Por Lina Santos
Guilherme Pereira é uma das cerca de 30 pessoas que no sábado, às 10.00 da manhã, esperava ao portão pela visita guiada da arquiteta Júlia Varela, cujos conhecimentos sobre Ventura Terra vêm do doutoramento sobre arquitetura doméstica que está a preparar e que inclui este prédio. Foi convidada pela associação Fórum Cidadania Lx em parceria com a Associação Ventura Terra, fundada em 2012 por descendentes do arquiteto.
Alda Terra e Luís Leiva, sobrinhos-bisnetos do arquiteto, e outros interessados na obra, dedicam-se a divulgar, preservar e resgatar o espólio documental de Ventura Terra, um dos 13 filhos de João e Vitória Guerra, nascido a 14 de julho em Seixas. É nesta localidade minhota que fica a casa que desenhou para as suas férias. Foi adquirida pela câmara municipal de Caminha em 2002 e entregue em regime de comodato, por 30 anos, à Associação Ventura Terra (AVT).
Luís Leiva é quem na associação mais se tem dedicado à empreitada de recuperação da casa. Já têm projeto de recuperação para o edifício, em franca "degradação", da autoria do arquiteto Carvalho Araújo, de Braga. Explica que se vão candidatar a fundos comunitários, que procuram "benfeitores" para a quantia que estes apoios não cobrem e que esperam ter a obra pronta em 2020.
Um ano de comemorações
Em 2016, ano em que se assinalam 150 anos sobre o nascimento do arquiteto, a associação tomou em mãos a missão de pôr o nome de Miguel Ventura Terra no mapa. Programou conferências, colabora na preparação de um documentário realizado por Fernando Carrilho (a estrear entre abril e junho de 2017) e promove visitas guiadas às suas obras com outras entidades, como aconteceu com o Palacete Mendonça. "Era agora ou nunca", afirma Paulo Faroleiro, responsável pela gestão do campus da Nova SBE (School of Business and Economics), sobre a possibilidade de conhecer por dentro o Palacete Mendonça.
Aqui vai ficar, depois de seis milhões de obras de reabilitação, a primeira sede mundial da comunidade ismaelita, de acordo com o DN. "É uma responsabilidade para este homem cosmopolita que é Aga Khan", afirma Paulo Ferrero, do Fórum Cidadania Lx.
Entremos, pois. Júlia Varela faz as honras do palacete: "Esta é uma obra excecional desta época e do arquiteto Ventura Terra". Projeto de 1900, inaugurado em 1909 e prémio Valmor, como se lê numa placa no exterior. "Elogiam-lhe a loggia, no último piso, como um dos elementos a que a arquitetura portuguesa devia estar atenta, por ser adequada ao clima", conta a cicerone. [...]»
1 comentário:
Se não tivessem derrubado o Hotel Aviz...
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