Por Inês Boaventura
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A ver se é desta...
Um blogue do Movimento Fórum Cidadania Lisboa, que se destina a aplaudir, apupar, acusar, propor e dissertar sobre tudo quanto se passe de bom e de mau na nossa capital, tendo como única preocupação uma Lisboa pelos lisboetas e para os lisboetas. Prometemos não gastar um cêntimo do erário público em campanhas, nem dizer mal por dizer. Lisboa tem mais uma voz. Junte-se a nós!
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A ver se é desta...
In O Corvo (28.10.2013)
Texto: Fernanda Ribeiro Fotografia: David Clifford
In Público (24/4/2013)
Por Inês Boaventura
«São 31 os bairros onde a câmara quer limitar a velocidade de circulação a 30 km/h, “para que a rua volte a ser de todos”
As obras de transformação do Bairro do Charquinho, em Benfica, numa zona 30 começam esta semana e deverão estar concluídas dentro de três meses. Segundo a Câmara de Lisboa, Encarnação, São Miguel, Estacas, Carnide e Arco do Cego são os bairros que se seguem.
No caso do Bairro do Charquinho, junto à Estrada dos Arneiros, a intervenção inclui a “criação de uma zona partilhada, de coexistência entre peões e veículos, na Rua da Quinta do Charquinho, o que, conjugado com o reordenamento de circulação neste eixo principal, permitirá reduzir o tráfego de atravessamento do bairro e potenciar um aumento de espaço partilhado”. Está ainda previsto, adianta a autarquia, o “reordenamento do estacionamento”.
No folheto distribuído aos moradores explica-se que “para que a rua volte a ser de todos”, e não apenas dos automóveis, serão introduzidas mudanças como “a redução da faixa de rodagem, a introdução de árvoreres e mobiliário urbano, a sobreelevação das passadeiras de peões, a descontinuidade nos alinhamentos rectos e a diminuição dos raios de curvatura”.
Nas entradas e saídas do Charquinho haverá passadeiras sobreelevadas e mobiliário urbano indicando que esta é uma zona 30. “Reduzir a velocidade de circulação, a ocorrência e a gravidade de acidentes” e “diminuir o tráfego de atravessamento” são alguns dos objectivos anunciados. Com esta intervenção a Câmara de Lisboa pretende também “reduzir a poluição sonora e ambiental” e “melhorar a qualidade de vida dos moradores”.
A competência para executar as medidas de acalmia de tráfego neste bairro foi delegada na Junta de Freguesia de Benfica. Segundo esta entidade, a empreitada foi adjudicada à empresa Obragoito Construções e Obras Públicas, na sequência de um concurso público. Está em causa um investimento de 240.800,01 euros, com um prazo de execução de 90 dias.
Um dos próximos bairros a entrar em obra poderá ser o das Estacas, em Alvalade. Segundo informações divulgadas pelo vereador da Mobilidade, Nunes da Silva, num congresso realizado este mês, neste caso a intervenção passará “pela marcação de entradas e saídas, mudanças de sentido e reordenamento do estacionamento” e pela “criação de uma pequena zona mista junto à entrada da escola primária no centro do bairro”.
“Numa primeira fase”, disse o vereador na comunicação que assinou com a sua assessora Renata Lajas, “o objectivo principal será dificultar o tráfego de atravessamento, o reordenamento do estacionamento na totalidade do bairro e a acalmia de tráfego nas imediações da escola primária”, localizada na Rua de Teixeira de Pascoaes.
O Bairro Azul foi, em 2009, a primeira experiência de zona 30 em Lisboa. Mas aí, sublinhou Nunes da Silva no Congresso Rodoviário Português, só foram concretizadas duas das quatro fases de intervenção programadas (prevendo-se para breve a concretização da terceira). Apesar disso, o vereador considera que a iniciativa teve “um efeito muito importante na cidade”, porque “permitiu divulgar o conceito de zona 30, avaliar os problemas inerentes à sua implementação e preparar a transformação prevista para os restantes trinta bairros de Lisboa”.
Já foram concluídos os estudos para a criação de zonas 30 em 19 bairros, estando previsto que o mesmo seja feito noutros 12. Nunes da Silva frisa que estas intervenções têm “orçamentos relativamente reduzidos”, de “cerca de 100 mil a 200 mil euros por bairro”.»
In Site da CML
«Até 30 de julho decorre o período de consulta pública sobre o "Novo Conceito de Circulação para o eixo da Avenida da Liberdade/Marquês de Pombal" (a implementar com caráter experimental), por forma a recolher sugestões à proposta aprovada em 23 de maio. Contribua com a sua opinião e sugestões através do email: avenida.liberdade@cm-lisboa.pt.
