Inglesinhos, modificando substancialmente o equilíbrio do prédio e criando uma dissonância com os prédios adjacentes, um dos quais é o do Conservatório.
Da capela, a que será dado destino de "apoio social" ao empreendimento, são suprimidos os balcões, integrados no corpo dos apartamentos.
A magnífica cozinha será transformada num dos apartamentos de luxo...
E muito mais haverá para contar se entrarmos no pormenor do projecto com cuja aprovação são poucos os valores patrimoniais que se salvam depois da árdua batalha que os nossos heróis do património afirmam ter travado, ao longo de anos, com a firma imobiliária proprietária do Convento dos Inglesinhos quando, em boa verdade, a única batalha a ganhar seria a da recusa de semelhante intervenção, tendo em conta não só o valor "histórico-patrimonial" do conjunto como, igualmente, o facto de estar implantado na malha urbana do Bairro Alto, de onde vai desaparecer o seu único jardim e logradouro, jardim suspenso virado ao estuário do Tejo e às Colinas sitas a poente da cidade, que devia ser restaurado de acordo com o desenho original, tratado e aberto à fruição de todos os cidadãos.
Os três articulistas saberão de ciência certa o que vai acontecer ao observatório, sobre o qual a Drª Helena Martins Janeiro se pronuncia com as palavras com que termino este esclarecimento: "O quarto piso, com águas furtadas, de construção pombalina já tardia no tempo mas de puro desenho mardeliano, dá acesso a uma adição - sustentada por abóbadas, valorizada por nova e mais elaborada fenestração e rematada por terraço - destinada a observatório astronómico. As invasões francesas terão interrompido as obras do observatório, que, apesar disso continua hoje em dia a ser senhor de uma soberba vista de 360º sobre o casario da cidade, o estuário e a barra do Tejo..."
Quem serão os beneficiários de tão "soberba vista"?
Embora desta vez não venham as invasões francesas salvar os portuguesinhos da des-construção de uma discreta, romântica e belíssima pérola do nosso património incrustada na parte mais alta do Bairro Alto, porventura o seu coração, estranho fado o dos Inglesinhos, cujo licenciamento para execução da "sentença de morte" está assinado ... Napoleão ( ! ) - não já o que ordenou as invasões francesas antes alguém que não hesita em mandar perpetrar estas não menos bárbaras "invasões" com as quais se vai desfigurando e "arrancando a alma" a esta cidade de Lisboa - como o disse uma destas noites na "Ler Devagar" o meu amigo Carlos do Carmo, no decorrer de uma debate sobre o Convento dos Inglesinhos, para o qual foram convidados em boa e devida forma não só a vereadora Napoleão como também os autores do artigo a que ora respondo, Arquitecto Nuno de Morais, historiadores Dr. António Miranda e Drª Helena Pinto Janeiro.
Nenhum deles se dignou comparecer."
PF
17/12/2004
"Balanço de um ano difícil para a gestão camarária"?
"Problemas Em 2004, a autarquia lisboeta mudou de presidente e viu algumas obras parar Ano termina com o orçamento chumbado pela Esquerda e o Parque Mayer ainda sem solução".
Eu diria que o balanço dos 3 anos de mandato desta gestão camarária é frustrante. Já não falo do cumprimento das promessas eleitorais, vulgo "totem", até porque nunca concordei com alguns deles, como seja o denominado túnel do Marquês, ou os prometidos 8 meses para a reabilitação do Parque Mayer. Falo das medidas de fundo: recuperação dos edifícios, repovoação de Lisboa, desanuviamento do trânsito, disciplinar o estacionamento anárquico, melhorar de facto os transportes públicos, inverter o ratio "nova construção/reabilitação", cumprir o PDM, fazer cumprir o regulamento de cargas e descargas, tomar pulso às constantes obras de esventramento da via pública, ora de uma ora de outra empresa; maximizar a gestão das empresas municipais, etc.. Espremidos, estes anos de gestão Santana Lopes/Carmona Rodrigues resumem-se a tímidas medidas pontuais de restrição ao trânsito automóvel nos bairros de Alfama, Bairro Alto e Bica (veja-se, por contraponto, a total inacção no que toca ao trânsito no Chiado, ou a continuada aposta na construção de parques subterrâneos, que geram tudo menos a redução da entrada de automóveis em Lisboa); e a recuperação de alguns edifícios (sobretudo na Baixa e zonas histórica, sendo que na Alta e nas Avenidas Novas o ritmo de demolições tem sido alucinante). A meu ver, os únicos sectores dinâmicos durante estes 3 anos têm sido os da Cultura (em termos de programação e aproveitamento dos espaços municipais, embora ainda esteja muito por fazer e muito património alfacinha por comprar e recuperar) e dos próprios serviços camarários, com a redução de alguns entraves burocráticos e a criação de alguns serviços interessantes de apoio ao munícipe. Tudo o mais é fado.
PF
Eu diria que o balanço dos 3 anos de mandato desta gestão camarária é frustrante. Já não falo do cumprimento das promessas eleitorais, vulgo "totem", até porque nunca concordei com alguns deles, como seja o denominado túnel do Marquês, ou os prometidos 8 meses para a reabilitação do Parque Mayer. Falo das medidas de fundo: recuperação dos edifícios, repovoação de Lisboa, desanuviamento do trânsito, disciplinar o estacionamento anárquico, melhorar de facto os transportes públicos, inverter o ratio "nova construção/reabilitação", cumprir o PDM, fazer cumprir o regulamento de cargas e descargas, tomar pulso às constantes obras de esventramento da via pública, ora de uma ora de outra empresa; maximizar a gestão das empresas municipais, etc.. Espremidos, estes anos de gestão Santana Lopes/Carmona Rodrigues resumem-se a tímidas medidas pontuais de restrição ao trânsito automóvel nos bairros de Alfama, Bairro Alto e Bica (veja-se, por contraponto, a total inacção no que toca ao trânsito no Chiado, ou a continuada aposta na construção de parques subterrâneos, que geram tudo menos a redução da entrada de automóveis em Lisboa); e a recuperação de alguns edifícios (sobretudo na Baixa e zonas histórica, sendo que na Alta e nas Avenidas Novas o ritmo de demolições tem sido alucinante). A meu ver, os únicos sectores dinâmicos durante estes 3 anos têm sido os da Cultura (em termos de programação e aproveitamento dos espaços municipais, embora ainda esteja muito por fazer e muito património alfacinha por comprar e recuperar) e dos próprios serviços camarários, com a redução de alguns entraves burocráticos e a criação de alguns serviços interessantes de apoio ao munícipe. Tudo o mais é fado.
PF
16/12/2004
Adiado referendo sobre Alcântara
Ano de 2005, ano de todos os referendos em Lisboa? Ou de nenhuns? De um lado promove-se um referendo sobre as torres de Siza Vieira, projectadas para Alcântara. Do outro, promove-se um sobre as condições ambientais e estruturais do famigerado túnel das Amoreiras. No meio fico eu, que sou totalmente contra esta proliferação de referendos. Precedente perigoso, digo eu. Mas há nestes dois referendos uma virtude: não poderão ter partes II, III e por aí fora, já que ao contrário dos homónimos sobre o aborto e a regionalização, aqui os resultados (sejam eles quais forem) são irreversiveis.
PF
PF
15/12/2004
Porque nem tudo é mau
nesta vereação, aqui ficam duas boas notícias e uma incógnita:
Cassuto é a partir de hoje o novo director artístico da Orquestra Metropolitana de Lisboa. A ideia é que o maestro que dirigiu importantes formações mundiais e deu concertos no Carnegie Hall abra portas.
A próxima reunião do Parlamento Cultural Europeu vai ser em Lisboa na sequência de um convite feito pelo presidente da Fundação Calouste Gulbenkian, Rui Vilar, que participou na 3ª sessão, em Génova, no início do mês, disse a Gulbenkian em comunicado.
Alcântara, Oriente e Alto do Lumiar serão os novos centros. Para os locais, Câmara estima atrair mais 90 mil residentes. Aposta na reabilitação persiste.
PF
Cassuto é a partir de hoje o novo director artístico da Orquestra Metropolitana de Lisboa. A ideia é que o maestro que dirigiu importantes formações mundiais e deu concertos no Carnegie Hall abra portas.
A próxima reunião do Parlamento Cultural Europeu vai ser em Lisboa na sequência de um convite feito pelo presidente da Fundação Calouste Gulbenkian, Rui Vilar, que participou na 3ª sessão, em Génova, no início do mês, disse a Gulbenkian em comunicado.
Alcântara, Oriente e Alto do Lumiar serão os novos centros. Para os locais, Câmara estima atrair mais 90 mil residentes. Aposta na reabilitação persiste.
PF
14/12/2004
O jardim ceguinho do Arco do Cego
Segundo este artigo, A Primavera chegará em força ao bairro lisboeta do Arco do Cego. Ali encontrará 104 novas árvores e dois mil arbustos, de 27 espécies, num espaço ocupado por eléctricos e autocarros durante meio século. Lá para o Outono, na estrutura industrial da antiga gare de transportes nascerá o Museu dos Transportes de Lisboa e estarão em funcionamento pleno os equipamentos de apoio ao jardim. Depois de uma caminhada fria, saberá bem encontrar aconchego quente no novo salão de chá. Quem deu a notícia aos jornais esqueceu-se de dizer que juntamente com toda esta Primavera chegará também um silo para 218 automóveis, no edfício da gare, para onde esteve pensado um espaço ao jeito de Covent Garden. Mais um daqueles silos automóveis lindos e utilíssimos como o que a CML está prestes a inaugurar na Calçada do Combro, junto à Igreja dos Paulistas: um silo com aparência de código de barras em cimento armado, uma maravilha da nossa arquitectura!
PF
PF
13/12/2004
O projecto Norman Foster no nosso site
09/12/2004
150 Anos da Morte de Almeida Garrett. Garrett, o homem que inventou o português moderno e muito mais ...
Tem ruas, praças e avenidas com o seu nome por todo o país, e ainda faz parte das leituras obrigatórias do ensino secundário. Todos, aliás, lhe conhecemos o retrato "oficial": cabelo ondulado, barba oval e estreita que mal cobre o rosto, e todo muito composto - é sabido que era vaidoso e passava horas a arranjar-se, tantas as pequenas almofadas que distribuía pelo corpo para ficar mais elegante. Mas o que resta, hoje, de Almeida Garrett, 150 anos depois da sua morte?
Eu diria: pouco. Um Teatro Nacional embrulhado no "ser ou não ser" elitista ou popularucho, a obrigatoriedade liceal de "As Viagens da Minha Terra", e a casa de Lisboa, onde viveu e morreu, em vias de ser demolida.
PF
Eu diria: pouco. Um Teatro Nacional embrulhado no "ser ou não ser" elitista ou popularucho, a obrigatoriedade liceal de "As Viagens da Minha Terra", e a casa de Lisboa, onde viveu e morreu, em vias de ser demolida.
PF
07/12/2004
Será desta que o famigerado parque da R.Lins do Rêgo descansa em paz?
Vale a pena ler isto, e ficar a saber, pela pena irreverente e cristalina de Carlos Fontes, o último episódio da novela do Parque de Estacionamento da Rua José Lins de Rêgo. É ler para crer!
PF
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Foster em Lisboa? Yes!
O projecto do arquitecto britânico para a zona da Boavista, em Santos, que inclui uma torre de 30 andares, teve ontem a primeira luz verde, com os vereadores socialistas e sociais-democratas a aprovar a elaboração dos instrumentos urbanísticos necessários ao projecto. Bom, mas nem tudo são más notícias em Lisboa, já que Foster está em vias de ser realidade em lisboa. Sempre fui fã da arquitectura do britânico. E sempre odiei aqueles barracões que compõem (compunham) o quarteirão da Avenida da Boavista, entre o Cais do Sodré e Santos. Ter em Lisboa um projecto de Foster (e o mesmo se aplica, claro, a Gehry, Nouvel, Renzo Piano, Boffil, etc.) é uma mais-valia para Lisboa. Segundo aquilo que tem sido apresentado ao público, o projecto que Foster tem para aquela zona é bastante bonito e bem conseguido, tem uma preocupação de longo prazo e será um êxito garantido. Mas há dois problemas: o PDM e a torre de 30 andares, imitação assumida do Campanile veneziano. À partida, fico de pé atrás quando me falam em alterar o PDM. Acho que o PDM quando existe é para cumprir, e para cumprir durante uma geração. Ou seja, não se altera um PDM sempre que alguém quer construir uma coisa que esbarra nele, por ex. Só que desta vez não creio que os valores tenham que ser tão intransigentes assim. Veja-se os casos dos edifícios manhosos que já lá existem, que obstam a que se tenha uma vista mais abrangente desde o miradouro de Stª Catarina, por ex, para já não falar na estética e na forma desses edifícios. Veja-se outro caso: o terminal fluvial recentemente inaugurado no Cais do Sodré, um mamarracho visto quer de quem parte, quer de quem chega. Além do mais, a arquitectura de Foster - ao contrário da de Gehry, por ex. - é feita de transparências, de materiais que acentuam o efeito de profundidade, nunca o contrário. Por isso, espero sinceramente que o projecto vá avante e que já em 2007 tenhamos a honra de ombrear com todas aquelas cidades que têm obras de um artista como Foster.
PF
PF
Bom ambiente, que é isso?
A Associação de Cidadãos Auto-Mobilizados (ACAM) acusa a Câmara de Lisboa de "nem sequer esperar pela Avaliação de Impacte Ambiental" para concluir as obras do túnel do Marquês como forma de evitar o cumprimento de uma directiva comunitária, aprovada em Abril, que estipula os requisitos mínimos de segurança para os túneis da rede rodoviária transeuropeia. É a ACAM e sou eu: a CML não se interessa minimamente pelo impacte ambiental de nada. Quando tem que optar por pulmões ou por carburadores, opta pelo segundo, sempre! A prova-dos-nove está no silo automóvel que vão construir no futuro jardim do Arco do Cego.
PF
PF
06/12/2004
Mais uma petição, desta vez pelo Restelo
Talvez sejam abaixo-assinados e petições a mais, não sei, mas o certo é que a população de Lisboa está realmente farta com a incompetência, a indiferença e a importância que a especulação imobiliária continuam a assumir nos destinos de Lisboa. Prova disso é a notícia dando conta que A Associação de Moradores e Amigos das Juntas de Freguesia de Santa Maria de Belém e São Francisco Xavier quer entregar a Carmona Rodrigues um abaixo-assinado que reúne já duas mil assinaturas contra o projecto imobiliário do Belenenses.
