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12/02/2014

Junta de Alvalade promove apresentações sobre Zonas 30, para não repetir erros do Bairro das Estacas


In Público Online (12.2.2014)
Por Inês Boaventura


«A freguesia vai ter sete Zonas 30 nas quais, através de sobrelevação da via nas entradas e saídas dos bairros e nos locais onde há acidentes, se pretende alcançar uma acalmia do tráfego.

Numa coisa a Câmara de Lisboa e a Junta de Freguesia de Alvalade estão de acordo: não correu bem a criação de uma Zona 30 no Bairro das Estacas, cujas obras deviam ter ficado concluídas no início de Janeiro mas ainda estão em curso. Para garantir que o problema da falta de envolvimento dos moradores não se repete, a junta está a promover sessões de apresentação das restantes intervenções previstas para a freguesia.

Os trabalhos no espaço público do Bairro das Estacas, junto à Avenida de Roma, começaram em Outubro passado, sem que fosse dada qualquer informação à população sobre o seu objectivo ou data de conclusão. Só um mês depois de as obras terem arrancado é que passou a estar disponível no site da câmara uma nota explicando que se tratava de uma “empreitada de ‘moderação da circulação/Zona 30”.[...]

Nas últimas semanas, a junta tem promovido sessões de apresentação sobre as outras seis Zonas 30 que vão nascer em Alvalade. A última sessão acontece esta quarta-feira, às 18h, e refere-se ao Bairro de São Miguel. “Se vamos mexer no território onde as pessoas vivem devemos ouvi-las e debater”, justifica André Caldas, acrescentando que será essa a sua postura ao longo de todo o mandato, sempre que haja “intervenções no espaço público”.»

18/11/2013

Está a nascer uma Zona 30 em Alvalade mas os moradores de nada sabem


In Público Online (18.11.2013)
Por Inês Boaventura

«Os moradores da freguesia lisboeta de Alvalade foram surpreendidos, há algumas semanas, por uma série de enigmáticas obras no espaço público. Ruas parcialmente cortadas ao trânsito, um novo pavimento numa área que antes tinha calçada e uma artéria que passou a ter um só sentido em parte da sua extensão são algumas das alterações com as quais foram sendo confrontados, sem que lhes tenha sido dada qualquer informação sobre o que está afinal a ser feito.

No Bairro das Estacas, junto à Avenida de Roma, são vários os locais com obras em curso, mas não há em nenhum deles indicação quanto ao seu objectivo ou data de conclusão. Nos placards da Junta de Freguesia de Alvalade que existem nalgumas ruas também não há uma só linha sobre o assunto. O mesmo acontece na página da junta na Internet, que está aliás bastante desactualizada, não tendo sequer a composição do executivo saído das últimas eleições autárquicas.

No Facebook o assunto é tema de discussão. Isso acontece por exemplo no grupo “Avenida de Roma”, que reúne quase cinco mil pessoas que vivem ou viveram nesta zona da cidade ou que a frequentam. Nesse grupo já foram publicados dezenas de comentários e várias fotografias a propósito destes trabalhos na via pública, que ninguém sabe ao certo o que são. [...] »

...

Está e acho mto bem. Aliás, até devia ser 20. E toca de disciplinar o estacionamento caótico do lado do mercadinho...

24/04/2013

Obras para criar zona 30 no Bairro do Charquinho começam esta semana


In Público (24/4/2013)
Por Inês Boaventura

«São 31 os bairros onde a câmara quer limitar a velocidade de circulação a 30 km/h, “para que a rua volte a ser de todos”

As obras de transformação do Bairro do Charquinho, em Benfica, numa zona 30 começam esta semana e deverão estar concluídas dentro de três meses. Segundo a Câmara de Lisboa, Encarnação, São Miguel, Estacas, Carnide e Arco do Cego são os bairros que se seguem.

No caso do Bairro do Charquinho, junto à Estrada dos Arneiros, a intervenção inclui a “criação de uma zona partilhada, de coexistência entre peões e veículos, na Rua da Quinta do Charquinho, o que, conjugado com o reordenamento de circulação neste eixo principal, permitirá reduzir o tráfego de atravessamento do bairro e potenciar um aumento de espaço partilhado”. Está ainda previsto, adianta a autarquia, o “reordenamento do estacionamento”.

