10/09/2008


Críticas e elogios-Apresentação do projecto de edifício no Largo do Rato-10.09.2008 - (Link da notícia)

O projecto de um novo edifício para o Largo do Rato, em Lisboa, foi apresentado ontem. Os arquitectos Valsassina e Aires Mateus ouviram da plateia críticas e elogios sobre o projecto.
Manuel Aires Mateus lembrou que a obra no gaveto formado pela Rua do Salitre, Rua Alexandre Herculano e Largo do Rato não corresponde a uma substituição, porque o prédio degradado que vai ser substituído não tem qualquer valor patrimonial.
O executivo da Câmara de Lisboa, com excepção dos seis vereadores do PS, indeferiu a proposta de emissão de licença de construção da habitação, em Julho passado. O vereador do urbanismo Manuel Salgado participou na iniciativa da Secção Regional Sul da Ordem dos Arquitectos.
Explicando que o pelouro que tutela "não teve hesitações" quanto à qualidade do projecto, Manuel Salgado admitiu estar já à espera de alguma polémica.
"Estou completamente seguro de que o projecto cumpre todos os regulamentos. O único reparo da sindicância [análise administrativa] era o de que devia estar na área de intervenção do Plano de Urbanização da Avenida da Liberdade, o que nunca foi feito por se pensar que o Rato teria um plano específico", afirmou.
Já a vereadora Helena Roseta, justificou o seu voto contra devido à detecção da infracção de uma norma do Regulamento Geral das Edificações Urbanas. O vereador do Urbanismo e os arquitectos recusam o erro, já que o Plano Director Municipal invalida o artigo em questão em zonas históricas de habitação.
O prédio será composto por apartamentos T0 e T1 e terá um desenho abstracto, com a distribuição irregular de pedra e vidro, para melhor se relacionar com os edifícios com mais ou menos andares.

15 comentários:

Anónimo disse...

"..porque o prédio degradado que vai ser substituído não tem qualquer valor patrimonial."

Pode ser sr. arquitecto...mas que fica lá melhor que o seu, disso não tenha dúvidas.

JA

CIDADANIA LX disse...

Já chega de se dar tempo de antena a essa porno-chachada do mono do Rato. O projecto foi chumbado, e chumbado está. Agora é cada qual assumir as consequências e proceder em conformidade.
O tempo verbal usado na notícia é esquisito já que o condicional foi, estranhamente, substituído pelo futuro do indicativo.
O assunto, por muito que alguns (directa e indirectamente envolvidos no assunto) o queiram prolongar está encerrado.
Mais valia que a CML se preocupasse em realbilitar, reabilitar e reabilitar.
Passemos a outro dossier, S.F.F
PF

Lesma Morta disse...

Cá estaremos para ver o "novo projecto". Se for tão interessante para a área como o era este uma coisa podemos garantir. Cairemos em cima deles de novo, quer gostem da cidadania participativa por nós desempenhada e pelos mais de 4500 que assinaram a petição contra a obra e com que talvez nao contassem e tiveram de levar com ela, quer não.

Jorge Santos Silva

Anónimo disse...

O projecto é feio.
Os lisboetas estão fartos de exercicios narcisistas, Lisboa não é a sala de exposição do provincianismo deste tipo de arquitectos.
Lamentamos que a ordem dos arquitectos não tenha o mesmo comportamento perante outras situações.

Anónimo disse...

Não gosto nada deste projecto...mas isto está projectado em que localização concreta??? sei que é no Rato mas ainda não entendi a localização...

Anónimo disse...

nÃO SEI QUE CIDADE FICARÁ PARA AS GERAÇÕS FUTURAS. NÃO COMPREENDO.

Anónimo disse...

Esse senhor PF deve viver ainda no tempo da outra senhora (Preto e Branco), da diversidade nasce a mais valia, deixe de ser um conservador sem cor, pode ser que seja mais feliz.

Anónimo disse...

Paulo Ferrero,
Tens aí um anónimo, mão amiga, que te quer ajudar a ver a Luz, a encontrar a felicidade e, quem sabe, pullovers de caxemira a preços módicos....

Anónimo disse...

Paulo Ferrero,
Coisa mai linda: "da diversidade nasce a mais valia"...
Tens aí um anónimo, mão amiga, que te quer ajudar a ver a Luz, a encontrar a felicidade e, quem sabe, pullovers de caxemira a preços módicos....
:)
MARIA ISABEL

Anónimo disse...

estive ontem na sessão da ordem dos arquitectos. da boca dos autores e do presidente daquela ordem e dos colegas e amigos que lá estavam a fazer o frete de elogiar saiu um desfile de coisas bacocas, preconceitos mascarados de vanguardismo, fascismos mascarados de discurso cultural. em comum a dor de corno do chumbo, e a obsessão de "marcar a contemporaneidade com uma ruptura, e as rupturas têm de ser violentas, já se sabe" (esta é do autor), "é bom que as pessoas discutam arquitectura, mas é preciso ter cuidado para que isso seja feito por pessoas qualificadas" (esta é do presidente da ordem dos arquitectos). hello-ooo, pessoal, já não estamos no tempo da outra senhora, os arquitectos já não são como o Albert Speer, já não podem fazer o que quiserem... existe aquela gentalha chata, analfabeta, inculta, retrógrada, a que se convenciona chamar "povo"...

Anónimo disse...