PF
PF
Jardim do A.Cego não gosta de buganvílias
O abate de árvores foi um dos primeiros passos da obra destinada a transformar num jardim a antiga estação de autocarros do Arco do Cego, em Lisboa. A palmeira parece ser mais importante do que a buganvília. Será o regresso da fase do oásis? Não fora trágico e seria cómico...
PF
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02/12/2004
Afinal, o Convento, perdão, o Colégio está protegido! Livra!!
Lamentável é também o seguinte texto: Se a notícia da abertura do processo de classificação do Bairro Alto, enquanto conjunto urbano, é meritória e em muito nos apraz (em 2002, aliás, tivemos ocasião de nos pronunciar favoravelmente sobre a proposta de estabelecimento de uma zona especial de protecção (ZEP) conjunta dos imóveis classificados do Bairro Alto e área envolvente proposta pelo Instituto Português do Património Arquitectónico, Ippar), já o motivo invocado pelo director regional de Lisboa do Ippar, arq. Flávio Lopes, nos parece totalmente extraordinário. Como só pode ser do conhecimento do Ippar, o projecto aprovado para os Inglesinhos garante a salvaguarda inequívoca do edifício do colégio, da igreja e da cerca envolvente. , que é assinado por técnicos da CML, na edição de hoje do "Público". Ficamos a saber que a contestação à volta do projecto aprovado e em curso para o "Convento dos Inglesinhos" não é mais que uma cabala, versão II. Com efeito, só mentes perversas, dignas de uma langiano "Dr. Mabuse", lançariam mão desta vaga de fundo de tendências anarco-subterrâneo-caóticas com vista ao derrube de semelhantes pilares civilizacionais como a empresa privada que promove o empreendimento (honesta e legalmente, diga-se), a Misericórdia que o vendeu por tuta e meia, o Ippar que foi a reboque da onda como se andasse em contínua escada-rolante, ou a CML que costuma reagir bem e agir mal. Depois de ler atentamente o artigo, fiquei a saber que podemos ficar descansados: o convento, perdão, o Colégio dos Inglesinhos está protegido desde sempre, e pela CML. E o projecto que tem andado nas bocas dos reaccionários é todo ele ua mentira, pois diz respeito a algo que foi ultrapassado. Descansados? Livra!!
PF
PF
Cidadania XL
O recenseamento dos sem-abrigo da cidade de Lisboa e o estudo da necessidade, ou não, de novas respostas para este problema, levou terça-feira à rua 160 técnicos da autarquia alfacinha, que durante a noite percorreram a cidade para fazer este levantamento.
É bom ver que este executivo camarário não esconde os problemas daqueles que vivem nas ruas. Excelente iniciativa. Agora falta o resto, as políticas.
Cidadania XL para esta iniciativa.
Problemas como o do túnel do Marquês parecem pequenos ao pé das pessoas que vivem sem casa e sem esperança.
Deviam ter começado por aqui, afinal de contas já passaram 3 anos.
PP
PS: Cidadania XS para os novos cartazes da central de comunicação da CML sobre o túnel do Marquês. Lamentável.
É bom ver que este executivo camarário não esconde os problemas daqueles que vivem nas ruas. Excelente iniciativa. Agora falta o resto, as políticas.
Cidadania XL para esta iniciativa.
Problemas como o do túnel do Marquês parecem pequenos ao pé das pessoas que vivem sem casa e sem esperança.
Deviam ter começado por aqui, afinal de contas já passaram 3 anos.
PP
PS: Cidadania XS para os novos cartazes da central de comunicação da CML sobre o túnel do Marquês. Lamentável.
30/11/2004
Vêm aí as Torres do Restelo?!!
O presidente da Câmara de Lisboa disse ontem que quer "tratar o Belenenses em pé de igualdade com outros clubes que já mereceram o apoio da autarquia". Isto poderá vir a traduzir-se na aprovação do projecto imobiliário do clube do Restelo, que está actualmente "em apreciação pelos serviços" camarários.Com tanta invasão de betão e grua por essa Lisboa, já nem sei se o projecto em causa é, ou não é, o mesmo que foi adiantado e chumbado ao tempo de Abecassis, e que foi apelidado ao tempo de "Torres do Restelo". Só sei que já mete impressão a reverência aos clubes de futebol. Foi o Sporting, foi o Benfica, agora é o Belenenses, amanhã será o Atlético, mais tarde o Oriental, etc. Só sei que são sempre os mesmos. Só sei que é mais um atentado ao "sky line" daquela zona de Lisboa, ao azul de Lisboa. Só sei que está mal. E lembro-me que Santana Lopes, quando tomou posse como Presidente da CML, comprometeu-se a inverter a relação de forças construções novas vs. construções reabilitadas. Afinal, foram só palavras. O mesmo para o PDM: são letra morta.
PF
PF
29/11/2004
Com a verdade me enganas!
A fachada do silo de estacionamento que se encontra em fase de conclusão na Calçada do Combro está a causar o desagrado de muitos moradores da zona. A Assembleia de Freguesia de Santa Catarina já se manifestou contra a solução desenvolvia pela Empresa Municipal de Estacionamento de Lisboa (EMEL). "Aquilo que foi mostrado à população não tem nada a ver com o que lá fizeram. O que lá está é um caixote sem jeito nenhum", disse ao PÚBLICO um dos vizinhos do parque, que está quase pronto, embora ainda não seja conhecida a data da sua entrada em funcionamento. A verdade é que nós nunca conseguimos ver o projecto. A única coisa que vimos foi uma maqueta que esteve exposta na Feira de Serviços da Câmara de Lisboa no ano passado e que realmente tinha um aspecto diferente daquilo que se vê agora", explica a presidente da Junta de Freguesia de Santa Catarina, Irene Lopes. A autarca socialista acrescenta que foi ela própria quem fotagrafou a maqueta e a reproduziu nas páginas do boletim informativo da junta.
Para quem ainda há uma semana apregou em directo o lema "Verdade", é caso para dizer que "com a verdade me enganas"!
PF
Para quem ainda há uma semana apregou em directo o lema "Verdade", é caso para dizer que "com a verdade me enganas"!
PF
28/11/2004
EuroMilhões (de contos) ACT
"Não sei ao certo quanto ganha o arquitecto Frank Gehry, mas ganha muito dinheiro. Não há ninguém a ganhar tanto. O projecto custará 25/30 milhões de contos"
Pedro Pinto, vice-presidente da CML referindo-se ao autor do plano de renovação do Parque Mayer, citado pela Visão 25/11/04.
O projecto do Parque Mayer, ou seja, os desenhos deste arquitecto para a construção do novo Parque Mayer, custarão mais que a construção do novo estádio da Luz, mais do que a construção de 8 túneis do Marquês, e acrescentarão em 25% o valor do passivo da CML.
Para que se entenda melhor o que está em causa, aqui deixo algumas notas relativamente ao trabalho deste aquitecto em Bilbao.
Bilbao é uma cidade periférica, vulgarmente associada a um banco, capital de uma região de Espanha, vulgarmente associada a uma corrente política independentista.
Lisboa é uma capital europeia com 900 anos de história.
O Guggenheim em Bilbao tem em 35.000m2 uma colecção de quadros espantosa, de interesse universal.
O Parque Mayer tem um programa cultural ultrapassado, com base num tipo de teatro fácil, brejeiro e de fraca qualidade, e está projectado para uma área de 19.000m2, que incluirá, restaurantes e escritórios.
A construção do Museu em Bilbao custou cerca de 150 milhões de dólares, o arquitecto foi escolhido por concurso, com entrega do projecto em 3 semanas (arquitectos concorrentes: Frank O. Gehry, Arata Isozaki e Coop Himmelblau). Cada arquitecto recebeu 10.000 de dólares.
O projecto do Parque Mayer foi adjudicado por convite, feito via deslocação aos EUA com a data de entrega do projecto não especificada. A CML, com a visita de Gehry, gastou 1 milhão de euros, com honras de Estado e sangria, e propõe-se gastar até mais 150 milhões de euros.
Quando perguntarem ao Vice-Presidente quanto custará a construção do projecto, que dirá ele?
…250 milhões contos, 300 milhões …
A minha pergunta para o Sr. Vice Presidente é a seguinte:
- Já que não sabe quanto é que Gehry vai ganhar com Lisboa, diga-nos quanto é que Lisboa vai ganhar com Gehry?
PP
Pedro Pinto, vice-presidente da CML referindo-se ao autor do plano de renovação do Parque Mayer, citado pela Visão 25/11/04.
O projecto do Parque Mayer, ou seja, os desenhos deste arquitecto para a construção do novo Parque Mayer, custarão mais que a construção do novo estádio da Luz, mais do que a construção de 8 túneis do Marquês, e acrescentarão em 25% o valor do passivo da CML.
Para que se entenda melhor o que está em causa, aqui deixo algumas notas relativamente ao trabalho deste aquitecto em Bilbao.
Bilbao é uma cidade periférica, vulgarmente associada a um banco, capital de uma região de Espanha, vulgarmente associada a uma corrente política independentista.
Lisboa é uma capital europeia com 900 anos de história.
O Guggenheim em Bilbao tem em 35.000m2 uma colecção de quadros espantosa, de interesse universal.
O Parque Mayer tem um programa cultural ultrapassado, com base num tipo de teatro fácil, brejeiro e de fraca qualidade, e está projectado para uma área de 19.000m2, que incluirá, restaurantes e escritórios.
A construção do Museu em Bilbao custou cerca de 150 milhões de dólares, o arquitecto foi escolhido por concurso, com entrega do projecto em 3 semanas (arquitectos concorrentes: Frank O. Gehry, Arata Isozaki e Coop Himmelblau). Cada arquitecto recebeu 10.000 de dólares.
O projecto do Parque Mayer foi adjudicado por convite, feito via deslocação aos EUA com a data de entrega do projecto não especificada. A CML, com a visita de Gehry, gastou 1 milhão de euros, com honras de Estado e sangria, e propõe-se gastar até mais 150 milhões de euros.
Quando perguntarem ao Vice-Presidente quanto custará a construção do projecto, que dirá ele?
…250 milhões contos, 300 milhões …
A minha pergunta para o Sr. Vice Presidente é a seguinte:
- Já que não sabe quanto é que Gehry vai ganhar com Lisboa, diga-nos quanto é que Lisboa vai ganhar com Gehry?
PP
26/11/2004
Gêlo em Lx, palavras para quê?
Os lisboetas assistiram Quinta-feira à inaguração da "Lisbon on Ice", pode ler-se na edição do "Expresso". Écrans gigantes, super-colunas debitando 15.000 watts de música escolhida por DJ, bancada para 300 pessoas, parqueamento, pipocas e bifanas. Bom, palavras para quê? É o ensaio para a nova feira popular. Ah!, esquecia-me de dizer que a pista é no tal pátio das missas, junto ao Tejo e defronte ao Palácio de Belém.
PF
PF
24/11/2004
Feira Popular em bolandas
Eu sempre pensei que o que motivava o braço-de-ferro que a CML disputava, desde há anos, com os feirantes da Feira Popular, para que aceitassem o fecho do espaço de Entrecampos, fossem razões de ordem estética, higiénica e logística (por esta ordem) e que portanto se quereria deslocalizar a Feira, modernizando-a e esterilizando-a, também, substituindo-a por um espaço "liberto". Mas desde que o Parque Mayer foi chamado à "mesa das negociações" que ando de pé atrás. Dito e feito. O que parece estar em causa nesta novela mexicana é tão somente a libertação dos terrenos de Entrecampos, não para prolongar o espaço verde do jardim do Campo Grande, mas antes para construção desenfreada, como moeda de troca pela retirada estratégica dos interesses dos proprietários do Parque Mayer. Ninguém quer saber dos maus cheiros da defunta Feira Popular; nem dos divertimentos achincalhados, nem do ambiente terceiro-mundista que todo aquele quarteirão apresenta, nem sequer das dificuldades dos feirantes e da Colónia Balnear "O Século". Porque só assim se compreende que ninguém saiba, pense ou fale sobre "qual", "onde" e "como" será a nova Feira Popular. Não vai para a Belavista, nem para a zona da Expo, nem para Monsanto, porque, suponho, ninguém a lá quer. A bem dizer, toda a gente diz que amava "aquela" Feira de Entrecampos, mas ninguém quer receber a "nova", seja ela qual for. Diz-se agora (aqui, ali e acolá) que irá para o Jardim do Tabaco. Eu digo: patetice pegada. Será mais uma vez, tentar "meter o rossio na betesga", e será visualmente poluidor, seja de que perspectiva for. Um grito: DEIXEM A ZONA RIBEIRINHA EM PAZ!
PF
PF
22/11/2004
Passo a passo, o Convento dos Inglesinhos parece poder safar-se
Após a sua proliferação no plano da construção nova, o conceito de condomínio fechado ou, mais genericamente, da habitação dita de luxo, está a voltar-se para edificado patrimonialmente relevante, inserido em malhas historicamente consolidadas, mas degradado por circunstâncias várias do seu percurso e que, uma vez intervencionado, entra no mercado a preços inacessíveis à generalidade dos cidadãos... Começa assim um magnífico artigo-dossier que o "Diário de Notícias" publicou ontem, dia 21. Com depoimentos vários. Vale a pena ler. É o Convento dos Inglesinhos de volta à discussão pública. Segundo fonte do movimento de moradores pelo Convento, há perspectivas animadoras quanto à paragem das obras pró-condomínio. Ainda bem.
PF
PF
Fez-se luz em Lisboa
Gostava de saber por que razão as luzes que Lisboa dá à luz, por ocasião do Natal, são sempre tão saloias. Porque não optam pelo simples? Pela decoração sóbria? Nada melhor e mais bonito do que ver uma Lisboa inteira de luz branca. Fixa, de preferência. E as montras do nosso comércio, igualmente iluminadas. Mas não, faz dó ir de rua em rua por essa Lisboa e deparar com alegorias de anjinhos, vaquinhas e burrinhos em presépio tão imaginativos quanto a imaginação permite; mais embrulhos de prendas que os lisboetas imaginam dar mas que, em época de crise, se ficam pelo imaginário; ou aqueles conjuntos mais ou menos geométricos que ornamentam algumas das placas centrais de algumas das nossas melhores praças. Este ano, pasme-se, ainda há essa árvore dos 2 milhões de luzinhas BCP, televisionada em directo, acompanhada de fireworks, e garbosa-terceiro-mundisticamente apelidada de "a maior da Europa". E aquelas cores, Deus meu! Já tivemos amarelas, encarnadas, verdes. Este ano a paleta dos "iluministas" da nossa Lisboa, resolveram dar-nos o azul. Para o ano, será o lilás?
