In Público (28/9/2010)
Por Carlos Filipe
«A companhia aérea irlandesa de baixo custo, que já tem outras duas bases no país, diz que tudo depende das negociações com a gestora do aeroporto
Companhia transporta 3,3 milhões por ano com Porto e Faro
Recordes na Portela
A Ryanair, companhia área irlandesa low cost (de baixo custo), e a primeira deste segmento a instalar bases de operações em Portugal, primeiro no Aeroporto Sá Carneiro, no Porto, e mais recentemente em Faro, continua fortemente empenhada em aumentar o número de voos de e para o território nacional. O próximo ponto no seu roteiro será Lisboa, tendo a empresa ontem anunciado que a decisão está nas mãos da ANA, Aeroportos de Portugal, que gere, entre outros, o Aeroporto da Portela.
Com 3,3 milhões transportados anualmente a partir das bases do Porto e Faro, a Ryanair garante que está em condições de começar a operar a partir de Lisboa já no próximo Verão. Ontem, no Porto, em conferência de imprensa, Daniel de Carvalho, director de comunicação daquela empresa, manifestou-se confiante no bom curso das negociações com a ANA, apesar de sublinhar que ainda subsistem alguns constrangimentos de ordem operacional na Portela de Sacavém, como o tempo médio (25 minutos) de permanência no solos entre voos dos aparelhos da Ryanair. A companhia diz que não consegue cumprir este tempo e também considera demasiado elevadas as taxas aeroportuárias reclamadas na capital. "Lisboa continua a ser mais cara do que gostaríamos", lamentou Daniel de Carvalho.
Citado pela Lusa, o mesmo responsável disse que foi feita uma proposta à ANA para a utilização do terminal 2 da Portela (utilizado para os voos domésticos), insistindo que uma base num terceiro aeroporto seria "um benefício ainda mais visível para o turismo português". Porém, também admitiu que "ainda não há acordo quanto ao valor da instalação" dessa base. O benefício que daí adviria também já foi admitido pela Associação de Turismo de Lisboa, que tem igualmente reclamado a necessidade de Lisboa ser sede de uma companhia de baixo custo.
Todavia, a concorrência de outra empresa do mesmo segmento, a Easyjet, sedeada no aeroporto londrino de Luton - e sem qualquer base em Portugal -, poderá pesar na decisão da ANA. A Ryanair, por seu lado, fixou este mês de Setembro como data limite para a oficialização de um novo acordo, que tanto poderá ser Lisboa, como Amesterdão, para onde também ainda não voa. Outro obstáculo para o operação da Ryanair como base seria a iminente saturação de movimentos na Portela, que em Agosto atingiu números recorde (ver caixa) de passageiros e de carga. O PÚBLICO pediu esclarecimentos à ANA, mas não obteve resposta até ao fecho desta edição.»
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário