05/10/2012

Ser Lisboeta, Ser Português, Ser Europeano.



Ser Lisboeta, Ser Português, Ser Europeano.
No 5 de Outubro de 2012
O que é isto? A bandeira Monárquica de Lisboa?
Não. Neste Dia, esta bandeira, a de Ceuta (22 de Agosto de 1415) representa e simboliza a capacidade de empreendimento e organização dos Portugueses.
Nestes extremamente difíceis dias que vivemos é precisamente o momento de reconhecer as nossas qualidades culturalmente intrínsecas e reflectir sobre as nossas características e inerentes defeitos latentes.
O português é naturalmente Hospitaleiro, Generoso e tende, através do seu fascínio pela Natureza Humana, para desenvolver uma curiosidade genuína pelos “outros”. Por outras Culturas e Nacionalidades.
Em suma, ele apresenta características ideais e fundamentais, através do seu naturalmente genuíno talento para receber e comunicar, para o exercício da actividade Turística.
A “Profissionalização” do Turismo deve levar a uma especialização e apuramento deste potencial, mas desenvolvendo-se sempre em equilibrio perante estes autênticos talentos e genuínas tendências- qualidades.
Mas, para além deste factor humano de talentos, de capacidades de desenvolvimento de empatia – simpatia, existe uma condição “sine qua non”; uma matéria – prima insubistituível e argumento-factor para o enquadramento e a elevação estimulante destas qualidades humanas:
- A existência de um rico Património Cultural e Arquitectónico, capaz de ilustrar como testemunho histórico essas qualidades através dos séculos e a sua respectiva e rigorosa Conservação e Restauro, consequências do reconhecimento do seu Valor e Potencial  como fonte de Prestígio e Recurso- Produto- Nacional para o Turismo.
A importância deste mesmo Recurso-Valor-Património para o estímulo – brio dos Portugueses, nestes momentos sombrios e ameaçadores de desânimo e desespero que vivemos no presente, é evidente.
Também, a tendência para a oscilação extrema entre euforia – desespero dos Portugueses é conhecida e embora ela apresente diferenças de manisfestação desta bipolaridade, entre o granítico Norte e o contemplativo Sul, ela constitui uma característica universal na condição Portuguesa.
Ora, perante o que está a acontecer em Lisboa no presente, no que respeita a destruição e a alienação sistemática do Património Arquitectónico é de uma gravidade extrema perante a utilização estratégica deste recurso indispensável e insubstituível.
Isto agravado por uma síntonia estratégica negativa entre dimensão Institucional de Defesa do Património (D.G.P.C.) e C.M.L.
Estamos portanto entregues a nós próprios e abandonados ao nosso Destino, por aqueles que oficialmente nos deviam defender.
Basta pensarmos em Guimarães e o Prestígio Internacional conseguido, com respectivas consequências positivas nas áreas do Turismo e Economia, baseados no Rigor da Preservação e Restauro do seu Centro Histórico, para termos uma ilustração imediata do anteriormente exposto.
Lisboetas, Portugueses, Europeus ... o percurso é árduo no presente, o objectivo exige preseverança mas também reconhecimento imediato do Valor fundamental para nós e para os “outros” do nosso Património ... mas não desesperemos ... Vimos de Longe!
                                      António Sérgio Rosa de Carvalho  
                                          Historiador de Arquitectura.

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