PF
PF
18/11/2004
Portagens em Lisboa
Não deve ser um fim, mas sim um dos meios para reformar todo o plano de mobilidade. Não deve ser uma receita adicional da CML, mas sim uma forma de calibrar o sistema e de obter receita para financiar a implementação do mesmo plano.
Não deve ser trazida à discussão pública por si. Deve ser uma medida apoiada em estudos e deve ser apresentada com um novo modelo de transportes públicos integrado com transportes individuais, com estacionamento periférico, etc.
Faz todo o sentido falar em portagens para entrar na cidade. Quem traz o carro para a cidade causa uma externalidade negativa e deve pagar por isso (diferente do muito em voga princípio do utilizador-pagador).
Não faz o mínimo de sentido falar em portagens, quando se constroem túneis, silos e parques estacionamento subterrâneo e se fala em construir mais uma travessia rodoviária.
PP
Não deve ser trazida à discussão pública por si. Deve ser uma medida apoiada em estudos e deve ser apresentada com um novo modelo de transportes públicos integrado com transportes individuais, com estacionamento periférico, etc.
Faz todo o sentido falar em portagens para entrar na cidade. Quem traz o carro para a cidade causa uma externalidade negativa e deve pagar por isso (diferente do muito em voga princípio do utilizador-pagador).
Não faz o mínimo de sentido falar em portagens, quando se constroem túneis, silos e parques estacionamento subterrâneo e se fala em construir mais uma travessia rodoviária.
PP
Rendas e afins
Vamos aguardar para ver. Alterações feitas em cima da aprovação da lei não dignificam governantes, senhorios, nem arrendatários. Mesmo assim tenho esperança que pior do que aquilo que está é impossível. Talvez seja um tiro certeiro de PSL: afinal de contas algum haveria de falhar o pé.
PP
PP
António Costa indisponível para candidatura a Lisboa
De aplaudir que como candidato melhor colocado dentro do partido (que é o provável vencedor das próximas eleições para Lisboa) ache que é mais relevante cumprir o mandato que lhe foi conferido pelos portugueses nas eleições europeias. É uma atitude que lembra a memória de António Sousa Franco.
PP
PP
Política iluminada
Passavam poucos minutos das 18h quando o presidente da CML ligou um interruptor de caixa de electricidade e colocou ontem toda a Baixa a luzir.
Os problemas do comércio tradicional não passam apenas pelas grandes superfícies, passam pela forma pacóvia como estes (sobre)vivem e aquilo que reivindicam.
O que falta à baixa é um plano de mobilidade e recuperação do património. Querem ajuda?
PP
Os problemas do comércio tradicional não passam apenas pelas grandes superfícies, passam pela forma pacóvia como estes (sobre)vivem e aquilo que reivindicam.
O que falta à baixa é um plano de mobilidade e recuperação do património. Querem ajuda?
PP
15/11/2004
Carmona Rodrigues na RR
Fui telespectador atento da longa entrevista que Carmona Rodrigues deu à Rádio Renascença, transmitida ontem à noite, na RTP2. No cômputo geral, fiquei com boa impressão dele. Além de ser homem afável, pareceu-me genuinamente interessado em deixar às gerações futuras uma Lisboa melhor e, melhor, ser alguém competente. Tem ainda a virtude de não sabe esgrimir argumentos de retórica política (aliás, foi nítido, por ex., o embaraço em responder sobre algumas das muitas "batatas quentes" do ex-Presidente). Contudo, pareceu-me perdido quanto a algumas questões (e foram poucas) levantadas pelos jornalistas. Sobre o referendo às torres de Alcântara (que afinal também parece abarcar as torres de Santos, de Foster), os seus resultados serão "estudados"... pelo que se pergunta sobre se o referendo servirá para alguma coisa (não vincula? e os cidadãos, só servem para opinar sobre umas coisas e sobre outras não?); sobre a participação interventiva dos cidadãos ora defendia uma maior intervenção cívica, ora criticava Sá Fernandes, por ex., dizendo que ele chega sempre "tarde"; sobre o trânsito no centro de Lisboa disse nada (por ex, que o B.A. está fechado ao trânsito, etc., bom, eu vejo-o sempre cheio de carros, porco do chão às fachadas e completamente anárquico); sobre os ministérios sairem do T.Paço (já vamos em 3 anos de mandato e nem uma portinha foi libertada!) disse e contradisse; sobre as trocas de terrenos à volta do Parque Mayer-Entrecampos-Alta de Lisboa foram só evasivas. Falou pouco sobre a Lisboa que temos e a que queremos. Espremida a entrevista, o que ficou foi pouco, muito pouco. Talvez porque se sente como devedor de favores ao ex-Presidente. Talvez porque saiba que, a continuar independente (o que só o enobrece, claro), dificilmente será futuro candidato a nº 1. Voltaremos a falar daqui a uns 6 meses.
PF
PF
12/11/2004
Cores devolvidas ao Chiado
Ora aqui está uma notícia que me faz confusão! Lisboa era a "Cidade Branca". Agora pretende ser uma cidade da Toscânia, ou da Riviera da Ligúria. Concordo que em certos sítios (Sétima Colina, por ex.) seja preciso dar calor, dar chama, mas, chamem-me o que quiserem, sou contra as cores garridas elevadas à enésima potência. Por exemplo, na Mouraria ou em Alfama faz-me espécie. E no Chiado a coisa também parece algo deslocada, acho mesmo que o "bairro" está a ficar demasiado "United Colors". Mas enfim, gostos são gostos e quem me diz que não sou eu que ando de "gosto ao peito".
PF
PF
Palácio da Rosa, a classificar pelo IPPAR
E são notícias como esta que nos fazem lutar por causas como a da casa de Almeida Garrett, cuja petição ainda decorre e que daremos conta do seu estado muito em breve. O Palácio da Rosa acaba de ser classificado pelo IPPAR. Contudo, e aqui é que reside o busílis das classificações, isto que agora se anuncia nunca é um fim em si mesmo, pois uma classificação é tão somente um passo no sentido da recuperação, no sentido da preservação do espaço e da memória. Infelizmente, o IPPAR não tem meios que lhe permitam comprar os edifícios, recuperá-los e explorá-los. Nem tem competências para tal. A sua acção é de protecção mas até um certo grau. E é nessa fronteira que os privados entram. Sem termos investidores privados avessos à especulação e ao lucro fácil; sem termos clientes avessos ao mau gosto e à perda de memória colectiva; nada feito.
PF
PF
CML arranja órgão dos Paulistas
São notícias como esta e essa que nos fazem ter esperanças de que nem tudo está perdido e que os nossos governantes, às vezes, sempre zelam pelo nosso património. Com efeito, a Igreja de Santa Catarina tem um dos interiores mais bonitos de Lisboa, nomeadamente a nível de talha dourada e de pinturas. E um órgão, magnífico. Que me lembre, ao longo dos últimos 15 anos vi e ouvi vários órgãos ser restaurados, designadamente o da Igreja da Madalena, dois do Convento de Mafra, o da Basílica dos Mártires, o de São Vicente de Fora (o meu preferido), e o da Igreja Matriz de Óbidos. Faltam muitos mais, a começar pelo fabuloso órgão barroco da Sé, que já viu o primo afastado que está à sua frente ser recuperado e tocado com mestria, mas que sendo muito mais bonito e valioso do que aqueloutro, continua a aguardar por uma intervenção que o prestigie. Falando de órgãos, ainda, vi outro dia uma coisa incrível, na Igreja da Senhora do Pópulo, nas Caldas da Raínha: numa folhinha A4, à entrada da igreja, pedia-se aos visitantes que dessem uma esmolinha para o restauro do órgão, que está esventrado, com os tubos partidos, etc. Uma vergonha. Aliás, aquela zona histórica, começando pelo jardim e acabando nas termas é toda uma vergonha e um caso típico quanto ao abandono do nosso património, ao desleixo e à falta de entendimento entre organismos públicos e privados, ao longo de décadas e décadas. Voltando ao princípio, é pena que o restauro vá demorar 20 meses... Mas o curioso disto tudo é que imediatamente ao lado da dita igreja, acaba de dar à luz um silo magnífico, estilo c.c., completamente "enquadrado" naquela zona. Como uma mão se dá, com a outra se tira.
PF
PF
09/11/2004
Aqueduto das Águas Livres, longe da vista, longe do coração
A CRIL (Circular Regional Interior de Lisboa) não pára de 'encalhar' em protestos que têm impedido a construção do troço Buraca/Pontinha. Depois de os moradores de Benfica recusarem a passagem daquela via junto das suas casas, a Associação Ofícios do Património e da Reabilitação Urbana ameaça «mover uma acção judicial contra o Estado, se insistir na demolição de parte do Aqueduto das Águas Livres para concluir a CRIL».
Sendo à partida compreensível a posição do IPPAR, ao não poder, estatutariamente, ir contra o Estado, i.e. contra a sua própria tutela, não deixa de ser sintomático do estado a que este país chegou: o mesmo Estado, pretende candidatar o Aqueduto das Águas Livres a património mundial, e depois deixa destruir um troço de 180 mt do aqueduto para que uma estrada por lá passe. Supõe-se que o aqueduto valha só por aquilo que se vê e não pelo que se advinha. Uma estrada que pode passar por túnel, segundo dizem alguns entendidos. Assaz curiosa, também, é a dita "colisão de interesses públicos, entre o Ministério das Obras Públicas e o Ministério da Cultura. Tem graça, eu pensava que o "interesse público" era um e só um, e não dois ou vários. Nesta novela do troço final da CRIL (sobre se passa por baixo ou se por cima - destruindo ou não os tais 180 mt de troço enterrado) aplica-se a velha máxima popular: longe da vista, longe do coração.
PF
Sendo à partida compreensível a posição do IPPAR, ao não poder, estatutariamente, ir contra o Estado, i.e. contra a sua própria tutela, não deixa de ser sintomático do estado a que este país chegou: o mesmo Estado, pretende candidatar o Aqueduto das Águas Livres a património mundial, e depois deixa destruir um troço de 180 mt do aqueduto para que uma estrada por lá passe. Supõe-se que o aqueduto valha só por aquilo que se vê e não pelo que se advinha. Uma estrada que pode passar por túnel, segundo dizem alguns entendidos. Assaz curiosa, também, é a dita "colisão de interesses públicos, entre o Ministério das Obras Públicas e o Ministério da Cultura. Tem graça, eu pensava que o "interesse público" era um e só um, e não dois ou vários. Nesta novela do troço final da CRIL (sobre se passa por baixo ou se por cima - destruindo ou não os tais 180 mt de troço enterrado) aplica-se a velha máxima popular: longe da vista, longe do coração.
PF
04/11/2004
Herman compra Tivoli
Aplaudo moderadamente esta notícia do Correio da Manhã, do DN e do Expresso. A razão é simples: acho que programar o Tivoli não é a mesma coisa que rodar uma série de "sketches" para a TV, ou gerir directos na SIC. E continuo sem entender porque razão uma sala como o Tivoli só pode subsistir com programações de índole generalista e popular. Não que tenha nada contra isso, mas o Tivoli não é o Villaret. Por outro lado, dá-me graça que seja precisamente numa altura em que o Tivoli perde as suas características de teatro (por via das obras do Forum Tivoli, que lhe amputaram parte da caixa de palco) que passa a ser referenciado como teatro de eleição. Por outro, nos últimos dez anos, o Tivoli apenas esporadicamente teve espectáculos que o fizessem resplandecer, e esses foram as produções de Tito Celestino da Costa, e as exibições de gala da Cinemateca, durante Lisboa' 94. Aplaudo, porque antes ia frequentemente ao Tivoli e agora me recuso a ir vê-lo no estado em que está, e fico contente por haver alguém interessado na recuperação da sua imagem. Moderadamente, porque não tenho tanta a certeza que a programação a anunciar (sorry amigo Markl!) seja merecedora de uma sala como o Tivoli.
PF
PF
02/11/2004
Parque na R.Lins do Rêgo volta a atacar
Conforme esta notícia nos dá conta, o famigerado parque de estacionamento na Rua José Lins do Rêgo volta à ribalta lisboeta. Por isso, aqui fica o comunicado que a Comissão de Moradores da Zona Oriental do Campo Grande nos fez chegar em devido tempo. Aproveitamos o ensejo para endereçar a nossa solidariedade a todos os moradores daquela zona, fazendo votos para que a novela acabe em bem, apesar das cenas dos próximos capítulos poderem parecer o contrário. Aguardemos.
PF
"Comunicado à População
.
Continua a novela: Vale Tudo !
.
Não deixa de ser estranho que o actual presidente da CML tenha escolhido o dia a seguir a um fim de semana prolongado para relançar a novela do parque de estacionamento da Rua José Lins do Rêgo. O anúncio da sessão quase passou despercebido aos moradores interessados no caso. A verdade é que a Assembleia
Municipal de Lisboa do 2 de Novembro, volta a discutir uma proposta da CML que
o anterior presidente tinha retirado, por considerar o assunto encerrado, porque susceptível de uma melhor resolução. Há 7 anos que os moradores assistem estupefactos a presidentes, assessores, deputados municipais e dirigentes camarários que num dia dizem uma coisa e no dia seguinte o seu contrário.
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Ainda está na memória de todos quando às 20h10, do dia 4 de Maio de 2004, em plena Assembleia Municipal de Lisboa, o então presidente da CML - Pedro Santana Lopes -, num gesto teatral, pediu a palavra e afirmou que acabara de abandonar o projecto de construir dois famigerados parques de estacionamento subterrâneos, um na Rua José Lins do Rêgo e o outro na Av. da Igreja.
Virando-se para os deputados da Oposição, sobre o primeiro dos projectos, afirmou que não se iria fazer "valer da deliberação tomada no tempo do anterior Executivo para pôr em prática aquela com que então concordaram mas agora já eram contra." (pág.68, da Acta Nº.56 da AML).