No folheto distribuído aos moradores explica-se que “para que a rua volte a ser de todos”, e não apenas dos automóveis, serão introduzidas mudanças como “a redução da faixa de rodagem, a introdução de árvoreres e mobiliário urbano, a sobreelevação das passadeiras de peões, a descontinuidade nos alinhamentos rectos e a diminuição dos raios de curvatura”.

Nas entradas e saídas do Charquinho haverá passadeiras sobreelevadas e mobiliário urbano indicando que esta é uma zona 30. “Reduzir a velocidade de circulação, a ocorrência e a gravidade de acidentes” e “diminuir o tráfego de atravessamento” são alguns dos objectivos anunciados. Com esta intervenção a Câmara de Lisboa pretende também “reduzir a poluição sonora e ambiental” e “melhorar a qualidade de vida dos moradores”.

A competência para executar as medidas de acalmia de tráfego neste bairro foi delegada na Junta de Freguesia de Benfica. Segundo esta entidade, a empreitada foi adjudicada à empresa Obragoito Construções e Obras Públicas, na sequência de um concurso público. Está em causa um investimento de 240.800,01 euros, com um prazo de execução de 90 dias.

Um dos próximos bairros a entrar em obra poderá ser o das Estacas, em Alvalade. Segundo informações divulgadas pelo vereador da Mobilidade, Nunes da Silva, num congresso realizado este mês, neste caso a intervenção passará “pela marcação de entradas e saídas, mudanças de sentido e reordenamento do estacionamento” e pela “criação de uma pequena zona mista junto à entrada da escola primária no centro do bairro”.

“Numa primeira fase”, disse o vereador na comunicação que assinou com a sua assessora Renata Lajas, “o objectivo principal será dificultar o tráfego de atravessamento, o reordenamento do estacionamento na totalidade do bairro e a acalmia de tráfego nas imediações da escola primária”, localizada na Rua de Teixeira de Pascoaes.

O Bairro Azul foi, em 2009, a primeira experiência de zona 30 em Lisboa. Mas aí, sublinhou Nunes da Silva no Congresso Rodoviário Português, só foram concretizadas duas das quatro fases de intervenção programadas (prevendo-se para breve a concretização da terceira). Apesar disso, o vereador considera que a iniciativa teve “um efeito muito importante na cidade”, porque “permitiu divulgar o conceito de zona 30, avaliar os problemas inerentes à sua implementação e preparar a transformação prevista para os restantes trinta bairros de Lisboa”.

Já foram concluídos os estudos para a criação de zonas 30 em 19 bairros, estando previsto que o mesmo seja feito noutros 12. Nunes da Silva frisa que estas intervenções têm “orçamentos relativamente reduzidos”, de “cerca de 100 mil a 200 mil euros por bairro”.»

15/02/2013

Lisboa instaura limite de 30 km/hora em seis bairros


In Sol Online/LUSA (14/2/2013)

«Seis bairros lisboetas vão passar a ter, até final de Março, limite de velocidade automóvel de 30 quilómetros/hora, no âmbito de um projecto da câmara municipal para os tornar mais seguros aos peões.

“Este projecto foi aprovado no Plano Director Municipal (PDM) e abrange 30 bairros. Vamos começar por estes seis: Carnide, Arco Cego, Estacas, S. Miguel, Charquinho e Encarnação”, disse hoje o vereador da Mobilidade, Nunes da Silva, à agência Lusa.

Afirmando que dados da Autoridade Nacional da Segurança Rodoviária (ANSR) “indicam que a sinistralidade tem vindo a descer no país, mas não tem tido a mesma redução nas zonas urbanas”, o vereador frisou que em Lisboa a maioria das vítimas em acidentes com automóveis são peões, em particular, nessas zonas habitacionais.

Numa tentativa de reduzir esses acidentes, a Câmara de Lisboa vai iniciar algumas obras naqueles bairros para instalação de passadeiras sobre-elevadas, pistas antiderrapantes junto a equipamentos escolares e sinalização adequada de forma a reduzir a velocidade dos actuais 50 quilómetros/hora para 30 quilómetros/hora.

No PDM está previsto que as “zonas 30” sejam implementadas em zonas residenciais, com elevada actividade comercial, na proximidade de equipamentos escolares ou de vias cicláveis.

Além de se reduzir os acidentes, pretende-se também proteger os bairros do tráfego de atravessamento indesejado, reduzir a poluição ambiental e o ruído provocado pelos veículos e assegurar a segurança rodoviária para todos os utilizadores, especialmente peões e ciclistas.

