In Público (3/6/2007)
Inês Boaventura
«A mostra, no âmbito da Trienal de Arquitectura de Lisboa, reúne projectos de iniciativa pública a desenvolver nos próximos dez anos
Mostrar como serão as áreas metropolitanas no século XXI, "enquanto espaços de oportunidades, inovação, sedução e renovação da paisagem dos centros urbanos e das periferias difusas" é o desafio da exposição ontem inaugurada na Cordoaria Nacional, no âmbito da Trienal de Arquitectura de Lisboa, que elegeu como tema os vazios urbanos.
O objectivo da exposição, que pode ser visitada até dia 29 de Julho, é apresentar obras e projectos que os municípios e entidades com responsabilidade na gestão do território desenvolveram, ou estão a desenvolver, em espaços expectantes nas áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto. Na mostra foram incluídos outros quatro municípios que a organização, a cargo da Ordem dos Arquitectos, considerou representativos pelas suas intervenções qualificadas: Ourém, Portalegre, Guimarães e Resende.
O reordenamento e consolidação do terminal de contentores de Alcântara, em Lisboa, a regeneração da frente ribeirinha da Rua Miguel Pais, no Barreiro, o Centro de Interpretação Ambiental da Ponta do Sal, em Cascais, a requalificação do núcleo antigo de Sesimbra, o Centro Cultural e Social do Bom Sucesso, em Vila Franca de Xira, o Troiaresort, em Grândola, o Parque Linear, em Ourém, e a requalificação do Espaço Robinson, em Portalegre, são apenas alguns dos projectos que podem ser vistos na Cordoaria Nacional. Na Área Metropolitana do Porto (AMP) estão representados projectos da Administração do Porto do Douro e Leixões, da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte e de dez municípios.
Como explicou um dos comissários da AMPXXI, numa área de cerca de 3000 metros quadrados vão estar expostos "os projectos de iniciativa pública, de quem gere o território" que diferentes entidades "pretendem realizar no tempo de dez anos" ou que já concretizaram "nos últimos dois a três anos". No fundo, segundo Nuno Sampaio, quem visitar a Cordoaria Nacional (por 3,5 euros) vai ficar a conhecer "o que vai nascer nas áreas metropolitanas do século XXI", essencialmente ao nível do "espaço público e equipamentos públicos".
O arquitecto garante que se trata de uma mostra "muito virada para as pessoas que não são técnicos", o que explica a profusão de fotografias, maquetes, desenhos e imagens para apresentar aos visitantes os cerca de cem projectos seleccionados pelos comissários. No sentido de proporcionar uma "visão global do território", optou-se por criar um contínuo entre as áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto que, como sublinha Nuno Sampaio, representam "dois terços da população" de Portugal.
O objectivo, acrescenta o comissário da AMLXXI, que reúne as propostas da Área Metropolitana de Lisboa, é destacar "a identidade metropolitana" dos diferentes lugares, e "não os nichos que cada câmara está a fazer". Até porque, constata Diogo Burnay, "o crescimento desordenado e desenfreado" das cidades é o problema comum para o qual as diferentes autarquias e outras entidades públicas têm procurado encontrar uma resposta.
Também na Cordoaria Nacional pode ser visto um núcleo expositivo que apresenta "projectos e instalações" de vários promotores "de referência", como classifica a organização, e um outro núcleo consagrado ao tema da exposição das cidades, onde se procura fornecer "um inventário das transformações territoriais que ocorreram em 13 áreas urbanas europeias representativas". Neste pólo da Trienal de Arquitectura de Lisboa decorrerá ainda, durante os meses de Junho e Julho, um ciclo de debates onde serão discutidos temas como a Ota, o TGV e os vazios urbanos nas frentes de água. »
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