O acto, rodeado de um enorme aparato mediático, acabou por ser aplaudido não apenas pelos deputados municipais, mas também pelo numeroso grupo de moradores que se deslocaram à Assembleia Municipal. Todos suspiram de alívio com o fim do inconcebível parque de estacionamento no jardim da Rua José Lins do Rêgo:
- A maioria dos deputados municipais pensou que finalmente a CML iria seguir as
recomendações que a Assembleia Municipal aprovara no dia 13 de Abril de 2004, quando apreciou e votou favoravelmente um parecer da Comissão Permanente de Urbanismo, Rede Viária e Circulação (CPURVC), no qual se preconizava a elaboração de um Plano de reordenamento do bairro de Alvalade, nomeadamente das áreas ocupadas por lixeiras, barracas e outras construções abarracadas.
- Os moradores pensaram que a CML iria estudar as alternativas para a construção do parque, que passam pela requalificação dos terrenos baldios existentes no local, dando-lhe uma finalidade mais útil à comunidade.
- Os munícipes em geral suspiram de alívio com o fim de mais um nebuloso negócio camarário, no qual a CML dava terrenos públicos junto à Gare do Oriente a um empreiteiro (Dolbac, Construções, Lda, sediada na Cova da Piedade ), como contrapartida pela construção de um piso no parque de estacionamento na Rua José Lins do Rêgo. Tudo a pretexto de ajudar a obra do pároco de Santa Maria dos Olivais e de Santa Beatriz de Chelas, devidamente apoiado nestas operações pelo ex-presidente da Auto Parque Lins do Rêgo (especializado em terraplanagens) e membro das comissões de obras nas referidas paróquias.
- O deputado do PSD, João Pessoa e Costa (ligado à construção civil e obras públicas) ,foi outro dos que suspirou de alívio. O fim do negócio poupava-o de novas cenas como aquelas que fez quando sustentou na Assembleia Municipal que, à volta da Rua José Lins do Rêgo, não existem áreas ocupadas por lixeiras e construções abarracadas, sendo um jardim público o único espaço disponível para a construção do parque de estacionamento.
Últimos Episódios
O espectáculo ainda não terminara. Pedro Santana Lopes, entretanto saía da CML (Julho de 2004), sendo substituído pelo actual presidente. A novela do parque da Rua José Lins do Rêgo, retomava agora antigos episódios deixados em suspenso quando este autarca abandonou a edilidade em Abril de 2003. Os moradores sentiram-se desde logo apreensivos quanto ao seu desenvolvimento.
Tinham razões de sobra para recearem o pior. Quando Carmona Rodrigues estava na CML já os moradores colocavam enormes e legitimas reservas sobre a sua total isenção num processo que envolvia o seu colega de Faculdade na UNL e presidente da Assembleia Geral do Auto Parque Lins do Rêgo, entidade promotora do parque de estacionamento. Para além do mais, nunca este autarca se dignou receber os moradores ou responder aos seus pedidos de informação. Em Novembro de 2003 constataram junto dos serviços camarários que, durante o período em que tivera a seu cargo o processo do parque, desapareceram os documentos sobre a oposição dos moradores à sua construção. Verificaram também que no processo passou a constar um pseudo-acordo com os moradores para a construção de um segundo piso que seria suportado pelo município. Acontece que estes nunca foram ouvidos nem achados sobre o assunto. Facto que a CML até ao presente nunca esclareceu, apesar dos insistentes pedidos dos moradores.
A verdade é que dos Olivais e de Chelas, nos últimos meses, não tardaram a surgir notícias. As obras do pároco íam ter um novo impulso, equacionando-se inclusivé a criação de um fundação para gerir o previsível aumento de património. A empresa Dolbac, Construções, Lda que tem realizado as obras do pároco e que projecta construir igualmente o parque, limitou-se a manter os estaleiros na Rua Afonso Lopes Vieira desde Novembro de 2003, ciente talvez de que cenários mais auspiciosos acabariam por aparecer.
Outros pequenos sinais mostravam que algo estava a mudar nas orientações do município. O deputado do PSD que havia defendido o Parque na Assembleia Municipal fora entretanto nomeado para a presidência da empresa municipal Ambelis/LIFT. O vereador independente Fontão de Carvalho (genro do construtor Alves Ribeiro) foi nomeado para o pelouro das finanças. O caso nada tinha de especial não fosse o facto do mesmo, em 2000, ter assinado com Machado Rodrigues a cedência de grande parte da Rua José Lins do Rêgo para a Associação Lins do Rego (Proposta 82/2000), sem ter consultado os moradores
como a lei o exigia.
Estamos perante uma teia intrincada de coincidências, factos relevantes e
outros insignificantes, mas que ajudam no seu conjunto a perceber as razões
mais profundas porque uma proposta abandonada em Maio volta em Novembro à
Assembleia Municipal para ser aprovada.
Chegados a este ponto da novela, são inúteis os argumentos que podem ser apresentados para mostrar, uma vez mais, a falta de sentido socialmente
relevante para este negócio camarário . Os argumentos são conhecidos, mas
ninguém na actual CML parece neles estar interessado. Entramos no grau zero da
gestão autárquica: vale tudo ! Os munícipes dificilmente se conseguem
reconhecer nesta autarquia. Lisboa, triste fado.
Lisboa, 30 de Outubro de 2004
Comissão de Moradores da Zona Oriental do Campo Grande
Toda a informação em: http:// jornalpraceta.no.sapo.pt"
PF
"Comunicado à População
.
Continua a novela: Vale Tudo !
.
Não deixa de ser estranho que o actual presidente da CML tenha escolhido o dia a seguir a um fim de semana prolongado para relançar a novela do parque de estacionamento da Rua José Lins do Rêgo. O anúncio da sessão quase passou despercebido aos moradores interessados no caso. A verdade é que a Assembleia
Municipal de Lisboa do 2 de Novembro, volta a discutir uma proposta da CML que
o anterior presidente tinha retirado, por considerar o assunto encerrado, porque susceptível de uma melhor resolução. Há 7 anos que os moradores assistem estupefactos a presidentes, assessores, deputados municipais e dirigentes camarários que num dia dizem uma coisa e no dia seguinte o seu contrário.
Episódios Anteriores
Ainda está na memória de todos quando às 20h10, do dia 4 de Maio de 2004, em plena Assembleia Municipal de Lisboa, o então presidente da CML - Pedro Santana Lopes -, num gesto teatral, pediu a palavra e afirmou que acabara de abandonar o projecto de construir dois famigerados parques de estacionamento subterrâneos, um na Rua José Lins do Rêgo e o outro na Av. da Igreja.
Virando-se para os deputados da Oposição, sobre o primeiro dos projectos, afirmou que não se iria fazer "valer da deliberação tomada no tempo do anterior Executivo para pôr em prática aquela com que então concordaram mas agora já eram contra." (pág.68, da Acta Nº.56 da AML).
O acto, rodeado de um enorme aparato mediático, acabou por ser aplaudido não apenas pelos deputados municipais, mas também pelo numeroso grupo de moradores que se deslocaram à Assembleia Municipal. Todos suspiram de alívio com o fim do inconcebível parque de estacionamento no jardim da Rua José Lins do Rêgo:
- A maioria dos deputados municipais pensou que finalmente a CML iria seguir as
recomendações que a Assembleia Municipal aprovara no dia 13 de Abril de 2004, quando apreciou e votou favoravelmente um parecer da Comissão Permanente de Urbanismo, Rede Viária e Circulação (CPURVC), no qual se preconizava a elaboração de um Plano de reordenamento do bairro de Alvalade, nomeadamente das áreas ocupadas por lixeiras, barracas e outras construções abarracadas.
- Os moradores pensaram que a CML iria estudar as alternativas para a construção do parque, que passam pela requalificação dos terrenos baldios existentes no local, dando-lhe uma finalidade mais útil à comunidade.
- Os munícipes em geral suspiram de alívio com o fim de mais um nebuloso negócio camarário, no qual a CML dava terrenos públicos junto à Gare do Oriente a um empreiteiro (Dolbac, Construções, Lda, sediada na Cova da Piedade ), como contrapartida pela construção de um piso no parque de estacionamento na Rua José Lins do Rêgo. Tudo a pretexto de ajudar a obra do pároco de Santa Maria dos Olivais e de Santa Beatriz de Chelas, devidamente apoiado nestas operações pelo ex-presidente da Auto Parque Lins do Rêgo (especializado em terraplanagens) e membro das comissões de obras nas referidas paróquias.
- O deputado do PSD, João Pessoa e Costa (ligado à construção civil e obras públicas) ,foi outro dos que suspirou de alívio. O fim do negócio poupava-o de novas cenas como aquelas que fez quando sustentou na Assembleia Municipal que, à volta da Rua José Lins do Rêgo, não existem áreas ocupadas por lixeiras e construções abarracadas, sendo um jardim público o único espaço disponível para a construção do parque de estacionamento.
Últimos Episódios
O espectáculo ainda não terminara. Pedro Santana Lopes, entretanto saía da CML (Julho de 2004), sendo substituído pelo actual presidente. A novela do parque da Rua José Lins do Rêgo, retomava agora antigos episódios deixados em suspenso quando este autarca abandonou a edilidade em Abril de 2003. Os moradores sentiram-se desde logo apreensivos quanto ao seu desenvolvimento.
Tinham razões de sobra para recearem o pior. Quando Carmona Rodrigues estava na CML já os moradores colocavam enormes e legitimas reservas sobre a sua total isenção num processo que envolvia o seu colega de Faculdade na UNL e presidente da Assembleia Geral do Auto Parque Lins do Rêgo, entidade promotora do parque de estacionamento. Para além do mais, nunca este autarca se dignou receber os moradores ou responder aos seus pedidos de informação. Em Novembro de 2003 constataram junto dos serviços camarários que, durante o período em que tivera a seu cargo o processo do parque, desapareceram os documentos sobre a oposição dos moradores à sua construção. Verificaram também que no processo passou a constar um pseudo-acordo com os moradores para a construção de um segundo piso que seria suportado pelo município. Acontece que estes nunca foram ouvidos nem achados sobre o assunto. Facto que a CML até ao presente nunca esclareceu, apesar dos insistentes pedidos dos moradores.
A verdade é que dos Olivais e de Chelas, nos últimos meses, não tardaram a surgir notícias. As obras do pároco íam ter um novo impulso, equacionando-se inclusivé a criação de um fundação para gerir o previsível aumento de património. A empresa Dolbac, Construções, Lda que tem realizado as obras do pároco e que projecta construir igualmente o parque, limitou-se a manter os estaleiros na Rua Afonso Lopes Vieira desde Novembro de 2003, ciente talvez de que cenários mais auspiciosos acabariam por aparecer.
Outros pequenos sinais mostravam que algo estava a mudar nas orientações do município. O deputado do PSD que havia defendido o Parque na Assembleia Municipal fora entretanto nomeado para a presidência da empresa municipal Ambelis/LIFT. O vereador independente Fontão de Carvalho (genro do construtor Alves Ribeiro) foi nomeado para o pelouro das finanças. O caso nada tinha de especial não fosse o facto do mesmo, em 2000, ter assinado com Machado Rodrigues a cedência de grande parte da Rua José Lins do Rêgo para a Associação Lins do Rego (Proposta 82/2000), sem ter consultado os moradores
como a lei o exigia.
Estamos perante uma teia intrincada de coincidências, factos relevantes e
outros insignificantes, mas que ajudam no seu conjunto a perceber as razões
mais profundas porque uma proposta abandonada em Maio volta em Novembro à
Assembleia Municipal para ser aprovada.
Chegados a este ponto da novela, são inúteis os argumentos que podem ser apresentados para mostrar, uma vez mais, a falta de sentido socialmente
relevante para este negócio camarário . Os argumentos são conhecidos, mas
ninguém na actual CML parece neles estar interessado. Entramos no grau zero da
gestão autárquica: vale tudo ! Os munícipes dificilmente se conseguem
reconhecer nesta autarquia. Lisboa, triste fado.
Lisboa, 30 de Outubro de 2004
Comissão de Moradores da Zona Oriental do Campo Grande
Toda a informação em: http:// jornalpraceta.no.sapo.pt"
29/10/2004
Petição: chamada de atenção!
ATENÇÃO! PEDIMOS AOS LEITORES DA PETIÇÃO PELA CASA DE ALMEIDA GARRET O FAVOR DE TEREM ATENÇÃO E EVITAREM A DUPLICAÇÃO DE ASSINATURAS. OBRIGADO. APROVEITAMOS PARA ANUNCIAR QUE ESTAMOS PERTO DO NÚMERO QUE CONSIDERÁMOS COMO ADEQUADO A FORMALIZARMOS A PETIÇÃO JUNTO DA C.M.L., IPPAR E INSTITUTO CAMÕES.
Convento: nada de novo na sessão de 4ª
A sessão de esclarecimento que a Junta de Freguesia de Santa Catarina organizou (e não o grupo de moradores do Bº Alto, como por lapso aqui anunciei e pelo qual peço desculpas) na passada 4ª Feira (aqui noticiado), para apresentação do projecto da Amorim Imobiliária, não trouxe nada de novo. Todo este caso tem um máximo divisor comum: "o dia depois". A Misericórdia devia ter acautelado os interesses sociais aquando da transacção e não o fez. O Patriarcado devia ter ajuizado e tido uma palavra a dizer e não ajuizou nem disse. A CML devia ter exercido o direito de preferência e não o fez (sobretudo pelo valor irrisório da transacção). A Junta devia ter actuado antes da obra começar e não o fez. O IPPAR devia ter classificado o edifício e não o fez. Os moradores deviam ter-se organizado mais cedo e não o fizeram. À primeira vista quem está um passo adiante de todos estes agentes, e perfeitamente dentro da lei, é a Amorim Imobiliária, que já está a vender os apartamentos, antes mesmo de se saber o que a providência cautelar vai permitir fazer pelo retrocesso deste processo, e para que o Convento dos Inglesinhos não seja desvirtuado para todo o sempre, sabendo, como sabemos, quão misteriosos são os desígnios do Senhor...