Nunes da Silva frisou que serão distribuídos panfletos pelos bairros em causa para informar os residentes da estatística dos acidentes nos locais, das obras que serão feitas e da alteração da velocidade.

A Câmara de Lisboa iniciou este projecto “zona 30” em 2009 mas nessa altura visou apenas o Bairro Azul.»

07/01/2013

Comentários às propostas de intervenção ZONA 30

Resposta do Vereador Nunes da Silva:

«Caros Membros do Fórum Cidadania Lx

Agradeço a vossa mensagem e sugestões, mesmo que não concorde com algumas delas, como passarei a explicar. De qualquer modo é com satisfação que registo o vosso apoio a esta iniciativa da CML através do seu pelouro da Mobilidade.

O custo das intervenções programadas para 16 bairros da cidade, a que se seguirão outras 13 em estudo, tiveram que sujeitar-se a alguns condicionamentos financeiros, sob pena de, face à situação de restrição que se vive na CML e no país, não ser possível abranger um tão grande número de bairros, tal como nos comprometemos no nosso programa eleitoral.

Dois dos cortes que tiveram de ser feitos prendem-se com a plantação de árvores e construção de novos espaços ajardinados – que depende de outro pelouro da CML, o qual alegou não ter capacidade financeira disponível para o realizar – e com o facto de reduzir ao mínimo indispensável o reperfilamento das ruas, dado que esse tipo de intervenção tem consequências no sistema de drenagem de águas pluviais, o que encarece substancialmente qualquer intervenção.

Assim, as intervenções nos passeios resumir-se-ão, normalmente, a assegurar a continuidade dos passeios nas entradas dos bairros ou junto a equipamentos colectivos neles existentes.

Desse modo, não se colocará o problema do raio de inserção do arruamento no bairro, dado que o acesso a este se fará por cima do passeio.

A concordância do passeio com o arruamento propriamente dito é sempre feita depois em ângulo recto.

No interior do bairro, sempre que o comprimento dos alinhamentos rectos o justifiquem ou na proximidade dos referidos equipamentos colectivos existentes, será criada uma passagem de peões sobreelevada, por forma a reduzir a velocidade de circulação, para além de se adoptar um pavimento antiderrapante e colorido nestes últimos casos, tal como hoje já acontece na aproximação a inúmeras escolas da cidade.

Quanto à “arte pública”, temos a referir o seguinte.

O que irá ser colocado nas entradas de cada bairro são os “totens” apresentados na exposição.

Essa sinalização é essencial porque a maioria dos automobilistas presta pouca atenção à sinalização de tráfego habitual. Trata-se por isso de mais uma chamada de atenção que, não substituindo a sinalização do Código da Estrada (que é obrigatório colocar), assinala com mais força que se está a entrar numa zona onde o automóvel deve circular com cuidado e onde a prioridade é do peão. É um sistema adoptado em muitos outros países, que nos parece plenamente justificável.

Quanto às outras peças de mobiliário urbano, elas só terão lugar em espaços onde seja possível desenvolver actividades de recreio e lazer por parte de crianças ou como apoio ao descanso de adultos (os “bancos”).

A preocupação foi aqui de distinguir este tipo de intervenção com uma marca identificadora das zonas 30, com o recurso a uma produção em séria de custo reduzido e com garantia de robustez e durabilidade, pois como todos sabemos, as dificuldades em assegurar uma manutenção eficiente são uma pecha da nossa administração.

Em relação à “má” qualidade estética e ao “gosto duvidoso” com que qualificam as peças propostas. Não estou de acordo com essa apreciação, embora aceite que, como é óbvio, possa haver opiniões diferentes nesta matéria.

No entanto, gostaria de os informar que as mesmas foram produzidas por um designer da CML (Rui Pereira) que tem curricula reconhecido internacionalmente e obteve recentemente um prémio pela sua actividade profissional, de que é registo um livro publicado há cerca de dois meses com a sua produção.

Com os melhores cumprimentos.
Fernando Nunes da Silva» ...

Exmo. Sr. Presidente da CML
Dr. António Costa,
Exmo. Sr. Vereador da Mobilidade
Eng. Fernando Nunes da Silva


Serve o presente para nos congratularmos com a iniciativa de V.Exas. em levarem por diante a implementação das chamadas "Zonas 30" (http://www.cm-lisboa.pt/viver/mobilidade/zonas-30), designadamente nos bairros residenciais da cidade; e por esta via icentivarmos a CML a prosseguir nessa demanda, custe o que custar.

