In Jornal de Notícias (17/9/2010)
Cristiano Pereira
«A EMEL apresentou-se ontem, quinta-feira, como uma nova empresa de mobilidade depois de ter obtido a aprovação da Câmara mas sem ainda ter sido votada em Assembleia Municipal. Pelo meio, anunciou oito mil novos lugares de estacionamento para os próximos quatro anos.
À partida, a EMEL vai deixar de ser apenas uma empresa municipal de estacionamento para alargar a sua área de intervenção à mobilidade. A primeira versão dos novos estatutos esteve pronta em Maio passado tendo recebido aprovação da Câmara Municipal em Junho. Todavia, essa alteração de estatutos ainda não foi aprovada pela Assembleia Municipal - a votação decorrerá apenas na terça-feira – mas a EMEL não perdeu tempo e, aproveitando a Semana Europeia da Mobilidade que agora decorre, fez ontem a sua apresentação pública.
Os deputados municipais do PSD não acharam “piada” e poucos minutos antes da apresentação emitiram um comunicado sublinhando que tal atitude “configura uma inadmissível pressão sobre o órgão deliberativo municipal” e que a apresentação é “precipitada e desenquadrada do momento político”. O PSD deixa no ar uma questão: “E se as alterações estatuárias propostas forem inviabilizadas legitimamente pela assembleia?”. Nesse caso, defendem os social-democratas, “a operação mediática” da EMEL transformar-se-á “num logro para os lisboetas”.
Confrontado por estas críticas, o presidente da EMEL, António Júlio de Almeida, desvalorizou o assunto, lembrando que a proposta foi aprovada na Câmara “e não teve votos contra”.
“Não estamos a forçar nada”, frisou o responsável máximo da EMEL, justificando que “houve um acontecimento extraordinário neste processo” – a Semana da Mobilidade – e a empresa entendeu “que era lógico e líquido que pudéssemos falar à população”. “O grupo do PSD foi o primeiro com quem a EMEL falou”, salientou ainda, defendendo que “não há nenhuma surpresa nem nenhuma deselegância” e que toda esta situação configura “apenas uma certa diferença entre tempo político e o tempo das empresas”.
O vereador da Mobilidade da CML, Fernando Nunes da Silva, também desvalorizou os protestos do PSD mas afirmou que “ainda podemos ter aquela surpresa de chegar a dia 21 e a maioria da Assembleia Municipal resolver não aprovar só para fazer birra”. “Os senhores deputados municipais podem ficar extremamente ofendidos por não termos esperado por eles”, apontou, algo sarcástico. “Nós esperamos por eles desde Maio mas a Semana Europeia da Mobilidade é que não esperou”, rematou ainda.
Polémicas à parte, o presidente da EMEL aproveitou para anunciar que a empresa tenciona criar oito mil novos lugares em parques de estacionamento em Lisboa ao longo dos próximos quatro anos. O investimento ronda 100 milhões de euros.
Desse número, cerca de três mil lugares serão construídos pela EMEL. Os restantes cinco mil serão sujeitos a concurso para convidar operadores privados à construção. António Júlio de Almeida anunciou ainda que para breve aguarda-se a aprovação para a construção de dois parques de estacionamento em Belém, um em frente aos Pastéis e outro junto ao Palácio Nacional de Belém.»
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Parques de estacionamento subterrâneos (ou serão silos) em frente aos pastéis de Belém? E junto ao Palácio de Belém? Já agora, construam um em frente à Torre de Belém,em cima do relvado, assim evita-se mais tendas e tendinhas que estragam a relva...
17/09/2010
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6 comentários:
Parque em frente aos pasteis e em frente ao palácio??estará tudo louco??Ou será anedota?
100 milhões de investimento?? De despesa, usem os nomes certos pelo menos.
Não haverá nada melhor a fazer com 100 milhões de euros que gastá-los desta triste maneira?
Mas onde é que há espaço à frente dos pasteis de Belém? Em silo num dos prédios? Ou subterrâneo na Rua de Belém? Se for na Rua de Belém passa lá uma carreira de eléctricos e já todos vimos uma coisa semelhante lá para os lados de Campolide! Ou é no espaço em que está actualmente o parque de estacionamento? Neste caso implica abater uma serie de árvores! E no do Palácio de Belém passa-se a mesma coisa.
A SRU Ocidental previa a possibilidade de construir um parque subterrâneo para substituir o actual à superficie, cujo espaço seria integrado no Jardim Vasco da Gama, mas numa localização bastante menos gravosa (entre o Jardim Vasco da Gama e a Pç. do Império, onde param as camionetas de turismo). Sendo que ainda está disponível uma proposta da CML no portal do urbanismo que prevêem o fim da circulação automóvel na Rua de Belém, mas lá está a mão direita não sabe o que a esquerda anda a fazer nem tão pouco o que é que ela própria já fez!
O que tu viste nos lados de Campolide foi um abate geral de electricos enquanto a linha estava interrompida. Alem disso o 24 era uma linha complementar, não era estruturante, e o 15 é estruturante, tanto que tem um modelo de electricos próprios só para essa carreira.
Quanto ao parque de estacionamento ... o CCB não tem garagem subterranea?
O CCB tem um parque enorme, aliás dois! Quase sempre vazios durante a semana, e nem são caros... mas ah pois! ficam muito longe do mosteiro e dos pastéis, que grande chatice, não dá jeito nenhum!
e ali à volta continua tudo cheio de carros. até já vi carros estacionados nos passeios laterais da praça do império, tive que chatear dois agentes para irem lá autuar, e há carros constantemente estacionados na rua PEDONAL dos restaurantes, a escassos 150m da esquadra da PSP. também estou sempre a chatear os agentes para fazerem alguma coisa.
alguém daqui acredita que com dois novos parques - pagos - as coisas vão mudar?
O principal problema do parque do CCB é que a maioria das pessoas que visita Belem não sabe da sua existência.
A câmara tem obrigação de pôr sinalização na zona de Belem a avisar que há um parque de estacionamento na garagem do CCB. Se o fizerem deixa de ser necessário a construção de novos parques.
Os novos parque encheriam, porque as pessoas davam de caras com eles, tal como acontece com os parques de estacionamento nas imediações do Bairro Alto que é normal encherem.
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