PF
PF
28/10/2004
Metro aposta (bem) nas colinas de Lisboa
Está a ser equacionada a possibilidade de uma nova linha de metro ligando as zonas antigas de Lisboa. Conforme foi adiantado na imprensa de ontem, foi o próprio ministro António Mexia a pedir que fossem postos em prática os estudos de que tivera conhecimento há anos, enquanto consultor do Metro. A ideia é boa, claro. Deve ser equilibrada a expansão do Metro dentro e fora de Lisboa. Acresce que neste momento parece ser cada vez mais importante apostar em levar a oferta de transportes públicos a zonas carentes da própria Lisboa, a começar por algumas das colinas mais esquecidas. O tipo de metropolitano tem que ser diferente, dada a inclinação do terreno, e até nesse ponto os estudos são claro. Só não entendo como é que só em 2004 se está a apostar no interior de Lisboa. E receio que em 2024 estejamos todos a debater - já com cãs e sem dentes - como expandir a rede de metropolitano para a Ajuda, para Belém, para Marvila, etc. ... ou estas não são Lisboa?
PF
PF
27/10/2004
O São Jorge vai para obras. Tratem-no bem!
A notícia era esperada e confirma-se agora: o cinema São Jorge vai para obras e, provavelmente, irá estar encerrado muitos meses, abrindo somente no Verão de 2005. Por mim abri-lo-ia no Outono, que é a rentrée cinéfila (e não só), mas a CML deve querer abri-lo com outra coisa que não cinema. Se por um lado as obras em si são necessárias (a cobertura está em relativo mau estado, o ar-condicionado é uma desgraça, os w.c. precisam de limpeza profunda, os espaços estão mal aproveitados, etc.), por outro, elas mantêm-se incompreensivelmente no "segredo dos deuses", e isso costuma ser mau sinal. Oficialmente, ninguém se compromete com nada, nem a EGEAC nem o pelouro da Cultura.
Fico grato e expectante relativamente à possibilidade, avançada por alguém responsável, de se converter de novo o São Jorge em sala única. Aplaudo de pé. Há muito que defendo essa solução. Tal como está, não é nada; nem um multiplex nem "o" São Jorge. Temeroso me mantenho em relação a eventuais males colaterais das referidas obras - sabe-se muito bem no que costumam dar as "obras".
Quanto à utilização futura em sala única, defendo uma programação a meias, entre cinema (e aqui convinha apostar numa exibição de filmes - portugueses ou não - em exclusivo) e outras valências (concertos, palestras, etc.), em sintonia com o Tivoli (e que mal aproveitada está esta sala!!!) e o futuro Parque Mayer (que um dia há-de sair do limbo). E defendo, claro, o regresso do órgão durante os intervalos, subindo e descendo numa plataforma, no meio do palco. Então sim, será o nosso São Jorge. Oxalá as obras que aí vêm não o estraguem...
PF
Fico grato e expectante relativamente à possibilidade, avançada por alguém responsável, de se converter de novo o São Jorge em sala única. Aplaudo de pé. Há muito que defendo essa solução. Tal como está, não é nada; nem um multiplex nem "o" São Jorge. Temeroso me mantenho em relação a eventuais males colaterais das referidas obras - sabe-se muito bem no que costumam dar as "obras".
Quanto à utilização futura em sala única, defendo uma programação a meias, entre cinema (e aqui convinha apostar numa exibição de filmes - portugueses ou não - em exclusivo) e outras valências (concertos, palestras, etc.), em sintonia com o Tivoli (e que mal aproveitada está esta sala!!!) e o futuro Parque Mayer (que um dia há-de sair do limbo). E defendo, claro, o regresso do órgão durante os intervalos, subindo e descendo numa plataforma, no meio do palco. Então sim, será o nosso São Jorge. Oxalá as obras que aí vêm não o estraguem...
PF
Atenção: problemas na petição pela casa de Garrett
ATENÇÃO: POR MOTIVOS ALHEIOS À NOSSA VONTADE, A PETIÇÃO PELA CASA DE ALMEIDA GARRETT ENCONTRA-SE COM PROBLEMAS NO SISTEMA, DESIGNADAMENTE QUANTO AO VISIONAMENTO DAS CERCA DE 1.200 ASSINATURAS JÁ RECOLHIDAS. JÁ FOI SOLICITADA AJUDA À PETITION ON LINE, PELO QUE SE ESPERA O PROBLEMA ESTEJA RESOLVIDO EM BREVE. PELO FACTO PEDIMOS DESCULPA!
Convento Inglesinhos, sessão de esclarecimento, hoje às 20H30
Hoje, dia 27 de Outubro, pelas 20H30, no Espaço Santa Catarina, na Junta de Freguesia de Santa Catarina, no Largo Dr. António de Sousa de Macedo, nº 7-D, em Lisboa, o grupo de moradores do Bairro Alto organiza uma sessão de esclarecimento sobre as obras no Convento dos Inglesinhos. Contactos: telefone 21 392 98/00/04/05/07/08, fax: 21 392 98 09, www.jf_santacatarina.pt, jfsc@mail.telepac.pt.
PF
PF
Definitivo: "Morte-Shopping" fora de Alvalade
Segundo notícia de hoje, do JN, Carmona Rodrigues garantiu já que o complexo funerário não ficará em Alvalade. Prevaleceu o bom senso. Uma boa notícia, sem dúvida. E um excelente exemplo de organização e empenho dos moradores daquela zona. Parabéns!
PF
PF
Obrigado, Portugal Diário e RTP!
Aqui fica o nosso "obrigado!" ao Portugal Diário e à RTP, a juntar, claro, a todos os media que nos têm acompanhado, i.e., ao Diário de Notícias, ao Jornal de Notícias e ao Público.
PF
PF
26/10/2004
Algumas perguntas (inocentes) sobre a nova Lei do Arrendamento Urbano:
1. Se quem provar não ter dinheiro para as novas rendas vai ser comparticipado pelo Estado, e quem pode pagar caro vai continuar a pagar; não é verdade que a nova lei só visa, mais uma vez, a classe média?
2. Se a esmagadora maioria dos prédios a cair diz respeito a prédios devolutos, portanto desabitados, em que é que a nova lei acrescenta seja o que for à actual lei?
3. Se a esmagadora maioria dos senhorios dos prédios devolutos é composta por senhorios-empresas (bancos, seguradoras, imobiliárias), que apenas os compraram aos anteriores donos individuais por especulação e só se interessam por deitá-los abaixo para lá construirem prédios de escritórios, em que medida a nova fará alguma coisa para travar isso?
4. Se a actual lei - e todas as outras que a precederam - já prevê a obrigatoriedade de obras periódicas, porque não se faz antes cumprir a actual lei, por ex. aumentando exponencialmente as coimas, alargando o âmbito da penhora, etc.?
5. Por último, um caso prático:
Um inquilino, herdeiro do antigo inquilino, tem como rendimento agregado 5 ordenados mínimos, vive numa casa de 5 assoalhadas, e paga actualmente 30 cts. Esses 30 cts equivalem a uma renda condicionada, que outrora tinha sido de 1.000 escudos, e, antes, de 500 escudos, com contrato de há 45 anos. Há 45 anos, 500 escudos eram muito dinheiro, tal como mil escudos o eram há 30, e 10 cts. há 20.
Com a nova lei, o proprietário pode propôr, aos preços de mercado e da zona, uma renda de 150 cts. E se o inquilino não aceitar: rua. Há direito que este inquilino veja de um momento para o outro a percentagem do rendimento que gasta na renda da casa, passar de 6% para 33%? E o senhorio, que durante os últimos 30 anos fez apenas obras de fachada, merece que a nova lei o proteja? Se o senhorio não tinha dinheiro para obras durante este tempo todo, que propusesse a compra ao inquilino. Porque se é verdade que ele tem o direito à sua propriedade privada, por outro, ele tem deveres como proprietário, nomeadamente fazer obras de manutenção de fachadas e interiores, escadas, elevadores, coberturas. Assim procederia um senhorio honesto e cumpridor da lei.
PF
2. Se a esmagadora maioria dos prédios a cair diz respeito a prédios devolutos, portanto desabitados, em que é que a nova lei acrescenta seja o que for à actual lei?
3. Se a esmagadora maioria dos senhorios dos prédios devolutos é composta por senhorios-empresas (bancos, seguradoras, imobiliárias), que apenas os compraram aos anteriores donos individuais por especulação e só se interessam por deitá-los abaixo para lá construirem prédios de escritórios, em que medida a nova fará alguma coisa para travar isso?
4. Se a actual lei - e todas as outras que a precederam - já prevê a obrigatoriedade de obras periódicas, porque não se faz antes cumprir a actual lei, por ex. aumentando exponencialmente as coimas, alargando o âmbito da penhora, etc.?
5. Por último, um caso prático:
Um inquilino, herdeiro do antigo inquilino, tem como rendimento agregado 5 ordenados mínimos, vive numa casa de 5 assoalhadas, e paga actualmente 30 cts. Esses 30 cts equivalem a uma renda condicionada, que outrora tinha sido de 1.000 escudos, e, antes, de 500 escudos, com contrato de há 45 anos. Há 45 anos, 500 escudos eram muito dinheiro, tal como mil escudos o eram há 30, e 10 cts. há 20.
Com a nova lei, o proprietário pode propôr, aos preços de mercado e da zona, uma renda de 150 cts. E se o inquilino não aceitar: rua. Há direito que este inquilino veja de um momento para o outro a percentagem do rendimento que gasta na renda da casa, passar de 6% para 33%? E o senhorio, que durante os últimos 30 anos fez apenas obras de fachada, merece que a nova lei o proteja? Se o senhorio não tinha dinheiro para obras durante este tempo todo, que propusesse a compra ao inquilino. Porque se é verdade que ele tem o direito à sua propriedade privada, por outro, ele tem deveres como proprietário, nomeadamente fazer obras de manutenção de fachadas e interiores, escadas, elevadores, coberturas. Assim procederia um senhorio honesto e cumpridor da lei.
PF
25/10/2004
Discriminação
Segundo o Público noticiou na quinta-feira passada, cerca de uma centena de moradores do Bairro da Encarnação dirigiu um abaixo-assinado ao presidente da Câmara de Lisboa no qual se requer a suspensão das obras de um edifício que ali está a ser erguido pela Associação para o Estudo e Integração Psico-social (AEIPS) - uma instituição particular de solidariedade social que há muitos anos trabalha com doentes mentais.
(...) avultando entre as razões dos protestos o facto de o edifício se destinar (…) a uma clínica de apoio à integração de pessoas com doença mental (…). Os adversários da construção (…) dizem ainda que “processo está cheio de ilegalidades", razão pela qual vão apresentar em tribunal, através do advogado José Sá Fernandes, uma providência cautelar destinada a "fazer cumprir a lei".
Importa salientar 4 pontos:
- Os moradores do Bairro da Encarnação são os grandes culpados desta situação. Durante as seis décadas de existência do Bairro, nunca se organizaram para acabar com as construções ilegais, alterações de fachadas dos edifícios ou usos de moradias de habitação para os mais diversos fins como lares, creches, clínicas, depósitos de ambulâncias ou canis.
- O edifício em causa, que está agora praticamente construído, é grande, feio e mau. Foi construído num espaço que deveria ser um espaço verde para usufruto dos moradores, em mais um processo de licenciamento cujos contornos pouco explícitos são comuns na nossa cidade.
- Os moradores do Bairro da Encarnação que sempre pactuaram com esta lógica, que permitiram que este mamarracho fosse construído e que sabiam que os seus fins não seriam habitacionais, levantam problemas depois de tomarem conhecimento que os seus futuros vizinhos serão pessoas com problema mentais. Meus amigos, isso chama-se Discriminação e é inaceitável.
- José Sá Fernandes aparece aqui como uma intenção dos moradores ou deste grupo de moradores. Seria bom que JSF, que sempre teve o nosso apoio para todas as suas acções, esclarecesse em que termos aparece o seu nome ligado a este processo.
PP
PS. Desejávamos que, de uma vez por todas, os moradores do Bairro da Encarnação se organizassem com o objectivo de preservar o seu Bairro. Condenar publicamente este abaixo-assinado seria uma boa primeira medida no sentido de se preservar também valores como a Liberdade e o direito à diferença.
(...) avultando entre as razões dos protestos o facto de o edifício se destinar (…) a uma clínica de apoio à integração de pessoas com doença mental (…). Os adversários da construção (…) dizem ainda que “processo está cheio de ilegalidades", razão pela qual vão apresentar em tribunal, através do advogado José Sá Fernandes, uma providência cautelar destinada a "fazer cumprir a lei".
Importa salientar 4 pontos:
- Os moradores do Bairro da Encarnação são os grandes culpados desta situação. Durante as seis décadas de existência do Bairro, nunca se organizaram para acabar com as construções ilegais, alterações de fachadas dos edifícios ou usos de moradias de habitação para os mais diversos fins como lares, creches, clínicas, depósitos de ambulâncias ou canis.
- O edifício em causa, que está agora praticamente construído, é grande, feio e mau. Foi construído num espaço que deveria ser um espaço verde para usufruto dos moradores, em mais um processo de licenciamento cujos contornos pouco explícitos são comuns na nossa cidade.
- Os moradores do Bairro da Encarnação que sempre pactuaram com esta lógica, que permitiram que este mamarracho fosse construído e que sabiam que os seus fins não seriam habitacionais, levantam problemas depois de tomarem conhecimento que os seus futuros vizinhos serão pessoas com problema mentais. Meus amigos, isso chama-se Discriminação e é inaceitável.
- José Sá Fernandes aparece aqui como uma intenção dos moradores ou deste grupo de moradores. Seria bom que JSF, que sempre teve o nosso apoio para todas as suas acções, esclarecesse em que termos aparece o seu nome ligado a este processo.
PP
PS. Desejávamos que, de uma vez por todas, os moradores do Bairro da Encarnação se organizassem com o objectivo de preservar o seu Bairro. Condenar publicamente este abaixo-assinado seria uma boa primeira medida no sentido de se preservar também valores como a Liberdade e o direito à diferença.
23/10/2004
Cabala Involuntária
Segadães Tavares considerou esta noite, em declarações ao Público, como abusiva a sugestão por parte da Associação dos Cidadãos Auto-Mobilizados de uma relação directa entre o encerramento deste túnel e as obras para construção do Túnel do Marquês. "Não me atreveria a estabelecer uma relação de causa/efeito. Parece-me um exagero", disse, indicando que o movimento causado pelo trânsito, "se for na zona directa, pode ter consequências mais directas" que a "vibração causada pela perfuração de um túnel a 150 metros.
É a isto que eu chamo matar dois coelhos com uma cajadada só. Ao mesmo tempo que se iliba o actual executivo de qualquer responsabilidade imputada às obras do túnel diz-se que a culpa foi do anterior executivo que não quis fazer a obra.
