Lendas e estórias do santoanimaram Museu Antonino

In Jornal de Notícias (6/12/2007)
Ana Fonseca

«Reza a lenda que quando Santo António estava a ser canonizado, em Itália, todos os sinos das igrejas de Lisboa começaram a tocar. Esta foi uma das estórias ontem contada durante a visita ao Museu Antonino, organizada pela Divisão de Programação e Divulgação Cultural da autarquia da capital, no âmbito da iniciativa Ida e Volta. O núcleo museológico, situado ao lado da igreja dedicada ao santo, não é muito grande. Contudo, cada um dos objectos e imagens expostos sugerem muitos dos episódios e lendas que envolvem a vida de Santo António, nascido em Lisboa, em 1147, e falecido a caminho da cidade italiana de Pádua. Aquele que muita gente considera, erradamente, padroeiro de Lisboa - "título" que pertence a São Vicente - está no centro de muitas tradições que ainda hoje perduram. Exemplo, contou Estela Casanovas (monitora do Museu da Cidade), dos tronos de São António que durante as festas dos santos populares são colocados em ruas e vielas. Aquando do terramoto de 1755, as igrejas de Santa Maria Maior (Sé) e de Santo António ruíram. Veio depois o tempo da reconstrução da urbe que durou vários anos. "O povo, como sempre generoso, juntou dinheiro para erguer o templo ao santo, tendo daí sido adoptado o 'tostãozinho para o Santo António' que as crianças costumam apregoar", contou Estela Casanovas, aos participantes naquela acção camarária. Maria Isabel Fernandes, de 67 anos, já há dois anos que participa no programa Ida e Volta "Estas visitas dão um enriquecimento enorme, alimentam a alma e o espírito" disse, entusiasmada ao JN. É que, acrescentou, "não sabíamos que tínhamos tanta riqueza e assim não há lugar para aborrecimento". Também Maria Joana Pinto, de 70 anos, disse estar feliz por poder usufruir "de mais uma oportunidade para saber mais". Alentejana, mas residente em Lisboa há 49 anos, Maria Joana confessou ter gostada muita da visita ao Museu Antonino e estar preparada para mais iniciativas. "É sempre bom conhecer mais", rematou.»