06/12/2010

Mais outro acabadinho de entrar:


Rua Alexandre Herculano, Nº 40


O promotor Palminvest, S.A., apresentou em Set. passado um pedido de Informação Prévia (940/EDI/2010) para transformação deste magnífico prédio da Alexandre Herculano, que por acaso até conheço e confirmo que não só é magnífico como está em bom estado de conservação.

O projecto prevê a ampliação da altura da construção em dois pisos, a remoção das águas furtadas, o aumento da área da cave e a redução da área do pátio interior. «As fachadas principais do edifício serão mantidas e recuperadas, com excepção para uma das fachadas do saguão, assim como a entrada principal no edifício; a escada metálica exterior, localizada no saguão, sendo um elemento de referência do edifício, será desmontada, recuperada e remontada, sofrendo uma rotação; os dois novos pisos terão acabamento em chapa de zinco; e o pavimento do saguão dará lugar a uma cobertura em vidro para iluminação do piso em cave».

À primeira vista seria logo para chumbar. O mesmo entendeu o Núcleo Residente da Estrutura Consultiva do PDM (que entendeu, e bem, que se deveria manter­ «a inalteração da área do pátio, [...], admitindo-se a rotação da escada e respectivos passadiços;­ alterar as inclinações dos planos da mansarda proposta; conservar com restauro de todos os elementos arquitectónicos e decorativos do átrio de entrada no corpo principal; apresentar um relatório técnico que esclareça as metodologias a utilizar no restauro do átrio de entrada e da escada, e das especificações técnicas do desenho das caixilharias e tipo de argamassas e tintas a utilizar; e indicar os elementos a reintegrar e a respectiva relocalização») e o IGESPAR, também bem, por «entender que a ampliação do edifício, com dois pisos em zinco, assume uma presença proeminente e de escala desproporcionada face ao conjunto das fachas que definem o gaveto, propondo, em alternativa, a eventual possibilidade de introdução de um piso no plano das fachadas existentes e o tratamento diferenciado do último piso em mansarda.».

Com base nisto, o técnico da CML deu parecer de não aprovação. Curiosamente, acaba de entrar não nova PIP mas um projecto de alterações, Proc. 1183/EDI/2010. Aguardemos para ver o comportamento da CML.

5 comentários:

lmm disse...

Quando passo pela Alexandre Herculano só me vem à cabeça um penamento: "Se Lisboa fosse maioritariamente assim, seria incontestavelmente a cidade mais bonita e charmosa do mundo." Não é que n consiga lutar pelo título, mas fica mais difícil...

Anónimo disse...

Ou seja, é mais um pedido de cabeçudo!

Anónimo disse...

Hoje passei no Saldanha, um prédio lindissimo a ser demolido, sem palavras...

Anónimo disse...

O prédio parece em bom estado! Para quê alterá-lo??

Luís Alexandre disse...

Para quê alterá-lo?
É simples, foi comprado por uns milhares de euros e agora tem de ser rentabilizado pelo novo proprietário.
Pela idade do edifício da foto, deverá ter 2 a 3 fracções por andar, várias assoalhadas e boas áreas.
Há 50/60 anos, a dimensão média dos agregados familiares andava pelas 4/5 pessoas (casal + 2/3 filhos). Hoje, serão 2/3 pessoas), logo, o prédio terá de ser adaptado para receber 4/5 fracções por andar e estacionamento para toda essa gente.
Além disso, o valor pago pela aquisição terá de ser convertido em área de construção (em implantação ou altura), pois só assim o investimento assegura (em teoria) a rentabilidade desejada pelo promotor.
E mesmo assim, nos dias que correm, mesmo depois de reabilitado poderá continuar vazio, tal como supostamente estará actualmente.