Só falta dizer que a ACA-M, José Sá Fernandes e a Quercus fazem parte de uma cabala, mesmo que involuntária, contra o lobby do betão nesta cidade.
PP
É a isto que eu chamo matar dois coelhos com uma cajadada só. Ao mesmo tempo que se iliba o actual executivo de qualquer responsabilidade imputada às obras do túnel diz-se que a culpa foi do anterior executivo que não quis fazer a obra.
Só falta dizer que a ACA-M, José Sá Fernandes e a Quercus fazem parte de uma cabala, mesmo que involuntária, contra o lobby do betão nesta cidade.
PP
Abertos para Balanço II – Terminal de 7 Rios
Um mês depois da abertura era já tempo de terem sido corrigidos os erros de palmatória que não impediram a inauguração deste Terminal.
No meu post de 9.29.2004 foram feitos elogios a esta mudança e ao mesmo tempo alertas de algumas coisas menos positivas. A saber:
O elogiado acesso gratuito a veículos que se dirigem ao terminal para deixar ou recolher pessoas é agora tarifado a 50 cêntimos, taxistas incluídos. O estacionamento na faixa de rodagem junto à Av. Columbano Bordalo Pinheiro e à Av. Estados Unidos da América é já notório.
Os problemáticos acessos através de escada ainda não foram corrigidos continuando a causar transtorno a pessoas com bagagem, crianças, idosos, deficientes motores, entre outros.
Até quando?
PP
No meu post de 9.29.2004 foram feitos elogios a esta mudança e ao mesmo tempo alertas de algumas coisas menos positivas. A saber:
O elogiado acesso gratuito a veículos que se dirigem ao terminal para deixar ou recolher pessoas é agora tarifado a 50 cêntimos, taxistas incluídos. O estacionamento na faixa de rodagem junto à Av. Columbano Bordalo Pinheiro e à Av. Estados Unidos da América é já notório.
Os problemáticos acessos através de escada ainda não foram corrigidos continuando a causar transtorno a pessoas com bagagem, crianças, idosos, deficientes motores, entre outros.
Até quando?
PP
Aberto para Balanço I (Bairro Azul)
A 23 de Outubro de 2003, o Presidente da CML, Pedro Santana Lopes, anuncia que a circulação no Bairro Azul "será condicionada ao trânsito local", de modo a "evitar a utilização do Bairro como espaço de passagem do trânsito citadino".
Quase um ano depois de terem sido, provisoriamente, colocados blocos de betão para fechar uma das 8 entradas do Bairro e espalhados cartazes por toda a cidade dizendo que “a CML protege os bairros tradicionais” tudo está na mesma.
As pressões causadas pelo Corte Inglês, Sams e Centro de Negócios (BNC e Totta) a funcionarem em velocidade de cruzeiro durante todo o ano e a todo o vapor durante a época natalícia fazem com que a vida no bairro seja cada vez mais infernal.
Automóveis nos passeios, nas passadeiras, em filas de trânsito impacientes, poluição atmosférica e sonora (proveniente dos escapes e das buzinas automóveis) fazem o dia-a-dia de quem mora no Bairro Azul.
Os moradores que têm automóvel não têm onde o estacionar. Os que andam a pé dificilmente o fazem sem que para isso precisem de muita habilidade para contornar os carros que estacionam nos passeios.
A juntar a isto, uma questão relevante em termos de segurança relativamente aos automóveis que estacionam na faixa de rodagem, vulgo “segunda fila”, dificultando a passagem de veículos de maior dimensão como viaturas de combate a incêndios.
Haja coragem para retirar os carros da cidade e devolver a cidade às pessoas.
PP
Bairro Azul 1 Bairro Verde - Plano de gestão da circulação automóvel e estacionamento
(este plano irá estar disponível logo que seja possível informaticamente disponibilizá-lo)
Quase um ano depois de terem sido, provisoriamente, colocados blocos de betão para fechar uma das 8 entradas do Bairro e espalhados cartazes por toda a cidade dizendo que “a CML protege os bairros tradicionais” tudo está na mesma.
As pressões causadas pelo Corte Inglês, Sams e Centro de Negócios (BNC e Totta) a funcionarem em velocidade de cruzeiro durante todo o ano e a todo o vapor durante a época natalícia fazem com que a vida no bairro seja cada vez mais infernal.
Automóveis nos passeios, nas passadeiras, em filas de trânsito impacientes, poluição atmosférica e sonora (proveniente dos escapes e das buzinas automóveis) fazem o dia-a-dia de quem mora no Bairro Azul.
Os moradores que têm automóvel não têm onde o estacionar. Os que andam a pé dificilmente o fazem sem que para isso precisem de muita habilidade para contornar os carros que estacionam nos passeios.
A juntar a isto, uma questão relevante em termos de segurança relativamente aos automóveis que estacionam na faixa de rodagem, vulgo “segunda fila”, dificultando a passagem de veículos de maior dimensão como viaturas de combate a incêndios.
Haja coragem para retirar os carros da cidade e devolver a cidade às pessoas.
PP
Bairro Azul 1 Bairro Verde - Plano de gestão da circulação automóvel e estacionamento
(este plano irá estar disponível logo que seja possível informaticamente disponibilizá-lo)
22/10/2004
Bem-vinda a "revolução" anunciada para os transportes
Fiquei optimista com o que o ministro Mexia disse ontem na RTP1. No que toca aos transportes, vamos ver no que as "revoluções" anunciadas (que me parecem bastante lógicas e bem-vindas) se traduzem no dia a dia em Lisboa. Mas gostei de saber que as redes do Metro e dos autocarros vão deixar de concorrer entre si, para passarem a completar-se entre si; e que o "utente" vai dar lugar ao "cliente". É toda uma mentalidade que se me apresenta como altamente positiva. Além do mais, parece-me um ministro competente, determinado e progressista, na melhor acepção da palavra. Já tenho dúvidas em relação à nova travessia rodoviária sobre (sob?) o Tejo. Tenho pena que não tenha falado nas acessibilidades de Lisboa, nos parques periféricos e nas linhas de metro-ligeiro. A ver vamos no final do mandato, se efectivamente melhorármos de qualidade de vida.
PF
PF
Obrigado, CNC!
Ao Centro Nacional de Cultura, o nosso obrigado pela ajuda na divulgação da nossa petição. Obrigado. Bem hajam!
PF
PF
Projecto do Atheneu é pura ilusão de óptica
Voltando ao "projecto" que o Atheneu Comercial de Lisboa apresenta como salvação para a Rua das Portas de Santo Antão, e demais área envolvente, constatei ontem in loco que o mesmo é um esboço de projecto, composto por meia dúzia de desenhos virtuais e bastantes declarações ocas, sem qualquer possibilidade de ser viabilizado, muito menos "marcar a cidade para os próximos 1.000 anos" (curiosa interpretação da História), como afirmara efusivamente o responsável do Atheneu. Nem sei mesmo por onde começar ... se pela designação de "Colina d'Arte", com que pomposamente denominam a Colina de Santana, se pelo aspecto de tudo aquilo que mais parece uma nave extraterrestre acabada de pousar em solo lisboeta. Se pela colagem abusiva aos projectos de Gehry, comparando-se Bilbau a Lisboa. Se pela presunção de que o palacete dos herdeiros do Duque de Saldanha será um hotel o que, dada a exiguidade do espaço e o preço de venda, será muito difícil de ser feito. Se pela patetice de copiar (e sabe-se como os portugueses não sabem copiar) a concepção das galerias "Liberty" para aquela zona. Se pela auto-comiseração, afirmando que o Atheneu pode vir a ser um "health club", quando o que ele e sempre foi é precisamente um "health club", só que de estaca zero. Se pela pretensão de ali ver a colecção Berardo (gigantesca!) , mais um museu do desporto, etc. Se pela afirmação de que se pode recorrer a fundos europeus, quando é sabido que no actual QCA não existem apoios para a região de Lisboa. O que eu acho é que tudo aquilo só tem uma virtude: "gritar" bem alto que o Atheneu é um espaço magnífico e que precisa urgentemente de ser recuperado e devolvido aos lisboetas que, tal como eu que há 35 anos não ponho lá os pés, possam colocar lá os seus filhos, sem receio de levar com uma bocado de madeira pintada na cabeça, ou ser assaltado por um dos marginais que poluem aquela rua. Quanto ao projecto em si mesmo, ele é uma aberração, é medonho. Compreendo que tenha posto alguém louco", como é dito no artigo do JN. A única certeza, depois de uma leitura atenta das declarações que acompanham as folhas A4 é que o "projecto" se financiaria pelas galerias comerciais. Ou seja, o dito projecto é uma mera ideia para instalar naquela rua um centro comercial à Martim Moniz. Como se fossem precias modernices para revitalizar o que é bom, apesar de velho. Como se uma banca de cozinha de inox e fórmica valesse igual ou mais do que uma em pedra e madeira... Mas fico descansado, porque segundo Os Lusíadas, o Adamastor (que é a cúpula do dito projecto) era pura ilusão de óptica ...
PF
PF
Isto não são só coisas más...
Ora aí está uma boa notícia! Finalmente se dá o devido valor a uma zona eternamente esquecida, e a um edíficio com o qual os lisboetas se identificam sentimentalmente: o Edifício do Relógio, em pleno Cais do Sodré. Depois de meia dúzia de anos em stand by como mais um hotel de charme, eis que vira sede de um observatório internacional. Como diria o fado-canção de Rodrigo ... "Cais do Sodré não é só..."
PF
PF
21/10/2004
!Oléeee....
Sempre que há recepção na residência oficial do embaixador de Espanha, os relvados da Praça de Espanha, onde está instalado o magnífico Palácio de Palhavã, ficam inundados de carros de luxo de cores sombrias que galgam sem o menor rebuço lancis e passeios, caminhos e canteiros, para se instalarem naquilo que é uma zona verde pública.
Eu assisti ao episódio que José Vítor Malheiros, do jornal o Público, nos conta na edição de hoje. Tirei fotografias aos automóveis e respectivos motoristas alegremente a conversar em cima da relva e do passeio. Falei com diversos agentes da PSP, com um Comissário e por fim com um Director Nacional Adjunto que estava de saída, e que fazendo os cumprimentos da praxe aos agentes no local, se apercebe da situação e me diz:
- é normal nos dias de hoje, haver cidadãos com um maior requinte relativamente a estas questões. Mas não há nada a fazer.
É exemplo do país que temos. O regime de excepção serve para desculpar todo e qualquer disparate e para justificar o facto de não existir qualquer exemplo da parte dos nossos governantes e responsáveis para aquilo que é a vida e a morte nas estradas portuguesas.
Para além disso, fui identificado, colocado na carrinha da PSP, e tratado como um marginal. Por estar a tirar fotografias àquela pouca vergonha, quando na verdade sou apenas ... um cidadão requintado.
PP
PS: um dos agentes da PSP trânsito com quem eu falei disse-me para ir falar com o Ministro da Administração Interna que se encontrava dentro da embaixada, mas não me deixaram entrar porque não tinha convite. No entanto, registei que o pátio interior da Embaixada não tinha um único automóvel estacionado.
PP
Eu assisti ao episódio que José Vítor Malheiros, do jornal o Público, nos conta na edição de hoje. Tirei fotografias aos automóveis e respectivos motoristas alegremente a conversar em cima da relva e do passeio. Falei com diversos agentes da PSP, com um Comissário e por fim com um Director Nacional Adjunto que estava de saída, e que fazendo os cumprimentos da praxe aos agentes no local, se apercebe da situação e me diz:
- é normal nos dias de hoje, haver cidadãos com um maior requinte relativamente a estas questões. Mas não há nada a fazer.
É exemplo do país que temos. O regime de excepção serve para desculpar todo e qualquer disparate e para justificar o facto de não existir qualquer exemplo da parte dos nossos governantes e responsáveis para aquilo que é a vida e a morte nas estradas portuguesas.
Para além disso, fui identificado, colocado na carrinha da PSP, e tratado como um marginal. Por estar a tirar fotografias àquela pouca vergonha, quando na verdade sou apenas ... um cidadão requintado.
PP
PS: um dos agentes da PSP trânsito com quem eu falei disse-me para ir falar com o Ministro da Administração Interna que se encontrava dentro da embaixada, mas não me deixaram entrar porque não tinha convite. No entanto, registei que o pátio interior da Embaixada não tinha um único automóvel estacionado.
PP
20/10/2004
Petição pela casa de Almeida Garrett
O prometido é devido, por isso, e no seguimento das notícias vindas a público sobre a iminente demolição da casa onde viveu e morreu Garrett, e porque consideramos ilógica, incorrecta e indesejável essa possibilidade, decidimos lançar uma petição à CML, ao Instituto Camões e a todos os alfacinhas em geral, no sentido de evitarmos a demolição daquele edifício. Solicitamos ainda a sua classificação e sugerimos que a reabram como casa-museu com café-tertúlia.
Nesse sentido, convidamo-lo a aderir a esta iniciativa, assinando a petição abaixo indicada e alertando todos os familiares e amigos para esta causa. Assine em http://www.PetitionOnline.com/casaag/petition.html.
Bernardo Ferreira de Carvalho, Paulo Ferrero e Pedro Policarpo
Nesse sentido, convidamo-lo a aderir a esta iniciativa, assinando a petição abaixo indicada e alertando todos os familiares e amigos para esta causa. Assine em http://www.PetitionOnline.com/casaag/petition.html.
Bernardo Ferreira de Carvalho, Paulo Ferrero e Pedro Policarpo
19/10/2004
Projecto megalómano na colina do Atheneu?
