In Público (11/5/2011)
Por Cristiana Carmo
«Se durante a noite Lisboa fosse atingida por um maremoto, 200 mil pessoas seriam atingidas. Durante o dia, esse número duplicaria. Esta é a conclusão do estudo sobre a população da Área Metropolitana de Lisboa (AML) exposta a inundação em caso de tsunami, apresentado ontem no Laboratório Nacional de Engenharia Civil, na capital.
Zonas de maior risco de inundação assinaladas a vermelho neste mapa (Foto: DR)
Como explicou ao PÚBLICO o autor da investigação, Sérgio Freire, a diferença nos números "deve-se essencialmente aos movimentos pendulares da população, motivados por razões de trabalho ou estudo entre os períodos nocturnos e diurnos".
De acordo com o estudo, oito por cento do total da população da AML reside, trabalha, ou estuda em zonas susceptíveis de inundação em caso de tsunami.
Os resultados sugerem ainda que o aumento de população potencialmente exposta da noite para o dia é mais significativo nas zonas de perigo elevado, como as zonas ribeirinhas de Lisboa, Alfeite e Barreiro.
Para Sérgio Freire, colaborador do e-GEO - Centro de Estudos de Geografia e Planeamento Regional, os resultados da investigação podem ser úteis para se ter "uma noção de quantas pessoas terão de ser transferidas em caso de tsunami".
O autor do estudo espera também que estes números sirvam para alertar a população lisboeta. " É importante sensibilizar a população, que, por viver numa zona fora de risco, não está consciente de que trabalha ou estuda numa área de alto risco de inundação por tsunami".
Para chegar a estas conclusões, o geólogo cruzou dados recolhidos pelo Censos 2001 sobre as áreas de residência da população, o mapa das zonas mais susceptíveis à inundação por tsunami e, ainda, dados de 2003 do INE, sobre a mobilidade de pessoas que residem num concelho e que se deslocam para outro, durante o dia.
Com os números do Censos 2011, o autor acredita que os dados poderão sofrer algumas modificações. "Acho que vai ser diferente, porque a AML sofreu alterações importantes. Há uma série de novos centros comerciais, escritórios e moradias que em 2001 ainda não estavam desenvolvidos", argumenta.
Segundo o autor, o estudo, que faz uma representação da distribuição da população num dia típico da semana, será ainda alvo de alguns desenvolvimentos, com o intuito de obter dados mais concretos e actuais.»
3 comentários:
grande estudo! porque não ir mais longe e considerar variações sazonais como feriados e as férias do verão, quando as pessoas estão fora de lisboa ou estão todas na praia à espera do tsunami!
Olha que giro. Fiu espreitar o site do PDM novo, que tem um artigo sobre estas calamidades que diz que é proibido construir caves, com excepção de vias e caves. Então, em que é que ficamos, cml?
Medidas de prevenção e fiscalização de obras, de edifícios e do património, onde estão?
A protecção civil está preparada?
Na AR, sabemos que foi construída uma estrutra metálica antisismica, no plenário; os senhores deputados estão protegidos e a nós,
quem nos protege?
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