23/05/2015

O azar de se ser árvore em Lisboa. Agir pela sua urgente defesa.

Exemplar monumental de Ficus macrophyla no jardim do Príncipe Real, barbaramente mutilado.



Aspecto geral da mesma árvore

O que resta do que se pensa ter sido uma tília centenária no jardim da Praça da Alegria.

Os dois tocos que restam das palmeiras do jardim da Praça da Alegria

Corte de pernada da sumaúma do mesmo jardim.

Poda assimétrica e brutal do lodão classificado no jardim da Praça da Alegria.

Poda de uma das tílias do Jardim das Francesinhas.  A mais antiga foi abatida.

Jacarandás em flor no jardim  de Santos. Os próximos a abater?

Uma imagem que poderá, caso a tendência se mantenha, desaparecer dos jardins da capital. Jacarandás e tipuanas, não há muitas cidades na Europa que possam ter espécies desta dimensão e oriundas de zonas tropicais com a presença e frequência com que existem em Lisboa. Ainda.

Uma das tipuanas do conjunto das oito árvores desta espécie classificadas. Jardim de Santos

Um dos jovens jacarandás que adornam a 24 de Julho.


Nos útlimos tempos, as árvores de Lisboa têm sido alvo de podas assassinas e abates sem precedentes.

Com a transferência de competências, as Juntas de Freguesia têm procedido a intervenções no arvoredo de duvidosa qualidade e absoluta falta de oportunidade.

O jardim da Praça de Alegria perdeu mais de metade das árvores de grande porte,   JF de Santo António,.

Jardim Cesário Verde, vários dos lodãos monumentais foram abatidos, JF de Arroios

Jardim das Francesinhas e de Santos, tília monumental abatida, Bela-Sombra centenária podada selvaticamente. JF da Estrela

Todos os freixos da Guerra Junqueiro, podados de uma forma irracional que poderá inviabilizar a sua sobrevivência. JF do Arreiro.

Todas as árvores da Calçada da Ajuda abatidas. JF da Ajuda.

Abate de todas as nogueiras-negras da Ava. Rio de Janeiro. JF de S. João de Brito.

E a lista podia continuar. A maior parte das intervenções foi feita com base em que pareceres técnicos?  Quais as empresas e que qualificações tem o pessoal que interveio? Muitas outras perguntas poderiam ser feitas. Em abono da trasnparência, agradeciam-se as respostas.  Sabemos que as razões de "segurança" não se resolvem com abates totais, mas sim com podas de ramos cimeiros, de pernadas mais frágeis o que implica um trabalho de terreno e de levamtamento que nenhum dos ilustrados autarcas está na disposição de fazer. Os incómodos para as viaturas de alguns indignados lisboetas, não pode servir de tese para permanentes substituições do arvoredo. Por este andar, abatam-se todos os jacarandás que ousam libertar um melaço que suja os carrinhos dos munícipes. Fácil de imaginar a desolação da 5 de outubro se o enlevo que alguns têm pelos seus carros levasse a JF a abater essas centenas de jacarandás que tornam a avenida, em tudo o mais ínsipida, numa artéria maravilhosa em Maio/Junho.

Pedidos existirão sempre, os "eleitos" têm a obrigação de fazer pedagogia. Nada disso acontece por estes dias. A cidade está a ver muito do seu arvoredo perdido para sempre. Um valor botânico incalculável. A sua defesa poderá não trazer popularidade ou votos, mas é um imperativo de uma sociedade civilizada.


7 comentários:

Anónimo disse...

Por toda a cidade é assim.
Quem visita a cidade ou vive cá não tem o mínimo respeito pelo que é público, ou mesmo privado. As árvores são apenas uma parte. É uma vergonha!

Anónimo disse...

Esta prosa dramática e pungente já era candidata a património imaterial da unesco, não?

Anónimo disse...

A Av. Guerra Junqueiro é um cemitério de árvores. Os presidentes das Juntas são ignorantes e contratam empresas mais ignorantes que podam as árvores no fim da Primavera.

Miguel de Sepúlveda Velloso disse...

reagindo ao anónimo das 11.30

tal como a sua, não pelo dramatismo nem pela verdade da prosa que qualifica por si mas pelo divertido e ligeiro que a sua pretende ser.

O estar na berra dá nisto, comentários espúrios e ridículos. Talvez para esse género tb haja uma espécie de óscares pelo pior comentário.

O seu seria um sério candidato.

haja paciência

João Vaz disse...

Entregar a manutenção das árvores às Juntas de Freguesia é um disparate enorme. Os resultados estão à vista : destruição do património natural.

ana disse...

Ainda no outro dia via facebook comentava com a Rosa Casimiro: Um dia destes são os jacarandás porque sujam muito... Aqui em Caxias cortaram há uns anos umas amoreiras por essa razão, para não falar de tb terem cortados os choupos por causa "da alergia" do "algodão" (abençoada Câmara de Odivelas)

Anónimo disse...

estou a chegar ao ponto de não querer e poder morar na cidade de LISBOA. O ruido é brutal!!!! em cada esquina há musica, esplanadas, lixo debates
novas reciclagem, concertos de todas as qualidades. Chego a casa ao fim do dia de trabalho, d depois de vários encontros e pisadelas de tanta gente que circula na zona da baixa, tenho que gramar o jogo de futebol atras de minha casa, são os coitados dos mais desfavorecidos que têm que ser ocupados e então jogam à bola, ou treinam ourtra coisa qualquer. Há tb a piscina que coitadas das pessoas que ensinam a nadam, pensam que para relaxar é bom ter a musica em altos berros e agora a JFA instala um parque infantil dizendo que não faz mal porque as crianças não fazem barulho. Também deixei de poder ir ao fim semana a um jantarito porque com toda esta gente a chegar cá, e como têm mais dinheiro, os restaurantes subiram os preços para mais ganharem. Também tentei marcar uma casita, pequena claro! no algarve ( 1 semana) nada!!! está tudo ocupado porque a D. Maria aluga agora aos estrangeiros que pagam melhor! Que Faço?? Trabalho, a minha casa deixou de ser o refugio, não tenho dinheiro para pagar férias em Hoteis de umas estrelas, parece-me que vou deixar de ter árvores nos jardins , ai....................