Propomos, desde já, que para além da introdução das medidas correctivas já pensadas, como a colocação de lombas dissuasoras no asfalto, por ex., também seja feito:

- O reperfilamento atento dos passeios, de modo a que nas esquinas dos arruamentos - desde que nessas artérias não circulem veículos pesados para cargas e descargas - o ângulo seja de 90º. Esta medida será, a nosso ver, fortemente dissuasora de eventuais abusos ao limite de velocidade, e reforçará em muito a segurança dos peões;
- O alargamento dos passeios nas esquinas, de modo a limitar claramente o espaço para estacionamento em fila, dar maior visibilidade aos peões nos cruzamentos e reduzir a distância a percorrer no alcatrão pelos peões (exemplo correcto: http://goo.gl/maps/sQ342 exemplo errado: http://goo.gl/maps/8ecdO)

Contudo, não podemos deixar de criticar o que nos foi dado ver em exposição a decorrer acerca deste assunto e que, a nosso ver, será um embelezamento dispensável: a colocação de esculturas à entrada de cada "Zona 30", a fim de com elas se marcarem as "portas de entrada" (por que não uma "marcação" com... árvores, à semelhança da foto de Munique?)

Será realmente necessário colocarem-se esculturas à entrada das "Zonas 30"?

É que, a avaliar pelo estado da arte pública em Lisboa (a oficial, a cargo da CML, e a "oferecida" à cidade pelos mais variados cidadãos e organizações e que se vai acumulando um pouco por todo o lado de forma tantas vezes incoerente); cronicamente vandalizada com graffiti, sem manutenção regular e à espera de restauro, continuamos a não alcançar as razões pelas quais a CML pretende instalar esculturas à entrada das "Zonas 30".

Para além disso, as "obras de arte" propostas (a acreditar no que é dado a ver na exposição/discussão pública organizada pela CML - http://www.cm-lisboa.pt/eventos-agenda/detalhe/article/exposicao-zona-30-mobilidade-acontece) são de mau gosto e qualidade duvidosa, não nos parecendo serem capazes de se integrar na estética arquitectónica ou no ambiente urbano geral dos bairros onde as querem implementar. Terão, ainda, certamente, um custo de produção associado e outro tanto no que respeita à sua manutenção futura (e que a autarquia não consegue cumprir na outra arte pública...).

Solicitamos, por isso, que a CML abandone a ideia de colocar estas (ou outras) esculturas à entrada das "Zonas 30". Bastará a sinalização vertical para as mesmas sejam avistadas por todos.

Na expectativa, subscrevemo-nos com os melhores cumprimentos

Paulo Ferrero, Fernando Jorge, Bernardo Ferreira de Carvalho, Pedro Gomes, José Filipe Toga Soares, Júlio Amorim, Miguel Atanásio Carvalho, Carlos Leite de Sousa, Paulo Lopes, Gonçalo Maggessi

26/02/2011

Câmara de Lisboa estuda criação de 26 zonas de circulação limitada

A Câmara de Lisboa está a estudar a criação de 26 "zonas de acalmia de tráfego e controlo de velocidade" na cidade. As primeiras a sair do papel deverão ser as dos bairros do Arco do Cego (freguesia de São João de Deus) e de São Miguel (Alvalade), que o vereador da Mobilidade acredita que serão uma realidade já este ano.

Segundo Nunes da Silva, no caso do Arco do Cego o projecto de execução está concluído e o concurso público para a obra será lançado em breve, esperando-se que os trabalhos arranquem dentro de quatro meses. A Junta de Freguesia de São João de Deus já se mostrou favorável a esta medida, que deverá custar um milhão de euros.

Quanto ao bairro de São Miguel, o vereador da Mobilidade admite que o processo está mais atrasado, por falta de acordo com a Junta de Freguesia de Alvalade. Ainda assim, Nunes da Silva mantém a expectativa de que também esta intervenção comece este ano. O autarca revelou esta semana que o bairro da Encarnação deverá ser convertido numa Zona 30, com a adopção de medidas de acalmia de tráfego e de controlo de velocidade. Um projecto pensado para combater, diz Nunes da Silva, dois problemas verificados nesta área da cidade: o estacionamento "caótico" e as dificuldades de acessibilidade, "em particular às zonas comerciais e de equipamentos".

