05/09/2015

Carlos Lopes critica "má vontade" política por degradação do pavilhão com o seu nome....

Fotografia © Rafael Azevedo/Gobalimagens
Pavilhão foi encerrado em 2003, por falta de condições de segurança.

O ex-atleta e campeão olímpico Carlos Lopes criticou a "má vontade" política que levou à degradação do pavilhão que ostenta o seu nome, em Lisboa, e disse esperar ver o espaço reabilitado e a funcionar "o mais rápido possível".
"Há aqui um bocadinho de má vontade [política], penso eu, e teimosia de manter isto a degradar-se de dia para dia. Não sei com que intenção, mas o que é facto é que isso está à mostra e à vista de todos", disse Carlos Lopes à agência Lusa.
O Pavilhão Carlos Lopes, localizado junto ao Parque Eduardo VII, em Lisboa, foi criado na década de 1920 para celebrar o 100.º aniversário da independência do Brasil. Em 2003, foi encerrado por falta de condições de segurança.
Desde aí, foram pensadas várias alternativas para o espaço de propriedade municipal, como a criação de um Museu Nacional do Desporto ou o novo Centro de Congressos de Lisboa, mas nenhuma avançou, pelo que a Câmara - que não autorizou a agência Lusa a visita a estrutura, por "razões de segurança" - quer agora encarregar a Associação de Turismo de Lisboa (ATL) de reabilitar.
"É pena é, realmente, a degradação em que está, não só pelo nome, mas também pelos lisboetas e para aqueles que realmente gostam de praticar desporto", lamentou Carlos Lopes, esperando que a reabilitação "venha a ser um facto".
O primeiro português a conquistar uma medalha de ouro nos Jogos Olímpicos, em 1984, disse ainda esperar ver o pavilhão "o mais rápido possível bem erguido, bem concebido e a funcionar lindamente".
Na terça-feira, a Assembleia Municipal de Lisboa debate a constituição de um direito de superfície sobre uma área de 12,9 mil metros quadrados, pelo prazo de 50 anos e por cerca de 3,5 milhões de euros, a favor da ATL, que o requalificará, assim como à sua envolvente.
Em declarações à Lusa, o diretor-geral da ATL, Vítor Costa, explicou que a área do pavilhão, "que é de interesse patrimonial, tem azulejos, tem algumas obras de arte" vai ser reabilitada, mas ficará "como está".
Já na parte da sala, "a cobertura tem de ser nova, porque (...)era de amianto, têm de ser retiradas as bancadas porque estavam podres", indicou.
"Toda essa zona vai ser restaurada, criando condições de isolamento acústico, criando climatização. Hoje não tem nada disso e, portanto, ficará uma sala com dois mil metros quadrados, aproximadamente, que servirá para coisas diferentes, desde espetáculos até eventos desportivos, culturais, exposições, jantares ligados a congressos, etc.", apontou Vítor Costa.
De acordo com o também presidente da Entidade Regional de Turismo da Região de Lisboa, o reabilitado Pavilhão Carlos Lopes vai abranger "um segmento que não existe na cidade de Lisboa", com a sala com dois mil metros quadrados.
À semelhança do que acontece no Pátio da Galé, que também é gerido pela ATL, o pavilhão, "com outras características e mais preparado também para espetáculos, vai ter infraestruturas preparadas para essa multifuncionalidade", disse o responsável, que espera que as obras comecem, "eventualmente, ainda este ano".
Segundo a Câmara, os trabalhos deverão custar cerca de 8,5 milhões de euros e demorar entre dois a três anos.

In DN, 2015-09-05, por LUSA
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Homenagear alguém ainda em vida....e depois deixar o edifício
chegar a este estado - é homenagem nenhuma.

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