Neste verão de tantos incêndios ganha actualidade a tese sobre a relação entre o despovoamento do interior e a proliferação dos incêndios florestais.
Com efeito, o abandono da agricultura e consequente êxodo da população para as cidades tem provocado também o abandono da floresta. As populações que antes utilizavam a floresta, promovendo a sua limpeza, ordenamento e manutenção, deixaram de o fazer.
Ao invés de o país investir na prevenção ou no combate aos incêndios, apostas sistematicamente mal sucedidas, a prioridade deve ser a do reconhecimento do valor económico da floresta e da biodiversidade e respectiva gestão e conservação, compensando a fixação da população no interior e premiando o seu papel na manutenção da floresta.
Esta mesma perspectiva pode, com as devidas adaptações, ser aplicada às zonas históricas das cidades, em que as restrições nas alterações ao edificado, a escassez de alguns equipamentos e de estacionamento contribuem para a sua desertificação ou envelhecimento da sua população.
Como a floresta no contexto nacional, a zona histórica de uma cidade é parte fundamental da urbe e necessita de ser conservada. Como na floresta, a manutenção de uma cidade faz-se com habitantes que lhe dão vida e a conservam.
As zonas históricas são espaços de identidade das cidades onde se encontram monumentos, elementos históricos e arquitectónicos importantes que devem ser valorizados.
O povoamento dos centros históricos das cidades é a chave para assegurar a sua conservação. Os habitantes destas zonas devam ser economicamente compensados pelo papel que desempenham na manutenção e vivência destas zonas, considerando especialmente as restrições inerentes às características das zonas antigas das cidades.
texto publicado na edição de Setembro do Jornal de Lisboa
Com efeito, o abandono da agricultura e consequente êxodo da população para as cidades tem provocado também o abandono da floresta. As populações que antes utilizavam a floresta, promovendo a sua limpeza, ordenamento e manutenção, deixaram de o fazer.
Ao invés de o país investir na prevenção ou no combate aos incêndios, apostas sistematicamente mal sucedidas, a prioridade deve ser a do reconhecimento do valor económico da floresta e da biodiversidade e respectiva gestão e conservação, compensando a fixação da população no interior e premiando o seu papel na manutenção da floresta.
Esta mesma perspectiva pode, com as devidas adaptações, ser aplicada às zonas históricas das cidades, em que as restrições nas alterações ao edificado, a escassez de alguns equipamentos e de estacionamento contribuem para a sua desertificação ou envelhecimento da sua população.
Como a floresta no contexto nacional, a zona histórica de uma cidade é parte fundamental da urbe e necessita de ser conservada. Como na floresta, a manutenção de uma cidade faz-se com habitantes que lhe dão vida e a conservam.
As zonas históricas são espaços de identidade das cidades onde se encontram monumentos, elementos históricos e arquitectónicos importantes que devem ser valorizados.
O povoamento dos centros históricos das cidades é a chave para assegurar a sua conservação. Os habitantes destas zonas devam ser economicamente compensados pelo papel que desempenham na manutenção e vivência destas zonas, considerando especialmente as restrições inerentes às características das zonas antigas das cidades.
texto publicado na edição de Setembro do Jornal de Lisboa
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