Parece que o Atheneu Comercial de Lisboa, instituição histórica de Lisboa, resolveu elaborar um projecto para a colina que o circunda, querendo aí construir uma série de edifícios, entre hotéis, espaços culturais e estruturas fosforescentes, ao género das criações de Gehry (cada vez mais na moda). O projecto, cuja discussão ainda corre dentro da própria instituição, não se me afigura nada bom para Lisboa. Uma coisa é chocar-me com a situação actual do Atheneu, edifício bonito que cai todos os dias um pouco, de sócios diminutos, com necessidade de arrendar espaços a "coisas" pouco consentâneas com o seu passado, etc. E repugna-me ver uma rua tão bonita e com tanto potencial entregue a marginalidades, com um comércio terceiro-mundista, etc. Mas não creio que a solução passe pela colina. Se tal acontecer (cruzes canhoto), será mais um projecto de construção civil, de efeitos nefastos, e irreversíveis para a silhueta de Lisboa, naquela zona, ainda intocável, apesar de tudo. Néons e holofotes, árvores abaixo, cimento e muito negócio serão uma possível saída financeira para o Atheneu, mas não será mais do que isso. A ver vamos até onde irá o projecto. Mas seria bem melhor que um outro projecto, já com décadas, fosse posto em prática: a ligação directa Tejo-Largo da Anunciada. Fecho ao trânsito, pedonização, revitalização dos equipamentos culturais, revitalização do tecido comercial, recuperação dos edifícios, harmonização do espaço público, etc. Façam isso e logo verão que o Atheneu ganhará de novo novos sócios e o esplendor que teve em tempos idos. Entretanto, é compreensível que alguém se considere "maluco" com o projecto...
PF
PF
18/10/2004
"Morte-shopping" está por um fio?
Segundo esta notícia, parece que a CML está a negociar, e bem, a desistência do projecto da Servilusa no bairro de Alvalade. Até ver, os moradores estão contentes e eu também. Claro que ficam alguns aspectos curiosos por decifrar e registrar. Eis alguns:
1. Se não fossem os moradores a rebelar-se a tempo, provavelmente a Junta teria ficado calada, a CML autorizaria tudo e a instalação do "morte-shopping" seria mais um facto consumado.
2. Se não fossem os media (e a preciosa ajuda da Net), provavelmente nem a CML nem a Junta (e muito menos esta...) mexeriam um dedo contra o desenvolvimento do projecto naquele local, que basta conhecer o local para o considerar uma aberração e um atentado à qualidade de vida naquele bairro.
3. Depois de a Servilusa ter comprado o edifício em causa, ainda se podia ver no mesmo a placa "Vende-se", como se o mesmo ainda estivesse à venda. Porquê?
4. A Servilusa mantém que tem autorização da CML para avançar com as obras, e a vereação do urbanismo afirma o contrário. Em que ficamos?
5. Mais uma vez o dia a dia dos munícipes é gerido de forma casuística e a reboque dos acontecimentos. O centro funerário é de reprovar naquele local, como o é o outro, o da Igreja de Santa Joana. Simplesmente, os moradores da zona deste último calaram, consentindo. A imprensa não fez eco. E a CML ignorou, assumindo a concordância de todos.
PF
1. Se não fossem os moradores a rebelar-se a tempo, provavelmente a Junta teria ficado calada, a CML autorizaria tudo e a instalação do "morte-shopping" seria mais um facto consumado.
2. Se não fossem os media (e a preciosa ajuda da Net), provavelmente nem a CML nem a Junta (e muito menos esta...) mexeriam um dedo contra o desenvolvimento do projecto naquele local, que basta conhecer o local para o considerar uma aberração e um atentado à qualidade de vida naquele bairro.
3. Depois de a Servilusa ter comprado o edifício em causa, ainda se podia ver no mesmo a placa "Vende-se", como se o mesmo ainda estivesse à venda. Porquê?
4. A Servilusa mantém que tem autorização da CML para avançar com as obras, e a vereação do urbanismo afirma o contrário. Em que ficamos?
5. Mais uma vez o dia a dia dos munícipes é gerido de forma casuística e a reboque dos acontecimentos. O centro funerário é de reprovar naquele local, como o é o outro, o da Igreja de Santa Joana. Simplesmente, os moradores da zona deste último calaram, consentindo. A imprensa não fez eco. E a CML ignorou, assumindo a concordância de todos.
PF
15/10/2004
Cidadania Lx: "Site" e "Forum"
É preciso salvar a casa de Almeida Garrett
A propósito do veemente protesto do Bernardo Ferreira de Carvalho, e do foi noticiado, pelo menos, pelo Público, pela Visão e pela Grande Reportagem, não podemos ficar bem com a nossa consciência enquanto não fizermos algo para evitar a perda de um local tão genuinamente Garrettiano. Brevemente iremos lançar uma inicitiva no sentido de preservar os nºs 66 e 68 da Rua Saraiva de Carvalho, a casa onde morou e morreu Almeida Garrett. E por várias razões, tais como manter a traça daquela rua de Lisboa, preservar um edifício que tem motivos para ser preservado e, finalmente, garantir um espaço de memória de Garrett, verosímil porque era a própria casa do autor. Estejam atentos!
Enquanto isso não acontece, aqui ficam algumas linhas de Garrett que se aplicam irónica e inteiramente ao caso em apreço:
"Ergue-te, Santarém e diz ao ingrato Portugal que te deixe em paz ao menos as tuas ruínas (...) diz-lhes que não te vendam as pedras dos teus templos, que não façam palheiros e estrebarias das tuas igrejas; que não mandem os soldados jogar à péla com as caveiras dos teus reis, e à bilharda com as canelas dos teus santos".
PF
Enquanto isso não acontece, aqui ficam algumas linhas de Garrett que se aplicam irónica e inteiramente ao caso em apreço:
"Ergue-te, Santarém e diz ao ingrato Portugal que te deixe em paz ao menos as tuas ruínas (...) diz-lhes que não te vendam as pedras dos teus templos, que não façam palheiros e estrebarias das tuas igrejas; que não mandem os soldados jogar à péla com as caveiras dos teus reis, e à bilharda com as canelas dos teus santos".
PF
14/10/2004
Funerária é comparada a fábrica de curtumes
E que dizer das declarações do Presidente da Junta de São João de Brito, comparando a instalação do denominado "Morte-Shopping" no Bairro de Alvalade, à instalação de uma fábrica de curtumes na Avenida da Igreja. São declarações na linha do que disse em relação ao abaixo-assinado contra o parque de estacionamento na Avenida da Ingreja: "não sei para que é que protestaram tanto contra o parque, pois vamos ter que abater à mesma as árvores, pois danificam os passeios e o subsolo". Para que servem as Juntas de Freguesia?
PF
PF
Zangam-se as comadres, descobrem-se as verdades?
Desculpa-me Pedro, mas parece-me que este ditado é igualmente apropriado à polémcia à volta do Convento dos Inglesinhos. Na imprensa continua a dar-se vazão às indignações de "tutti quanti", que se sucedem desde que os moradores alertaram para o a transformação do Convento dos Inglesinhos em condomínio fechado - digo fechado porque a mim pouco importa que seja de luxo ou de
pechisbeque, já que no transformar um convento em apartamentos é que está o busílis. Agora são os curadores ingleses que se indignam, acompanhados pelos responsáveis da Misericórdia de Lisboa que venderam o imóvel à Amorim Imobiliária; empresa que, diga-se em abono da verdade, é livre de comprar o que quiser, a quem quiser, e fazer do que compra aquilo que quiser, deste que dentro da lei A culpa de tudo isto é, mais uma vez, das entidades públicas, CML, IPPAR e DGEMN. A primeira porque lavou daí as mãos, como Pilatos. As outras porque embora tendo inventariado o convento, não avançaram com a sua classificação, o que teria permitido a inviabilização de um projecto deste tipo. Agora "já foi". Mas ainda se vai a tempo de remendar os erros ... Agora, o que importa é agir.
PF
pechisbeque, já que no transformar um convento em apartamentos é que está o busílis. Agora são os curadores ingleses que se indignam, acompanhados pelos responsáveis da Misericórdia de Lisboa que venderam o imóvel à Amorim Imobiliária; empresa que, diga-se em abono da verdade, é livre de comprar o que quiser, a quem quiser, e fazer do que compra aquilo que quiser, deste que dentro da lei A culpa de tudo isto é, mais uma vez, das entidades públicas, CML, IPPAR e DGEMN. A primeira porque lavou daí as mãos, como Pilatos. As outras porque embora tendo inventariado o convento, não avançaram com a sua classificação, o que teria permitido a inviabilização de um projecto deste tipo. Agora "já foi". Mas ainda se vai a tempo de remendar os erros ... Agora, o que importa é agir.
PF
Convento dos Inglesinhos
O público noticia hoje que a Misericórdia ignorou resolução governamental pois o
Convento dos Inglesinhos foi comprado expressamente para idosos acamados.
É uma notícia interessante de leitura recomendada. Deste artigo a informação que retenho é a seguinte:
- os actuais proprietários pagaram 336 euros por metro quadrado;
- o preço médio de construção é de 600 euros por metro quadrado;
- os apartamentos deste empreendimento vão ser vendidos a um valor médio de 4000 euros o metro quadadro;
- o lucro deste negócio irá ser de 3064 euros por metro quadrado, ou seja, 327%.
- as margens de lucro do negócio da construção são em média 30%.
Como diria a minha avó: - "anda meio, mundo a enganar outro meio". Resta saber, se neste negócio, o meio mundo enganado foi a Misericórdia, que é como quem diz todos os contribuintes.
PP
ps: para os que estão a defender esta causa seria útil um recurso aos tribunais com base nesta argumentação: este negócio, com os termos de troca que foi feito, terá de ser suspenso, investigado e no limite declarado ilegal.
Convento dos Inglesinhos foi comprado expressamente para idosos acamados.
É uma notícia interessante de leitura recomendada. Deste artigo a informação que retenho é a seguinte:
- os actuais proprietários pagaram 336 euros por metro quadrado;
- o preço médio de construção é de 600 euros por metro quadrado;
- os apartamentos deste empreendimento vão ser vendidos a um valor médio de 4000 euros o metro quadadro;
- o lucro deste negócio irá ser de 3064 euros por metro quadrado, ou seja, 327%.
- as margens de lucro do negócio da construção são em média 30%.
Como diria a minha avó: - "anda meio, mundo a enganar outro meio". Resta saber, se neste negócio, o meio mundo enganado foi a Misericórdia, que é como quem diz todos os contribuintes.
PP
ps: para os que estão a defender esta causa seria útil um recurso aos tribunais com base nesta argumentação: este negócio, com os termos de troca que foi feito, terá de ser suspenso, investigado e no limite declarado ilegal.
13/10/2004
Eu gosto é do Verão... (act.)
Pedro Pinto disse que "o túnel estará praticamente concluído até final do próximo ano" e garantiu que, "no próximo Verão, já não haverá estaleiros montados na Rua Joaquim António de Aguiar".
Estando o reinício das obras do túnel do Marquês dependente do recurso que a CML interpôs junto do Supremo Tribunal Administrativo, apontar uma data para a conclusão do túnel é, pura e simplesmente, um exercício de fé. De qualquer das formas pareceu-me relevante marcar aqui estas afirmações para mais tarde verificar se a profecia se concretizou, se praticamente se concretizou, ou se pura e simplesmente não se realizou.
De qualquer das formas, das duas uma: ou a CML continua a realizar as obras do túnel à revelia da decisão do tribunal, e por isso sabe quando estará pronto, ou então o executivo camarário não aprende com os erros e continua a fazer, e dizer, coisas sem o mínimo de planeamento.
PP
Estando o reinício das obras do túnel do Marquês dependente do recurso que a CML interpôs junto do Supremo Tribunal Administrativo, apontar uma data para a conclusão do túnel é, pura e simplesmente, um exercício de fé. De qualquer das formas pareceu-me relevante marcar aqui estas afirmações para mais tarde verificar se a profecia se concretizou, se praticamente se concretizou, ou se pura e simplesmente não se realizou.
De qualquer das formas, das duas uma: ou a CML continua a realizar as obras do túnel à revelia da decisão do tribunal, e por isso sabe quando estará pronto, ou então o executivo camarário não aprende com os erros e continua a fazer, e dizer, coisas sem o mínimo de planeamento.
PP
Já só faltam | 7 | dias para ...
"O período de discussão pública do Estudo de Impacte Ambiental (EIA) do túnel do Marquês começará no próximo dia 20, disse ontem o vereador Pedro Pinto. O EIA poderá ser consultado pelos interessados na Câmara de Lisboa, no Instituto de Ambiente (Rua do Século) ou nas instalações da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo. O período de audição pública, em que as pessoas podem apresentar críticas, reclamações e sugestões, poderá durar entre 30 a 50 dias. Só depois de findo esse período e de reunidas as reclamações será emitida a declaração de impacte ambiental" ( in jornal o público - 13 de Outubro de 2004)
PP
PP
12/10/2004
É notável a mobilização dos alfacinhas
... pelo Convento dos Inglesinhos e contra o "morte shopping". Tivesse sido assim quando a nossa Lisboa começou a perder a traça (não o bicho mas a silhueta...), e os atentados urbanísticos (e outros) deram o pontapé-de-saída, e teríamos agora uma outra Lisboa, melhor, mais limpa, mais harmoniosa, mais pacífica, mais bonita. Notável a mobilização nos Bairros Alto e de Alvalade. Neste último, nos últimos anos, conseguiu-se evitar muita coisa: o escandaloso parque de estacionamento na Avenida da Igreja; a instalação dos feirantes da Praça de Espanha ao lado do Mercado de Alvalade; o novo viaduto da Estados Unidos da América e agora o movimento anti-"morte shopping". Mas pelo meio ficaram várias batalhas perdidas, como por exemplo a do cinema Alvalade, ou a do "Abecassilo". Como me dizia o Pedro Policarpo outro dia, há petições a mais e protestos a mais, mas isso é explicável por os lisboetas querem lutar porque se acham cada vez pior, e estão fartos da indiferença com que são tratados, fora dos ciclos político-eleitorais de cada 4 anos. Abençoada Internet!
PF
PF
09/10/2004
A Lisboa Candidata a Património Foi Durante Séculos Detestada
- boas notícias para Lisboa.
O suplemento local do jornal “O Público” de hoje noticia que “A Baixa pombalina, que a Câmara de Lisboa pretende candidatar à lista do Património Mundial da UNESCO, só recentemente foi aceite como um produto único da cultura europeia do Iluminismo e durante séculos arquitectos e intelectuais troçaram da "monotonia" e falta de graça da obra pombalina”. Tal facto é entendido pela CidadaniaLx como boa notícia, uma vez que o facto de não haver uma estratégia de desenvolvimento e um verdadeiro plano de urbanismo para Lisboa, há muitos anos, não será impeditivo da resolução dos problemas. Muito provavelmente se aplicará a expressão popular que diz que o tempo resolve tudo e assim daqui a 250 anos, quem ainda cá andar, terá uma cidade melhor que a de hoje, em que “bairros” como Benfica, Laranjeiras, Olaias ou Telheiras serão devidamente apreciados e visitados por milhões de turistas por ano, considerados pela CML bairros históricos e tradicionais, candidatos a património mundial.
