Arq. Manuel Salgado
C.c PCML, AML, JF e media
Vimos pelo presente solicitar a V. Exa. e aos Serviços que tutela para a necessidade de não aprovar o pedido de informação prévia relativo a obras de alterações e ampliação no palacete sito na Praça do Príncipe Real, nº 19, correspondente ao processo nº 970/EDI/2015, de Julho passado.
O projecto em causa, a ser aprovado, constituirá um precedente grave em termos de intrusão não só no conjunto urbanístico do Príncipe Real como neste edifício em particular pois trata-se de um edifício peculiar a formar quarteirão e, portanto, com quatro fachadas de tipologia idêntica, de grande harmonia e praticamente intacto que emoldura as perspectivas para a Praça do Príncipe Real, harmonia que julgamos ser imprescindível manter, e uma preocupação maior da CML.
Na verdade, o projecto referido, de alteração deste palacete de meados do século XIX, de inspiração neo-classizante, para estabelecimento comercial e de restauração e bebidas, traduzir-se-á na alteração construtiva com a introdução de betão e a necessária consolidação das paredes deste palacete, a colocação de elevadores e de reforços por razões de segurança, incompatíveis com a estrutura construtiva à época, a introdução de paredes de gesso cartonado e a alteração/destruição de estuques com motivos decorativos românticos e neoclássicos, o que revela uma atitude de indiferença perante os materiais de origem e os elementos decorativos da época, pouco consentânea com a reabilitação urbana que se pretende exemplificar, tal como não se compreende a necessidade de ampliação de um piso com estrutura metálica e ainda um absurdo revestimento a negro.
Pedimos a melhor atenção de V. Exa. para este precedente grave.
Na expectativa, subscrevemo-nos com os melhores cumprimentos
Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho, Inês Beleza Barreiros, Miguel Atanázio Carvalho, Júlio Amorim, Nuno Caiado, Miguel de Sepúlveda Velloso, Virgílio Marques, Maria do Rosário Reiche, Miguel de Sepúlveda Velloso, Bruno Rocha Ferreira, Gonçalo Cornélio da Silva, Miguel Lopes Oliveira, Jorge Pinto, Maria Ramalho, Martim Galamba e Fátima Castanheira
2 comentários:
E aos poucos vão estragando o pouco de bom e único que resta..
Se isto for para a frente nunca mais voto nestes gajos. Cambada sem visão nenhuma!! Como é possível ferirem o património e identidade únicos de Lisboa tornando-a tão identica ao vulgar, como se de uma qualquer se tratasse. Não pessoal, é Lisboa!! E tem de ser valorizada, respeitada e protegida. Por nós!!!!
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