14/10/2009

Em relação à obra na Sé

Recebemos este e-mail do Prof. Luís Marques, Director-Regional de Cultura de Lisboa e Vale do Tejo:


Exmos Senhores


Com os melhores cumprimentos e desconhecendo por completo a situação descrita foi, de imediato, visitado o local e, desde logo, contactado o Sr. Cónego Lourenço e o Sr. Cónego Álvaro Bizarro que, por sua vez mandaram parar a obra.

Entretanto, foi marcada uma reunião conjunta para o próximo dia 15, no sentido de encontrar uma resolução digna para pôr cobro a esta obra indevida.


Atenciosamente

Luís Marques

2 comentários:

Anónimo disse...

Sr. Prof. Luís Marques
De pouco serviu mandar parar a obra.
1º Estará concluída e o mal já está feito.
2º Foi utilizado disco mecânico de diamante em pedras seculares. Nomeadamente na base das colunetas do portico. Foram assustadoramente marcadas as velhas pedras com "bordadura"!!!
3º Ao que conseguimos apurar o Portão Norte da Sé tinha um gradeamento que terá sido retirado para reparações. Com a destruição das fixações.
4º Os blocos seculares retirados estão no local e jazem no chão.
5º No local não se encontrava nenhum técnico especialista na materia, somente os trabalhadores que óbviamente não têm conhecimento.
6º Mais absurdo ainda quando afinal um dos cónegos se encontra a fazer ao que sabemos "doutoramento" em Roma, surpreende que permita este tipo de comportamento.
7º Em qualquer outro país, uma situação desta obrigava ao despedimento dos responsáveis.
8º Nota-se um total desrespeito e compreensão se compararmos esta situação da Sé de Lisboa com uma moradia no Restelo com azulejos. Nota-se de facto uma assustaora desproporção.

Cidadão de Lisboa, e também Professor Universitário

Anónimo disse...

Infelizmente, não é a primeira vez que a Igreja intervem, de forma criminosa, em património que é de todos. Pelo país, é relativamente frequente encontrar igrejas recentemente "beneficiadas" por boa vontade dos párocos e recorrendo a mão de obra local, sem qualquer especialização e, mais grave ainda, sem qualquer projecto de arquitectura submetido a aprovações vinculativas quer das autarquias, quer dos órgãos regionais e centrais da Administração. A novidade, desta vez, é porque ocorreu na Sé de Lisboa e não numa longínqua Igreja Matriz...
Segundo o Decreto-Lei n.º140/2009, de 15 de Junho, qualquer obra ilegal por pessoa colectiva é punida com coima de € 3500 a € 25 000, cabendo a "instrução de processo contra-ordenacional" à "administração do património cultural competente". Se nada se fizer, e de forma exemplar, a Igreja continuará a ser, paradoxalmente e por ignorância das leis da República, um dos maiores inimigos do Património.
Paulo Fernandes