13/05/2016

Viagem aos palácios abandonados


In Expresso Online (13.5.2016)
Por Manuela Goucha Soares (texto), Sofia Miguel Rosa (infografia), António Pedro Ferreira (fotos), Marcos Borga (fotos)

«Quer conhecer a casa onde nasceu o Marquês de Pombal no dia em que se comemoram 317 anos da sua vinda ao mundo? E quer saber quem foi a jovem de 15 anos que desafiou este homem poderoso, recusando-se a consumar o casamento com o filho dele? O Expresso leva-o ao interior do Palácio dos Carvalhos, mostra-lhe os palácios da Rosa e da Ribeira Grande, e outras 14 belas casas solarengas que o destino maltratou


Se as casas fossem letra de fado, o poema compararia os palácios abandonados de Lisboa a uma bela mulher desprezada pelo amante. As casas falam connosco, ensinam-nos o que não somos capazes de entender. Pedem-nos que as escutemos em vez de passarmos apressados sem as ver. “Entrar num edifício antigo, é como sentarmo-nos à mesa com uma senhora de idade e ouvir o que ela tem para nos contar”. Ficar ali e “deixá-la falar”, diz o arquiteto João Favila, autor do projeto de reabilitação do Palácio da Rosa.

Não se sabe a data da sua primitiva construção, mas o corpo mais antigo deste palácio já existia em 1220. Se não estivesse em ruínas seria um cenário das mil e uma noites. Mas é uma casa esventrada pela erosão e pelos sucessivos furtos de meliantes que procuram (essencialmente) fio de cobre. Desde que foi vendido em hasta pública há cerca de dez anos, foi-se degradando cada vez mais, apesar de algumas intervenções feitas pelo atual proprietário [Herdade da Fajã Velha], que contratou o arquiteto João Favila para reabilitar a velha casa senhorial que irá ser um hotel de charme [condição imposta pela Câmara Municipal de Lisboa na hasta pública]. [...]»

1 comentário:

Anónimo disse...

Iniciativas a repetir.
Portugal precisa de saber.
Porque não somos uma Democracia séria.