O Presidente da Câmara Municipal de Lisboa apelidou este orçamento como um “orçamento de pequenas coisas”. Nada a opor. São normalmente as “pequenas coisas” que representam as principais preocupações dos lisboetas. São os “pequenos problemas” que mais colidem com a qualidade de vida do dia-a-dia das pessoas. Estes são normalmente os problemas de mais fácil resolução no curto prazo.
São “pequenas coisas” o arranjo de um passeio, de uma rua, de uma escada ou de um corrimão, a melhoria da iluminação, a limpeza ou lavagem das ruas, a manutenção de pequenos espaços verdes, a colocação de mobiliário urbano, a fiscalização da ocupação da via pública, a correcta sinalização, etc.
Estas são normalmente os principais problemas dos lisboetas. Estes são os problemas locais, do bairro, da rua. Pelas suas características, estes são os problemas que as juntas de freguesia melhor conhecem devido à sua proximidade, pois são elas que todos os dias são interpeladas pelos seus fregueses sobre estas “pequenas coisas”.
Mas para além do conhecimento privilegiado das juntas de freguesia perante este tipo de questões mais localizadas, estas autarquias dispõem de mecanismos mais ágeis e normalmente mais eficazes para a respectiva resolução mais célere e mais adequada.
Sucede que a gestão do Partido Socialista e do Bloco de Esquerda não pensa assim. Caso contrário verificar-se-ia um aumento das verbas a transferir para as juntas de freguesia concretizarem estas pequenas intervenções. E isso não sucede.
Quando detive responsabilidades, nomeadamente no relacionamento institucional com as juntas de freguesia dei início a um processo de transferências para as juntas de freguesia destinado precisamente a pequenas intervenções no espaço público.
No orçamento da câmara municipal para 2008, inicialmente estava prevista uma redução nas verbas a transferir para as juntas de freguesia. Foi por proposta do PSD que esse valor foi elevado de modo a igualar o previsto no orçamento de 2007, valor que tive o gosto até de precisar após algumas dúvidas.
O orçamento da Câmara Municipal de Lisboa para 2008 pode ser um orçamento de pequenas coisas, mas caso não seja depositada confiança na capacidade de realização das juntas de freguesia, o protagonista da resolução dos pequenos problemas será desadequado. Quem ficará a perder será a cidade e serão os lisboetas.
(Declaração de interesse: Participei na discussão e votação do orçamento da Câmara Municipal de Lisboa de 2007 e de 2008 na qualidade de vereador em representação do PSD)
António Prôa
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1 comentário:
o sr. prôa é um brincalhão?
capacidade realização das JF? será piada?
a capacidade não depende tanto dos orçamentos mas da conjugação destes com as pessoas que lá estão, na maioria das vezes sem capacidade técnica ou politica.
por outro lado, sem a reorganização total das freguesias, nunca fará sentido dar competências às JF; a experiencia já foi feita no tempo do sampaio e não consta que a cidade tivesse melhorado por isso.
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