10/08/2013

Resposta ao Ofício sobre Estacionamento Irregular na Estefânia e Av. António José de Almeida - Considerações

Li, atentamente, a resposta que quem de direito na Assembleia Municipal enviou na sequência da reclamação que um grupo de cidadãos (motorizados ou não) apresentou, junto das autoridades municipais e policiais. Tenho que referir que não posso deixar de exprimir o meu assombro!
Versa assim um dos parágrafos da autoria do responsável na Polícia Municipal em resposta aos queixosos:
«Os problemas decorrentes do estacionamento indevido(...) vêm sendo acompanhado com especial atenção por parte desta polícia (...) devido à existência de inúmeras situações de estacionamento indevido, não pode manter uma fiscalização permanente. (...) iremos estar atentos à situação denunciada sempre que nos for possível em termos operacionais (...)»
Perante estas constatações, o que resta a qualquer cidadão que quer usar os passeios como forma de deslocação pela cidade, como foi instituido a uma escala global e é entendido como normal?
Para que servirão as forças políciais se admitem que estão impotentes? Que garantias têm os cidadãos que pagam impostos para que o Estado prossiga as funções que se determinou que seriam as do Estado - e para as exercer foi-lhe conferido um poder soberano que lhe permite intervir na nossa vida de forma implacável se for caso disso - de verem o Estado cumprir a "parte dele" desse pacto social? O Estado está a demitir-se de funções e fá-lo consistentemente em todos os sectores da vida. Não tem gerido os assuntos que nos dizem respeito de forma diligente e os erros estão à vista - já recebemos várias faturas como consequência.
Não quero entrar em diálogo direto sobre o tema com os responsáveis policiais mas não posso deixar de perguntar-lhes como explicam alguns factos:
Como resolver a situação de uma vez por todas, isto é, o que podem fazer e que não está a ser feito, claramente, agora?
Porque razão não é incomum que membros da polícia municipal (e outras) passem, a pé ou com os seus "brinquedos" de duas rodas (não me refiro a bicicletas, forma barata de deslocação, mas aos segway) por locais com estacionamento ilegal óbvio e gritante e nada fazem? Exemplo: Avenida de Roma em frente ao cinema e McDonalds onde há, pelo menos, três (!) sinais de proibição de parar e estacionar.
Porque razão é que sempre há operacionais disponíveis quando uma comissão é paga?
A mim parece-me que o problema é a da falta de boa distribuição de operacionais e de cordenação entre as várias polícias, e a da falta de vontade política - começar campanhas reais e efetivas de luta contra a ilegalidade automóvel não trazem votos e fazem-nos dissipar para outro lado, apesar das várias tolerâncias 0 que todos já ouvimos anunciar.
O que é incontornável, contudo, é que a situação como está não pode continuar, é insustentável por maior que seja o lobby do carro, é ilegal, insconstitucional e faz de nós, como povo, uns atávicos trogloditas.
Fotografia noturna para refutar o argumento que são os escritórios e negócios os responsáveis. Saída do estacionamento do Campo Pequeno com carro estacionado. Estacionamento na via para mudança de direção. Não é no terceiro mundo, é aqui, na capital de Portugal.
Situação idêntica de dia e de noite, Av. de Roma. Três sinais de proibição de parar e estacionar.

Rua Augusto Gil com Av. João XXI. Já pintaram o chão, já puseram barreiras mas a situação é, sempre, esta descrita na fotografia.
Aqui a loja de colchões conseguiu um espaço reservado às cargas e descargas onde é proibido, a qualquer hora, estacionar. Perderam-se, pelo menos, dois espaços de estacionamento. Onde parou o camião para fazer a operação? No meio da rua, claro!
Na passagem com semáforo que se encontra à direita sempre, sempre, sempre tem carros estacionados. Depois da passagem destes dois agentes, nada aconteceu, eles nem suspiraram, e tudo está na mesma.
 Para todas as situações descritas há e houve denúncias que duram há anos.
Ainda nada se passou de consistente.

4 comentários:

Carlos Medina Ribeiro disse...

Foi criado, recentemente, um blogue temporário (só com vista às eleições autárquicas deste ano) e onde se dá conta de inúmeras situações destas.
E mais: são denunciados casos que duram HÁ ANOS, sempre com os mesmos protagonistas (os da "acção" e os da "omissão") e nos mesmos locais.
Destaque especial para:
1 -  As camionetas que abastecem os talhos Boutique da Carne (na Rua Frei Amador Arrais n.º1 e na Óscar Monteiro Torres, 66-68);
2 - Veículos da Escola de Condução Segurança Máxima (na Praça da Figueira, frente ao n.º 12);
3 - "Parking-free" em todas as paragens da Carris da Av. de Roma (especialmente frente aos n.º 27 e 46);
4 - Idem, frente ao n.º 21 da Av. João XXI;

5 - Rua Violante do Céu (toda, lado Norte);6 - À porta da AML (onde está o sinal de "Paragem Proibida);

7 - Em cima do passeio do lado nascente da Rua dos Fanqueiros;

8 - Na Rotunda de Entrecampos: até em 3ª fila! e em cima do passeio;

9 - No passeio à porta do Hotel Roma (todas as 4ªs-feiras de manhã, carrinha da CML!!)
Etc
Ver detalhes [AQUI], incluindo fotos que abrangem 4 anos de impunidade!

Julio Amorim disse...

Recorde-se que isto é normalidade para algumas gerações de lisboetas. É que, se nunca viajaram....nunca viram outra coisa.


Carlos Medina Ribeiro disse...

No que toca à actuação da EMEL, há ainda um outro aspecto a considerar: trata-se dos sítios onde ACTUAM SEMPRE, mesmo ao lado de outros onde NUNCA ACTUAM.

O caso que mais me choca (por ser ao pé da minha porta) é a actuação implacável (com multas, bloqueios e reboques) na Rua Conde de Sabugosa e Largo Machado de Assis, a dois passos do escândalo público da R. Fr. Amador Arrais (frente ao Frutalmeidas), onde a impunidade é total - há anos e anos.

Anónimo disse...

Vergonhoso. Para que serve a PSP?