Com esta medida a autarquia quer evitar que a chegada do metro ao aeroporto signifique que a Encarnação seja "invadida" por automobilistas que ali deixem o carro para apanhar transportes públicos. O prolongamento da Linha Vermelha tem abertura prevista para o quarto trimestre deste ano e inclui estações em Moscavide, Encarnação e Aeroporto. I.B.

In Público

15/09/2010

EMEL revê posicionamento para conquistar a amizade dos lisboetas

In Público (15/9/2010)
Por Inês Boaventura

«Antes de lançar um tarifário que vai ser "uma pequena revolução", a empresa que gere o estacionamento tenta conseguir uma imagem menos negativa

Bairros de São Miguel e Arco do Cego vão ser Zonas 30

A Empresa Municipal de Estacionamento de Lisboa (EMEL) quer ser sua amiga. Para quem já foi multado, uma amizade destas pode estar fora de questão, mas isso não desanima opresidente do conselho de administração da empresa, que, em breve, deverá mudar de designação e alargar a sua actividade a outras áreas.

António Júlio de Almeida quer que a EMEL crie "uma relação de empatia e de algum afecto com as pessoas". "Não quero dizer que é um objectivo impossível", diz o gestor, admitindo que não é fácil aquilo que se propõe. Mas o primeiro passo para o reposicionamento da empresa e mudança de imagem foi dado ontem, numa acção que apanhou de surpresa quem estacionou nos lugares tarifados da Rua Mouzinho da Silveira e da Avenida da Liberdade.

Durante algumas horas, quem parou o seu carro junto ao Teatro Tivoli e se dirigiu ao parquímetro foi surpreendido por uma ruidosa banda, meia dúzia de cheerleaders em trajes diminutos, figurantes a agitar bandeiras e um conhecido actor que lhes gritava "parabéns!" aos ouvidos com um megafone. Um inusitado grupo que se aproximava de rompante, quando os automobilistas desprevenidos estavam mais do que concentrados a pagar o estacionamento.

Em pouco mais de uma hora, as reacções foram variadas. Houve quem mandasse um salto tal que parecia ter apanhado o maior susto da sua vida; quem levasse as mãos à cabeça e não soubesse como reagir; e quem virasse as costas a esta campanha de marketing, acompanhada de câmaras de filmar, e se dirigisse em passo acelerado para a viatura que acabara de estacionar.

Ricardo Castro, o animador de serviço, garante que a resposta dos apanhados "tem sido boa", tendo até havido quem dançasse ao som da fanfarra e desatasse a distribuir beijos. "Queremos passar a mensagem de que estamos a prestar um serviço público de interesse para a cidade", disse António Júlio de Almeida, explicando que aquilo que ontem se procurou fazer foi "felicitar quem paga" e assim contribui para tornar a cidade "menos caótica".

A iniciativa também não passou despercebida a quem passou na Avenida da Liberdade ao início da tarde de ontem, havendo quem parasse para tirar fotografias e quem resolvesse sentar-se num dos bancopara desfrutar simplesmente da música e da animada acção de rua.

O presidente da EMEL, que em breve passará a designar-se Empresa de Mobilidade e Estacionamento de Lisboa, espera ainda contar com aquela que acredita ser "uma pequena revolução": a alteração tarifária que deverá arrancar em 2011 e que prevê preços de estacionamento diferentes consoante as zonas. "Não conduz a um agravamento geral das tarifas, mas é sempre polémico", reconhece o responsável. Num futuro próximo a actividade da empresa passará pelo domínio da mobilidade eléctrica, admitiu António Júlio de Almeida, com a criação de um sistema de car sharing de veículos eléctricos.»

14/09/2010

Baixa vs. Bruxelas


Ao que parece, a Baixa vai ser zona para transitar de automóvel a 40 km/h. Mas era para ser 30 km/h, se bem me lembro. Aliás, o que faz sentido é ser a 30 km/h, mesmo que todos saibamos de antemão que isto não passa de uma medida simbólica pois o português nada costuma cumprir. Mas, seja como for, devia ser 30 km/h.

Até pelo simples facto da Baixa, com os seus escassos 0,25 km2, ser uma zona claramente receptiva a este limite. Basta pensarmos em Bruxelas, por exemplo, que numa decisão surpreendente (ou nem por isso) acabou de anunciar que passará a ter todo o centro da cidade como zona de 30 km/h; Bruxelas que tem 4,6 km2 de área...