Mas ainda ninguem percebeu que o dito chumbo não existe?
Os nossos vereadores eleitos apenas se negaram a passar uma licença de construção para um projecto que já está aprovado e que os promotores exigem. E o direito está com eles.
O que eles se esqueceram foi que quem paga a indemnização aos proprietários lesados, caso não voltem atrás na palavra, é a CML e eles próprios.
Portanto vai acontecer o seguinte:
1- Nova Sessão de Câmara
2- Alguns vereadores vão voltar atrás na palavra para não irem parar a tribunal.
3- Emissão da licença de construção.
4- Início das obras
5- Daqui a +/- 2 anos - Edifício construído e inaugurado com a presença de alguns dos vereadores que votaram contra (mas que já ninguem se lembra)
6- Afinal o edifício é bom e a Cidade ganhou com a nova solução para o gaveto.
7- Os Arquitectos são premiados com um Valmor, e o "povo" fica contente.

Lamento assim dizer que as petições, blogs e afins relacionados com este tema só servem para a estatística:
- Quantos assinaram uma petição tarde demais?
- Quantas comentários foram feitos a uma contestação promovida em blogs?
-etc

Tiago Leite de Araújo

Arq. Luís Marques da silva disse...

Comentado no meu blog, dia 9 de Setembro e, de seguida, por mim respondido:

Anónimo disse...

Salvem lisboa, salvem os arquitectos dos colegas arquitectos, mas acima de tudo salvem a arquitectura... .
Onde é que existe harmonia no largo do rato?
não se faça o centro cultural de belém!!!, Não se faça Sagres, não se faça nada por que assim a harmonia existe, e a má arquitectura continua...

duarte quinino, arq.

9 de Setembro de 2008 18:53


Arq. Luís Marques da silva disse...

Pois é caro colega, salve-se tudo o que se quiser mas não tentem impôr uma falsa modernidade com patéticas retóricas académicas, baseadas em pensamentos abstractos, desenquadrados da realidade urbana da cidade.
Construir? Que se construa tudo o que se quiser nos locais adequados, mas que não corrompam a memória da vivência da nossa cidade, impondo reformulações e remates inventados pela lógica da especulação avulsa.
Quanto á harmonia do Largo do Rato, parece-me que aquilo que para si o é, não o é para mim; perfiro a relação desregulada existente, fruto das vivências a que foi sujeita aquele espaço, ao "alindamento harmonioso" escarrado no papel pela peregrina idiotice dos alinhamentos de cérceas feitas á medida das conveniências particulares, como se de um bolo se tratase.
Concordo pois consigo, especialmente no que respeita a salvarem-nos dos colegas arquitectos que são capazes de inventarem as mais absurdas justificações para os seus trabalhos, para com isso justificarem as mais valias económicas que com isso lucram os promotores; em arquitectura, a grande diferença entre uma obra de arte e um simples projecto, é que o primeiro obdece ao génio, enquanto que o segundo obdece ao dinheiro...

10 de Setembro de 2008 10:35

Lesma Morta disse...

Muito bem. De acordo com o ultimo post a 100%, Querem à força impor a pretexto de uma qualquer cultura arquitectónica que meia duzia de iluminados pensou, um certo urbanismo que ninguém mais que eles deseja. Acordem para a vida amigos. Ninguém em Lisboa está interessado em Cruzadores de Guerra estacionados no Largo do Rato. Ainda há muito terreno no Oeiras Park.

Anónimo disse...

Continuo a lamentar que quem é Velho do restelo, e que apela à lógica de tudo preservar em formol (como afirmou o Vereador Manuel Salgado), não tenha apresentado estes pontos de vista que considero altamente criticáveis do ponto de vista urbanistico, na sessão de esclarecimento na Ordem dos Arquitectos na passada terça-feira. Sessão pública publicidada em vários orgãos de comunicação e onde estiveram presentes cidadãos de todos os quadrantes profissionais e não apenas Arquitectos.
Que eu saiba as Cidades sempre cresceram e se modificaram através de intervenções pontuais ou de larga escala e não foi necessária a Faculdade para entender este facto.
Encarar a Cidade como algo que se deve manter e nunca tocar e que só as periferias ou locais pré-determinados é que podem ser alvo de Arquitectura contemporanea, é uma atitude totalmente sem sentido.
Não entendo este fundamentalismo cego.
Tenho a ligeira impressão que fosse qual fosse o projecto apresentado para o Largo do Rato seria sempre alvo de críticas. Porém, se as fachadas fossem em cantaria envelhecida com janelas aos quadradinhos, muita telha e paredes cor de rosa, mesmo que tivesse a mesma cércea do agora apresentado, então não haveria problema. A integração estava garantida.
Não sejam hipócritas. Criticam porque não gostam da imagem. Não tem nada a ver com o volume.
Deviam era criticar mais a atitude da nossa classe política ao nível das autarquias. Assistir a uma reunião de Câmara é que é um acto de coragem. aguentar ouvir os argumentos mais incríveis para justificar votos pré estabelecidos pelos partidos políticos. Isto é que é trabalhar em prol por Lisboa. Mas ninguém critica isto.
é normal.

Tiago Leite de Araújo

Anónimo disse...

É por esta razão que é comum "lá fora" (só posso falar do exemplo da Holanda) existirem discussões e apresentações públicas de grandes projectos (mesmo privados) ANTES do avanço do processo para construção não DEPOIS como aquela sessão na Ordem em que fiquei um pouco enjoado por alguns dos meus caros colegas em quem infelizmente votei.