Na colina do Príncipe Real surge esta caixa de betão de um conhecido grupo que opera na capital, tendo já aberto um hotel no coração de Alfama (aí pelo menos a lata em desfear e destruir a cidade não conseguiu fazer o seu caminho).
Esta coisa em socalcos é o rosto visível do facilitismo com que se autorizam certas obras em Lisboa. Este ocupa vários logradouros, impermeabilizando os solos numa das colinas com maior declive da cidade. Em vez de se ter deitado para o lixo esta pretensa valorização dos espaços, licenciou-se o disparate.
Não contentes com esta ocupação digna de um turismo de mau-nível e pior imagem, os promotores queriam, ainda, rebentar com a Vila Martel para construir um parque de 10 ou 14 andares cimentando toda a encosta, Seria um estacionamento robótico muito moderno, decerto, mas mais do que inoportuno. Foi preciso o chumbo da DGPC e dos serviços de tráfego da própria CML, para deitar ao charco essa maravilha da clarividência e da boa gestão e ordenamento urbanos.
Ficámos com este elefante branco enxertado no centro histórico onde a cidade não pode ser conservada em formol, segundo a douta opinião de alguns autarcas. Pois não, mas também, não precise de ser intervencionada de tal forma que se torne irreconhecível. |
3 comentários:
E não vai ficar por aqui. Brevemente irá aterrar na 7ª colina mais um monstrengo! O auditório da Santa Casa está aí!!
Uma mancha na paisagem urbana.
Lamentável !
Mais uma prova de que um prédio baixo pode ser tão ou mais desenquadrado do que um alto. No jornal público publicam quase que semanalmente artigos a falar mal da torre em picoas, alimentando uma polémica sem fim, para o promotor acabar por desistir da obra e ficar ali o buraco a céu aberto. Sobre outros projectos pela cidade tudo caladinho.
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