PP
O suplemento local do jornal “O Público” de hoje noticia que “A Baixa pombalina, que a Câmara de Lisboa pretende candidatar à lista do Património Mundial da UNESCO, só recentemente foi aceite como um produto único da cultura europeia do Iluminismo e durante séculos arquitectos e intelectuais troçaram da "monotonia" e falta de graça da obra pombalina”. Tal facto é entendido pela CidadaniaLx como boa notícia, uma vez que o facto de não haver uma estratégia de desenvolvimento e um verdadeiro plano de urbanismo para Lisboa, há muitos anos, não será impeditivo da resolução dos problemas. Muito provavelmente se aplicará a expressão popular que diz que o tempo resolve tudo e assim daqui a 250 anos, quem ainda cá andar, terá uma cidade melhor que a de hoje, em que “bairros” como Benfica, Laranjeiras, Olaias ou Telheiras serão devidamente apreciados e visitados por milhões de turistas por ano, considerados pela CML bairros históricos e tradicionais, candidatos a património mundial.
PP
08/10/2004
Casa de Almeida Garret em perigo!
Poderá ser impedida uma barbaridade “pato-bravesca” se houver alguma capacidade mediática contra mais uma destruição do património arquitectónico de Lisboa e da memória dos seus escritores. Trata-se da casa onde viveu e morreu Almeida Garrett em 1854 em Santa Isabel e que recentemente viu aprovado o projecto que prevê a sua demolição. Isto já seria um atentado cultural mas para além disso o casa só por si é bem bonita, com uma fachada de azulejos numa rua que mantém algum charme. Nunca se deveriam demolir casas com esta qualidade, senão Lisboa torna-se um subúrbio de si mesma, já nem os turistas cá querem vir.
Por cima da porta principal, encontra-se uma lápide referindo a efeméride. Mas isso não foi suficiente para que os interesses imobiliários não falassem mais alto. Este caso já é do domínio público pois saiu um artigo na Grande Reportagem do passado dia 11 de Setembro e a Raquel Henriques da Silva escreveu um artigo no Jornal Público no mês de Setembro de 2004. O artigo cita Eduarda Napoleão da Câmara Municipal de Lisboa que diz " Perguntámos se na Cultura tinham interesse na casa e por isso o processo de demolição está suspenso até haver uma resposta".
O “burburinho” aumentou e numa recente sessão camarária um vereador da oposição questionou esta decisão da autarquia. Mas parece que os interesses imobiliários e a burocracia estão a levar a melhor. A justificação é que o projecto já tinha sido autorizado pela anterior gestão autárquica e que esta limitou-se ar rectificar.
Isto é um perfeito disparate, este ano em que se comemoram 150 anos da morte deste insigne escritor seria altura de proceder à sua recuperação, uma vez que a mesma não foi objecto de alterações mantendo-se a sua traça original. Até quando estas barbaridades?!
Na Holanda tudo se preserva. Como querem assim atrair os turistas?
Sancha Trindade e Bernardo Ferreira de Carvalho
Por cima da porta principal, encontra-se uma lápide referindo a efeméride. Mas isso não foi suficiente para que os interesses imobiliários não falassem mais alto. Este caso já é do domínio público pois saiu um artigo na Grande Reportagem do passado dia 11 de Setembro e a Raquel Henriques da Silva escreveu um artigo no Jornal Público no mês de Setembro de 2004. O artigo cita Eduarda Napoleão da Câmara Municipal de Lisboa que diz " Perguntámos se na Cultura tinham interesse na casa e por isso o processo de demolição está suspenso até haver uma resposta".
O “burburinho” aumentou e numa recente sessão camarária um vereador da oposição questionou esta decisão da autarquia. Mas parece que os interesses imobiliários e a burocracia estão a levar a melhor. A justificação é que o projecto já tinha sido autorizado pela anterior gestão autárquica e que esta limitou-se ar rectificar.
Isto é um perfeito disparate, este ano em que se comemoram 150 anos da morte deste insigne escritor seria altura de proceder à sua recuperação, uma vez que a mesma não foi objecto de alterações mantendo-se a sua traça original. Até quando estas barbaridades?!
Na Holanda tudo se preserva. Como querem assim atrair os turistas?
Sancha Trindade e Bernardo Ferreira de Carvalho
Os factos do Parque Mayer
A propósito desta notícia, daquela e daqueloutra, e do post do Pedro, há que salientar 5 factos indesmentíveis:
1.O Parque Mayer continua abandonado e sem qualquer projecto definitivo.
2. O Casino do Estoril vai ter um ramal em Lisboa, tendo para isso sido alterada a lei à exacta medida pretendida.
3.Frank Ghery ficou a conhecer a sangria, a sardinha e o chouriço assado, e teve direito a batedores da Polícia Municipal, como alto dignatário.
4. Qualquer projecto para o Parque Mayer tem que respeitar duas coisas: os torreões de entrada e o edifício do Capitólio, ambos classificados e protegidos por lei, integralmente (como se comprova aqui).
5. Os terrenos da Feira Popular tornaram-se no melhor talhão de Lisboa para a cobiça imobiliária.
PF
1.O Parque Mayer continua abandonado e sem qualquer projecto definitivo.
2. O Casino do Estoril vai ter um ramal em Lisboa, tendo para isso sido alterada a lei à exacta medida pretendida.
3.Frank Ghery ficou a conhecer a sangria, a sardinha e o chouriço assado, e teve direito a batedores da Polícia Municipal, como alto dignatário.
4. Qualquer projecto para o Parque Mayer tem que respeitar duas coisas: os torreões de entrada e o edifício do Capitólio, ambos classificados e protegidos por lei, integralmente (como se comprova aqui).
5. Os terrenos da Feira Popular tornaram-se no melhor talhão de Lisboa para a cobiça imobiliária.
PF
Vigília pelo Convento dos Inglesinhos
A notícia está aqui, ali, e em quase todas as portas e fachadas de prédio do BA, Santa Catarina e Chiado. Anúncio: hoje, às 22h, vigília junto ao Convento dos Inglesinhos. O movimento dos moradores e frequentadores daquela zona de Lisboa tem sido em avalanche e oxalá os seus intentos sejam alcançados. Contem connosco!
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07/10/2004
FAQ sobre um Fundo de Investimento Imobiliário Fechado
No seguimento desta notícia, aqui fica um FAQ sobre um Fundo de Investimento Imobiliário Fechado:
Porque é que a CML através da EPUL entra com activos no valor de 79% deste fundo e tem uma cota de 30%?
Porque é que o BES através da ESPART entra com activos no valor de 0% deste fundo e tem uma cota de 25%?
Porque é que a BragaParques através da Sociedade Parque Mayer entra com activos no valor de 21% deste fundo e tem uma cota de 45%?
Porque é que é a ESPART a gerir o Fundo quando tem uma posição minoritária?
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Acho que já estou a compreender melhor esta temática.
PP
Porque é que a CML através da EPUL entra com activos no valor de 79% deste fundo e tem uma cota de 30%?
Porque é que o BES através da ESPART entra com activos no valor de 0% deste fundo e tem uma cota de 25%?
Porque é que a BragaParques através da Sociedade Parque Mayer entra com activos no valor de 21% deste fundo e tem uma cota de 45%?
Porque é que é a ESPART a gerir o Fundo quando tem uma posição minoritária?
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Acho que já estou a compreender melhor esta temática.
PP
06/10/2004
Petição contra central funerária
Voltando ao tema macabro da ruas Conde de Ficalho e Francisco Franco, aqui fica o "site" do movimento de moradores, designado sugestivamente por Funerária no Bairro de Alvalade.
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01/10/2004
Que se pague no Castelo!
Segundo o "Diário de Notícias", entrar no Castelo de São Jorge vai deixar de ser grátis ... É uma decisão tão corajosa como lógica. O Castelo de São Jorge é tão ou mais castelo que o de Sintra ou o de Nápoles. E aí paga-se e bem! Porque é que um monumento como este, que é dos mais visitados (se não o mais visitado) de Lisboa não gera receitas? Por isso, concordo com a decisão. Mas exijo que as receitas sejam canalizadas primordialmente para a conservação e manutenção do espaço e de todo o Bairro do Castelo, cada vez mais bonito. E recuso bilhetes a preço simbólico. Só espero que essa decisão não inviabilize financeiramente os espaços de restauração que existem no recinto, que ora começam a sair da crise, aos poucos...
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Arco do Cego: espaço verde com silo?
Voltando colateralmente ao Terminal de Sete Rios, para fazer aqui eco da decisão camarária de ontem, ao enveredar oficialmente pela reconversão da bilheteira do terminal do Arco do Cego em silo automóvel. Eu sou frontalmente contra a construção de silos automóveis. A razão é simples: detesto tudo quanto seja inestético. Ainda por cima, trata-se aqui de uma solução fácil para um problema complicado: a falta de estacionamento. Que por sua vez se deve a um problema ainda mais complexo: a inutilidade dos nossos transportes públicos. Que por sua vez se prende com um problema assaz metafísico: a honra e glória que o português sente em deslocar-se pelos seus próprios meios, se possível em modelo de último grito; mesmo que tudo o mais não exista. Eis o ciclo vicioso. Porventura, nesta novela do Arco do Cego ainda existe um ponto polémico: como é possível afirmar que o espaço será verde, quando inserido no dito verde estará um silo automóvel, que, se ninguém souber o que isso é, esclareço que mais não é do que uma câmara de gás com ventilação natural; o que quer dizer que polui para fora em vez de só para dentro.
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30/09/2004
Continuando com o protesto de moradores
E não sei se por causa da fabulosa série "Six Feet Under", se por causa da crescente mortalidade que por cá existe, mas o certo é que o negócio das funerárias à americana floresce de dia para dia. Um negócio como outro qualquer e dele não vem nenhum mal ao mundo, salvo se o negócio nos entrar pelo bairro, rua e casa adentro. É o que a empresa Servilusa está em vias de fazer, ao querer adquirir as antigas instalações das Páginas Amarelas (junto à Av.Rodrigo da Cunha), para aí instalar uma central funerária, composta de 9 salas, e comportando actividades como cafetaria e salas de embalsamento e "maquillage". Dado o corropio junto à Igreja de Santa Joana, que dispõe de idêntico centro - mas que tem apenas 2 salas! - os moradores das Ruas Conde de Ficalho e Francisco Franco preparam-se para fazer barulho e com razão. Estão dispostos a tudo.
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Continuando pelos "Inglesinhos"
Hoje à noite, na Livraria Ler Devagar, as Obras no Convento em debate público. A mobilização das pessoas vale sempre a pena e muitas vezes aquilo que parece um facto consumado deixa de o ser, de um momento para o outro. Ficou a saber-se - por quem tutela o nosso património - que no projecto da Amorim Imobiliária, a igreja, os jardins e pátios e "as características fundamentais do edifício" se irão manter. De dia para dia dispomos de mais informação. Ainda bem.
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29/09/2004
Terminal Rodoviário de Sete-Rios
No dia 22 de Setembro, foi inaugurado o novo Terminal Rodoviário de Sete Rios.
A conversão destas instalações do Metro de Lisboa custou cerca de dois milhões de euros e estas são ainda provisórias, pois o terminal definitivo virá ainda a ser construído no mesmo local. Este equipamento irá servir uma média diária de sete mil pessoas, utentes da Rede Expressos, numa área de 22 mil metros quadrados.
Desde já, dois pontos muito positivos. Em primeiro lugar, esta é a localização certa para um terminal com estas características, situado entre uma estação do Metro, uma estação de Comboios, bem servido de autocarros da Carris, junto ao eixo Norte-Sul e com espaço suficiente para estacionamento. Em segundo lugar, o facto de libertar uma área considerável, no centro da cidade destinada à construção de espaços verdes é sempre uma medida de aplaudir.
Quer os utentes deste Terminal, quer os que nele trabalham, como os motoristas dos autocarros e os taxistas, estão satisfeitos com esta mudança, há muito desejada.
No entanto, existem ainda algumas coisas a corrigir como acessos para crianças, idosos ou deficientes motores, ou a adaptação da sinalização vertical luminosa ao novo volume de tráfego na zona envolvente, essencialmente no que concerne aos acessos dos autocarros ao terminal.
Esta medida vem facilitar em muito os autocarros que entram em Lisboa vindo de Sul, mas nem tanto os que vêm do Norte. Por isso é aconselhável que parte deste fluxo seja retido no Terminal da Gare do Oriente construído para o efeito, e igualmente bem servido de metro, comboios e autocarros da Carris.
Depois dos problemas com a localização na Avenida Casal Ribeiro e no Arco do Cego, finalmente, foi encontrada para o Terminal Rodoviário uma solução mais consensual.
PP
A conversão destas instalações do Metro de Lisboa custou cerca de dois milhões de euros e estas são ainda provisórias, pois o terminal definitivo virá ainda a ser construído no mesmo local. Este equipamento irá servir uma média diária de sete mil pessoas, utentes da Rede Expressos, numa área de 22 mil metros quadrados.
Desde já, dois pontos muito positivos. Em primeiro lugar, esta é a localização certa para um terminal com estas características, situado entre uma estação do Metro, uma estação de Comboios, bem servido de autocarros da Carris, junto ao eixo Norte-Sul e com espaço suficiente para estacionamento. Em segundo lugar, o facto de libertar uma área considerável, no centro da cidade destinada à construção de espaços verdes é sempre uma medida de aplaudir.
Quer os utentes deste Terminal, quer os que nele trabalham, como os motoristas dos autocarros e os taxistas, estão satisfeitos com esta mudança, há muito desejada.
No entanto, existem ainda algumas coisas a corrigir como acessos para crianças, idosos ou deficientes motores, ou a adaptação da sinalização vertical luminosa ao novo volume de tráfego na zona envolvente, essencialmente no que concerne aos acessos dos autocarros ao terminal.
Esta medida vem facilitar em muito os autocarros que entram em Lisboa vindo de Sul, mas nem tanto os que vêm do Norte. Por isso é aconselhável que parte deste fluxo seja retido no Terminal da Gare do Oriente construído para o efeito, e igualmente bem servido de metro, comboios e autocarros da Carris.
Depois dos problemas com a localização na Avenida Casal Ribeiro e no Arco do Cego, finalmente, foi encontrada para o Terminal Rodoviário uma solução mais consensual.
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