Durante o período experimental, será testada uma nova forma de circulação, através da criação de duas rotundas concêntricas, uma para as vias principais e outra para as secundárias.
Esta alteração pretende a criação de mais espaço para os peões, melhor qualidade do ar, menos trânsito, menos ruído, maior fluidez e mais segurança na circulação automóvel.
Saiba todos os pormenores aqui.»
«Exmos. Senhores,
Verifico com preocupação que estão em vias de fazer alterações na Avenida da Liberdade no sentido de reduzir os índices de poluição na zona.
Desta vez a proposta é alargamento dos passeios e alterações de circulação.
De facto, trabalhei muito perto da Avenida da Liberdade durante muitos anos e passo lá muito frequentemente e acho que a dimensão dos passeios é mais que razoável.
Acresce que todas as alterações de passeios na baixa de Lisboa, têm resultado em substituição da calçada portuguesa por feias placas de mármore rapidamente encardido (veja-se Terreiro do Paço e Rossio). Se há característica bonita da nossa cidade é a calçada portuguesa!!!
O pouco que viajei na Europa deu para verificar que a bicicleta é um meio muito utilizado. Aqui, desde que dessem condições de circulação seguras, não duvido que também seria, tanto mais que os passes estão caríssimos.
Muitas vezes, enquanto esperava pelo autocarro na Avenida, à noite, via passar ciclistas no passeio, porque a circulação na Avenida não era segura.
Proponho portanto que, sem nenhuma alteração nos passeios actuais:
-Se criem ciclovias na Av. da Liberdade, devidamente delimitadas de forma a não ser possível a sua utilização por nenhum carro.
-Se mantenham os sentidos do trânsito na Avenida.
-Se criem condições mais seguras para a circulação de cegos nessa zona (muito perto da Avenida existe uma associação de cegos).
-Se criem zonas seguras de estacionamento das bicicletas, com as barras próprias para as poder segurar.
Com os melhores cumprimentos
Elsa Maria de Almeida Figueiredo»
Exmo. Senhor Presidente
Dr. António Costa,
Serve o presente para aplaudirmos as medidas de alteração à circulação automóvel que a CML tem vindo a anunciar para o troço Marquês de Pombal- Baixa (conforme imagem em anexo, difundida pela imprensa, ex. http://expresso.sapo.pt/lisboa-duas-rotundas-no-marques-e-menos-faixas-na-avenida=f727250#ixzz1vUyKIUxg ), e que se prepara para aprovar em Reunião de amanhã, dia 23 de Maio.
Com efeito, é com bastante agrado que, finalmente, assistimos à CML a implementar um conjunto de medidas que vão de encontro ao que vimos preconizando desde há pelo menos 6 anos, como intervenção indispensável à melhoria da qualidade de vida na zona da Avenida da Liberdade à Baixa (conforme consta, por exemplo, em http://cidadanialx.tripod.com/avenida.html).
É nossa convicção que só com fortes medidas restritivas a montante do problema se poderão atenuar os níveis de poluição atmosférica e sonora que subsistem não só ao longo da Avenida mas também na Baixa, resultantes, cremos, da excessiva sobrecarga de trânsito de atravessamento. Julgamos, por isso, que este anúncio, em conjunto com a Zona de Emissões Reduzidas no eixo Marquês de Pombal-Terreiro do Paço consubstancia o que nos parece ser uma boa opção da CML.
Há contudo que apostar forte no uso do transporte público e para isso a CML tem que articular esta intervenção com a Carris, caso contrário tememos pelo pior, i.e., uma nova "Rua do Arsenal"... Há que oferecer mais e melhor espaço público aos cidadãos; com menos poluição, menos ruído e menos sinistralidade. Mais, gostaríamos que as medidas fossem ainda mais restritivas, nomeadamente nas faixas laterais da Avenida da Liberdade.
Tal como, senhor Presidente, será indispensável que a CML intervenha, com o mesmo espírito e a breve trecho, em duas outras situações que consideramos insustentáveis: a Rua de São Bento e, obviamente, o troço compreendido entre a Rua de São Pedro de Alcântara e o Largo Camões, verdadeira chaga "urbano-depressiva" e que foi objecto do nosso contributo a edição anterior do Orçamento Participativo (ver http://cidadanialx.blogspot.pt/2010/10/orcparticipativo2011vote-na-proposta-n.html), aproveitando, aliás, o projecto de reabilitação do espaço público ao Cais do Sodré, e apostando aí na reabertura, que se exige, do E-24.
Com os melhores cumprimentos.
João Mineiro, Miguel Atanásio Carvalho, Fernando Jorge, Paulo Ferrero, António Araújo, Pedro Gomes, João Oliveira Leonardo e Bernardo Ferreira de Carvalho