Aqui ficam dois links elucidativos da distância de anos-luz que medeia entre Lisboa e a outra Europa:

* http://www.streetfilms.org/copenhagens-car-free-streets-and-slow-speed-zones/

* http://www.eltis.org/show_news.phtml?mx_trk=1&mx_id=0178951584859012281699411&newsid=1985&mainID=461&Id=1

08/03/2010

Bairro Azul pede revitalização depois da acalmia de trânsito

In Jornal de Notícias (8/3/2010)
Telma Roque

«Moradores querem reforçar a identidade do espaço da cidade art déco e modernista

A redução do número de faixas de rodagem, de atravessamento e da velocidade dos automóveis devolveu alguma tranquilidade aos moradores do Bairro Azul, em Lisboa. Falta cuidar do espaço público e reforçar a identidade do conjunto arquitectónico.

Com menos ruído e menos poluição nas ruas, desde o final do Verão passado, os moradores já vão abrindo as janelas sem medo do bulício infernal dos automóveis. O Bairro Azul foi o primeiro a tornar-se numa "Zona 30", para acalmar o trânsito e dar prioridade aos peões.

"Não há dúvida de que o bairro está mais calmo e parece agora mais charmoso", refere Luís Fonseca, um dos moradores. É na rua Ramalho Ortigão que as mudanças são mais visíveis. Os automóveis dispõem apenas de uma faixa de rodagem em cada sentido, o que permitiu alargar passeios e criar mais estacionamento.

Em outras artérias, há passadeiras sobrelevadas, que "convidam" os automobilistas à precaução, e reduziu-se o trânsito de atravessamento. Mas, até 2012, haverá mais alterações no desenho urbano do Bairro Azul, entre as quais a requalificação do espaço público junto à mesquita e uma ligação directa da Avenida José Malhoa à Praça de Espanha.

Passeios novos e esburacados

Maria Helena Lopes reside há quase 50 anos no Bairro Azul. Apesar de ter mais espaço de circulação nos passeios, critica o facto de mal ter tido tempo para deles usufruir. É que, depois de a Câmara ter colocado os passeios, veio a EPAL e esburacou-os, para instalar nova canalização. E se é verdade que os carros só têm uma faixa em cada sentido, "em algumas horas do dia há filas", afirma.

"Ainda há muito por fazer. Este não é um processo fechado", sublinha, por sua vez, Ana Alves Sousa, da Comissão de Moradores do Bairro Azul, acrescentando que é preciso avançar com outras acções que devolvam ao bairro a sua unidade, tanto mais que está classificado como Conjunto Urbano de Interesse Municipal.

"É preciso libertar a Avenida José Malhoa do trânsito de atravessamento, criar pavimentos diferenciados para acalmar o tráfego, criar mais estacionamento para os moradores, plantar mais árvores, criar esplanadas e uniformizar os candeeiros, uma vez que existem oito modelos diferentes no bairro", diz Ana Alves Sousa.

A responsável, para quem "falta cuidar do espaço público e reforçar a identidade do bairro", acrescenta que os comerciantes terão que ser envolvidos. "Não pode ser apenas um ponto de passagem, mas de interesse, onde apeteça estar e fazer compras".

A comissão de moradores entende que o carácter "déco/modernista" do bairro deve ser sublinhado. É este o conceito que deverá estar presente num futuro projecto de requalificação e revitalização. O comércio também o deverá reflectir, com espaços atraentes e de qualidade, lojas gourmet, ateliês, antiquários e esplanadas.»

20/09/2009

Automóveis perdem terreno no Bairro Azul

Mais árvores, passadeiras bem identificadas, passeios mais largos e apenas uma faixa de rodagem em cada sentido na Rua Ramalho Ortigão marcam a nova imagem de uma das principais artérias do Bairro Azul, em Lisboa.

"Parecia que estávamos perto de uma auto-estrada. Era muito difícil atravessar e os carros circulavam a uma velocidade impressionante. Espero que a situação se altere, já que havia muitos atropelamentos", sublinhou Ana Luísa Bolsa, da Comissão de Moradores do Bairro Azul, junto à Rua Ramalho Ortigão, onde já começaram as obras para criar a primeira das cinco "Zonas 30" que a Câmara pretende colocar em marcha, destinadas a "acalmar" o tráfego e dar mais espaço e segurança aos peões, mas que integram também a valorização do espaço público.

No Bairro Azul, essencialmente residencial, o projecto não podia ter melhor acolhimento. Há anos que os moradores clamavam por medidas que acabassem com o intenso tráfego de atravessamento criado pela proximidade do El Corte Inglés, Universidade Nova ou Mesquita.

No Bairro Azul, as medidas de acalmia de tráfego estendem-se até 2012. Para a semana, serão cridas passadeiras sobrelevadas em mais duas ruas. A requalificação do espaço público junto à Rua Marquês da Fronteira, pelo do Metropolitano de Lisboa, poderá arrancar ainda este ano.

Nos próximos dois, será criado um desenho urbano de acalmia de trânsito na Rua Ressano Garcia e uma ligação directa da Avenida José Malhoa à Praça de Espanha, bem como um espaço público franco em frente à Mesquita.

Os bairros do Alvito, da Madre Deus, Boavista e de São Miguel, também vão ter "Zonas 30" para criar uma coabitação mais harmoniosa entre peões, bicicletas e automóveis nos arruamentos interiores dos bairros.

Sem referir datas, António Costa, presidente da Câmara de Lisboa, prometeu para breve o início das intervenções nestes bairros, referindo que as alterações no Bairro Azul estão a servir para "testar a metodologia". Não descarta ainda a hipótese de levar o projecto a outras áreas da cidade. A Associação de Cidadãos Auto-Mobilizados já veio defender que as "Zonas 30" deveriam chegar às Avenidas Novas.

In JN

15/01/2009

Auto-Mobilizados pretende ruas com trânsito mais lento

As artérias da capital com grande concentração de comércio e serviços também deveriam integrar as chamadas "Zonas 30", para onde se prevêem medidas de acalmia de tráfego, defende a Associação de Cidadãos Auto-Mobilizados.

"Acho que se poderia ter feito um esforço para ir mais além e não restringir as medidas aos bairros residenciais. Há zonas mistas que têm muitos peões, por terem, não só habitação, mas também muito comércio e serviços", avançou ontem ao JN Manuel João Ramos, da Associação de Cidadãos Auto-Mobilizados (ACA-M).

O responsável dá como exemplo as Avenidas Novas, que "são planas, mistas e têm todo o potencial para alterações profundas ao nível do sistema de mobilidade". Na sua óptica, são zonas de grande afluxo de peões e, por essa razão, de elevado risco em termos de sinistralidade. Acresce o facto "de serem aqui, muitas vezes, excedidos os limites máximos de velocidade permitidos por lei".

Bairro do Alvito, Bairro Azul e da Madre Deus, Boavista e Bairro de São Miguel, foram os aglomerados residenciais escolhidos para colocar em marcha o projecto das "Zonas 30", apresentado formalmente no ano passado, durante a Semana Europeia da Mobilidade e que deverá ser uma realidade ainda no decorrer deste ano.

Sinaléctica vertical ou no próprio piso, à entrada dos bairros, a dar conta das restrições de velocidade, bandas de reverberação, passadeiras sobrelevadas, alargamento de passeios e diferenciação de pavimentos (diferentes cores e materiais) estão entre as medidas de acalmia de tráfego que a Câmara de Lisboa está a estudar para estes locais, avançou ontem ao JN fonte da autarquia.

O objectivo, segundo o município, é criar uma coabitação mais harmoniosa entre peões, bicicletas e automóveis nos arruamentos interiores dos bairros. A medida tem ainda vantagens ambientais, uma vez que, ao dotar estas áreas de uma maior vivência pedonal, reduz-se o volume de tráfego e a poluição do ar.

No Bairro Azul, o projecto não podia ter sido mais bem acolhido. Segundo Ana Alves de Sousa, da comissão de moradores, há cinco anos que os residentes reivindicam uma solução do género, particularmente na Rua Ramalho Ortigão, com a diminuição das faixas de rodagem, alargamento dos passeios e plantação de árvores, passadeiras bem identificadas e velocidade máxima de 30.

O Automóvel Clube de Portugal (ACP), que faz parte da Comissão de Avaliação do Sistema de Controlo de Velocidade e Vigilância de Tráfego de Lisboa, não conhece ainda o projecto das "Zonas 30". Instado pelo JN a comentar a criação destas zonas, o ACP referiu que nunca debateu a questão com a Câmara, desconhecendo quais são as ruas abrangidas e as soluções técnicas a adoptar.

(...)

In JN